24 de janeiro de 2009
VEJA traz na capa nesta semana uma reportagem sobre o aborto em que os fatos falam mais alto do que as considerações e ponderações envolvidas na questão. A reportagem é sobre o aborto no Brasil e como mais médicos estão aceitando a vontade de suas pacientes, encaminhando-as para clínicas clandestinas e, em seguida, tratando-as dos eventuais problemas de saúde que possam apresentar depois da interrupção cirúrgica da gravidez.
Na reportagem, pela primeira vez na imprensa brasileira, médicos aparecem contando abertamente suas experiências de "redução de dano", o nome que eles dão à prática de orientar as pacientes dispostas a tudo para interromper uma gravidez indesejada. Esses médicos acreditam que o compromisso com a saúde das pacientes deve prevalecer sobre os dilemas éticos, religiosos e científicos envolvidos na questão.
A reportagem alerta para o fato de que a prática do aborto será sempre controversa: "Ser simples, acessível, seguro e legal não torna o aborto mais aceitável para as pessoas que o rejeitam. Ao contrário, torna-o ainda mais monstruoso ao juízo delas. Prova disso é o fato de que as discussões nos países onde a prática foi liberada nunca serenam - a cada dia elas são mais violentas. Coloque-se na pele de uma pessoa que acha o aborto, em qualquer fase da gestação e por qualquer motivo, igual a matar alguém, e uma visão do abismo que separa as convicções opostas nesse assunto começará a se abrir sob seus pés".
Eurípedes Alcântara
Diretor de Redação
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