domingo, 28 de agosto de 2016

CORAÇÕES E MENTES

CORAÇÕES E MENTES

"Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos céus é tomado à força, e os que usam de força se apoderam dele."

"Sabeis que os que são reconhecidos como governadores dos gentios, deles se assenhoreiam, e que sobre eles os seus grandes exercem autoridade."

"Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva; e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos."

"Pois também o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos."

Jesus
Mateus, 11:12
Marcos, 10:42-45
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Desde que o Espiritismo deve marcar um progresso da Humanidade, por que os Espíritos não apressam esse progresso através de manifestações tão gerais e patentes que pudessem levar a convicção aos mais incrédulos?

"Desejaríeis milagres, mas Deus os semeia a mancheias nos vossos passos e tendes ainda homens que os negam."

"O Cristo, ele próprio, convenceu os seus contemporâneos com os prodígios que realizou?"

"Não vedes ainda hoje os homens negarem os fatos mais patentes que se passam aos seus olhos? Não tendes os que não acreditariam, mesmo quando vissem?"

"Não, não é por meio de prodígios que Deus conduzirá os homens. Na sua bondade, ele quer deixar-lhes o mérito de se convencerem através da razão."

O Livro dos Espíritos
Questão 802
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"Depreende-se, portanto, que a principal questão do espiritualismo é proclamar a necessidade da renovação interior, educando-se o pensamento do homem no Evangelho, para que o lar possa refletir os seus sublimados preceitos."

"Dentro dessa ação pacífica de educação das criaturas, aliada à prática genuína do bem, repousam as bases da obra de Ismael, cujo objetivo não é a reforma inopinada das instituições, impondo abalos à Natureza, que não dá saltos; é, sim, a regeneração e o levantamento moral dos homens, a fim de que essas mesmas instituições sejam espontaneamente renovadas para o progresso comum."

"A tarefa é vagarosa, mas, de outra forma, seria a destruição e o esforço insensato. A obra da revolução espiritual, no Evangelho de Jesus, não se compadece com as agitações do século."

"Os que desejarem impor, no seu compreensível entusiasmo de crentes, os preceitos do Mestre às instituições estritamente humanas, talvez ainda não tenham ponderado que a obra cristã espera, há dois milênios, a compreensão do mundo."

"Todos os que lutaram por ela de armas na mão e quantos pretenderam utilizar-se dos processos da força para a imposição dos seus ensinamentos, no transcurso dos séculos, tarde reconheceram a sua ilusão, redundando seus esforços no mais franco desvirtuamento das lições do Salvador, porque essas lições têm de começar no coração, para conseguirem melhorar e regenerar o planeta."

Humberto de Campos por
Francisco Cândido Xavier em
Brasil, Coração do Mundo...

domingo, 21 de agosto de 2016

NO VENTRE DE DEUS

NO VENTRE DE DEUS

"O reino de Deus não vem com aparência exterior; nem dirão: Ei-lo aqui! ou: Ei-lo ali! pois o reino de Deus está dentro de vós." Jesus (Lucas, capítulo 17)

"Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade." Jesus (João, capítulo 4)
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Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus?

"Não; falta-lhe para isso o sentido."

O Livro dos Espíritos
Questão 10
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No ventre de uma mãe havia dois bebês.  Um perguntou ao outro:

"Você acredita em vida após o parto?"

O outro respondeu: "É claro. Tem que haver algo após o parto. Talvez nós estejamos aqui para nos preparar para o que virá mais tarde."

"Bobagem", disse o primeiro. "Não há vida após o parto. Que tipo de vida seria esta?"

O segundo disse: "Eu não sei, mas haverá mais luz do que aqui. Talvez nós poderemos andar com as nossas próprias pernas  e comer com nossas bocas. Talvez teremos outros sentidos que não podemos entender agora."

O primeiro retrucou: "Isto é um absurdo. Andar é impossível. E comer com a boca!? Ridículo! O cordão umbilical nos fornece nutrição e tudo o mais de que precisamos.O cordão umbilical é muito curto. A vida após o parto está fora de cogitação."

O segundo insistiu: "Bem, eu acho que há alguma coisa e talvez seja diferente do que é aqui. Talvez a gente não vá mais precisar deste tubo físico."

O primeiro contestou: "Bobagem, e além disso, se há realmente vida após o parto, então, por que ninguém jamais voltou de lá? O parto é o fim da vida e no pós-parto não há nada além de escuridão, silêncio e esquecimento. Ele não nos levará a lugar nenhum."

"Bem, eu não sei", disse o segundo, " mas certamente vamos encontrar a Mamãe e ela vai cuidar de nós."

O primeiro respondeu: " Mamãe, você realmente acredita em Mamãe? Isto é ridículo. Se a Mamãe existe, então, onde ela está agora?"

O segundo disse: "Ela está ao nosso redor. Estamos cercados por ela. Nós somos dela. É nela que vivemos. Sem ela este mundo não seria e não poderia existir."

Disse o primeiro:" Bem, eu não posso vê-la, então, é lógico que ela não existe."

