domingo, 22 de dezembro de 2013

Alegria dos Outros

"O homem tem que progredir. Insulado, não lhe é isso possível, por não dispor de todas as faculdades. Falta-lhe o contacto com os outros homens. No insulamento, ele se embrutece e estiola."

"Homem nenhum possui faculdades completas. Mediante a união social é que elas umas às outras se completam, para lhe assegurarem o bem-estar e o progresso. Por isso é que, precisando uns dos outros, os homens foram feitos para viver em sociedade e não insulados."
 
O Livro dos Espíritos
Questão 768
Paris, 1857
 

 
"(...) Um outro senhor se aproximou. Tinha tudo: dinheiro, saúde, família. Mas era triste. Vivia num vazio permanente.

Chico matou a charada: - Falta ao senhor a alegria dos outros."

Marcel Souto Maior
As vidas de Chico Xavier
2ª edição revista e ampliada
São Paulo, Editora Planeta, 2003
 

 
Uso frequente do celular aumenta ansiedade e diminui felicidade de estudantes
Redação do Diário da Saúde
16/12/2013
Quanto mais usam o celular, mais ansiosos e menos felizes os estudantes se sentem.
 
Os telefones celulares dos alunos raramente estão fora do alcance, mesmo quando eles estão na sala de aula, na biblioteca, ou no refeitório.
 
Mas será que o uso do telefone celular está relacionado de alguma forma com indicadores mensuráveis importantes para o sucesso do aluno, tais como as notas, seu nível de ansiedade ou seu estado geral de felicidade?
 
Andrew Lepp, Jacob Barkley e Aryn Karpinski, da Universidade Estadual de Kent (EUA) pesquisaram mais de 500 estudantes universitários em busca de respostas para essa pergunta.
 
Para isso eles registraram o uso diário de telefone celular e submeteram os estudantes a avaliações clínicas de ansiedade e indicadores geralmente usados para indicar a felicidade, ou a satisfação com a própria vida.
 
Finalmente, todos os participantes permitiram aos pesquisadores acessar seus registros universitários oficiais, a fim de verificar suas notas.
 
Avaliação crítica
 
Os resultados da análise mostraram que o uso do telefone celular está negativamente correlacionado com a felicidade e com as notas, e positivamente correlacionado com a ansiedade.
 
Em outras palavras, quanto mais usam o telefone celular, mais ansiosos e menos felizes os estudantes se sentem quando comparados a seus colegas que usam menos o telefone celular, além de tirarem notas mais baixas.
 
No início deste ano, a mesma equipe havia identificado uma correlação negativa entre o uso de telefone celular e a capacidade cardiorrespiratória.
 
Segundo os pesquisadores, tomados em conjunto, estes resultados sugerem que os alunos devem ser encorajados a monitorar o próprio uso do telefone celular, refletindo sobre o hábito de forma crítica para que ele não se torne prejudicial para seu desempenho acadêmico, para sua saúde mental e física e para o seu bem-estar geral - a sua felicidade.
 

domingo, 8 de dezembro de 2013

Fé sem Muros

"Vós adorais o que não conheceis (...) Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade."
Jesus
(João, capítulo 4)
 
 
"porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido."
Paulo (1ª carta aos Coríntios, capítulo 9)
 


Tem Deus preferência pelos que o adoram desta ou daquela maneira?
 
"Deus prefere os que o adoram do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, em vez daqueles que julgam honrá-lo com cerimônias que os não tornam melhores para com os seus semelhantes. Todos os homens são irmãos e filhos de Deus. Ele atrai a si todos os que lhe obedecem às leis, qualquer que seja a forma sob que as exprimam. É hipócrita aquele cuja piedade se limita aos atos exteriores. Mau exemplo dá todo aquele cuja adoração é afetada e contradiz o seu procedimento. Não pergunteis, pois, se alguma forma de adoração há que mais convenha, porque equivaleria a perguntardes se mais agrada a Deus ser adorado num idioma do que noutro. Ainda uma vez vos digo: até ele não chegam os cânticos, senão quando passam pela porta do coração."
 
O Livros dos Espíritos
Pergunta 654
Paris, 1857
 

 
Misticismo rompe com grilhões das igrejas e das ciências
Redação do Diário da Saúde
06/12/2013
As igrejas estão cada vez mais vazias, e as pessoas têm encontrado suas próprias formas de espiritualidade através das chamadas teologias místicas.
 
Construções do Misticismo
 
Em contraste com os séculos anteriores, as experiências místicas de hoje não são mais exclusivamente ligadas a mosteiros e formas contemplativas de vida em locais afastados.
 
Em vez disso, formas místicas de experiência são cada vez mais buscadas independentemente das instituições.
 
O fenômeno tem chamado a atenção de inúmeros pesquisadores.
 
Tantos que agora eles estão organizando uma conferência internacional na Alemanha, que reunirá especialistas de todo o mundo em um evento chamado "Construções do Misticismo".
 
O objetivo do encontro é analisar, através das fronteiras religiosas, as raízes do misticismo desde a Antiguidade, a redescoberta do misticismo no século 20 e os rumos que essa teologia mística está assumindo no século 21.
 
Fenômenos místicos
 
Segundo os pesquisadores, o fenômeno do misticismo secular aparece na vida de um número inacreditavelmente grande de pessoas.
 
"Na pesquisa Religion Monitor 2013, quase a metade dos alemães do oeste e um terço dos alemães do leste afirmaram ter experiências de unidade e totalidade, ou seja, experiências que estão frequentemente relacionadas com o misticismo," relata a Dra. Annette Wilke, da Universidade de Munique e uma das organizadoras do evento.
 
"Muitas pessoas se sentem em harmonia com a natureza ou com o universo em tais momentos. Nem sempre a crença em Deus está envolvida com essas experiências", acrescenta.
 
"O misticismo atrai muitas pessoas hoje ao oferecer formas intensivas de crença pessoal e uma espiritualidade que é baseada na experiência. Isto está de acordo com a individualização da nossa sociedade", de acordo com a pesquisadora.
 
Também está em linha com o afastamento das pessoas em relação às religiões tradicionais e aos seus dogmas e regras, que pouco oferecem em termos de conexão direta com o "algo maior" em que essas pessoas acreditam, geralmente diferente da crença no Deus pessoal antropomorfizado preconizado pelas religiões.
 
"Isso também explica o apelo de religiões como o budismo e o hinduísmo, que têm a reputação de serem particularmente místicas", reconhece Wilke.
 
Teologia mística
 
Na verdade, mesmo religiões tradicionais, como a Igreja Católica, já se deram conta do fenômeno e possuem grupos de meditação em suas fileiras. Teólogos como John Main e Lawrence Freeman têm uma legião de adeptos no mundo todo, relembrando experiências que remontam a Santa Tereza de Ávila e São João da Cruz.
 
O Islamismo possui sua própria linhagem mística, essa muito mais antiga e disseminada, por meio do sufismo e dos dervishes.
 
Mas o que está chamando mais a atenção dos pesquisadores é o renascimento do misticismo, por assim dizer, "doméstico", em que as pessoas parecem ter descoberto uma maneira de lidar com o mundo moderno sem se tornarem escravas dele.
 
"Por um lado, isto serviu para a libertação dos 'grilhões da Igreja' e, por outro lado, dos grilhões das ciências naturais, como o filósofo Fritz Mauthner disse em 1925", resumiu Wilke.

Fonte: DiarioDaSaude

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Prece e Perdão

"Ouvistes que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo.
Eu, porém, vos digo: (...) orai pelos que vos perseguem;
(...) fazei bem aos que vos odeiam, bendizei aos que vos maldizem,
e orai pelos que vos caluniam.
Jesus (Mateus, capítulo 5 / Lucas, capítulo 6)
 


Cientistas explicam relação entre a prece e o perdão
Redação do Diário da Saúde
26/03/2010

Errar e rezar
 
Todas as pessoas, uma vez ou outra, sentem culpa por alguma transgressão. Isso acontece porque nós não somos perfeitos e todos acabam quebrando a confiança de alguém ou mesmo cometendo atos danosos aos outros.
 
E, assim como erram, todos têm a esperança de obter o perdão por essas transgressões.
 
Juntamente com este fato, o psicólogo Nathaniel Lambert e seus colegas da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, constataram um outro, igualmente verificável: 9 de cada 10 norte-americanos relataram em uma pesquisa que rezam, seja rotineiramente, seja de vez em quando.
 
Interesse científico na oração e no perdão
 
Os pesquisadores decidiram então estudar as duas coisas em conjunto, propondo questões que parecem estar mais afetas a pregadores religiosos do que a cientistas:

1. É possível que a oração dirigida a alguém possa acender o perdão naqueles que estão fazendo a oração, ajudando no processo de preservar relacionamentos?

2. Se sim, por que não aproveitar toda estas orações que já são feitas rotineiramente e dirigi-las às pessoas que nos ofenderam?

Embora pareçam ter cunho religioso, estas preocupações têm tudo a ver com a psicologia científica: os erros que todos os seres humanos cometem estragam relacionamentos e geram emoções negativas difíceis de curar.
 
Se as preces de fato ajudam a perdoar - restaurando relacionamentos e aliviando emoções negativas - então por que não utilizá-las como mais um recurso terapêutico?
 
Teste científico da prece
 
Para testar cientificamente as duas questões, Lambert e seus colegas bolaram dois experimentos, que estão relatados em um artigo que acaba de ser publicado na revista Psychological Science.
 
No primeiro experimento, eles colocaram um grupo de homens e mulheres rezando uma única prece para o bem-estar do seu parceiro romântico com que tiveram desavenças sérias recentes.
 
Enquanto isso, um outro grupo - o chamado grupo de controle experimental - simplesmente descrevia o seu parceiro, registrando sua declaração em um gravador.
 
Em seguida, ele partiram para medir o perdão. Os cientistas definiram o perdão como a diminuição dos sentimentos negativos que surgem em relação a alguém quando você se sente injustiçado por esse alguém - neste caso, os parceiros da relação amorosa.
 
Efeitos da prece
 
Os resultados mostraram que aqueles que oraram por seu parceiro abrigavam menos emoções e pensamentos de vingança: eles estavam mais dispostos a perdoar e a deixar sua vida seguir em frente.
 
Se uma única prece pode causar uma diferença tão marcante nos sentimentos, o que então seria capaz de fazer por um relacionamento uma prece que fosse rezada durante um tempo maior?
 
Para verificar isto, os pesquisadores fizeram um segundo experimento, no qual um grupo de homens e de mulheres rezaram por um amigo próximo todos os dias durante quatro semanas. O grupo de controle simplesmente refletia sobre o relacionamento, com pensamentos positivos, mas sem rezar para o bem-estar do amigo.
 
Compaixão
 
Os cientistas também acrescentaram uma outra dimensão. Eles utilizaram uma escala para medir a preocupação altruísta pelos outros - não para qualquer pessoa em particular, mas para todas as outras pessoas em geral.
 
Eles levantaram a hipótese de que o fato de estarem orando por alguém poderia aumentar o que eles chamam de "preocupação abnegada" - um conceito próximo ao de compaixão - que por sua vez aumentaria a capacidade de perdoar diretamente alguém.
 
E foi justamente isto o que eles encontraram.
 
Por que a prece funciona
 
Mas por quê? Como é que esta prática espiritual tão comum - rezar por alguém - exerce seus efeitos de cura emocional?
 
Os cientistas acreditam poder responder: Na maioria das vezes, os casais professam e acreditam em objetivos comuns, mas quando encaram uma desavença frequentemente passam a se ver como adversários, como emoções como o desejo de retribuir na mesma moeda e o ressentimento.
 
Essa visão do outro como um adversário muda o foco cognitivo para o ego, e pode ser difícil retirar esse foco em si mesmo para amenizar as emoções negativas e restabelecer o relacionamento.
 
A oração parece desviar a atenção do ego, levando-a de volta para o outro, o que permite que os ressentimentos aos poucos arrefeçam, até desaparecer.
 
 

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Conjunto Vazio

"Destruindo-se o materialismo, que é uma das chagas da sociedade, (...) os homens compreendem onde se encontram seus verdadeiros interesses. Deixando a vida futura de estar velada pela dúvida, o homem perceberá melhor que, por meio do presente, lhe é dado preparar o seu futuro."
O Livro dos Espíritos
Questão 
799
Paris, 1857
 

 
Materialismo torna mais difícil lidar com traumas
Redação do Diário da Saúde
07/10/2013

As pessoas materialistas experimentam mais estresse por conta de eventos traumáticos e são mais propensas a gastar compulsivamente por causa desses incidentes.
 
"Quando as coisas ficam difíceis, o materialista vai às compras", resume Ayalla Ruvio, da Universidade Estadual de Michigan (EUA).
 
"E este comprar compulsivo e impulsivo é susceptível de produzir ainda mais estresse e menor bem-estar. Essencialmente, o materialismo parece fazer os eventos ruins ainda piores", acrescenta.
 
Pessoas altamente materialistas, quando confrontadas com uma ameaça mortal - o estudo analisou pessoas em zonas de conflito - apresentam níveis muito mais elevados de sintomas de estresse pós-traumático e compras impulsivas e compulsivas do que seus vizinhos menos materialistas.
 
Essas pessoas orientadas à posse tendem a ter uma autoestima mais baixa, diz Ruvio, acrescentando: "A relação entre o materialismo e o estresse pode ser mais prejudicial do que se imagina."
 
Efeitos do materialismo
 
Para a segunda parte do estudo, os pesquisadores se propuseram a examinar os fatores por trás dos efeitos do materialismo.
 
Eles entrevistaram 855 residentes nos Estados Unidos, perguntando sobre sua natureza materialista e seu medo da morte.
 
Os resultados revelaram que as pessoas materialistas são mais propensas a tentar aliviar o medo da morte por meio de gastos impulsivos e fora de controle.
 
Neste caso, os efeitos não ocorreram apenas em resposta a uma ameaça específica, como um ataque terrorista, mas como uma forma de lidar com a ansiedade em geral sobre a morte.
 
Assim, o efeito da intensificação que o materialismo exerce sobre o estresse extremo parece ser impulsionado por uma resposta global ao medo da morte e pela baixa auto-estima.
 
Segundo os pesquisadores, as conclusões deste trabalho podem ser estendidas a uma grande variedade de contextos.
 
O estresse pós-traumático surge a partir de uma série de eventos, tais como acidentes automobilísticos, agressões criminosas e desastres naturais.
 
Ruvio afirma estar planejando pesquisas futuras que deverão abordar a relação entre o estresse e o materialismo em diferentes contextos, sob riscos e ameaças diferentes.

Veja outras pesquisas sobre o materialismo:

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Epigenética, a eficácia da atitude

"O homem é quase sempre o obreiro da sua própria infelicidade. Praticando a lei de Deus, a muitos males se forrará e proporcionará a si mesmo felicidade tão grande quanto o comporte a sua existência grosseira."

Os sofrimentos deste mundo independem, algumas vezes, de nós; muito mais vezes, contudo, são devidos à nossa vontade. Remonte cada um à origem deles e verá que a maior parte de tais sofrimentos são efeitos de causas que lhe teria sido possível evitar. Quantos males, quantas enfermidades não deve o homem aos seus excessos, à sua ambição, numa palavra: às suas paixões? Aquele que sempre vivesse com sobriedade, que de nada abusasse, que fosse sempre simples nos gostos e modesto nos desejos, a muitas tribulações se forraria.

Já nesta vida somos punidos pelas infrações que cometemos das leis que regem a existência corpórea, sofrendo os males conseqüentes dessas mesmas infrações e dos nossos próprios excessos. Se, gradativamente, remontarmos à origem do que chamamos as nossas desgraças terrenas, veremos que, na maioria dos casos, elas são a conseqüência de um primeiro afastamento nosso do caminho reto. Desviando-nos deste, enveredamos por outro, mau, e, de conseqüência em conseqüência, caímos na desgraça.
 
O Livro dos Espíritos
Itens 257 e 921
Paris, 1857
 

 
Estilo de vida altera DNA e influencia metabolismo
Redação do Diário da Saúde
01/10/2013

A herança epigenética já mostrou que as células herdam informação que não está no DNA.
 
Outrora visto como um registro definitivo a guiar o que acontece ou não com o corpo humano, hoje o DNA já é encarado com outros olhos por um crescente número de cientistas.
 
Já está bem estabelecido, por exemplo, que o estilo de vida induz alterações no DNA.

Essas alterações podem ter efeitos específicos sobre o metabolismo, sendo benéficos ou causando danos nos órgãos ou doenças, dependendo do estilo de vida.
 
No decurso da vida, as influências ambientais e fatores de estilo de vida - como a dieta, o tabagismo ou a ingestão de bebidas alcoólicas - ou processos como o envelhecimento, induzem alterações bioquímicas no DNA.
 
Frequentemente, essas alterações levam à metilação do DNA, um processo no qual grupos metílicos são adicionados a segmentos específicos do DNA, sem alterar sua sequência.
 
Esses processos podem influenciar a função do gene, sendo conhecidos como epigenética.
 
Epigenética e metabolismo
 
Cientistas do Centro Médico Helmholtz (Alemanha) identificaram agora 28 alterações no DNA associadas a características metabólicas.
 
Este é o primeiro estudo de larga escala associando o epigenoma com metabólitos e genes modificados pelo estilo de vida.
 
O grupo analisou mais de 457 mil locais no DNA em busca de alterações bioquímicas, e comparou-as com as concentrações de 649 metabólitos diferentes.
 
A análise revelou que a metilação de 28 segmentos de DNA altera uma série de processos metabólicos importantes.
 
"Este estudo nos dá novas informações sobre como os fatores de estilo de vida podem influenciar o metabolismo através das alterações resultantes no DNA", afirmam Melanie Waldenberger e Christian Gieger.
 
"Agora podemos usar estes resultados para desenvolver novas abordagens diagnósticas e terapêuticas para doenças relacionadas com o estilo de vida, tais como o diabetes", concluíram

Há outros grupos procurando associações mais específicas no epigenoma, procurando descobrir, por exemplo, como a epigenética altera os genes ligados ao câncer.
 
 

 
Epigenética: como alterar seus genes alterando seu comportamento
Com informações da revista Unesp Ciência
24/10/2012 

Hoje já se sabe, por exemplo, que exercícios físicos alteram o DNA e até que o mesmo gene que mata uma pessoa pode não afetar outra.

Gene interruptor de gene
 
Sabe para que servem 10 mil dos 20 mil genes que cada ser humano carrega dentro de suas células?
 
A resposta veio à tona no mês passado, com a divulgação dos resultados da segunda etapa do projeto de pesquisa internacional conhecido como Encode.
 
Maior parte do DNA humano tem função bioquímica e não é "lixo"

O Encode teve início em 2003 e envolveu 440 pesquisadores de 32 laboratórios.
 
A quantidade de dados gerados foi tamanha que os resultados demandaram nada menos que 30 artigos científicos diferentes, publicados na Nature e em outras duas revistas.
 
Epigenética
 
A compilação dos dados mostrou que a função de metade de nosso genoma é regular a atividade da outra metade, uma constatação que surpreendeu até os cientistas.
 
"Se alguém dissesse que a metade ou mais dos nossos genes possui informações para ligar e desligar a outra metade, não sei se alguém acreditaria nele", comentou John Stamatoyannopoulos, pesquisador da Universidade de Washington, que participou do projeto.
 
A divulgação dos resultados do Encode é uma demonstração da importância que cada vez mais ganham os estudos da área conhecida como epigenética, que estuda precisamente os mecanismos de ativação dos genes.
 
A epigenética lida com os mecanismos bioquímicos pelos quais os genes são "ativados" ou "desativados", explica Paula Rahal, coordenadora do Laboratório de Estudos Genômicos da Unesp em São José do Rio Preto, que atua na área há uma década.
 
O genoma carrega as informações necessárias para criar todas as estruturas que compõem o organismo. E cada gene possui, de forma codificada, a receita para produzir uma determinada proteína.
 
Nos genes "ativados", a produção da proteína correspondente ocorre normalmente. Isto é chamado de expressão gênica.
 
"Os genes 'desativados' não se expressam, isto é, não conseguem reproduzir a proteína cuja informação possuem de forma codificada", descreve Paula.
 
Ambiente afeta os genes
 
Há décadas, pesquisas mostram que fatores como maus hábitos alimentares, sedentarismo, ingestão de álcool, tabagismo etc. exercem influência negativa na saúde e muitas vezes estão associados à maior ocorrência de vários males.
 
Por meio do estudo dos mecanismos de ativação e desativação genética, os cientistas estão conseguindo compreender melhor as vias pelas quais se dá esta interação entre o genoma do indivíduo e o ambiente em que ele vive.
 
Segundo Paula, por meio da epigenética estamos começando a entender como o estilo de vida afeta os genes.
 
Hoje já se sabe, por exemplo, que exercícios físicos alteram o DNA e até que o mesmo gene que mata uma pessoa pode não afetar outra.

Nutrigenômica
 
"Já há dados na literatura sugerindo que seria possível interferir no funcionamento dos genes, tanto no caso da obesidade quanto no do câncer, por meio da dieta. Se isso for possível, poderemos reduzir o uso de medicamentos. Este é um dos focos da nossa pesquisa", diz Daisy Salvadori, diretora do Laboratório de Toxicogenômica e Nutrigenômica da Unesp em Botucatu.
 
A pesquisa sobre a possibilidade de influenciar o funcionamento dos genes pela alimentação é denominada de nutrigenômica.
 
"Duas pessoas podem seguir exatamente a mesma dieta, mas vão absorver os alimentos de forma totalmente diferente", explica Bruno Luperini, membro do grupo de Daisy. "Isso ocorre porque um organismo possui milhares de elementos diferenciados em relação ao outro. Pode ser que estas diferenças também influenciem a maneira como cada pessoa responde à cirurgia de redução de estômago", explica.
 
A expectativa é que os resultados ajudem a entender melhor o intrincado maquinário genético associado à obesidade.
 
"A obesidade é uma doença complexa, que resulta da interação entre o ambiente e vários genes, que possuem funções diferentes. Há aquele que está ligado à sensação de fome, o que causa a saciedade, o que influencia a escolha por alimentos mais calóricos, o que está associado à absorção de nutrientes", explica Bruno.
 
Por isso, a pesquisa vai analisar não um, mas um grupo de milhares de genes, a fim de identificar sinais de processos epigenéticos que possam estar contribuindo para que alguns pacientes experimentem uma redução de peso maior do que outros após a cirurgia bariátrica.
 

sábado, 21 de setembro de 2013

Misericórdia, não sacrifícios

"Não necessitam de médico os sãos, mas sim os enfermos.
Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios.
(...) se vós soubésseis o que significa (...), não condenaríeis os inocentes.
Porque eu não vim chamar justos, mas pecadores.
Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!
porque fechais aos homens o reino dos céus;
pois nem vós entrais, nem aos que entrariam permitis entrar.
porque (...) tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber,
a justiça, a misericórdia e a fé (...)"

Mateus, capítulos 9, 12 e 23

 
Papa diz que Igreja Católica fala demais em homossexualidade e aborto
Com Agências de Notícias
19/09/2013

O papa Francisco afirmou que a Igreja Católica deve "acompanhar" os que se afastam de sua doutrina "com misericórdia" e "a partir das suas condições" reais de vida.
 
Na longa entrevista, em italiano, à revista jesuíta Civiltà Cattolica, o papa também mencionou a questão do aborto, dizendo que se uma mulher interrompe a gravidez, fato que "pesa muito" e do qual ela está "sinceramente arrependida", o seu ato deve ser perdoado.
 
"O confessionário não é uma câmara de tortura, mas um lugar de misericórdia", acrescentou na entrevista.
 
O papa Francisco explicou que a Igreja "não pode insistir apenas sobre as questões relacionadas com o aborto, o casamento homossexual e o uso de métodos contraceptivos", assuntos sobre os quais a Igreja estaria "insistindo demais".
 
Ele advertiu que a estrutura moral da igreja pode cair como "um castelo de cartas" a não ser que se promova "um novo equilíbrio".
 
"Não podemos insistir (em falar) apenas nas questões relacionadas ao aborto, ao casamento gay e ao uso de métodos contraceptivos. Isso não é possível. Os ensinamentos da Igreja sobre isso são claros, e eu sou um filho da igreja, mas não é necessário que eu fale disso o tempo todo."
 
"A igreja não pode ficar obcecada com a transmissão de um conjunto desarticulado de doutrinas sendo impostas insistentemente", prosseguiu o papa. "Temos de encontrar um novo equilíbrio, ou até mesmo a estrutura moral da igreja pode cair como um castelo de cartas, perdendo o frescor e a fragrância do Evangelho."
 
"A igreja em que devemos pensar é a que é a casa de todos, e não uma pequena capela onde cabe apenas um pequeno grupo de pessoas selecionadas. Não podemos reduzir o âmago da igreja a um ninho que proteja nossa mediocridade."
 
Esta visão está em flagrante contraste com as prioridades de seus antecessores, João Paulo 2º e Bento 16, que viam a chamada doutrina como o guia maior para o clero.
 
Francisco afirmou que regras demais podem fazer com que a Igreja Católica perca seu propósito.
 
"É inútil perguntar a uma pessoa seriamente ferida se ela sofre de colesterol alto", afirmou. "Temos que curar suas feridas. E depois podemos falar do resto."
 

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Lógica da Prosperidade

"Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam,
fazei-lho também vós a eles; porque esta é a lei e os profetas."
Jesus (Mateus, capítulo 7)

"O choque, que o homem experimenta, do egoísmo dos outros é o que muitas vezes o faz egoísta, por sentir a ne
cessidade de colocar-se na defensiva. Notando que os outros pensam em si próprios e não nele, ei-lo levado a ocupar-se consigo, mais do que com os outros. Sirva o princípio da caridade e da fraternidade de base às instituições sociais, às relações legais de povo a povo e de homem a homem, e cada um pensará menos na sua pessoa, assim veja que outros nela pensaram. Todos experimentarão a influência moralizadora do exemplo e do contacto. Em face do atual extravasamento de egoísmo, grande virtude é verdadeiramente necessária, para que alguém renuncie à sua personalidade em proveito dos outros, que, de ordinário, absolutamente lhe não agradecem.  Principalmente para os que possuem essa virtude, é que o reino dos céus se acha aberto. A esses, sobretudo, é que está reservada a felicidade dos eleitos, pois em verdade vos digo que, no dia da justiça, será posto de lado e sofrerá pelo abandono, em que se há de ver, todo aquele que em si somente houver pensado."
 
Livro dos Espíritos
O Egoísmo
Questão 917
Paris, 1857
 

 
Generosidade vence egoísmo na evolução
Redação do Diário da Saúde
16/09/2013

"Nosso trabalho mostra que nenhuma estratégia egoísta terá sucesso na evolução", disse Plotkin. "As únicas estratégias que são evolutivamente robustas são as generosas."
 
Depois de décadas de domínio das teorias sobre a "sobrevivência do mais forte", os cientistas parecem estar se rendendo a outras interpretações para a evolução biológica.
 
Primeiro, eles começaram a falar na sobrevivência do mais bondoso, e não do mais guerreiro ou mais violento.
 
Há poucos dias, outra equipe defendeu que a evolução irá puni-lo se você for egoísta e sovina.
 
Agora, biólogos da Universidade da Pensilvânia (EUA) estão oferecendo uma explicação matemática de por que a cooperação e a generosidade evoluíram na natureza, tida como tipicamente competitiva.
 
Jogadores em evolução
 
Os biólogos se valeram da ferramenta mais empregada pelos cientistas quando o assunto é o relacionamento em larga escala: a teoria dos jogos - mais especificamente, uma situação conhecida como "Dilema do Prisioneiro".
 
Alexander Stewart e Joshua Plotkin analisaram o resultado do Dilema do Prisioneiro conforme o problema era encarado por uma grande população de jogadores em evolução - uma descrição bem precisa da humanidade do ponto de vista da biologia evolutiva.
 
Embora a explicação básica da evolução afirme que as estratégias de competição são as que importam, Stewart e Plotkin chegaram a uma demonstração matemática de que as únicas estratégias de sucesso a longo prazo são as estratégias envolvendo a generosidade.
 
"Desde Darwin", explica Plotkin, "os biólogos têm-se intrigado sobre por que existe tanta cooperação aparente, e mesmo a generosidade e o altruísmo por si sós na natureza. A literatura sobre a teoria dos jogos tem trabalhado para explicar por que a generosidade surge."
 
Conforme os jogos se repetiam ao longo das gerações, tornou-se claro para os biólogos que as estratégias de extorsão não funcionam em uma população grande e em evolução.
 
Gene generoso
 
"O fato de que existem estratégias de extorsão imediatamente sugerem que, na outra extremidade da escala, também pode haver estratégias generosas", disse Stewart. "Você pode pensar que ser generoso seria uma coisa estúpida de se fazer, e é, se houver apenas dois jogadores no jogo. Mas, se há muitos jogadores e todos eles se comportam generosamente, todos se beneficiam da generosidade de cada um."
 
Nas estratégias generosas, que são essencialmente o oposto das estratégias de extorsão, os jogadores tendem a cooperar com seus adversários. Se eles não fizerem isto, sofrerão mais do que seus adversários no longo prazo.
 
O "perdão" também é uma característica dessas estratégias. Um jogador que encontra um oponente que sai da linha da generosidade pode punir o desertor, mas, depois de um tempo, pode cooperar com ele novamente.
 
"Nosso trabalho mostra que nenhuma estratégia egoísta terá sucesso na evolução", disse Plotkin. "As únicas estratégias que são evolutivamente robustas são as generosas."
 
