sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Para melhor compreender Jesus - Parte 3

3) Porque escolher gente do povo para seguí-lo?

Ao iniciar seu trabalho neste orbe Jesus convidou algumas pessoas para seguí-lo, aprendendo seus ensinamentos e destinados a dar continuidade ao nascimento da consciência cristã no mundo.

 

Algumas destas pessoas foram chamadas entre pescadores, outras entre gente do povo, uma delas foi coletor de impostos, porém se engana quem acredite que aquele foi o primeiro encontro entre estas pessoas. No mundo espiritual, desde muito antes, eles se conheciam e se preparavam para seguir o Mestre.

 

Encarnaram entre pessoas simples, de vida rude e sem expressão social; e podemos perguntar porque? Obteremos a resposta quando lembrarmos que Jesus foi o único espírito puro que aportou em nosso planeta, portanto é de se esperar que os outros, por mais adiantados que fossem, não era puros ainda. Prova disso teremos quando Jesus nos fala que "dos homens nascidos de mulher nenhum é maior que João Batista, mas o menor no reino dos céus é maior que ele".

 

Se os seguidores do Cristo (os apóstolos e os seguintes) eram espíritos ainda passíveis de falhas e defecções, seria normal que eles reencarnassem em ambientes onde tivessem menor possibilidade de se deixar influenciar pelos valores negativos do materialismo, objetivando o poder, como os poderosos da época, de acordo com as informações que a história nos trás.

 

Entre pessoas simples e trabalhadoras apenas teriam bons exemplos e a oportunidade de preparar seu espírito para a missão que viria, enriquecendo-o com Esperança, Humildade, Fraternidade e Respeito a Deus; diferente dos fariseus, escribas e príncipes dos sacerdotes que vivam da exploração do povo, de seus bens e da mentira, sendo inclusive chamados por Jesus de "Sepulcros caiados".

 

Em "O Evangelho Segundo o Espiritismo" teremos a oportunidade de ver Kardec discorrer sobre a frase de Jesus "graças de dou, meu Pai, por ocultares estes mistérios aos doutos e prudentes e os revelares aos simples e humildes".

 

Os "Doutos" são os homens de poder e inteligência, influentes na sociedade e na religião, e por isso mesmo corrompidos pela ilusão que este poder dá; assim despreparados para entender a mensagem de consolação do Cristo, tão preocupados com os valores materiais.

 

Os "humildes" por sua vez são os que nada mais têm a perder. São os parias da sociedade hebréia, os doentes, os ulcerados, as prostitutas, os abandonados da família e sociedade, que em Jesus encontravam a Esperança e a consolação. Que entendiam os postulados de perdão e amor, pois estes sentimentos os aliviavam dos sofrimentos vividos.

 

Para eles as palavras "bem aventurados os que sofrem...os que choram...os que tem fome e sede...os pacificadores" tinham um significado real e verdadeiro; pois expressava seus sentimentos mais constantes e os dava a certeza de um mundo onde serão saciados e auxiliados.

 

Nos evangelhos veremos poucas pessoas de influência seguindo o Mestre, pela divergência dos valores que Jesus representava, mas para os que decidiram seguí-lo a vida se transformou em um mar de oportunidades representado por  sofrimentos físicos, porém repleta de satisfação espiritual.

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