Ao que o segundo respondeu: " Às vezes, quando você está em silêncio, se você se concentrar e realmente ouvir, você poderá perceber a presença dela e ouvir sua voz amorosa lá de cima."

Este foi o modo pelo qual um escritor húngaro explicou a existência de Deus.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Por Causa da Justiça


"Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus."
Mateus, capitulo 5

"Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, salvá-la-á."
Marcos, capítulo 8



O apelo profético do padre Jacques Hamel, «homem bom» que «sacrificou a sua vida pelos outros»



O padre francês Jacques Hamel, que auxiliava o pároco da comunidade de Saint-Etienne, uma das duas paróquias de Saint-Etienne-du-Rouvray, próximo de Rouen, foi morto esta terça-feira (26/07/2016), aquando de uma tomada de reféns, na sua igreja, por dois assaltantes ligados ao Daesh (ISIS).

Nascido em 1930 e ordenado padre em 1958, há quase seis décadas, Jacques Hamel presidia à missa na paróquia que servia há 10 anos quando os homens entraram na igreja e o degolaram, antes de serem mortos pela polícia.

Era «um padre corajoso para a sua idade. Os padres têm direito à reforma a partir dos 75 anos, mas ele preferiu continuar a trabalhar ao serviço das pessoas porque ainda se sentia forte», afirmou o pároco, padre Auguste Moanda-Phuati, ao jornal francês Le Figaro.

«Muito apreciado, era um homem bom, simples e sem extravagâncias. Aproveitámos muito da sua experiência e da sua sabedoria na paróquia de Saint-Etienne. Esteve ao serviço das pessoas praticamente toda a sua vida», acrescentou o sacerdote congolês, que interrompeu as férias para regressar à comunidade.

O padre Aimé-Rémi Mputu Amba, por seu lado, afirmou declarou que o sacerdote assassinado esta manhã «era sempre um raio de sol» nos encontros entre paróquias do sul de Rouen.

«Dizíamos-lhe muitas vezes, a brincar, "Jacques, estás a exagerar um pouco, já é tempo de te reformares". E ele respondia, a rir, "já viste um padre na reforma? Eu trabalharei até ao meu último suspiro". Para ele, partir no momento em que celebrava a missa é uma forma de consagração, apesar das circunstâncias dramáticas», acrescentou.

O arcebispo de Rouen, D. Dominique Lebrun, que acompanhava um grupo de jovens à Jornada Mundial da Juventude, na Polónia, publicou na página da arquidiocese uma nota onde declarava que iria regressar a França e apelou à unidade e à paz: «Brado a Deus, com todos os homens de boa vontade. Ouso convidar os não-crentes a unirem-se a este brado! (…) A Igreja católica não pode ter outras armas que não sejam a oração e a fraternidade entre os homens».

O presidente do Conselho Regional do Culto Muçulmano da Normandia, Mohammed Karabila, descreveu o padre Hamel como «um homem de paz, de religião, com um carisma certo. Uma pessoa que dedicou a sua vida às suas ideias e à sua religião. Sacrificou a sua vida pelos outros».

A 6 de junho, o padre Hamel publicou uma nota na folha paroquial, onde apelava à comunidade para aproveitar as férias de verão de modo a tornar o mundo mais humano e fraterno através do encontro e da oração, em particular pela paz e para uma melhor vivência em conjunto.

«As férias são o momento para nos afastamos das nossas ocupações habituais. Mas não é um simples parênteses»: além de «tempo de descontração», servem também de «encontro, de partilha, de convivialidade».

Enquanto alguns reservarão «dias para um retiro ou uma peregrinação», outros «relerão o Evangelho, sozinhos ou com outros, como uma palavra que faz viver o hoje»; haverá também aqueles que contemplarão o «grande livro da criação, admirando as paisagens tão diferentes e tão magníficas» que «elevam» e «falam de Deus», escreveu o padre Hamel.

«Possamos nós nestes momentos ouvir o convite de Deus a tomar cuidado deste mundo, a fazer dele, onde vivemos, um mundo mais caloroso, mais humano, mais fraterno. Um tempo de encontro, com os próximos, os amigos: um momento para reservar tempo para viver algo em conjunto. Um momento para sermos atentos aos outros, sejam eles quem forem», assinalou.

«Um tempo de partilha: partilha da nossa amizade, da nossa alegria. Partilha do nosso apoio às crianças, mostrando que elas contam para nós. Um tempo de oração, também: atentos ao que acontecerá no nosso mundo nesse momento. Oremos por aqueles que têm mais necessidade, pela paz, para um melhor viver em conjunto», prosseguia a mensagem de férias.

No «ano da misericórdia», o sacerdote apelou a que o «coração esteja atento às coisas belas, a cada um e àqueles e aquelas que se arriscam a sentir-se um pouco mais sós».

O nome próprio Jacques (Tiago) evoca o apóstolo homônimo que testemunhou a fé até ao sangue, e o assassínio ocorreu numa igreja dedicada a Santo Estêvão, o primeiro mártir cristão.
 