A descoberta, embora abstrata, ajuda a explicar a presença da generosidade na natureza, uma inclinação que geralmente parece contrária à noção darwinista da sobrevivência do mais apto.
 

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Ralo Mental

A felicidade neste mundo é relativa à posição de cada um. O que basta para a felicidade de um, constitui a desgraça de outro. Haverá, contudo, alguma medida de felicidade comum a todos os homens?

"Com relação à vida material, é a posse do necessário. Com relação à vida moral, a consciência tranqüila e a fé no futuro."
 
(...) não há pessoas que se vêem na impossibilidade de prover às suas necessidades, em conseqüência de (...) causas independentes da sua vontade?

"Numa sociedade organizada segundo a lei do Cristo ninguém deve morrer de fome."
 
Com uma organização social criteriosa e previdente, ao homem só por culpa sua pode faltar o necessário. Porém, suas próprias faltas são freqüentemente resultado do meio onde se acha colocado. Quando praticar a lei de Deus, terá uma ordem social fundada na justiça e na solidariedade e ele próprio também será melhor.

O Livro dos Espíritos
Questões 922 e 930
Paris, 1857
 

 
Pobres ficam sem recursos mentais para sair da pobreza
Redação do Diário da Saúde
13/09/2013
Quem não tem o suficiente para viver não dispõe de reservas mentais para tentar sair de sua situação.
 
A pobreza e as preocupações que a acompanham consomem tanta energia mental que os pobres têm pouco espaço em seus cérebros para qualquer outra coisa.
 
Como resultado, as pessoas com condições econômicas limitadas são mais propensas a cometer erros e tomar decisões erradas que podem ser amplificadas por seus problemas financeiros - o que ajuda a perpetuar esses problemas.
 
A conclusão é que ser pobre pode impedir que as pessoas se concentrem em caminhos que poderiam tirá-las da pobreza.
 
Sem recursos mentais
 
A função cognitiva decai com o esforço constante, e o esforço para lidar com os efeitos imediatos de ter pouco dinheiro - como arranjar dinheiro para pagar as contas e encontrar formas de cortar despesas - consome toda a "energia cognitiva".
 
Assim, a pessoa fica com menos "recursos mentais" para se concentrar em assuntos complicados, mas indiretamente relacionados, como a educação, a formação profissional e a gestão do seu tempo.
 
"Essas pressões criam uma preocupação fundamental na mente, drenando recursos mentais do problema em si. Isso significa que ficamos incapazes de nos concentrar em outras coisas na vida que precisam da nossa atenção", explica Jiaying Zhao, da Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá), que acaba de se debruçar sobre o tema.
 
"Visões anteriores da pobreza costumam atribuir a pobreza a falhas pessoais ou a um ambiente que não é propício para o sucesso. Estamos argumentando que a própria falta de recursos financeiros pode levar a uma função cognitiva deficiente. A própria condição de não ter o suficiente pode realmente ser uma causa da pobreza", diz ele.
 
Pobreza é mais do que estresse
 
O custo mental que a pobreza impõe sobre o cérebro é diferente do estresse, defende Eldar Shafir, coautor da análise.
 
O estresse é a resposta de uma pessoa a várias pressões externas.
 
Vários estudos indicam que um nível aceitável de estresse de fato pode melhorar o desempenho de uma pessoa.
 
"O estresse em si não prevê que as pessoas não possam sair-se bem - elas podem sair-se melhor até certo ponto", explica Shafir.
 
Mas a coisa é muito diferente quando a pessoa não tem os meios materiais necessários para se manter.
 
"Uma pessoa em situação de pobreza pode estar na parte alta da curva de desempenho quando se trata de uma tarefa específica e, na verdade, nós mostramos que ela sai-se bem na solução do problema que tem à mão.
 
"Mas ela não tem largura de banda de sobra para se dedicar a outras tarefas. Os pobres são muitas vezes altamente eficazes em focar e lidar com problemas urgentes. É nas outras tarefas que eles se saem mal", conclui o pesquisador.
 

sábado, 24 de agosto de 2013

Face-a-Face

"O homem tem que progredir. Insulado, não lhe é isso possível, por não dispor de todas as faculdades. Falta-lhe o contacto com os outros homens. No insulamento, ele se embrutece e estiola."

"Homem nenhum possui faculdades completas. Mediante a união social é que elas umas às outras se completam, para lhe assegurarem o bem-estar e o progresso. Por isso é que, precisando uns dos outros, os homens foram feitos para viver em sociedade e não insulados."

O Livro dos Espíritos
Questão 768
Paris, 1857
 

 
Facebook torna pessoas menos felizes, diz estudo
Baseado em artigo de Diane Swanbrow - Umich
15/08/2013



O Facebook ajuda as pessoas a se sentirem mais conectadas, mas isso não significa necessariamente torná-los mais felizes.
 
Na verdade, o uso do Facebook prediz um declínio no bem-estar do usuário, segundo o primeiro estudo publicado a examinar a influência do Facebook sobre a felicidade e a satisfação das pessoas - o que já havia sido mostrado é que, quanto mais amigos no Facebook, maior é o estresse.
 
Os cientistas da Universidade de Michigan (EUA) publicaram seus resultados na revista científica PLoS ONE.
 
"Na aparência, o Facebook fornece um recurso inestimável para preencher a necessidade humana básica de conexão social", disse Ethan Kross, autor principal do artigo. "Mas, ao invés de melhorar o bem-estar, descobrimos que o uso de Facebook prevê o resultado oposto - ele mina o bem-estar."
 
"Este é um resultado de extrema importância porque vai ao cerne da influência que as redes sociais podem ter na vida das pessoas", disse John Jonides, outro autor do estudo.
 
Facebook e felicidade
 
Os pesquisadores avaliaram adultos jovens, que são o principal público do Facebook. Todos tinham contas no Facebook e podiam acessá-lo por seus telefones inteligentes.
 
Eles usaram o Método da Amostragem da Experiência (MAE) - uma das técnicas mais confiáveis para medir como as pessoas pensam, sentem e se comportam de momento a momento em suas vidas diárias - para avaliar o seu bem-estar subjetivo ao postar mensagens na rede social em momentos aleatórios, cinco vezes por dia, durante duas semanas.
 
A principal conclusão é que, quanto mais as pessoas usaram o Facebook durante um período de tempo, pior elas se sentiam posteriormente.
 
Os autores também pediram aos voluntários para avaliar o seu nível de satisfação com a vida no início e no final do estudo.
 
Eles descobriram que, quanto mais os participantes usaram o Facebook durante o período de estudo de duas semanas, mais seus níveis de satisfação com a vida diminuíram no mesmo período.
 
Interação face-a-face aumenta felicidade
 
É importante ressaltar que os pesquisadores não encontraram nenhuma evidência de que interagir diretamente com outras pessoas via telefone ou face-a-face tenham influenciado negativamente o bem-estar.
 
Em vez disso, eles descobriram que as interações diretas com outras pessoas levaram os voluntários a se sentirem melhor ao longo do tempo.
 
Os pesquisadores também não encontraram nenhuma evidência para duas possíveis explicações alternativas para a constatação de que o Facebook mina a felicidade.
 
A primeira é que as pessoas não eram mais propensas a usar o Facebook quando estavam se sentindo mal.
 
A segunda é que, embora as pessoas se mostrassem mais propensas a usar o Facebook quando estavam sós, a solidão e o uso do Facebook funcionaram como preditores independentes de quanto os participantes posteriormente se sentiam felizes, ou seja, as duas coisas não apontavam para os mesmos resultados.
 

 
Quanto mais amigos no Facebook, maior é o estresse
Redação do Diário da Saúde
04/01/2013

Gente demais
 
Ter um grande número de amigos no Facebook pode inchar o seu ego.
 
Mas pode inflar ainda mais o seu estresse.
 
Um relatório compilado por pesquisadores da Universidade de Edimburgo (Escócia) mostra que, quanto maior é o grupo de amigos de um usuário do Facebook, maior é o estresse da pessoa.
 
Em particular, ter pessoas de idades muito diferentes em sua lista de amigos aumenta a possibilidade de estresse.
 
Conflito de gerações
 
O estresse surge quando um usuário apresenta um lado de si mesmo que é inaceitável para alguns de seus amigos online, tais como xingamentos, posturas excessivamente atrevidas ou relatos de beber ou fumar.
 
Isso pode se chocar com as expectativas dos amigos, sobretudo chefes, colegas de trabalho, pais ou outros membros da família.
 
Esses choques aumentam o estresse do usuário, provavelmente por causa das preocupações com o que esses amigos poderão achar de suas "posturas mais audazes".
 
Mantendo o "ex"
 
Os pesquisadores identificaram sete diferentes círculos sociais entre os amigos no Facebook.
 
Os mais comuns são amigos da vida real (97% das pessoas os adicionam como amigos online), seguidos por família (81%), irmãos (80%), amigos de amigos (69%) e colegas (65%).
 
Uma curiosidade inédita é que as pessoas costumam adicionar mais os seus "ex" do que os seus atuais parceiros - somente 56% dos usuários são amigos online dos namorados ou esposa/marido, mas 64% deles têm os "ex" em suas listas de amigos.
 

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Evolução Solidária

"O choque, que o homem experimenta, do egoísmo dos outros é o que muitas vezes o faz egoísta, por sentir a necessidade de colocar-se na defensiva. Notando que os outros pensam em si próprios e não nele, ei-lo levado a ocupar-se consigo, mais do que com os outros. Sirva o princípio da caridade e da fraternidade de base às instituições sociais, às relações legais de povo a povo e de homem a homem, e cada um pensará menos na sua pessoa, assim veja que outros nela pensaram. Todos experimentarão a influência moralizadora do exemplo e do contacto. Em face do atual extravasamento de egoísmo, grande virtude é verdadeiramente necessária, para que alguém renuncie à sua personalidade em proveito dos outros, que, de ordinário, absolutamente lhe não agradecem. Principalmente para os que possuem essa virtude, é que o reino dos céus se acha aberto. A esses, sobretudo, é que está reservada a felicidade dos eleitos; pois em verdade vos digo que, no dia da justiça, será posto de lado e sofrerá pelo abandono, em que se há de ver, todo aquele que somente em si houver pensado."
 
O Livro dos Espíritos
Questão 917
Paris, 1857
 

 
Evolução irá puni-lo se você for egoísta e sovina
Redação do Diário da Saúde
05/08/2013

Outro estudo recente defende a sobrevivência do mais bondoso, em contraste com o "cada um por si" de várias interpretações da teoria da evolução pela seleção natural.
 
Dois biólogos evolucionistas estão anunciando novas evidências de que a evolução natural não favorece indivíduos egoístas.
 
Os dados refutam uma teoria contrária, que chamou a atenção em 2012.
 
"Nós descobrimos que a evolução irá puni-lo se você for egoísta e sovina", afirmam Christoph Adami e Arend Hintze, professores de microbiologia e genética molecular da Universidade do Estado de Michigan (EUA).
 
"Por um curto período de tempo e contra um conjunto específico de adversários, alguns organismos egoístas podem sair na frente. Mas o egoísmo não é evolucionariamente sustentável", garantem eles.
 
Sobrevivência do mais bondoso
 
Grande parte das pesquisas científicas dos últimos 30 anos esteve centrada sobre a forma como a cooperação surgiu entre os seres vivos, uma vez que ela é encontrada na maioria das formas de vida, dos organismos unicelulares até os humanos.

Em 2012, porém, um artigo científico revelou uma estratégia - chamada determinante zero - que permite que competidores egoístas superem os competidores cooperativos.
 
"O artigo causou uma grande celeuma", disse Adami. "O principal resultado parecia ser completamente novo, apesar de 30 anos de pesquisas intensas nesta área."
 
Adami e Hintze tiveram dúvidas sobre se seguir uma estratégia do tipo determinante zero (DZ) poderia realmente eliminar a cooperação e criar um mundo cheio de seres egoístas.
 
Então eles usaram simulações computadorizadas para executar centenas de milhares de "passos evolutivos", imitando o que acontece com os organismos vivos ao longo de milhares de gerações.
 
Evolução do egoísmo para a cooperação
 
Os resultados mostraram que as estratégias do tipo DZ (determinante zero) nunca emergem como produto da evolução biológica.
 
Embora as estratégias DZ [egoístas] ofereçam vantagens quando são usadas contra oponentes não-DZ [solidários], elas não funcionam bem contra outros adversários DZ. Ou seja, os egoístas eliminam-se mutuamente, e não sabem agir contra os cooperadores.
 
"A única maneira de um estrategista egoísta sobreviver seria se ele pudesse reconhecer os seus adversários egoístas", explica Hintze. "E mesmo se os estrategistas egoístas continuarem ganhando, de forma a restarem apenas estrategistas egoístas, no longo prazo eles teriam que evoluir deixando de ser egoístas e tornando-se mais cooperativos. Então eles não seriam mais egoístas."
 
Se eles não evoluirem, essa pretensa população egoísta é levada à extinção.
 
O estudo, que será publicado na revista Nature Communications, baseou-se na teoria dos jogos, que é usada na biologia, economia, ciência política e outras disciplinas para simular interações difíceis de estudar na vida real.
 

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Resignação Dinâmica

"Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice;
todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.
(...) se este cálice não pode passar sem que eu o beba,
faça-se a tua vontade."
Jesus (Mateus, capítulo 26)
 


Aceitação é chave para felicidade na velhice
Redação do Diário da Saúde
06/08/2013

Quando os idosos perdem o controle sobre a própria mobilidade e o local onde devem viver, aqueles que se adaptam e aceitam o que não pode ser alterado sentem-se mais felizes.
 
Na verdade, quando se trata da satisfação com a vida, a capacidade de aceitar o que não pode ser alterado é tão importante quanto a sensação de ser capaz de exercer controle sobre a própria vida.
 
Foi o que concluíram Jaclyn Broadbent, Shikkiah de Quadros-Wander e Jane McGillivray, da Universidade Deakin (Austrália).
 
Controle e adaptação
 
Envelhecer com satisfação tem sido associado com a manutenção de um senso de controle sobre a própria vida.
 
Mas o estudo mostrou que não, que é possível ser tão feliz com, quanto sem, controle sobre a própria vida.
 
A chave para isso é a capacidade de aceitar a própria situação.
 
A percepção de controle sobre a própria vida tem dois componentes.
 
O controle primário refere-se à capacidade de fazer alterações no meio ambiente de acordo com seu desejo ou necessidade.
 
O controle secundário descreve a capacidade para fazer alterações cognitivas dentro de si mesmo para se adaptar ao meio ambiente - por exemplo, quando os idosos passam a viver em abrigos.
 
Na verdade, o controle secundário oferece uma margem de manobra para perdas no controle primário, ajudando-nos a aceitar o que não pode ser mudado.
 
Pesos iguais
 
As pesquisadoras avaliaram as diferenças nos níveis de satisfação com a vida e de controle entre 101 pessoas idosas que vivem em lares de idosos e outros 101 que vivem na comunidade.
 
