sábado, 7 de fevereiro de 2009

Origens da Origem

Origens da Origem 
De como Charles Darwin concebeu A Origem das Espécies e aprofundou suas teses
Carlos Graieb

 
Embora os gênios costumem ser representados como pessoas "inspiradas", que têm idéias brilhantes a partir do vácuo, o fato é que quase sempre o inverso é verdadeiro. Em vez de ser atingidos por um raio fulminante, homens que entram para a História como luminares trabalham anos e anos em suas teses revolucionárias. O naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882) é um ótimo exemplo disso. Ele ficou conhecido como o pai do evolucionismo. Sua teoria diz que as várias espécies de vida não foram criadas já "prontas", mas evoluíram no correr das eras, obedecendo ao princípio da "seleção natural". Quando Darwin é mencionado, é inevitável que logo em seguida surja o nome de sua obra-prima, A Origem das Espécies (1859), em que ele condensou suas idéias pela primeira vez. Mas Darwin não foi autor de um livro só. Ele trabalhou na teoria da evolução por vinte anos, antes de publicá-la. E, nos anos que se seguiram a 1859, continuou apurando seus argumentos. Será que é importante conhecer os textos que vieram antes e depois de A Origem das Espécies? É claro que sim, e uma prova em dose dupla acaba de chegar às livrarias. O Darwin "aprendiz" está em As Cartas de Charles Darwin (tradução de Vera Ribeiro; Unesp/Cambridge; 339 páginas; 32 reais), uma excelente coletânea que cobre os anos de 1825 a 1859. Já o Darwin maduro, que aprofunda suas teses, está em A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais (tradução de Leon de Souza Lobo Garcia; Companhia das Letras; 376 páginas; 26 reais), um clássico traduzido pela primeira vez para o português.
 

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