Le Figaro
Trad. / edição: Rui Jorge Martins
Publicado em 26.07.2016
Fonte: Snpcultura

terça-feira, 21 de junho de 2016

Olhar de Misericórdia


"Não julgueis, para que não sejais julgados.
Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados;
e com a medida com que medis vos medirão a vós."
Mateus, 7:1-2

"(...) Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?
Respondeu ela: Ninguém, Senhor.
E disse-lhe Jesus: Nem eu te condeno; vai-te, e não peques mais."


"Vós julgais segundo a carne; eu a ninguém julgo."

João, 8:10-15

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Quando estamos desesperados, sermos julgados é a pior coisa que pode nos acontecer

Sílvia Marques

É cruel exigir de um deprimido ou de alguém que passa por um luto severo uma grande clareza de raciocínio, uma profunda capacidade de entender a situação que lhe ocorre de forma objetiva. É cruel exigir de um deprimido ou de alguém que passa por um luto severo que ele cumpra com as suas obrigações corretamente e que seja capaz ainda de fazer gentilezas e atender a protocolos sociais, como manter conversas frívolas e fazer passeios que não lhe interessam.

Por mais equilibrada que seja uma pessoa , alguns fatos podem bagunçar a sua rotina e desestruturar a sua forma de pensar e agir. Não podemos esperar por uma extrema eficiência e eficácia de um profissional que está passando por um luto. E quando uso a palavra luto, me refiro às diversas mortes que enfrentamos no decorrer da vida.

Não podemos esperar por palavras de bom senso quando alguém acabou de receber uma péssima notícia ou está mergulhado em uma depressão profunda. Não podemos esperar que alguém que se sente quebrado por dentro veja a vida com olhos normais e consiga se divertir naturalmente ou trabalhar produtivamente.

É cruel exigir de um deprimido ou de alguém que passa por um luto severo uma grande clareza de raciocínio, uma profunda capacidade de entender a situação que lhe ocorre de forma objetiva. É cruel exigir de um deprimido ou de alguém que passa por um luto severo que ele cumpra com as suas obrigações corretamente e que seja capaz ainda de fazer gentilezas e atender a protocolos sociais, como manter conversas frívolas e fazer passeios que não lhe interessam.

Alguém altamente deprimido ou vivenciando um luto muito grande mal tem forças para abrir a janela do quarto, lavar o rosto, tomar o café da manhã. Para alguém muito machucado, o melhor remédio é muita compreensão. É muito carinho. A pessoa muito machucada deve ser deixada livre para fazer o que sente vontade. É cruel encurralar quem está no limite das suas forças em jogos emocionais, diálogos intricados, atividades que exijam um alto nível de concentração e energia. Concentração e energia são duas coisas poderosas que o deprimido ou quem vive um luto não tem.

Um deprimido em alto grau não tem energia para suportar um ambiente caótico, em que as pessoas reivindicam a sua atenção. Um deprimido em alto grau não tem forças para suportar as demandas emocionais dos outros pois ele mal consegue sobreviver. O pouco de energia que ele tem é para tentar se salvar. É para tentar não sucumbir ao seu infortúnio. Fazendo uma analogia, é o mesmo que pedir para alguém que está se afogando , salvar outra pessoa.

Pessoas deprimidas não se animam vendo filmes engraçados ou passeando no shopping. Quer dizer, alguns até podem. Mas , o que quero dizer é que o que alegra as pessoas em seu estado normal , quase sempre não significa nada para o deprimido. Enfim, não existem caminhos simples e padronizados para sair de uma depressão. Talvez, o elemento mais recorrente para a maioria das pessoas seja receber muita compreensão.

O deprimido se volta para dentro de si e diz coisas absurdas e não enxerga nenhum caminho possível pois ele está adoecido e precisa de ajuda. Precisa de acolhimento, de pessoas que simplesmente o escutem sem julgá-lo, sem ironiza-lo ou sem minimizar o seu sofrimento. Um deprimido não precisa ser rotulado, ridicularizado, forçado a sair da sua crise à base da porrada.

Infelizmente , a nossa sociedade ainda não consegue lidar com os deprimidos e com aqueles que vivem um luto severo. Infelizmente , muitas pessoas ainda esperam de um deprimido a conduta de alguém que está em seu estado normal. A maioria das pessoas ainda não consegue entender a desestruturação emocional pela qual passa alguém em luto. Todo mundo entende que uma pessoa com a perna quebrada não pode se locomover direito. Mas quando é a alma que está fragmentada, a mente ferida, o papo é bem diferente. Os critérios de julgamento são muito mais rígidos, a paciência , muito menor, as exigências, infinitas.

Fonte: Obvius

domingo, 12 de junho de 2016

O Evangelho Segundo Chico Xavier: Aos pés do amor


"E eis que uma mulher pecadora que havia na cidade, quando soube que ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro com bálsamo; e estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas e os enxugava com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés e ungia-os com o bálsamo.(...) E disse a ela: Perdoados são os teus pecados. (...) A tua fé te salvou; vai-te em paz."