Elas também compararam a forma como os dois tipos de controle podem prever o bem-estar dos idosos. E os resultados foram semelhantes.
 
"A fim de proteger o bem-estar das pessoas idosas, a adaptação envolve tanto a sensação de controle quanto a aceitação ativa do que não pode ser alterado."
 
"A percepção dos controles primário e secundário podem predizer a satisfação dos idosos na mesma intensidade, dependendo da situação da pessoa", dizem as pesquisadoras.

Fonte: DiarioDaSaude

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Ciência e Prosperidade

Indo sempre a população na progressão crescente que vemos, chegará tempo em que seja excessiva na Terra?

"Não, Deus a isso provê e mantém sempre o equilíbrio. Ele coisa alguma inútil faz. O homem, que apenas vê um
canto do quadro da Natureza, não pode julgar da harmonia do conjunto."
 
Será contrário à lei da Natureza o aperfeiçoamento das raças animais e vegetais pela Ciência? Seria mais conforme a essa lei deixar que as coisas seguissem seu curso normal?

"Tudo se deve fazer para chegar à perfeição e o próprio homem é um instrumento de que Deus se serve para atingir seus fins. Sendo a perfeição a meta para que tende a Natureza, favorecer essa perfeição é corresponder às vistas de Deus."
 
O Livro dos Espíritos
Questões 687 e 692



Revolução agrícola: Tecnologia pode dispensar fertilizantes na agricultura
 
Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/07/2013
 
O professor Edward Cocking garante que as plantas não são geneticamente modificadas, apenas se utilizam de uma relação simbiótica com uma bactéria natural.

Revolução agrícola
 
Um pesquisador da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, garante ter feito uma descoberta que poderá mudar a forma como a humanidade cultiva seus alimentos.
 
Ele desenvolveu plantas que sintetizam o nitrogênio diretamente do ar atmosférico, dispensando o uso de fertilizantes na agricultura.
 
A adoção da agricultura é vista como um divisor de águas na história da humanidade, quando o homem deixou para trás as práticas de caça e coleta, modos de subsistência típicas dos demais animais.
 
A segunda revolução veio no início do século passado, com o desenvolvimento do processo Haber-Bosch, que permitiu a fabricação de fertilizantes sintéticos, impulsionando a agricultura e permitindo que a humanidade passasse de 1,6 milhão de habitantes em 1900 para os cerca de 7 bilhões atuais.
 
O problema é que, se os fertilizantes são bons para as culturas humanas, eles estão longe de serem benignos para o meio ambiente. A poluição causada pelo nitrogênio é uma das grandes preocupações dos ambientalistas, incluindo os danos causados pelos nitratos, pela amônia e pelos óxidos de nitrogênio.
 
Fixação do nitrogênio
 
Agora, o Dr. Edward Cocking garante ter descoberto uma tecnologia que permite que todas as culturas de grãos do mundo capturem o nitrogênio do ar, acabando com a dependência dos fertilizantes e potencialmente iniciando uma terceira revolução agrícola.
 
A fixação do nitrogênio, o processo pelo qual o nitrogênio é convertido em amônia, é vital para que as plantas sobrevivam e cresçam.
 
No entanto, apenas um número muito pequeno de plantas, a maioria leguminosas (como ervilha, feijão e lentilha) têm a capacidade de fixar o nitrogênio a partir da atmosfera, com a ajuda de bactérias fixadoras de nitrogênio.
 
A grande maioria das plantas precisa obter o nitrogênio a partir do solo, o que significa que a as culturas comerciais em todo o mundo dependem dos fertilizantes nitrogenados sintéticos - para isso, o homem usa o processo Haber-Bosch para sintetizar a amônia e fabricar os fertilizantes.
 
Sem modificação genética
 
Agora, o professor Cocking desenvolveu uma técnica para inserir bactérias fixadoras de nitrogênio nas células das raízes das plantas.
 
Seu ovo de Colombro ficou de pé quando ele descobriu uma cepa específica de bactérias fixadoras de nitrogênio na cana-de-açúcar capaz de colonizar intracelularmente todas as principais plantas cultivadas comercialmente.
 
Em seus experimentos, ele verificou que a fixação da bactéria nas raízes dá a praticamente todas as plantas a capacidade de fixação do nitrogênio a partir do ar.
 
Segundo o pesquisador, a técnica não é nem modificação genética e nem bioengenharia, já que usa tão somente uma bactéria natural, que tem a capacidade de fixar o nitrogênio a partir do ar.
 
Inserida no interior das células das plantas através da semente, a bactéria dá a cada célula a capacidade de fixar nitrogênio diretamente da atmosfera.
 
Segundo Cocking, que batizou sua tecnologia de N-Fix, as sementes da planta são revestidas com estas bactérias a fim de criar uma relação simbiótica - mutuamente benéfica - e produzir nitrogênio naturalmente.
 
Testes de campo
 
Tudo foi testado em laboratório, e pareceu funcionar como esperado. Agora é só esperar os testes de campo.
 
A Universidade já licenciou a tecnologia para a empresa Azotic Technologies, que vai tentar obter autorização para o uso do N-Fix em vários países, incluindo o Brasil.

Fonte: InovacaoTecnologica

terça-feira, 16 de julho de 2013

Um Desafio Chamado Família

"Olá Ramon! (...) Dentro de mim sinto-me sem família, por fora eu tenho uma família, mas por dentro é como se eles não existissem. Não que eu os ignore nem que os odeie, aliás nunca odiei ninguém, é porque são estranhos mesmo. Eu queria muito que minha família fosse outra, queria muito que minha vida fosse como eu sonhei, mas não fico lastimando. Enfim." M...
 

 
M..., quanto aos desafios da vida, de modo geral, e da família, em particular, por mais inacreditável que pareça, foram todos escolhidos por nós antes de nascer. Não que a gente possa determinar o comportamento dos familiares, dos quais a gente descorda. Mas escolhemos sim os desafios que estes erros representam em nossas vidas, para nosso crescimento pessoal.

A melhor comparação que posso imaginar dessa realidade é de um atleta de maratona ou de triato, que sofre bastante durante as provas e competições que escolheu livremente, para adicionar medalhas e troféus à sua carreira. Nestes esportes, a vitória nem sempre é chegar em primeiro lugar, mas sim completar a prova, como sinal de superação sobre si mesmo. A diferença é que o atleta lembra que escolheu enfrentar as provas, enquanto nós precisamos esquecer que fizemos estas escolhas, pois a carga emocional das lembranças atrapalharia bastante nosso desempenho.

Mesmo convencidos desta verdade, não devemos nos conformar com as circunstâncias, tentando sempre modificá-las por meio de nossas atitudes, pois só assim saberemos se a prova chegou ou não ao fim. Se cruzamos os braços, podemos sofrer por mais tempo que o necessário, por falta de iniciativa. Se apesar destes esforços, não conseguimos mudar a situação como queríamos, aí sim a resignação pode nos garantir completar a prova, mesmo não chegando na colocação esperada.

A mensagem abaixo costuma ser atribuída a  Chico Xavier, mas na verdade foi recebida por outro médium, o que não diminui em nada a grandeza de seu conteúdo.

"Nasceste no lar que precisavas, vestiste o corpo físico que merecias, moras onde melhor Deus te proporcionou, de acordo com teu adiantamento.

"Possuis os recursos financeiros coerentes com as tuas necessidades, nem mais, nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas.

"Teu ambiente de trabalho é o que elegeste espontaneamente para a tua realização.

"Teus parentes, amigos são as almas que atraíste, com tua própria afinidade.

"Portanto, teu destino está constantemente sob teu controle. Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais, buscas, expulsas, modificas tudo aquilo que te rodeia a existência.

