sábado, 31 de outubro de 2009

O Medo da Morte só se Justifica na Juventude

O Medo da Morte só se Justifica na Juventude
 
Algumas pessoas idosas vivem obcecadas com o medo da morte. Este sentimento só se justifica na juventude. Os jovens que receiam, com razão, morrer na guerra, podem legitimamente sentir a amargura do pensamento de terem sido defraudados do melhor que a vida lhes podia oferecer. Mas num velho que conheceu já as alegrias e dores humanas e que cumpriu a sua missão, qualquer que fosse, o receio da morte é algo de abjecto e ignóbil. O melhor meio de o vencer - pelo menos quanto a mim - é aumentar gradualmente as nossas preocupações, torná-las cada vez mais impessoais, até ao momento em que, a pouco e pouco, os limites da nossa personalidade recuem e a nossa vida mergulhe mais ainda na vida universal.
 
O homem que na velhice pode ver a sua vida desta maneira, não receará a morte, pois as coisas que o interessavam continuam. E se, com o declínio da vitalidade, a fadiga aumenta, o pensamento do que subsiste não será desagradável. O homem inteligente deve desejar morrer enquanto trabalha ainda, sabendo que os outros continuarão a sua missão interrompida, e contente por pensar ter feito o que lhe era possível fazer.
 
Bertrand Russell em
A Última Oportunidade do Homem

O FIM QUE NÃO TEM FIM

Especial
O fim do mundo em 2012
Os planetas, as estrelas, o calendário maia e, é claro, uma superprodução de Hollywood reavivam a ideia aterrorizante do apocalipse e levantam uma questão: por que continuamos a acreditar em profecias finalistas apesar de todas elas terem fracassado redondamente?

O escritor Patrick Geryl tem 54 anos, escreveu uma dezena de livros, nunca se casou, não tem filhos e atualmente anda muito ocupado preparando-se para o fim do mundo. Na semana passada, esteve em Sierra Nevada, no sul da Espanha, acompanhando uma equipe de televisão do Canadá, numa vistoria às habitações que estão sendo construídas ali. São ocas de cimento capazes de resistir ao cataclismo que, acredita Geryl, destruirá o planeta Terra no dia 21 de dezembro de 2012. "Queremos um lugar a uns 2 000 metros acima do nível do mar", explica. Ele e seu grupo pretendem levar 5 000 pessoas para um local que resistirá aos horrores do apocalipse. Será o último dia do resto da humanidade, acredita Geryl, um dia para o qual ele se prepara desde a adolescência, quando, aos 14 anos, na histórica cidade belga de Antuérpia, começou a se interessar pelo assunto lendo livros de astronomia. Ao voltar da Espanha, Geryl ocupou-se em relacionar os itens que devem ser levados para o bunker antiapocalipse. Na lista coletiva, havia 348, faltando ainda incluir os medicamentos. Na de uso individual, 86.
 
O ano de 2012 tornou-se o centro de gravidade do fim do mundo por uma confluência de achados proféticos. Primeiro, surgiu a tese de que a Terra será destruída com a volta do planeta Nibiru em 2012. Depois, veio à tona que o calendário dos maias, uma das esplêndidas civilizações da América Central pré-colombiana, acaba em 21 dezembro de 2012, sugerindo que se os maias, tão entendidos em astronomia, encerraram as contas dos dias e das noites nessa data é porque depois dela não haverá mais o que contar. Posteriormente, apareceram os eternos intérpretes de Nostradamus e, em seguida, vieram os especialistas em mirabolâncias geológicas e astronômicas com um vasto cardápio de catástrofes: reversão do campo magnético da Terra, mudança no eixo de rotação do planeta, devastadora tempestade solar e derradeiro alinhamento planetário em que a Terra ficará no centro da Via Láctea – tudo em 2012 ou em 21 de dezembro de 2012.
 
Com tantas sugestões, a profecia ganhou as ruas. No dia 13 de novembro, terá lugar a estreia mundial de 2012, uma superprodução de Hollywood que conta a saga dos que tentam desesperadamente sobreviver à catástrofe final. No site da Amazon, há 275 livros sobre 2012. Nos Estados Unidos, já existem lojas vendendo produtos para o apocalipse. Os itens mais comercializados são pastilhas purificadoras de água e potes de magnésio, bons para acender o fogo. É sinal de que os compradores estão preocupados com água e fogo, numa volta ao tempo das cavernas. Na Universidade Cornell, que mantém um site sobre curiosidades do público a respeito de astronomia, disparou o número de perguntas sobre 2012. Há os que se divertem, pois não acreditam na profecia. Entre os que acreditam, os sentimentos vão da tensa preocupação, como é o caso de Patrick Geryl, autor de três livros sobre 2012, todos publicados no Brasil, até o pavor incontrolável. O fim do mundo é uma ideia que nos aterroriza – e, nesse formidável paradoxo que somos nós, também pode ser a ideia que mais nos consola. Por isso é que ela existe.
 
No inventário dos fracassos humanos, talvez não haja aposta tão malsucedida quanto a de marcar data para o fim do mundo. Falhou 100% das vezes, mas continua a se espalhar, resistindo ao tempo, à razão e à ciência. As tentativas de explicar esse fenômeno são uma viagem fascinante pela alma, pela psique, pelo cérebro humano. Uma das explicações está no fato de que o nosso cérebro é uma máquina programada para extrair sentido do mundo. Assim, somos levados a atribuir ordem e significado às coisas, mesmo onde tudo é casual e fortuito. As constelações no céu, por exemplo, são uma criação mental para organizar o caos estelar. Ao enxergarmos as constelações de Órion ou Andrômeda, encontramos ordem e sentido. O dado complicador é que a vida, no céu e na terra, deve muito mais às contingências do acaso do que ao determinismo. O espermatozoide que fecundou o óvulo que gerou Albert Einstein foi um produto do acaso, resultado de uma disputa entre espermatozoides resolvida por milésimos de segundo. Assim como aconteceu, poderia não ter acontecido.
 