Lucas, Capítulo 7
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"Chico vinha sofrendo de fortes dores num dos pés e mancava, sem que os médicos que o atenderam pudessem aliviá-lo. Diariamente, os funcionários da Fazenda Modelo eram trazidos de volta para casa em charretes que, ao retornarem a Pedro Leopoldo, tinham de passar pelo Biriba, nome dado à zona de meretrício da cidade.

Uma tarde, ao passarem pelo local, Chico e seus companheiros foram chamados pelas moças que viviam ali. Uma delas, dirigindo-se ao Chico, disse: "Venha até a minha casa, preciso lhe falar". Os colegas logo fizeram gracejos e comentários maliciosos, mas ele desceu da charrete e foi até a residência da moça.

Ali, as prostitutas reunidas o receberam com profundo respeito. Pediram-lhe que sentasse. A moça que o abordara trouxe uma pequena bacia com água limpa, pediu permissão para descalçá-lo, colocou seu pé doente na bacia e, segurando uns raminhos de flores do campo, rezou, seguida pelas companheiras. Ela molhava os raminhos e os batia delicada e repetidamente no pé de Chico. Depois enxugou-o, beijou-o e calçou-o.

Dois dias depois, emocionado, Chico contava o episódio aos amigos. Sua vidência lhe mostrou que o líquido da bacia foi ficando escuro e lodoso à medida que a moça banhava seu pé, fazendo com que a dor o deixasse lentamente.

Chico Xavier: um doce olhar para o além
Sebastião Aguiar
Editora Globo
São Paulo, 2010
páginas 32/33

O Evangelho Segundo Chico Xavier: Desapropriação


"Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.
Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, salvá-la-á."
Jesus (Marcos, capítulo 8)

"Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos."
Jesus (João, capítulo 15)
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Chico chegara, afinal,  aos cem livros psicografados. Porém, ao dizer ao seu guia espiritual, Emmanuel, que desejava "diminuir o ritmo" de trabalho, suas expectativas receberam mais um balde de água fria, como já havia acontecido antes.

Segundo Chico Xavier, a resposta do seu mentor foi: "Estou na obrigação de dizer a você que os mentores da vida superior que nos orientam expediram uma instrução. Ela determina que sua atual encarnação seja desapropriada em benefício da divulgação dos princípios espíritas-cristãos. Sua existência, do ponto de vista físico, fica à disposição das entidades espirituais que possam colaborar na execução das mensagens e livros, enquanto seu corpo se mostre apto para nossas atividades".

Inconformado, Chico voltou a perguntar: "Devo trabalhar na recepção de mensagens e livros até o fim da minha vida atual?".

"Sim", disse Emmanuel. "E se eu não quiser? A doutrina espírita ensina que somos portadores do livre-arbítrio para decidir sobre nossos próprios caminhos", insurgiu-se o médium.

E Emmanuel então explicou: "A instrução a quem me refiro é semelhante a um decreto de desapropriação quando lançado por uma autoridade na Terra. Se você recusar o serviço a que me reporto, os orientadores dessa obra de nos dedicarmos ao cristianismo redivivo terão autoridade bastante para retirar você de seu atual corpo físico".

O dialogo terminou por aí.

Chico Xavier: um doce olhar para o além
Sebastião Aguiar
Editora Globo
São Paulo, 2010.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Cosmética da Fé

"Na cadeira de Moisés se assentam os escribas e fariseus. Portanto, tudo o que vos disserem, isso fazei e observai; mas não façais conforme as suas obras; porque dizem e não praticam. Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; mas eles mesmos nem com o dedo querem movê-los. Todas as suas obras eles fazem a fim de serem vistos pelos homens; pois alargam os seus filactérios, e aumentam as franjas dos seus mantos; gostam do primeiro lugar nos banquetes, das primeiras cadeiras nas sinagogas, das saudações nas praças, e de serem chamados pelos homens: Rabi."

Jesus (Mateus, capítulo 23)

 

"Ninguém, pois, vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados, que são sombras das coisas vindouras; mas o corpo é de Cristo. Ninguém atue como árbitro contra vós, afetando humildade ou culto aos anjos, firmando-se em coisas que tenha visto, inchado vãmente pelo seu entendimento carnal, e não retendo a Cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo com o aumento concedido por Deus. Se morrestes com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos sujeitais ainda a ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: não toques, não proves, não manuseies (as quais coisas todas hão de perecer pelo uso), segundo os preceitos e doutrinas dos homens? As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria em culto voluntário, humildade fingida, e severidade para com o corpo, mas não têm valor algum no combate contra a satisfação da carne."

Paulo, Carta aos Colossenses, Capítulo 2

 

Será útil a adoração exterior?

 

 "Sim, se não consistir num vão simulacro. É sempre útil dar um bom exemplo. Mas, os que somente por afetação e amor-próprio o fazem, desmentindo com o proceder a aparente piedade, mau exemplo dão e não imaginam o mal que causam."

 

"É hipócrita aquele cuja piedade se cifra nos atos exteriores. Mau exemplo dá todo aquele cuja adoração é afetada e contradiz o seu procedimento."