"Teus pensamentos e vontade são a chave de teus atos e atitudes... São as fontes de atração e repulsão na tua jornada vivencial.

"Não reclames nem te faças de vítima. Antes de tudo, analisa e observa. A mudança está em tuas mãos. Reprograma tua meta, busca o bem e viverás melhor.

"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim."
 
Mensagem ditada por Hammed ao médium Francisco do Espírito Santo Neto, em Reunião Pública da Sociedade Espírita Boa Nova, na noite de 06 de março de 1996, publicada no livro "Um Modo de Entender: Uma Nova Forma de Viver", Editora Boa Nova

Quando sua prova estiver terminada e você vier me dizer os resultados, acredito que fará isso com um abraço de alívio e de muita alegria! Pode anotar pra cobrar depois :-)
 
Ramon de Andrade
Palmares-PE

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Novo Fim

"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo,
qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim."
Chico Xavier
 

 
Os sofrimentos deste mundo são, algumas vezes, independentes de nós, mas muitos são as conseqüências de nossa vontade. Que se remonte à fonte e ver-se-á que o maior número é a conseqüência de causas que poderíamos evitar. Quantos males, quantas enfermidades, o homem deve aos excessos, à sua ambição, às suas paixões, em uma palavra! O homem que houvesse sempre vivido sobriamente, que não houvesse abusado de nada, que houvesse sempre sido simples em seus gostos, modesto em seus desejos, se pouparia de muitas tributações. Ocorre o mesmo com o Espírito: os sofrimentos que suporta são sempre a conseqüência da maneira com a qual viveu na Terra; não terá mais, sem dúvida, a gota e os reumatismos, mas terá outros sofrimentos que não valem mais. Vimos que esses sofrimentos são o resultado de laços que ainda existem entre ele e a matéria; que quanto mais desligado da matéria, dito de outro modo, quanto mais desmaterializado, menos tem sensações penosas; ora, dele depende se livrar dessa influência, desde esta vida; tem o seu livre arbítrio e, por conseqüência, a escolha entre fazer ou não fazer: que dome suas paixões animais, que não tenha ódio, nem inveja, nem ciúme, nem orgulho; que não seja dominado pelo egoísmo, que purifique sua alma pelos bons sentimentos, que faça o bem, que dê às coisas deste mundo a importância que elas merecem, então, mesmo sob seu envoltório corporal, está já depurado, e já desligado da matéria, e quando deixa esse envoltório, dele não sofre mais a influência; os sofrimentos físicos que experimenta não lhe deixam nenhuma lembrança penosa; dele não lhe resta nenhuma impressão desagradável, porque não afetaram senão o corpo e não o Espírito; é feliz de estar livre dele, e a calma de sua consciência o livra de todo sofrimento moral. Disso interrogamos milhares, tendo pertencido a todas as classes da sociedade, a todas as posições sociais; estudamo-los em todos os períodos de sua vida espírita, desde o instante em que deixaram seus corpos; nós os seguimos passo a passo, nessa vida de além-túmulo, para observar as mudanças que se operaram neles, em suas idéias, em suas sensações, e sob esse aspecto os homens mais vulgares não foram os que nos forneceram os objetos de estudo menos preciosos. Ora, vimos sempre que os sofrimentos estão em relação com a conduta, da qual sofrem as conseqüências, e que essa nova existência é a fonte de uma felicidade inefável para aqueles que seguiram o bom caminho; donde se segue que aqueles que sofrem, é porque o quiseram, e não devem disso culpar senão a si mesmos, tão bem no outro mundo quanto neste.
 
Allan Kardec
Sensações dos Espíritos
Revista Espírita
Dezembro de 1858

terça-feira, 21 de maio de 2013

Pequenos Sábios

"Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como criança, de maneira nenhuma entrará nele."
Marcos, capítulo 10
 


Dicionário de crianças colombianas surpreende pela sabedoria
Com informações da BBC
21/05/2013

O professor Javier Naranjo diz que o respeito à voz das crianças também é parte do sucesso do livro.
 
Adulto: Pessoa que em toda coisa que fala, fala primeiro dela mesma (Andrés Felipe Bedoya, 8 anos)

Água: Transparência que se pode tomar (Tatiana Ramírez, 7 anos)

Céu: De onde sai o dia (Duván Arnulfo Arango, 8 anos)

Deus: É o amor com cabelo grande e poderes (Ana Milena Hurtado, 5 anos)

Igreja: Onde a pessoa vai perdoar Deus (Natalia Bueno, 7 anos)

Paz: Quando a pessoa se perdoa (Juan Camilo Hurtado, 8 anos)

Tempo: Coisa que passa para lembrar (Jorge Armando, 8 anos)

Universo: Casa das estrelas (Carlos Gómez, 12 anos)

Estas definições, cheias de poesia e sabedoria, impressionam pela pouca idade de seus autores.
 
Elas fazem parte do dicionário "Casa das estrelas: o universo contado pelas crianças", uma obra que surpreendeu ao se tornar o maior sucesso da Feira Internacional do Livro de Bogotá, no final do mês de abril.
 
"Isso me faz pensar que o livro continua revelando, continua falando sobre as pequenas coisas", disse Javier Naranjo, o professor que compilou as definições feitas por crianças colombianas.
 
"Eles têm uma lógica diferente, outra maneira de entender o mundo, outra maneira de habitar a realidade e de nos revelar muitas coisas que esquecemos", diz.
 
Jogos de palavras e ideias
 
As definições - quase 500, para um total de 133 palavras diferentes - foram compiladas durante um período "entre oito e dez anos", enquanto Naranjo trabalhava como professor em diversas escolas rurais do Estado de Antioquía, no leste do país.
 
"Na criação literária fazíamos jogos de palavras, inventávamos histórias. E a gênese do livro é um dos exercícios que fazíamos", conta ele, que agora é diretor da biblioteca e centro comunitário rural Laboratório do Espírito.
 
Ele diz que teve a ideia de pedir aos alunos uma definição do que era uma criança, em uma comemoração do dia das crianças.
 
"Me lembro de uma definição que era: 'uma criança é um amigo que tem o cabelo curtinho, não toma rum e vai dormir mais cedo'. Eu adorei, me pareceu perfeita", conta.
 
"As crianças escolheram algumas palavras e eu também: palavras que me interessavam, sobre as quais eu me perguntava. Mas não fugi de nenhuma", afirma Naranjo.
 
Voz das crianças
 
Para a publicação, Naranjo apenas corrigiu a pontuação e a ortografia das definições escolhidas, mas afirma não ter tirado nenhuma das palavras por "questões ideológicas".
 
Por isso, o livro mantém a voz das crianças, com suas formas de explicar as coisas e construções gramaticais particulares. Bianca Yuli Henao, de 10 anos, define tranquilidade como "por exemplo quando seu pai diz que vai te bater e depois diz que não vai".
 
O ex-professor diz que o respeito à voz das crianças também é parte do sucesso do livro, que foi reeditado em 2005 e 2009 e inspirou obras semelhantes no México e na Venezuela.
 
As vendas do livro ajudaram a financiar as atividades da biblioteca atualmente dirigida por Naranjo, que continua convidando as crianças a deixar a imaginação voar com outras dinâmicas.
 
"Nós adultos somos condescendentes quando falamos com as crianças e deve ser o contrário. Mais que nos abaixarmos temos que ficar na altura deles. Estar à altura deles é nos inclinarmos para olhar as crianças nos olhos e falar com elas cara a cara. Escutar suas dúvidas, seus medos e seus desejos", diz.