Recuando no tempo, a própria humanidade, analisada do ponto de vista científico, é fruto do acaso. Por um acidente, um peixe pré-histórico desenvolveu barbatanas que, à imitação de pernas ou patas, lhe permitiram enfrentar a gravidade da Terra e, assim, por acaso, viabilizou o desenvolvimento de vertebrados fora da água. Bilhões de anos depois, cá estamos nós, bípedes, inteligentes, comendo sorvete de morango, descobrindo a estrela mais antiga e nos deliciando com Elizabeth Taylor deslumbrante como Cleópatra. Tudo por acaso. A preponderância do aleatório sobre o determinado pode dar a sensação de desesperança, de que somos impotentes diante de todas as coisas. Talvez nisso residam a beleza e a complexidade da vida, mas o fato é que o cérebro está mais interessado em ordem do que em belezas complexas. Por isso, quando não vê significado nas coisas naturais, ele salta para o sobrenatural. "Nascemos com o cérebro desenhado para encontrar sentido no mundo", diz o psicólogo Bruce Hood, da Universidade de Bristol, na Inglaterra, autor de Supersense: Why We Believe in the Unbelievable (Supersentido: Por que Acreditamos no Inacreditável). "Esse desenho às vezes nos leva a acreditar em coisas que vão além de qualquer explicação natural."
 
O achado de Hood foi descobrir que as crenças talvez não sejam fruto nem da religião nem da cultura, mas uma expressão de como o cérebro humano trabalha. É o que ele chama de "supersentido". É o supersentido que nos leva a bater na madeira, dar valor afetivo a um objeto ou conversar com Deus. A religião seria uma criação mental através da qual o cérebro atende a sua necessidade por sentido. O apocalipse, nesse caso, é uma saída brilhantemente engenhosa. Explica duas questões que atormentam a humanidade desde sempre: o significado da vida e a inevitabilidade da morte. Somos a única espécie com consciência da própria morte e, no entanto, não sabemos o significado da vida. Afinal, por que estamos aqui? A pergunta, em si, revela nossa busca por sentido, devido à nossa dificuldade de conviver com a possibilidade de que, talvez, não estejamos aqui por alguma razão especial. O apocalipse é uma resposta. Está descrito nos seus mínimos e horripilantes detalhes no Livro do Apocalipse, escrito pelo evangelista João, por volta do ano 90 da era cristã, quando estava preso, perseguido pelo Império Romano.

O começo do fim do mundo, diz João, será anunciado por sinais tenebrosos: um céu negro, uma lua cor de sangue, estrelas desabando sobre a Terra e uma sucessão de desastres varrendo o planeta na forma de terremotos, inundações, incêndios, epidemias. O Anticristo então dominará a Terra por sete anos, ao fim dos quais Jesus Cristo descerá dos céus com um exército de santos e mártires – e vencerá Satã, a besta. Depois de 1 000 anos acorrentado, Satã conseguirá se libertar e forçará Jesus Cristo a travar uma segunda batalha, a terrível batalha do Armagedom. Derrotado Satã, todos nós, vivos e mortos, nos sentaremos no banco dos réus do tribunal divino. Os bons irão para o paraíso celestial. Os maus arderão no fogo eterno. É uma narrativa tão magicamente escatológica que Thomas Jefferson, o terceiro presidente dos Estados Unidos, a chamou de "delírio de um maníaco". Bernard Shaw, o grande teatrólogo irlandês, disse que era o "inventário das visões de um drogado". Delírio ou visões, o Livro do Apocalipse explica tudo. O professor Ralph Piedmont, do Loyola College, em Maryland, especialista em psicologia da religião, afirma: "O Apocalipse de João explica a morte, ao informar que vamos ressuscitar, e dá sentido à vida, ao dizer que é uma provação".
 
Subsidiariamente, o apocalipse atende a outra necessidade humana, a de acreditar num mundo regido por uma ordem moral. Os historiadores atribuem o surgimento da visão apocalíptica ao persa Zoroastro, ou Zaratustra, que viveu uns 1 000, talvez 1 500 anos antes de Cristo. Ele foi o primeiro a falar de uma batalha cósmica entre o bem e o mal, mais tarde aproveitada pelos profetas Ezequiel, Daniel e, principalmente, João. "Num mundo em que, com frequência, os bons sofrem e os maus prosperam, a promessa de um julgamento moral é um consolo profundo", diz Michael Barkun, professor de ciência política da Universidade de Syracuse, que estuda a relação entre violência e religião. Eis por que o fim do mundo aterroriza mas também pode nos consolar. Nem sempre o apocalipse vem numa embalagem religiosa. A profecia de 2012 começou com base em eventos astronômicos e calendários antigos. Só depois recebeu a adesão de seitas espiritualistas e cristãs, mas originalmente 2012 é, digamos, um fim do mundo pagão. Se não é um fim com prêmio aos bons e punição aos maus, então por que acreditamos em profecias que nunca dão certo?
 
A explicação começou a surgir nos anos 50, quando o brilhante psicólogo americano Leon Festinger (1919-1989) resolveu testar uma hipótese revolucionária: a de que, diante de uma profecia fracassada, os fiéis não desistem de sua crença, mas, ao contrário, se aferram ainda mais a ela. Festinger e seus colegas se infiltraram numa seita do fim do mundo e descobriram exatamente o que imaginavam. O grupo era formado por quinze pessoas e liderado por uma dona de casa de Michigan, Marion Keech, que fora informada por extraterrestres de que o mundo acabaria com uma inundação no dia 21 de dezembro – olha a data aí de novo – de 1954. Antes da catástrofe final, Marion e seguidores seriam resgatados pela nave-mãe e levados para um lugar seguro. Na data e hora marcadas, eles se reuniram para esperar o resgate, e não apareceu nave nenhuma. Passou uma hora, e nada. Duas horas, e nada. Eles estavam tensos e preocupados, alguns começando a dar sinais de descrença naquilo tudo, até que, quase cinco horas depois, Marion foi novamente contactada pelos extraterrestres com uma novidade redentora: o grupo ali reunido, com o poder de sua crença, espalhara tanta luz que Deus cancelara a destruição do mundo. Os membros reagiram com entusiasmo. Haviam encontrado um meio de acreditar que a profecia, afinal, estava correta.
 