 

O Livros dos Espíritos

Adoração Exterior

Questões 653 e 654

Paris, 1857

 

terça-feira, 17 de maio de 2016

Otimismo, autoconhecimento e evolução


"Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário?(...) Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal." - "a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui." Jesus (Mateus, capítulo 5 - Lucas, capítulo 12)
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"Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?

"Um sábio da antiguidade vo-lo disse:  Conhece-te a ti mesmo."

O Livro dos Espíritos
Questão 919
Paris, 1857
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Os contentes herdarão a Terra, diz nova teoria da evolução

13/05/2016

Nenhuma estratégia egoísta terá sucesso na evolução, dizem os estudos: O gene generoso: Generosidade vence egoísmo na evolução.
 
Evolução do mais firme

A sobrevivência do mais apto fisicamente pode não ser o núcleo central da evolução natural das espécies. Na verdade, tudo pode ser uma questão da sobrevivência daquele que tem uma visão mais otimista da vida.

Pesquisadores da Universidade de Cornell (EUA) afirmam que ter uma atitude positiva e firme mostrou ser o elemento mais vantajoso à sobrevivência da espécie em um modelo computacional que simula a evolução natural da vida.

Os resultados dão suporte científico a insights filosóficos registrados desde a Antiguidade na China, Grécia e Índia, que incentivam a cultivar o contentamento a longo prazo e a satisfação com a vida, em vez de se agarrar à alegria fugaz das gratificações instantâneas, disseram os pesquisadores.

"Em um sentido evolutivo, você tem que avaliar sua vida com base em algo além do que meramente naquilo que está acontecendo agora," afirma Shimon Edelman, que realizou o estudo juntamente com sua colega Yue Gao.

Evolução otimista

Como se trata de um modelo computacional, os seres que interagem, se reproduzem e evoluem são "agentes de software". Esse tipo de modelo permite variar largamente o comportamento dos agentes e realizar uma evolução acelerada, na qual a duração das eras é limitada apenas pela velocidade do computador que roda o programa.

Os agentes que sobreviveram para produzir descendentes foram aqueles que deram mais peso para a felicidade a longo prazo, especialmente quando a comida era escassa. Eles também se "lembraram" da felicidade passada - colheram os efeitos desse comportamento - por um período de tempo mais longo do que seus concorrentes menos bem-sucedidos.

Não importa se o alimento era abundante ou escasso, os agentes que tinham uma visão mais positiva - dar mais importância aos aspectos positivos do que aos negativos em cada situação - também se mostraram mais capacitados à evolução. Seus concorrentes que deram mais atenção à satisfação das necessidades de curto prazo e assumiram uma atitude negativa morreram.

E quando os agentes ficavam comparando seus recursos alimentares com os de seus amigos, eles se saíam pior justamente quando o alimento era mais abundante.

O estudo é baseado em uma estrutura computacional integrativa que ajuda a compreender o sistema cérebro/mente, na qual as mentes são vistas como feixes de processos computacionais implementados pelos cérebros encarnados e fisicamente e socialmente situados.

A estrutura computacional permite aos pesquisadores testar modelos funcionais explícitos de emoções.

Caminho para a felicidade

Mas o que o estudo diz para aqueles que buscam um caminho claro para a felicidade? "Conhece-te a ti mesmo," disse Edelman, repetindo o dito de Sócrates.

"Em vez de confiar cegamente em conselhos de autores de autoajuda sobre como ser feliz, dedique-se a conhecer a si mesmo - como é o seu cérebro/mente, como ele funciona e como interage com o mundo - e você estará em uma melhor posição para decidir por si mesmo," aconselhou Edelman.

O estudo, chamado "Entre o prazer e contentamento: Dinâmica Evolucionária de Alguns Possíveis Parâmetros de Felicidade possível", foi publicado na revista científica PLoS ONE.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

ARTIGO

Novo CPC altera forma de cobrança de cotas condominiais

Com a entrada em vigor do novo CPC, um dos maiores avanços, no ramo do Direito Imobiliário, foi a mudança na forma de cobrança judicial de contribuições condominiais, o que afastará a necessidade de o condomínio passar pelo moroso e desgastante processo de conhecimento para que receba seu crédito, bastando propor ação de execução de título executivo extrajudicial.

http://draflaviaortega.jusbrasil.com.br/noticias/332506127/novo-cpc-altera-forma-de-cobranca-de-cotas-condominiais

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Mas vós, quem sois?

 

E Deus pelas mãos de Paulo fazia milagres extraordinários, de sorte que lenços e aventais eram levados do seu corpo aos enfermos, e as doenças os deixavam e saíam deles os espíritos malignos.

 

Ora, também alguns dos exorcistas judeus, ambulantes, tentavam invocar o nome de Jesus sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus a quem Paulo prega.

 

E os que faziam isto eram sete filhos de Ceva, judeu, um dos principais sacerdotes.

 

Respondendo, porém, o espírito maligno, disse: A Jesus conheço, e sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?

