terça-feira, 24 de maio de 2011

Egoísmo Reflexo

"Sabeis que os governadores dos gentios os dominam, e os seus grandes exercem autoridades sobre eles. Não será assim entre vós; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva; e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será vosso servo; assim como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.
Jesus (Mateus, 20:25-28)
 

 
"O choque, que o homem experimenta, do egoísmo dos outros é o que muitas vezes o faz egoísta, por sentir a necessidade de colocar-se na defensiva. Notando que os outros pensam em si próprios e não nele, ei-lo levado a ocupar-se consigo, mais do que com os outros. Sirva de base às instituições sociais, às relações legais de povo a povo e de homem a homem o princípio da caridade e da fraternidade e cada um pensará menos na sua pessoa, assim veja que outros nela pensaram. Todos experimentarão a influência moralizadora do exemplo e do contacto. Em face do atual extravasamento de egoísmo, grande virtude é verdadeiramente necessária, para que alguém renuncie à sua personalidade em proveito dos outros, que, de ordinário, absolutamente lhe não agradecem. Principalmente para os que possuem essa virtude, é que o reino dos céus se acha aberto. A esses, sobretudo, é que está reservada a felicidade dos eleitos, pois em verdade vos digo que, no dia da justiça, será posto de lado e sofrerá pelo abandono, em que se há de ver, todo aquele que em si somente houver pensado."
O Livro dos Espíritos
Questão 917
Paris, 1857




Impressão negativa dos outros leva a ações egoístas
Redação do Diário da Saúde
24/05/2011

Primeira impressão
 
As expectativas que as pessoas têm sobre como os outros irão se comportar desempenham um papel essencial em determinar se essas pessoas vão cooperar umas com as outras ou não.
 
E, além disso, a primeira expectativa, ou impressão, é muito difícil de mudar.
 
"Isto é particularmente verdadeiro quando a impressão é negativa", diz Michael Kurschilgen, do Instituto Max Planck, na Alemanha, resumindo as principais conclusões de um estudo no qual ele e seus colegas Christoph Engel e Sebastian Kube examinaram os efeitos dos chamados jogos do bem público.
 
O estudo mostra que as próprias expectativas de uma pessoa transformam-se em uma profecia auto-realizável: aquelas que esperam que as pessoas ajam de modo egoísta, de fato vivenciam comportamentos não-cooperativos dos outros com mais frequência.
 
Comportamento social
 
Usando um tipo de jogo muito utilizado no campo da economia experimental, os pesquisadores queriam descobrir em que extensão as primeiras impressões determinam como as pessoas irão se comportar e até que ponto isso pode ser influenciado por informações seletivas.
 
Os jogos são criados em torno do dilema clássico de auto-interesse e comportamento socialmente consciente.
 
Cada membro de um grupo de quatro jogadores recebe 20 fichas. Eles podem mantê-las para si ou investi-los em um projeto comunitário.
 
Cada jogador recebe 0,4 ficha para cada uma que o grupo investe no projeto comunitário. Se todos os quatro membros do grupo investirem suas 20 fichas, cada um deles receberá 32 fichas - ou seja, 12 a mais do que se todas guardarem seu dinheiro para si próprias.
 
Mas se apenas três deles investirem seu dinheiro na comunidade, o jogador egoísta recebe 44 fichas. Assim, mesmo o jogador egoísta ganha com o investimento no fundo comunitário.
 
Dilema social
 
"O jogo do bem público, portanto, cria um dilema social", explica Kurschilgen.
 
Isto porque seria melhor para a comunidade se todos investissem no bem coletivo.
 
No entanto, em nível individual, o egoísta tira o melhor proveito da situação, recebendo o bônus sem ter feito o investimento.
 
Surpreendentemente, houve diferenças significativas na disposição de investir no bem comum quando o experimento foi realizado em Londres, na Inglaterra, e em Bonn, na Alemanha.
 
Os londrinos investiram apenas 43 por cento, em média, no bem comum. Em Bonn, por outro lado, o índice chegou a 82 por cento.
 
"Isto provavelmente se deve às diferentes expectativas do que constitui um comportamento normal", postula Kurschilgen.
 
Egoísmo e altruísmo
 
Os indivíduos que assumem que os outros agirão de modo egoísta muito dificilmente são propensos a tomar atitudes altruístas.
 
Consequentemente, a decisão de uma pessoa se comportar de forma cooperativa ou não depende fortemente de como essa pessoa pensa que as outras pessoas irão se comportar.

Fonte: DiarioDaSaude

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