O caso foi contado no livro When Prophecy Fails (Quando a Profecia Falha) e se tornou um dos fundamentos do que veio a se chamar teoria da dissonância cognitiva. É a inclinação que temos para reduzir o profundo desconforto provocado por duas informações conflitantes – no caso, a crença de que o mundo vai acabar e a evidência incontornável de que o mundo não acabou. Há exemplos mais rotineiros, como o sujeito que sabe que o cigarro pode matar e, no entanto, fuma dois maços por dia. Tem-se uma "dissonância cognitiva", que precisa ser resolvida: ou o sujeito para de fumar ou racionaliza que o cigarro, no fundo, acalma, emagrece, seja o que for. Meio século depois, a tese de Festinger será ainda válida para explicar a crença inabalável em profecias finalistas? "É, ainda, a melhor explicação psicológica", diz Daniel Gilbert, da Universidade Harvard, autor de um trabalho pioneiro sobre como enxergamos o futuro – com lupa, diz ele, sempre dando a sucessos ou fracassos importância muito maior do que efetivamente terão quando (e se) acontecerem.
 
As profecias do apocalipse são um desastre como previsão do futuro, mas excelentes como alegorias do presente. A coleção de afrescos e pinturas clássicas que retratam o Juízo Final, como a obra-prima de Michelangelo na Capela Sistina, reflete o temor do tribunal divino e o domínio da Igreja Católica de então. Depois da II Guerra, os filmes de Hollywood, grandes difusores da catástrofe final, passaram a enfocar o fim do mundo como resultado de uma guerra nuclear ou de um monstro deformado pela radioatividade. Estavam narrando as aflições dos americanos com a bomba de Hiroshima e Nagasaki e a chegada da corrida armamentista com a União Soviética. É o momento em que o apocalipse começa a ter duas fontes – a religião e a ciência. Nos anos 60, com as profundas transformações varrendo os EUA, da Guerra do Vietnã à revolução sexual, do advento do computador ao movimento dos direitos civis, dos Beatles a Woodstock, o apocalipse mudou de lugar. "O livro da revelação deixou o gueto cristão e entrou no coração da política americana e da cultura popular", escreve Jonathan Kirsch em A History of the End of the World (Uma História do Fim do Mundo), um ótimo inventário do apocalipse.
Desde os anos 50, cada década tem pelo menos uma dúzia de filmes apocalípticos dignos de nota, de Godzilla a Apocalypto, de O Planeta dos Macacos a Matrix, de O Bebê de Rosemary a Presságio. Eles sempre narram algo do seu tempo. Há estudiosos que acreditam que mesmo o Livro do Apocalipse teria sido uma resposta às perseguições que os cristãos sofriam no Império Romano – e a besta, o Anticristo, o Satã seriam Nero, o imperador que tocou fogo em Roma. Como os apocalipses tomam a forma de sua época, o Anticristo se atualiza. Na II Guerra, era Adolf Hitler. Hoje, é Osama bin Laden. Isso é claro nos EUA, cuja condição de potência acaba por difundir suas neuroses e seus achados para o mundo todo. O apocalipse na cultura? Antes, eram os hippies com sua percepção extrassensorial e drogas alucinógenas. Depois, no ano 2000, foi o tecnoapocalipse, na forma do bug do milênio. O apocalipse na política? Antes, era o Exército Vermelho. Agora, é o terrorismo islâmico. Como disse Eric Hoffer (1902-1983), que passou a vida como estivador e filósofo: "Movimentos de massa podem surgir e se espalhar sem a crença num deus, mas nunca sem a crença num diabo".
 
Nenhuma das hipóteses do fim do mundo em 2012 mencionadas nesta reportagem faz sentido. O planeta Nibiru nem existe. A civilização maia, cujo auge se deu entre 300 e 900 da era cristã, tinha três calendários: o divino, o civil e o de longa contagem, que termina em 2012. "Mas os maias nunca afirmaram que isso era o fim do mundo", diz David Stuart, da Universidade do Texas, considerado um dos maiores especialistas em epigrafia maia. Uma mudança no eixo de rotação da Terra é impossível. "Nunca aconteceu e nunca acontecerá", garante David Morrison, cientista da Nasa, agência espacial americana. Reversão do campo magnético da Terra? Acontece de vez em quando, de 400 000 em 400 000 anos, e não causa nenhum mal à vida na Terra. Tempestade solar? Também acontece e em nada nos afeta. Derradeiro alinhamento planetário em que a Terra ficará no centro da galáxia? Não haverá nenhum alinhamento planetário em 2012, e, bem, quem souber onde fica "o centro" da nossa galáxia ganha uma viagem interplanetária. Mas Patrick Geryl, que se prepara para o fim do mundo, está certo de que tudo termina em 2012. E se não terminar? Geryl pensa, olha para o alto e responde: "Não existe essa hipótese". Ele e seu grupo encontrarão uma boa explicação quando o dia raiar em 22 de dezembro de 2012. Afinal, é preciso se preparar para um novo fim do mundo.
 