 

Então o homem, no qual estava o espírito maligno, saltando sobre eles, apoderou-se de dois e prevaleceu contra eles, de modo que, nus e feridos, fugiram daquela casa.

 

Atos dos Apóstolos, Capítulo 19

 

 

Pode acontecer que a fascinação exercida pelo mau Espírito seja de tal ordem que o subjugado não a perceba? Sendo assim, poderá uma terceira pessoa fazer que cesse a sujeição da outra? E, nesse caso, qual deve ser a condição dessa terceira pessoa?

 

"Sendo ela um homem de bem, a sua vontade poderá ter eficácia, desde que apele para o concurso dos bons Espíritos, porque, quanto mais digna for a pessoa, tanto maior poder terá sobre os Espíritos imperfeitos, para afastá-los, e sobre os bons, para os atrair. Todavia, nada poderá, se o que estiver subjugado não lhe prestar o seu concurso. Há pessoas a quem agrada uma dependência que lhes lisonjeia os gostos e os desejos. Qualquer, porém, que seja o caso, aquele que não tiver puro o coração nenhuma influência exercerá. Os bons Espíritos não lhe atendem ao chamado e os maus não o temem."

 

O Livro dos Espíritos

Questão 476

Paris, 1857

domingo, 3 de abril de 2016

O Argueiro e a Trave


"Misericórdia quero, e não sacrifícios."

"Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós. E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão."

Jesus (Mateus, capítulos 7 e 9)
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O perigo de tentar impor ao outro as nossas ilusões

Sílvia Marques

Uma das coisas mais complicadas na vida é desenvolvermos a alteridade. Alteridade é a capacidade de se colocar no lugar do outro. Normalmente, analisamos as pessoas e as situações a partir das nossas opções, das nossas preferências e estilo de vida. Se sou passional, tenho dificuldade para entender uma escolha racional. Se sou racional, tenho dificuldade para entender uma escolha passional pois não agiria daquela forma.

Analisar as questões sob o nosso ponto de vista é algo razoavelmente corriqueiro e sem grandes consequências. Mas quando despejamos a nossa subjetividade em cima de um sujeito fragilizado, corremos o risco de aniquilar o outro sem nos darmos conta.

(...)

Uma das piores coisas que uma pessoa pode falar quando ouve um relato de desespero, é fazer quem sofre acreditar que merece o sofrimento vivido. É satanizar quem sofre. Mesmo que identifiquemos pontos falhos na conduta do sofredor, devemos ser muito cuidadosos no nosso julgamento porque quem está no fundo do poço não tem condições para ser sentenciado.

Porém, a pior parte dos julgamentos é quando eles são injustos e dizem respeito à subjetividade do interlocutor. Se reprimo uma conduta imoral da pessoa que sofre , o peso da minha crítica não é tão severo pois lá no fundo, quem agiu de forma imoral sabe que errou. Mas, quando tentamos ler a história a partir das nossas experiências e preferências, corremos o risco de cometer dois erros muito graves, que podem gerar consequências irreversíveis na vida de quem sofre: além de fazer uma leitura equivocada, podemos impor ao outro uma verdade que é nossa, que não tem nada a ver com a experiência que o outro viveu.

(...)

Podemos sim tentar ajudar o outro a se libertar de ilusões. Mas não temos o direito de impor as nossas ilusões ao outro como se ele fosse o reflexo do nosso espelho.

Fonte: Obvious


terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Aos pés do amor

Um dos fariseus convidou-o para comer com ele; e entrando em casa do fariseu, reclinou-se à mesa.


E eis que uma mulher pecadora que havia na cidade, quando soube que ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro com bálsamo; e estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas e os enxugava com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés e ungia-os com o bálsamo.


Mas, ao ver isso, o fariseu que o convidara falava consigo, dizendo: Se este homem fosse profeta, saberia quem e de que qualidade é essa mulher que o toca, pois é uma pecadora.


E respondendo Jesus, disse-lhe: Simão, tenho uma coisa a dizer-te. Respondeu ele: Dize-a, Mestre.


Certo credor tinha dois devedores; um lhe devia quinhentos denários, e outro cinqüenta.


Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles, pois, o amará mais?


Respondeu Simão: Suponho que é aquele a quem mais perdoou. Replicou-lhe Jesus: Julgaste bem.


E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta com suas lágrimas os regou e com seus cabelos os enxugou.


Não me deste ósculo; ela, porém, desde que entrei, não tem cessado de beijar-me os pés.


Não me ungiste a cabeça com óleo; mas esta com bálsamo ungiu-me os pés.


Por isso te digo: Perdoados lhe são os pecados, que são muitos; porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.


E disse a ela: Perdoados são os teus pecados.


Mas os que estavam com ele à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este que até perdoa pecados?


Jesus, porém, disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz.

 

Lucas, capítulo 7

 

 

"Nosso querido amigo [Chico Xavier] há muito claudicava. Doía-lhe um pé. Dr. José Rocha, médico vizinho e amigo, já lhe ministrara medicamentos sem, contudo, minorar seu sofrimento. (...) Tudo de pouca valia! As dores persistiam, fazendo Chico mancar horrivelmente.

