segunda-feira, 5 de outubro de 2009

ESPÍRITO E MATÉRIA

(...) a matéria existe em estados que ignorais. Pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil, que  nenhuma impressão vos cause aos sentidos. Contudo, é sempre matéria. Para vós, porém, não o seria."
 
(...) ao  elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, (...) ele se distingue deste por propriedades especiais. (...). Está colocado entre o espírito e a matéria; (...) Esse fluido universal (...) é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá."
 
"Não há o vácuo. O que te parece vazio está ocupado por matéria que te escapa aos sentidos e aos instrumentos."
 
ESPÍRITO E MATÉRIA
Itens 22, 27 e 36
O Livro dos Espíritos
Allan Kardec
Paris, 1857


 
Ciência
MIT busca pela misteriosa matéria escura
 
Paula Rothman, de INFO Online
Sexta-feira, 02 de outubro de 2009 - 10h13
 
SÃO PAULO – Há três anos, a Dra Jocelyn Monroe (Foto>>) começou a trabalhar em um projeto para encontrar algo que nem ela sabe dizer ao certo o que é – ou se existe de fato.
 
Em um laboratório do Massachusetts Institute of Technoly (MIT), ela e outros dezesseis colegas criaram um detector de partículas para registrar a existência da misteriosa matéria escura.
 
"Ninguém sabe exatamente o que ela é", explica Jocelyn. "O que sabemos é que ela possui interação gravitacional. Vemos sua influência nas galáxias, portanto sabemos que ela é matéria, mas que não possui luz".
 
A matéria escura explica coisas que não podemos ver mas sabemos que estão lá. As galáxias em espiral, por exemplo, geram tanta força centrípeta que seriam arrebentadas não fosse a gravidade existente nelas. No entanto, elas não possuem matéria visível o suficiente para produzir a gravidade necessária – levando à conclusão de que há algo invisível, mas com massa.
 
Esse tipo de partícula constitui mais de 20% de todo o universo – o que pode parecer pouco, mas pense que a matéria visível (aquilo de que somos feitos, elétrons, prótons, nêutrons) representa apenas 4% de tudo o que existe no cosmos. "O restante é algo ainda mais complicado, conhecido como energia escura", diz Jocelyn.
 
O primeiro a propor a existência da matéria escura foi o pesquisador Fritz Zwicky, da Caltech, na década de 1930.  Ele tentava explicar porque a quantidade de luz vinda das estrelas de um cluster chamado Coma era cerca de 100 vezes menos do que o esperado pela sua massa.
 
Desde então, muitos grupos ao redor do mundo estão buscando uma maneira de detectá-la. Alguns experimentos procuram evidencias indiretas medindo os raios gama emitidos quando ela decai. Outros tentam capturar os rastros eletrônicos que devem ser deixados para traz quando ela colide com outras partículas.
 
É exatamente esta a pesquisa da Dra Jocelyn. Em apenas alguns meses, ela e sua equipe iniciam os testes com o Dark Matter Time Projection Chamber, um detector enterrado a quase 500 metros em Carlsbad, Novo México.
 
"Usamos um método de detecção direta, por meio da colisão, mas nosso detector é passivo: sentamos e esperamos pela matéria negra", explica Jocelyn. "Já o LHC (Grande Colisor de Hádrons, na Suíça, também conhecido como Acelerador de Partículas) tem, como um dos objetivos, produzir essa partículas. É uma abordagem diferente para responder a mesma pergunta: qual é a natureza da matéria negra?", diz a pesquisadora.
 
Caminhando contra o vento
 
As partículas que a equipe do MIT quer detectar são chamadas de WIMPs (weakly interacting massive particles). Elas são parte do que constitui a matéria negra e seriam 100 vezes mais pesada que um próton.
 
Como o próprio nome em inglês diz, elas possuem interação extremamente fraca com a matéria comum. Normalmente, as WIMPs passam por ela sem nenhuma interação – em uma garrafa de dois litros de refrigerante, por exemplo, haveria apenas 10 WIPMS e, em um ano, apenas uma delas interagiria com matéria.
 
O método da Dra Jocelyn se baseia na previsão de que as partículas vindas do espaço devem chegar à Terra a um ângulo específico - e o detector foi projetado para procurar o chamado "vento" de matéria escura.
 
Ele é formado por causa do movimento da Via Láctea. Da mesma forma que sentimos um vento quando andamos de bicicleta, há uma "brisa" em direção à Terra de matéria escura – porque nós estamos nos movendo, e ela não.
 
O vento vem da direção da Constelação de Cygnus, que muda sua posição em relação à Terra a cada 12 horas. Comparando quais partículas chegam desses ângulos, os pesquisadores distinguem o que é matéria escura.
 
Para garantir que as interações observadas sejam mesmo matéria escura, e não colisões de nêutrons – que ocorrem com muito mais freqüência e produzem uma assinatura similar no detector – os físicos criaram um segundo aparelho. Projetado para captar somente colisões de nêutrons, ele será colocado ao lado do detector original, assim, as partículas que aparecerem em ambos serão descartadas.
 
"Esperamos ter algum resultado em um ano", diz Jocelyn. "Sei que parece um conceito complicado – e é – mas pense que a matéria escura ainda é bem mais simples que a energia escura. Além disso, compreendê-la é fundamental para sabermos melhor quem somos", conclui a pesquisadora.
 

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