Os dez dias que sumiram
 
O calendário maia, dizem os apocalípticos, prevê o fim do mundo para o dia 21 de dezembro de 2012. Calendários, no entanto, são excelentes instrumentos para orientar sobre o compromisso da próxima quarta-feira, mas são um embuste para prever o futuro. As diversas civilizações – não só os maias, mas os egípcios, os chineses – criaram os próprios calendários, uns com base no Sol, outros com base na Lua, uns mais longos, outros mais curtos, mas todos sempre foram expressão da inclinação humana de atribuir ordem ao caos. Com o calendário, criamos a sensação de ordenar os dias, os meses e os anos num sistema cronológico racional e matematicamente preciso. Só que a natureza não é assim. Num delicioso livro lançado às vésperas do ano 2000, O Milênio em Questão, no qual se baseia este texto, o grande paleontólogo americano Stephen Jay Gould (1941-2002) escreveu: "A natureza, aparentemente, pode fazer um esplêndido hexágono, mas não um ano com um belo número par de dias ou rotações lunares". E, com o humor que lhe era peculiar, acrescentou: "A natureza se recusa teimosamente a trabalhar com relações numéricas simples justamente naquilo em que sua regularidade seria mais útil para nós".
 
Ou seja: os ciclos naturais dos dias, meses e anos não são redondos, pares perfeitos. São frações, números quebrados, e aí começa um problemão. Um ano – tempo que a Terra leva para dar uma volta completa em torno do Sol – não dura 365 dias. Dura 365 dias e algumas horas. Para facilitar a conta, arbitramos que um ano dura 365 dias e seis horas, ou um quarto de dia. Mas, como não podemos ter um quarto de dia, a cada quatro anos temos o ano bissexto, com 366 dias, o que recoloca nosso calendário em sintonia com o ano solar. Porém, a natureza, na sua magistral indiferença para com nossos números inteiros, na realidade não faz um ano de 365 dias e seis horas. São 365 dias e 5 horas, 48 minutos e 45,97 segundos! Isso quer dizer que o acréscimo do 366° dia cobre o descompasso ocorrido em cada quatro anos, mas imprecisamente. Como o tal descompasso não era de exatas 24 horas – era de 23 horas, 15 minutos e 3,88 segundos –, o ajuste feito pelo ano bissexto ainda nos deixa com um pequeno atraso em relação à natureza: um atraso de 44 minutos e 56,12 segundos a cada quatro anos. É pequeno, mas aumenta com o tempo. Em vinte anos, o atraso soma quase quatro horas. É tolerável. Em 100 anos, passa de dezoito horas. Começa a complicar. À medida que vai avançando, passa a embaralhar as estações do ano, a época certa para plantar, para colher, para pescar. Vira um, digamos, apocalipse.
 
Em 1582, o calendário da época, que vinha desde os tempos do Império Romano, já acumulava um atraso de dez dias em relação ao ano solar. Era demais, inadmissível. O papa Gregório XIII convocou então uma comissão de matemáticos para dar uma solução ao problema. Chegou-se a uma saída formidável. Com seu poder incontrastável sobre o destino da humanidade e do universo, o papa decretou o sumiço dos dez dias. Simples assim. Riscou fora. A humanidade foi dormir em 4 de outubro e acordou em 15 de outubro. O período de 5 a 14 de outubro de 1582 não existiu, jogando algumas dúvidas para as calendas gregas. O que aconteceu com quem fazia aniversário no período suprimido? E quem tinha conta para pagar num dia que sumiu? Pagou juros? Queixou-se ao papa? Resolvida a diferença de dez dias, a comissão achou outras soluções criativas. Para evitar que o descompasso dos anos bissextos voltasse a se alargar a longo prazo, estabeleceu que a cada século múltiplo de 100 – 1800, 1900, 2000, por exemplo – não haveria ano bissexto. Excelente. Mas a retirada do 366° dia seria provisoriamente excelente porque criaria um desequilíbrio lá adiante. Então, inventou-se outra compensação: de quatro em quatro séculos, o ano bissexto volta.
 
Parece confuso, mas é assim que funciona até hoje: de 100 em 100 anos, cai o ano bissexto; de 400 em 400, reinstala-se o ano bissexto. Com esses avanços e recuos, somas e diminuições, nosso calendário consegue dançar num movimento parecido com o balé irregular dos ciclos naturais. (Não é idêntico porque o calendário gregoriano ainda se distancia do ano solar em 25,96 segundos. É irrisório, leva mais ou menos 2 800 anos para chegar a um dia inteiro, mas perfeito é que não é.) Diante de tantos ajustes, a velha e boa folhinha de parede é um medidor preciso para o compromisso de quarta-feira, mas, com suas imprecisões em relação aos eventos astronômicos, não é exatamente boa para embasar previsões futuras.
 
Para fugir das confusões do ano solar, há quem prefira as previsões com base no mês lunar – tempo que a Lua leva para dar uma volta completa em torno da Terra. Na verdade, não resolve nada. Apenas se troca de problema. Para facilitar nossos cálculos, arbitramos que a Lua leva 29 dias e meio para dar a volta na Terra. Mas, na realidade, a Lua leva, precisamente, 29,53 dias – de novo, a caprichosa fração da natureza. Assim, se um ano tem doze meses e cada mês corresponde a uma lunação, a conclusão matemática é que um ano tem doze lunações. Era para ser, mas não é. As doze lunações, indiferentes à ordem humana, não levam 365 dias para se realizar, mas somente 354 dias, uma debochada diferença de onze dias em relação ao ano solar...! Por isso, é preciso que... Bem, diga-se apenas que é preciso recorrer à inventividade humana para conciliar o calendário e o universo. Fica claro que qualquer profecia anunciada com base em calendários, solares ou lunares, maias ou gregorianos, é mais ou menos uma brincadeira, pois nossas fórmulas numéricas, tão regulares e ordenadas, não traduzem a exata natureza dos eventos astronômicos, tão caóticos e irregulares. É quase como querer tirar a raiz quadrada do mar.
 