 

Os funcionários da Fazenda Modelo retornavam às suas casas servindo-se de uma charrete (...). O veículo adentrava a cidade por uma rua onde localizava-se, então, o meretrício.

 

Uma tarde, Chico e seus companheiros, ao passarem pelo "Biriba" — designação vulgar dada ao logradouro — foram abordados por uma das moças que habitavam o lugar. E dirigindo-se a Chico, disse:

 

— Venha até minha casa. Preciso lhe falar.

 

Gracejos, motejos, risadas e comentários infelizes fizeram-se ouvir. Chico desceu do carro, com dificuldade, acompanhando a moça até sua residência.

 

Todas as meretrizes que lá viviam receberam-no com profundo respeito, oferecendo-lhe uma cadeira, na qual Chico assentou-se.

 

A moça que o abordara trouxe uma pequena bacia, com água limpa. Humildemente, pediu-lhe permissão para descalçá-lo dos sapatos, colocando seu pé doente dentro da bacia. Segurando raminhos de flores do campo, a moça rezou e todas as outras a acompanharam, contritas. Ela molhava os raminhos e os batia, delicadamente, no pé de Chico, repetidamente, por várias vezes. Em seguida, enxugou-o, beijou-o e o calçou novamente.

 

Dois dias depois, chorando de emoção, Chico contou-nos o que presenciara na casa de encontros. Através de sua vidência, registrou que o líquido da bacia foi ficando escuro e lodoso, à medida que a mulher banhava-lhe o pé, fazendo com que a dor se esvaísse lentamente.

 

Para todos os presentes, a água manteve-se inalterada, límpida, nada mudara.

 

Chico nunca mais sentiu tal dor. A pobre meretriz, no ato humilde, no gesto simples, na bacia insignificante e nos raminhos de mato, mais que nós outros, colocara em sua oração algo sublime e operador de maravilhas: o amor!

 

Chico Xavier - Mandato de amor

Autores diversos

1ª Parte

Fonte: http://bibliadocaminho.com/ocaminho/TXavieriano/Livros/Cma/CmaP1C02.htm

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Ainda Hoje...


"Então um dos malfeitores que estavam pendurados, blasfemava dele, dizendo: Não és tu o Cristo? salva-te a ti mesmo e a nós.
Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando na mesma condenação?
E nós, na verdade, com justiça; porque recebemos o que os nossos feitos merecem; mas este nenhum mal fez.
Então disse: Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.
Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso."


Lucas, capítulo 23



Que consequência produz o arrependimento no estado corporal?

"Fazer que, já na vida atual, o Espírito progrida, se tiver tempo de reparar suas faltas.
Quando a consciência o censura e lhe mostra uma imperfeição, o homem pode sempre melhorar-se."

O Livro dos Espíritos
Questão 992
Paris, 1857




Ladrão se arrepende e devolve dinheiro roubado de vítima: 'Peço que me perdoe'

Publicado por Ylena Luna - 23 horas atrás

"Quem me protege não dorme". A frase no final do relato feito no Facebook do carioca Eduardo Goldenberg, 42 anos, é o resumo que ele dá para uma curiosa história ocorrida no réveillon, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Depois de ter a carteira furtada no trajeto para a festa de ano-novo na casa de amigos, o advogado foi surpreendido, na terça-feira com um envelope branco, com quase todo o dinheiro que estava no objeto subtraído e uma carta com pedido de desculpas do ladrão.

Ele contou que saiu da casa onde mora, na Tijuca, na Zona Norte do Rio, para as tradicionais comemorações do ano-novo. Mas fugiu da regra de levar apenas a chave de casa, dinheiro e um documento de identificação. "Nesse último réveillon, sem qualquer razão aparente, saí de casa com a carteira que uso no meu dia-a-dia: cheia de documentos, carteira da OAB, cartões de banco, da seguradora, carteira do plano de saúde, do programa de sócio-torcedor do Flamengo, meus cartões de visita, tudo. E R$ 1.017,00 em dinheiro", relatou na internet.

Ao chegar à estação Siqueira Campos, em Copacabana, ele sentiu quando alguém colocou a mão no bolso esquerdo da bermuda e levou o item de valor. Não houve tempo para reação, por conta da rapidez do criminoso. "Nada disso importa, é 31 de dezembro, que façam bom uso do dinheiro, dos documentos eu peço a segunda via e vamos pra festa que é o que interessa", pensou.

No primeiro dia de 2016, ele recebeu uma mensagem pelo Facebook de uma pessoa que afirmava ter encontrado a carteira dele nas proximidades de onde o advogado havia passado o réveillon. Eduardo Goldenberg conseguiu então recuperar a carteira com os documentos, mas sem o dinheiro e os cartões de visita.

