Grande Ramon,
Antes de tudo desculpe a demora na resposta, mas estive um pouco ocupado nestes últimos dias.
Ao meu simples entender um dos grandes problemas da humanidade nestes últimos séculos vem sendo o fato de se acreditar na "infalibilidade" da Bíblia.
Não desmerecendo este maravilhoso livro que, diga-se de passagem, é a única fonte histórica de referência que temos ao Mestre e seus ensinamentos, mas, nós humanos, temos que discernir entre o "fato" e o "maravilhoso".
Não é de se estranhar que apenas agora, quase 2000 anos depois que o Mestre se foi e quando a humanidade alcança níveis intelectuais muito avançados, tenha podido surgir e se espalhar uma doutrina tão esclarecedora quanto a Espírita.
É necessário que o homem, no caminho de sua evolução, se intelectualize primeiro para então evoluir moralmente. Pois sem o intelecto (pensamento) desenvolvido ele não poderá utilizar suas faculdades para raciocinar entre o certo e errado.
Digo isto porque é patente, para todos vermos, os séculos que passamos dentro de uma visão limitada e arbitrária do que é sagrado e verdadeiro nos ensinamentos evangélicos.
Estivemos, nestes últimos séculos, nas mãos de uns poucos poderosos que direcionaram a fé cristã para onde lhes aprouvia, sem se importar com o verdadeiro sentido das palavras e com a coerência que devia tanger as atividades religiosas, principalmente cristãs.
Sem dúvida um grande número de passagens bíblicas podem, e devem, ser analisadas para que tenhamos uma maior compreensão do imenso papel que Jesus representou e representa em nossas vidas.
Nos primeiros séculos, principalmente, quando ainda era muito tangível a presença do Mestre, com certeza foram preenchidas "lacunas" encontradas nas passagens evangélicas pela "sabedoria popular"; vale a pena lembrar que o primeiro relato escrito veio de Mateus quase trinta anos após o desencarne de Jesus. Então esta tradição oral foi sendo, muito provavelmente, ajustada e completada com o que as pessoas acharam que Jesus teria dito; muito embora, observando com a ótica da análise, seja possível percebermos "medos" e atitudes tipicamente humanas, que não seriam compatíveis com um espírito da iluminação de Jesus, mas que, no contexto geral, não prejudicam a mensagem.
Gosto sempre de lembrar que, dos quatro evangelistas, apenas Mateus e João conheceram diretamente Jesus, enquanto Marcos e Lucas ouviram os relatos de muitos seguidores do Cristo e absorveram uma "sabedoria popular" repleta de situações fantasiadas a respeito de Sua origem, vida, morte e etc (estão aí os evangelhos apócrifos, por exemplo, que contém desde textos maravilhosos até os ridiculamente inventados).
Hoje, graças a evolução das leis humanas e da tolerância religiosa, podemos comentar estas passagens, indicando possíveis falhas e incoerências nos textos bíblicos, sem termos medo de sofrer a morte pela fogueira, tão comum nos séculos passados.
Muito embora estas análises da Bíblia, pelo menos no meu caso, não diminuam minha fé em Cristo ou em seus ensinamentos. Ao contrário disto, me auxilia a "separar o joio do trigo" e a fortalecer a fé em Deus, no Cristo e na caridade, com a utilização do raciocínio e consciência, lembrando o que nos ensina Kardec:
"Fé inabalável é aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade", sem medo de questionar os dogmas ou mistérios porque sabe que tudo tem sua explicação e que a verdade está sendo descortinada a pouco e pouco para todos aqueles que a busquem.
Não esqueça de visitar nem divulgar:
http://www.bomespirito.cjb.net
musicas, palestras, imagens, livros e
muito mais sobre Espiritismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário