"O choque, que o homem experimenta, do egoísmo dos outros é o que muitas vezes o faz egoísta, por sentir a necessidade de colocar-se na defensiva. Notando que os outros pensam em si próprios e não nele, ei-lo levado a ocupar-se consigo, mais do que com os outros. Sirva o princípio da caridade e da fraternidade de base às instituições sociais, às relações legais de povo a povo e de homem a homem, e cada um pensará menos na sua pessoa, assim veja que outros nela pensaram. Todos experimentarão a influência moralizadora do exemplo e do contacto. Em face do atual extravasamento de egoísmo, grande virtude é verdadeiramente necessária, para que alguém renuncie à sua personalidade em proveito dos outros, que, de ordinário, absolutamente lhe não agradecem. Principalmente para os que possuem essa virtude, é que o reino dos céus se acha aberto. A esses, sobretudo, é que está reservada a felicidade dos eleitos; pois em verdade vos digo que, no dia da justiça, será posto de lado e sofrerá pelo abandono, em que se há de ver, todo aquele que somente em si houver pensado."
O Livro dos Espíritos
Questão 917
Paris, 1857
Evolução irá puni-lo se você for egoísta e sovina
Redação do Diário da Saúde
05/08/2013
Redação do Diário da Saúde
05/08/2013
Outro estudo recente defende a sobrevivência do mais bondoso, em contraste com o "cada um por si" de várias interpretações da teoria da evolução pela seleção natural.
Dois biólogos evolucionistas estão anunciando novas evidências de que a evolução natural não favorece indivíduos egoístas.
Os dados refutam uma teoria contrária, que chamou a atenção em 2012.
"Nós descobrimos que a evolução irá puni-lo se você for egoísta e sovina", afirmam Christoph Adami e Arend Hintze, professores de microbiologia e genética molecular da Universidade do Estado de Michigan (EUA).
"Por um curto período de tempo e contra um conjunto específico de adversários, alguns organismos egoístas podem sair na frente. Mas o egoísmo não é evolucionariamente sustentável", garantem eles.
Sobrevivência do mais bondoso
Grande parte das pesquisas científicas dos últimos 30 anos esteve centrada sobre a forma como a cooperação surgiu entre os seres vivos, uma vez que ela é encontrada na maioria das formas de vida, dos organismos unicelulares até os humanos.
Em 2012, porém, um artigo científico revelou uma estratégia - chamada determinante zero - que permite que competidores egoístas superem os competidores cooperativos.
Em 2012, porém, um artigo científico revelou uma estratégia - chamada determinante zero - que permite que competidores egoístas superem os competidores cooperativos.
"O artigo causou uma grande celeuma", disse Adami. "O principal resultado parecia ser completamente novo, apesar de 30 anos de pesquisas intensas nesta área."
Adami e Hintze tiveram dúvidas sobre se seguir uma estratégia do tipo determinante zero (DZ) poderia realmente eliminar a cooperação e criar um mundo cheio de seres egoístas.
Então eles usaram simulações computadorizadas para executar centenas de milhares de "passos evolutivos", imitando o que acontece com os organismos vivos ao longo de milhares de gerações.
Evolução do egoísmo para a cooperação
Os resultados mostraram que as estratégias do tipo DZ (determinante zero) nunca emergem como produto da evolução biológica.
Embora as estratégias DZ [egoístas] ofereçam vantagens quando são usadas contra oponentes não-DZ [solidários], elas não funcionam bem contra outros adversários DZ. Ou seja, os egoístas eliminam-se mutuamente, e não sabem agir contra os cooperadores.
"A única maneira de um estrategista egoísta sobreviver seria se ele pudesse reconhecer os seus adversários egoístas", explica Hintze. "E mesmo se os estrategistas egoístas continuarem ganhando, de forma a restarem apenas estrategistas egoístas, no longo prazo eles teriam que evoluir deixando de ser egoístas e tornando-se mais cooperativos. Então eles não seriam mais egoístas."
Se eles não evoluirem, essa pretensa população egoísta é levada à extinção.
O estudo, que será publicado na revista Nature Communications, baseou-se na teoria dos jogos, que é usada na biologia, economia, ciência política e outras disciplinas para simular interações difíceis de estudar na vida real.
Fonte: DiarioDaSaude
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