Envelope branco

A surpresa veio na terça-feira, já que ele não havia ido trabalhar na segunda-feira. Segundo o relato dele no Facebook, ao chegar ao escritório, ele se deparou com um envelope branco fechado, sem nada escrito nem na frente e nem no verso, com considerável volume dentro. "Senti que era dinheiro, só no tato. Entrei, já aflito. Tranquei a porta. Acendi as luzes, sentei-me, pus os óculos, abri com cuidado o envelope e contei, atônito, R$ 967,00 em dinheiro".

O ladrão que havia furtado os pertences do advogado ainda deixou um bilhete manuscrito, contando sobre o arrependimento pelo crime. "Dr. Eduardo estou devolvendo seu dinheiro que eu peguei da sua carteira no dia 31 em Copacabana. Não dormi arrependido e peço que me perdoe. Feliz Ano Novo. Só tirei cinquenta reais pra comprar uma champanhe pra minha mãe. Fábio".

"Soco no estômago"

O empresário contou que o espanto maior foi com a "possibilidade de encontrar pessoas que ainda tem consciência". "Nós todos somos massacrados o tempo inteiro e temos profunda desesperança na sociedade. Então, uma coisa dessas acontecer é como se fosse um soco no estômago", relatou.

Ele também explica que sentiu piedade pela pessoa, mesmo diante de um crime. "Fiquei mexido, pensando na situação passada por ele, porque não é fácil fazer o que ele fez. Pensei ainda no tipo de pessoa que poderia ser, uma criança talvez, por conta da letra, por citar o presente para a mãe. (...) Não vou saber nunca quem foi, mas fiquei com pena", disse. A situação é totalmente inédita para o advogado, que agora se sente "premiado" por ter sido o alvo de um sentimento de arrependimento de outra pessoa. "É um grande prenúncio de coisas boas para o ano", concluiu.

Fonte: JusBrasil


sábado, 9 de janeiro de 2016

Misericórdia quero...


"Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios."

Jesus (Mateus, capítulo 9)
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Desaparecerá algum dia, da legislação humana, a pena de morte?

"Incontestavelmente desaparecerá e a sua supressão assinalará um progresso da Humanidade. Quando os homens estiverem mais esclarecidos, a pena de morte será completamente abolida na Terra. Não mais precisarão os homens de ser julgados pelos homens. Refiro-me a uma época ainda muito distante de vós."

"Assim é que o que pareceu justo, numa época, parece bárbaro em outra. Só as leis divinas são eternas; as humanas mudam com o progresso e continuarão a mudar, até que tenham sido postas de acordo com as de Deus."

O Livro dos Espíritos
Questões 760 e 763
Paris, 1857
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Por que a pena de morte tem sido cada vez menos usada nos EUA?

De acordo com relatório divulgado nesta quarta-feira, dia 16 de dezembro, pelo Death Penalty Information Center (Centro de Informações sobre a Pena de Morte), em 2015 os Estados Unidos registraram um número historicamente baixo de execuções e sentenças de morte.

O relatório do Death Penalty Information Center

Segundo o relatório do Death Penalty Information Center houve uma queda de 20% nas execuções em relação a 2014. As 28 execuções registradas em 2015 também é o menor número desde 1991, quando 14 prisioneiros foram executados.

Neste ano, 14 Estados e o governo federal sentenciaram 49 pessoas à morte. Em 2014, foram 73.

Os Estados do Texas, Missouri e Georgia foram responsáveis por 86% das execuções.

Concentração geográfica

Segundo Robert Dunham, diretor-executivo do Death Penalty Information Center:

"Há cada vez mais evidências de que a pena de morte está não apenas se tornando mais rara, mas também concentrada em um número muito pequeno de Estados e condados", disse.

A pena de morte é adotada em 31 estados americanos e também pelo governo federal. Outros dezoito Estados aboliram a prática.

Razões para o declínio

De acordo com Dunham, diversos fatores explicam o declínio no uso da pena de morte:

"Um dos principais é o fato de que o público americano está cada vez mais preocupado com a possibilidade de que inocentes tenham sido condenados à morte ou executados", argumenta.

156 pessoas no corredor da morte foram exoneradas depois que se comprovou que eram inocentes. Somente neste ano, seis prisioneiros no corredor da morte foram exonerados de todas as acusações.

Dunham ainda aponta para casos em que a sentença se baseou em provas falsas:

"Em cinco dos seis casos de exoneração neste ano houve comprovação de má conduta por parte da acusação", diz.

O alto custo das execuções também explicaria a queda.

Mudança de opinião

Uma pesquisa do Pew Research Center deste ano revelou que apenas 56% dos americanos são favoráveis à pena de morte. Em 1995, esse percentual era de 78%.

"O apoio público à pena de morte na maioria das pesquisas caiu cerca de 20 pontos percentuais na última geração", diz Dunham.

Apesar da tendência de queda, a pena de morte ainda tem muito apoio no país. Um grupo de promotores e familiares de vítimas de assassinato na Califórnia lançou uma campanha para acelerar o processo de apelações em casos de prisioneiros no corredor da morte e reduzir os custos das execuções.

A iniciativa será votada por referendo em novembro de 2016.

Fonte: JusBrasil