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Dia de finados e Espiritismo

 



A história nos mostra que desde quando desenvolvemos os primórdios de nossa consciência, ainda como primitivos homens em cavernas, passamos a temer, respeitar e honrar os nossos mortos.

Muitos eram os costumes em diferentes povos: alguns colocavam roupas, armas, comida, flores, dinheiro... na tentativa de facilitar a vida do desencarnante no mundo espiritual.

O hábito de enterrar os mortos veio como uma política de saúde e higiene, após o homem declinar de seus hábitos nomandes e fixar-se em vilas e cidades.

Allan Kardec, perfeitamente ciente da importância que damos aos que partem desta vida carnal, perguntou aos espíritos, nas questões 320 a 329 de O Livro dos Espíritos, sobre este processo e como é verificado do âmbito espiritual.


Através da leitura deste texto iremos perceber que os espíritos muitas vezes estão presentes ao seu enterro e que outras tantas aguardam ansiosamente o dia de finados para que as lembranças de seus parentes voltem a eles; e que, muito embora não seja necessário, frequentemente nesta data visitam o cemitério a espera de seus parentes queridos, para revê-los e sentí-los próximos a sí.

Vemos também que, embora a visita ao túmulo, possa agradar aos espíritos, o mais importante que podemos fazer é lembrar de nossos "mortos" diariamente em nossas orações e pensamentos. Assim não teremos que esperar um ano para "lembrar" daqueles que amamos.

É importante salientar que, apenas para os espíritos ainda mais apegados à matéria, será importante a pompa e os detalhes materiais de seus funeral, túmulo e paramentos; para aqueles que sejam mais desapegados da matéria o que realmente importa será os sentimentos que os que ficam na carne enviem par ele, sob a forma de lembranças sadias e orações de amor e paz.

Outro ponto interessante é o hábito que muitos temos de acender velas em memória de nossos espíritos queridos; a chama, ou o calor, destas velas nada vale para o espírito, que não se beneficia da vela em sí, mas do calor espiritual que vem da lembrança e do amor gerado quando se faz uma oração junto àquela vela. A vela simplesmente nada auxilia o que já desencarnou; nossas lembranças e amor é que tem este poder.

A Doutrina Espírita nos esclarece, através dos próprios espíritos, quea vida não termina no túmulo e que, no mais das vezes, estes que julgamos afastados de nós se encontram mais próximos que imaginamos.


Assim devemos ter a compreensão que não somente no dia de finados eles precisam de nosso apoio, lembranças e orações; espíritos há que se encontram em muita solidão e tristeza porque não tem a lembrança de seus entes queridos. Façamos regularmente orações pelos que se foram antes de nós para a pátria espiritual, como forma de mantê-los vivos em nossos corações e fazer carinho àqueles que não vemos mais.

Os hábitos e crenças das diversas religiões no globo devem ser respeitados e aceitos como válidos para todos que professam àquela crença; Nós, os espíritas, embora respeitemos e aceitemos as crenças de esquecimento ou práticas exteriores, tão comuns neste dia, compreendemos que o verdadeiro respeito e a verdadeira lembrança são as que residem e nossas mentes e corações.

Muita Paz.

Obs: As fotos foram colhidas na internet, não sei da origem de nenhuma, portanto não devem ser tomadas como fotos reais de espíritos.

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   João Batista Sobrinho
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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Dimensões da Verdade

DIMENSÕES DA VERDADE

"O homem que sabe, compreende a relatividade das coisas que conhece e o incomensurável do que ignora. Silencia para meditar, examina para aprender melhor e, quanto mais sabe, mais se compenetra da humildade de que necessita para considerar a vida."

Joanna de Ângelis - Divaldo Franco

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Maioria dos parlamentares é contra o aborto

Terça-Feira, 20 de Outubro de 2009
 
Reportagens Especiais
20/10/2009 - 06h00
Fábio Góis
 
Maioria dos parlamentares é contra o aborto
 
Pesquisa mostra que 57% dos congressistas entrevistados são contra qualquer mudança na legislação do aborto. Um terço dos parlamentares diz pautar sua atuação legislativa por convicções religiosas

Pesquisa encomendada pelo Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea) mostra que mais da metade dos parlamentares entrevistados são contrários qualquer mudança na legislação do aborto. De acordo com o levantamento, 57% dos congressistas ouvidos manifestaram-se contra qualquer tentativa de mudança na lei para permitir a interrupção da gravidez.
 
Segundo a pesquisa, 15% dos parlamentares rejeitam a prática do aborto em qualquer situação, inclusive estupro ou risco de morte para a mãe ou o feto. Apenas 1% acha que a legislação deve ser ampliada, de maneira que a interrupção voluntária de gravidez seja permitida em determinados casos. Já aqueles que apoiam a ampliação irrestrita da lei são 18%, enquanto 8% não souberam opinar.
 
A pesquisa traz ainda outro dado revelador. Segundo o Cfemea, ele explica a posição predominante entre deputados e senadores em relação ao aborto: um terço dos parlamentares diz pautar sua atuação legislativa conforme sua crença religiosa.
 
Foram consultados 321 congressistas, entre deputados e senadores: 27 mulheres (8% dos mandatários no Congresso) e 294 homens (92%), a mesma proporção entre os 594 parlamentares. O questionário foi elaborado pelo centro de estudos em 2007 e aplicado em 2008 pelo Instituto Soma. Somente agora, no entanto, os resultados estão sendo divulgados.
 
Livro
 
Os dados levantados pela pesquisa deram origem a um livro, Como os parlamentares pensam o direito das mulheres?, organizado pelas pesquisadoras Eneida Vinhaes Dutra e Soraya Fleischer, que faz parte da coleção 20 Anos de Cidadania e Feminismo, numa referência às duas décadas de criação do Cfemea. Na avaliação da entidade, o levantamento mostra o "grande distanciamento dos parlamentares em relação ao direito de livre escolha frente uma gravidez indesejada".
 
