domingo, 7 de abril de 2013

Inteligência e Intuição

É acertado dizer que as faculdades instintivas diminuem, a medida que crescem as intelectuais?
 
Não. O instinto existe sempre, mas o homem o negligencia. O instinto pode também conduzir ao bem; ele nos guia quase sempre, e às vezes mais seguramente que a razão; ele nunca se engana.
 
Por que a razão não é sempre um guia infalível?
 
Ela seria infalível se não existisse falseada pela má educação, pelo orgulho e egoísmo. O instinto não raciocina; a razão permite ao homem escolher, dando-lhe o livre-arbítrio.
 
Livro dos Espíritos
Perguntas 75 e 218
Paris, 1857
 

 
Racionalizações podem estragar sua intuição
Redação do Diário da Saúde
19/10/2012

Intuição e julgamentos
 
A maioria das pessoas gosta de pensar que suas decisões são racionais e bem pensadas.
 
Mas os estudos científicos indicam que nossos julgamentos morais são muito frequentemente baseados na intuição.
 
Nossas emoções parecem conduzir nossas intuições, dando-nos algo como uma sensação de que algo está certo ou errado.
 
Em alguns casos, no entanto, parece que somos capazes de deixar para trás essas reações iniciais.
 
Inibindo a intuição
 
Matthew Feinberg e seus colegas da Universidade de Berkeley (EUA) levantaram a hipótese de que essa superação da intuição poderia ser o resultado da racionalização, ou reavaliação, um processo pelo qual amortecemos a intensidade de nossas emoções concentrando-se em uma descrição intelectual de porque estamos experimentando a emoção.
 
Ao longo de vários experimentos, os participantes leram histórias descrevendo dilemas morais envolvendo comportamentos geralmente considerados desagradáveis.
 
Os participantes que reavaliaram, ou racionalizaram, os cenários de forma lógica mostraram-se menos propensos a fazer julgamentos morais baseados na intuição.
 
Isto indica que, apesar de nossas reações emocionais produzirem intuições morais, estas emoções também podem ser reguladas, deixando de lado a intuição.
 
"Dessa forma", escrevem os pesquisadores, "somos simultaneamente senhor e escravo, com a capacidade de sermos controlados por eles, mas podendo também dar forma a nossos processos de julgamento carregados de emoção."
 
Vale a pena abandonar a intuição?
 
A questão que se coloca necessariamente, mas que não foi coberta por este estudo, é: devemos ou não nos esforçar para superar a intuição e tomar uma decisão racionalizada?
 
Parece que não, já que outro estudo, publicado na mesma revista Psychological Science, sugere que a intuição é muito mais eficiente do que o raciocínio lógico.

Outro estudo mais recente demonstrou que pessoas que confiam em seus sentimentos são mais capazes de prever corretamente os resultados futuros de eventos.

Assim, o trabalho que acaba de ser publicado parece servir mais como um alerta do tipo "Não estrague suas intuições racionalizando-as".
 
 

 
Intuição permite melhores decisões em um piscar de olhos
Redação do Diário da Saúde
05/04/2013

Intuição animal
 
Nós sempre tomamos as melhores decisões quando dedicamos mais tempo para pensar a respeito do assunto?
 
Ou há decisões em que mais tempo para pensar não ajuda em nada?
 
Uma série crescente de estudos científicos está ajudando a fundamentar a intuição como um sentido real do ser humano, que, entre outras funções, desempenha um papel cognitivo preciso.
 
Agora, um estudo liderado por Zachary Mainen, da Fundação Champalimaud, publicado na revista científica Neuron, foi buscar mais detalhes sobre a intuição sem deixar que fatores subjetivos dos voluntários envolvidos interferissem na avaliação da intuição.
 
Para isso, eles usaram animais nos experimentos.
 
Quando ratos de laboratório foram postos frente a frente com uma série de problemas de decisão envolvidos com a percepção, seu desempenho foi melhor quando eles decidiram rapidamente do que quando levaram muito mais tempo para responder.
 
Decisão em um piscar de olhos
 
Apesar de serem encorajados a ficarem calmos e fazer mais tentativas para vencer os desafios, os animais alcançaram o seu desempenho máximo em decisões tomadas em menos de 300 milissegundos, o que é tipicamente menos do que um piscar de olhos, que varia entre 300 e 750 milissegundos.
 
"Existem muitos tipos de decisões e, para algumas, ter mais tempo parece não ser de nenhuma ajuda. Nesses casos, é melhor você se basear em sua intuição, e foi isso que nossos participantes fizeram," explica Mainen.
 
Segundo ele, o estudo sugere que ratos podem ser utilizados como modelo animal para investigar o que está acontecendo no cérebro humano quando decisões intuitivas estão sendo tomadas.
 
"O processo de tomada de decisão não é um processo bem compreendido, mas parece ser surpreendentemente similar entre as espécies. Este estudo fornece uma base para começar a desmontar um tipo de decisão e ver como ela realmente funciona", acrescenta o pesquisador.
 

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