sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Felicidade e Expectativas

Assim como, quase sempre, é o homem o causador de seus sofrimentos materiais, também o será de seus sofrimentos morais?

"Mais ainda, porque os sofrimentos materiais algumas vezes independem da vontade; mas, o orgulho ferido, a ambição frustrada, a ansiedade da avareza, a inveja, o ciúme, todas as paixões, numa palavra, são torturas da alma. (...) com as suas paixões, o homem cria para si mesmo suplícios voluntários, tornando-se-lhe a Terra verdadeiro inferno."

"(...) De ordinário, o homem só é infeliz pela importância que liga às coisas deste mundo. (...). Se se colocar fora do círculo acanhado da vida material, se elevar seus pensamentos para o infinito, que é seu destino, mesquinhas e pueris lhe parecerão as vicissitudes da Humanidade, como o são as tristezas da criança que se aflige pela perda de um brinquedo, que resumia a sua felicidade suprema. Aquele que só vê felicidade na satisfação do orgulho e dos apetites grosseiros é infeliz, desde que não os pode satisfazer, ao passo que aquele que nada pede ao supérfluo é feliz com os que outros consideram calamidades."

O Livro dos Espíritos
Questão 933
Paris, 1957 
 


Expectativa do paciente altera sensação de dor
Com informações da BBC
18/02/2011
Os cientistas disseram que a pesquisa levanta dúvidas a respeito de testes clínicos usados para determinar a eficácia de medicamentos, que usam placebos.
 
Sensação de dor
 
Uma pesquisa sugere que as expectativas dos pacientes podem tanto potencializar os efeitos de um analgésico como neutralizá-los por completo.
 
Pesquisadores britânicos e alemães aplicaram calor nos pés de 22 pacientes, que em seguida tiveram de quantificar o grau de dor sentida em uma escala de 0 a 100.
 
Simultaneamente, os pacientes eram submetidos a um escâner cerebral, que exibia as condições das diferentes regiões do cérebro enquanto os testes eram realizados.
 
Após a aplicação do calor, o nível médio de dor sinalizado por eles foi de 66.
 
Os pacientes que estavam também conectados a um dispositivo intravenoso pelo qual poderiam receber doses de medicamentos sem ser informados, recebiam, então, um poderoso analgésico chamado remifentanil.
 
Depois disso, eles passaram a sinalizar 55 como sendo seu índice de dor.
 
Dor psicológica
 
Os pesquisadores informaram-nos, em seguida, que eles estavam sendo medicados com um analgésico, e a nota dada por eles caiu para 39.
 
Então, mantendo a mesma dose, eles foram informados de que a aplicação do analgésico havia sido suspensa e que eles provavelmente sentiriam dor.
 
Com isso, a nota subiu para 64.
 
Portanto, apesar de eles estarem recebendo remifentanil, relataram estar sentindo o mesmo nível de dor indicado quando não estavam recebendo qualquer analgésico.
 
Mente 1 x 0 Analgésico
 
A professora Irene Tracey, da Universidade de Oxford, disse à BBC: "É fenomenal. É um dos melhores analgésicos que temos e a influência do cérebro pode ou aumentar em muito o seu efeito ou removê-lo por completo".
 
O estudo, publicado na revista especializada Science Translational Medicine, foi conduzido em pessoas saudáveis que foram submetidas à dor por um curto período de tempo.
 
De acordo com a pesquisadora, pessoas com condições críticas e que haviam experimentado vários medicamentos ao longo de muitos anos podem ter uma experiência negativa muito maior do que a de outros, o que teria impacto sobre seu tratamento no futuro.
 
Poder das expectativas
 
Escaneamentos cerebrais realizados durante a pesquisa mostraram também quais as regiões do cérebro que foram afetadas.
 
A expectativa de um tratamento positivo foi associada com a atividade nas áreas cíngulo-frontal e subcortical do cérebro, enquanto a expectativa negativa levou ao aumento da atividade no hipocampo e no córtex frontal medial.
 
Os cientistas também disseram que a pesquisa levanta dúvidas a respeito de testes clínicos usados para determinar a eficácia de medicamentos, que usam placebos.
 
Segundo George Lewith, pesquisador da área de saúde da Universidade de Southampton, trata-se de "mais uma prova de que encontramos o que esperamos da vida. A pesquisa faz cair por terra testes clínicos aleatórios, que não levam a expectativa em conta como fator".

Fonte: DiarioDaSaude

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