"Esse distanciamento vem se mantendo ao longo das duas últimas décadas. Quanto à ampliação para os permissivos legais para a realização da interrupção da gravidez, os parlamentares conseguem acolher a ideia apenas em situações de grave risco à saúde da mulher, e de má formação congênita incompatível com a vida ou doença fetal grave e incurável", diz trecho do livro, cedido ao Congresso em Foco pelo centro (confira a íntegra).
 
Religião e política
 
O estudo aponta que 34% dos 321 parlamentares entrevistados admitem legislar, parcial ou totalmente, conforme suas convicções religiosas particulares. Outros 60% declararam ser contra deliberar de acordo com suas crenças religiosas. A maioria dos legisladores que trabalhavam a partir de suas convicções religiosos era católica (70%) e evangélica (22%).
 
O estudo mostra que 10% dos parlamentares entrevistados declararam não professar nenhuma crença religiosa. Dos 321 ouvidos, 237 disseram ser católicos; 39, evangélicos, e seis, espíritas. A maioria é católica tanto entre os homens (75%) quanto entre as mulheres (63%) pesquisadas.
 
Segundo a entidade, os parlamentares que agem segundo suas convicções religiosas comprometem a instituição pública para a qual se elegeram ao confundirem religião e Estado, afrontando o princípio da laicidade, previsto na Constituição.
 
"Como destacado pelas autoras, a grande maioria dos parlamentares não reconhece o direito das mulheres realizarem o aborto por motivação sócio-econômica ou por livre solicitação. A luta contra o direito ao aborto e a parceria civil entre pessoas do mesmo sexo constituem bandeiras paradigmáticas das forças conservadoras e religiosas de cunho fundamentalista, que vem se organizando e fortalecendo a cada dia em todo o planeta", destaca outro trecho da publicação.
 
"Bolsa estupro"
 
A pesquisa mostra, ainda, que 64% dos entrevistados concordam com a concessão de um salário mínimo (R$ 465) para a mulher vítima de estupro que decida não interromper a gravidez até que o filho complete 18 anos. O assunto, polêmico, é objeto do Projeto de Lei 1763/07, da ex-deputada Jusmari Oliveira (PR-BA), batizado pelo movimento feminista de "Bolsa estupro". Outros 4% dos parlamentares declararam concordar parcialmente com a proposta.
 
"Toda a justificativa dos autores em defesa do projeto parte de uma imagem das mulheres como uma simples peça na engrenagem do ato sexual e da reprodução", considera o estudo.
 
A entidade faz firmes críticas à CPI do Aborto na Câmara - criada em novembro de 2008, mas até hoje não instalada na Câmara - que teria sido proposta por uma "minoria fundamentalista" de deputados que, na avaliação do centro, trabalha pelo "retrocesso" na legislação.
 
De acordo com o Cfemea, esses parlamentares se pronunciam "sempre que percebem a presença da mídia" e exercem pressão sobre seus pares. Com 210 assinaturas de adesão, a CPI teria a intenção de identificar e criminalizar "mulheres que praticam o aborto, profissionais que acolhem e cuidam de tal decisão, e organizações de mulheres que defendem o direito ao abortamento legal e seguro".
 
Além de Soraya e Eneida, outros cinco integrantes da entidade assinam a pesquisa, que é dividida em áreas de especialização: Patricia Rangel, Juliano Alessander, Natália Mori, Sarah Reis e Kauara Rodrigues. O tema do aborto foi analisado por Soraya, Kauara e Natália.
 

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Deus não criou Céu e Terra, diz pesquisadora

Ciência
Deus não criou Céu e Terra, diz pesquisadora
aula Rothman, de INFO Online
Sexta-feira, 09 de outubro de 2009 - 12h26
Ciência

"No princípio, Deus criou os Céus e a Terra" seria uma afirmação incorreta de acordo com o estudo de uma pesquisadora holandesa.

Ao contrário do que possa parecer, Ellen Van de Wolde, que explicou hojesua tese na Universidade de Radbound, não é uma bióloga a favor teoria da evolução tentando argumentar contra o criacionismo.

A professora que refuta as primeiras palavras da Gênesis ensina e pesquisa o Velho testamento e textos fonte do judaísmo na universidade. Para ela, houve um erro de tradução e interpretação da Bíblia.

Após uma análise do texto original hebraico, levando em conta seu contexto, ela afirma que a palavra "bara", que é usada na primeira frase do Gênesis, não significaria "criar", mas sim "separar", de forma que o Velho Testamento começaria com: "No princípio, Deus separou os Céus da Terra".

As afirmações são polêmicas, pois, apesar de não ser contra o criacionismo em nenhum momento de sua fala, Ellen van Wolde contraria a tradição judaico-cristã de que Deus teria feito todas as coisas a partir do nada.

Na sua interpretação, o Gênesis não fala sobre o princípio absoluto do tempo, mas sim do início de um determinado ato – o que significa que o início da Bíblia não é o princípio de tudo, mas o de uma narrativa.
No ano do 200º aniversário de Charles Darwin, autor da teoria da evolução, uma especulação como essa pode aumentar os debates entre evolucionistas e criacionistas.

*Ellen van Wolde, recebeu seu doutorado em 1989 por uma análise semiótica da história do paraíso em Gênesis 2-3. Ela é membro da Royal Academy of Sciences e (KNAW) e Royal Society of Sciences da Holanda.
 
Fonte: INFO

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

As Crianças e o Espiritismo...

 


Olá, amigos!

Ultimamente tenho tido algumas conversas por email ou pessoalmente com amigos que nos procuram e, entre outros assuntos, tocamos no tema filhos. E é incrível como, na maioria das vezes nós temos uma perspectiva errônea a respeito de nossas crianças.

O Espiritismo, diferente das religiões cristãs tradicionais, compreende que a criança é mais que um ser pequeno e indefeso, muito mais que uma pessoa que vai aprender com a idade e ainda mais que um reflexo de nós mesmos em forma miniatura.


A Doutrina Espírita nos esclarece que em cada criança está um espírito que já viveu inúmeras existências antes; o espírito que habita o corpo do meu filho, por exemplo, pode ser mais antigo que o meu e também muito mais evoluído.

Temos que tirar da cabeça que somente porque a criança chega ao mundo pequena e indefesa fisicamente ela não tem uma personalidade já formada e definida; muito pelo contrário. Aquele espírito que alí se encontra tem seus valores e seu gênio próprio, e demonstra isso cada vez mais (ela chega pequena e indefesa para que os pais tenham o sentimento de cuidado e carinho ativado pelo instinto de proteção).

Já viram como tem crianças que desde muito pequenas são violentas? ou egoistas? ou gentís? ou inteligentes? Isso não é por acaso; e nem porque, como muita gente fala "puxou ao pai" ou "não roubou, herdou da mãe"...

O livro dos espíritos nos esclarece muitas coisas nas questões 203 a 210 e 379 a 385.

Estudando-o entenderemos que a criança não "herda" nem "puxa" ao pai ou à mãe, ela traz dentro de seu espírito os valores que lhe são próprios; e como a lei de atração é universal, semelhante atrai semelhante - ela encarna em um grupo que tenha o mesmo nível espiritual dela - ou seja: ela tem, no mais das vezes, os mesmos gostos e interesses dos pais porque são espíritos semelhantes em busca de evolução.

Nestas questões teremos orientações espetaculares, principalmente no tocante a responsabildade dos pais junto aos filhos: orientar e educar; perceber as inclinações do espírito que reencarna e tentar eliminar as más e ampliar as boas.

Os pais tem uma participação muito importante na evolução moral do seu filho. Nos esclarece a espiritualidade que entre o nascimento e os 7 anos de idade a criança está mais aberta às influências dos pais, pois o seu espírito está ainda se ajustando a nova fase de encarnado.

É neste período de os pais podem trabalhar com mais sucesso a educação moral que desejam dar ao seu filho (alguém aí já se perguntou como é importante a educação moral de seu filho? Como é importante ensiná-lo a ser caridoso, paciente, humilde, bom, respeitoso?)e isso pode ser conseguido incentivando os bons sentimentos e mostrando que os maus sentimentos são prejudiciais a ele mesmo e ao próximo.

Infelizmente muitos de nós não aproveitamos esta oportunidade e depois nos arrependemos amargamente.

Devido ao corre-corre de hoje em dia temos cada vem menos tempo com os nossos filhos e por isso achamos que estaremos fazendo um mal quando negamos algo a ele ou quando direcionamos seu mau comportamento para um bom comportamento; grande engano o nosso.


Amar não é permitir tudo que o ser amado quer; amar é cuidar para que o ser amado consiga ser feliz; e muitas vezes o amor dos pais passa por momentos de orientação aos filhos, mesmo que nestes momentos existam lágrimas.

Precisamos compreender, afinal, que as crianças são espíritos antigos e que provavelmente já conviveram conosco em outras existencias; que necessitam de nosso amor, carinho e compreensão mas também de nossa orientação séria e segura; que neles podemos plantar as sementes de um futuro melhor, dependendo dos valores que ensinemos a eles.

Agradeço a Deus diariamente por ele ter me enviado uma esposa maravilhosa que me auxiliar a tentar educar nosso filho da melhor maneira possíveo; bem como agradeço também por termos recebido um espírito tão carinhoso e especial como filho; foi um enorme presente que Deus nos entregou para tomarmos conta.


Peço a Deus que tenhamos todos a capacidade necessária para criar um mundo melhor para nossos filhos; mas que também tenhamos a sabedoria de "criar filhos melhores para o nosso mundo".

Um feliz dia das crianças e muita Paz para todos.



   João Batista Sobrinho
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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

CONFIRMAÇÃO

"Caro Ramon, sinceramente, jamais pensei numa coisa dessas.  Lembro que ao assistir ao longa Bezerra de Menezes - Diário de um espírito, as ideias por ele defendidas no começo eram muito mal-vistas, pois o Espiritismo era tido como "religião das almas penadas". Mas se pudermos conciliar religião e ciência, veremos que entre elas até que há uma relação lógica. Mas continuo sem entender o que é essa matéria escura e onde ela se encontra no Universo. Abraços, Angelus Melo."
 

 
Olá, Angelus!
 
Quanto à Ciência e Religião, são duas irmãs que não viviam separadas desde o início. Os sábios da antiguidade, como Sócrates, Platão e Aristóteles se dedicavam a ambas, sem fazer qualquer distinção ou oposição entre as duas. Porém, como não dispunham de nenhum instrumento de pesquisa além da razão, limitavam-se a observar a natureza a olho nu e colecionar afirmações subjetivas sobre Deus, a alma, a matéria e o funcionamento do universo.
 
Muito tempo depois, surgiu Galileu, e com a ajuda de diversos instrumentos já disponíveis na época (alguns aperfeiçoados por ele, como o telescópio), inaugurou o método científico como o conhecemos hoje, baseado na experimentação. Com isso, conseguiu comprovar (e não apenas afirmar, como faziam os sábios da antiguidade) diversos fenômenos da natureza, antes apenas imaginados. Como suas descobertas contrariavam as afirmações da ciência clássica, adotadas há séculos pela Igraja Católica, foi levado a julgamento no Tribunal da Santa Inquisição, onde se viu obrigado a negar suas descobertas para poupar sua vida. Este episódio, conhecido como Processo de Galileu, foi que decretou a separação entre fé e conhecimento, ciência e religião.
 
O Espiritismo é uma filosofia que propõe justamente a re-uinião das duas, para investigar as leis naturais e extrair delas implicações morais para a vida.
 
Porém, a ciência oficial, à medida que avança na compreenção da natureza, vai descobrindo estas mesmas leis e mapeando nosso lugar no contexto do universo. Em outras palavras, é a própria ciência leiga que confirmará, sem pretender, diversos aspectos da fé, que por tanto tempo se esforçou em combater. Assim, a existência de Deus, da alma, da reencarnação e da diversidades de mundos habitados, hoje temas limitados ao conjunto de crenças de várias religiões (não apenas do Espiritismo), deixarão de ser questões de fé para se tornarem fatos científicos comprovados, como a existência do átomo, por exemplo.
 
Quanto a você não "entender o que é essa matéria escura e onde ela se encontra no Universo", não se sinta tão isolado neste sentido, pois nem mesmo o grupo de físicos que iniciou a pequisa sabe ao certo do que se trata, embora não tenha mais dúvidas sobre sua existência, como afirmado por eles próprios no artigo que te enviei.
 
Aquele abraço!
 
Ramon de Andrade
raesa@ig.com.br
Palmares-PE
 

 
Ciência
MIT busca pela misteriosa matéria escura
 
Paula Rothman, de INFO Online
Sexta-feira, 02 de outubro de 2009 - 10h13

Há três anos, a Dra Jocelyn Monroe começou a trabalhar em um projeto para encontrar algo que nem ela sabe dizer ao certo o que é – ou se existe de fato.
 
Em um laboratório do Massachusetts Institute of Technoly (MIT), ela e outros dezesseis colegas criaram um detector de partículas para registrar a existência da misteriosa matéria escura.
 
"Ninguém sabe exatamente o que ela é", explica Jocelyn. "O que sabemos é que ela possui interação gravitacional. Vemos sua influência nas galáxias, portanto sabemos que ela é matéria, mas que não possui luz".
 
A matéria escura explica coisas que não podemos ver mas sabemos que estão lá. As galáxias em espiral, por exemplo, geram tanta força centrípeta que seriam arrebentadas não fosse a gravidade existente nelas. No entanto, elas não possuem matéria visível o suficiente para produzir a gravidade necessária – levando à conclusão de que há algo invisível, mas com massa.
 
(...)
"Esperamos ter algum resultado em um ano", diz Jocelyn. "Sei que parece um conceito complicado – e é – mas pense que a matéria escura ainda é bem mais simples que a energia escura. Além disso, compreendê-la é fundamental para sabermos melhor quem somos", conclui a pesquisadora.
 

terça-feira, 6 de outubro de 2009

CONFIRMAÇÃO

"Não há o vácuo. O que te parece vazio está ocupado por matéria que te escapa aos sentidos e aos instrumentos." ESPÍRITO E MATÉRIA, Itens 22, 27 e 36 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Paris, 1857"

"Ciência: MIT busca pela misteriosa matéria escura - Sexta-feira, 02 de outubro de 2009 - 10h13"

"Poxa!! Será que o espiritimos é a doutrina mais evoluída? Ou isto é uma mera conhecidência? Por isso que até hoje continuo sendo espirita. Matheus Sobral"


 
Fala, Pacheco!
 
Coincidência, não! Confirmação. O Livro dos Espíritos antecipou muita coisa que somente agora  a gente vai começar a entender. E olha que várias vezes no livro os espíritos disseram que não poderiam ir muito longe nas explicações, pra não acabar confindindo mais do que esclarecendo. Ou seja, ele "pegaram leve" com a gente, rapaz!
 
Tem muita coisa alí, dita com as palavras da época (1857) e que a ciência só agora começou a desvendar, com outros nomes, claro! Por isso, o que no livro foi chamado de "fluido cósmico universal", a ciência está chamando de "matéria escura". Esse termo "escura" não se refere à cor dessa matéria, mas ao fato de que ela existe e não pode ser vista, como a gente não consegue ver os objetos de uma sala no escuro, entende. Ou seja, a gente sabe que o objeto está na sala, porque pode tocar nele, mas não pode vê-lo. Por isso, essa substância foi batizada de matéria escura, pois já percebemos (por dedução) que ela existe, mas ainda não conseguimos identificá-la; que é justamente o que esta equipe de cientistas do MIT estão tentando fazer agora.
 
Ainda assim, o Espiritismo nunca será "a maior religião do mundo", pois, como religião, é apenas uma ramificação do cristianismo, que jamais será aceito por todos os povos do planeta, por questões culturais. Mas a intenção não é esta mesmo, e esse título de "o maior do mundo" só tem implicação política e não garante nada em termos de fé nem de fraternidade, pois se fosse assim as maiores religiões do planeta já teriam realizado a paz mundial... e a gente sabe que não chegaram nem perto disso.

As idéias espíritas, estas sim, por pertencerem à natureza e não à cultura, ganharão o mundo e farão parte do conhecimento de todos os povos, assim como o conhecimento de que a terra gira em torno do sol é aceito em todo o mundo, mas não há uma religião mundial dos seguidores de Galileu.

Daqui pra frente, a ciência confirmará a passos largos os princípios espíritas (existência de Deus, imortalidade da alma, comunicação com os espíritos, diversidade dos planetas habitados e a reencarnação), sem sequer se darem conta, talvez, de que são conceitos espíritas, e sem fazerem propaganda de nenhuma religião.
 
Aliás, na era da informação, o troféu de Pai da Idéia está perdendo a importância, pois cada vez mais TODOS são donos de TUDO, por causa da crescente facilidade de acesso ao conhecimento. Todo dia a gente acende a lâmpada várias vezes, sem agradecer a Thomas Edson; faz um monte de telefonemas, sem agradecer a Grahan Bell; descobre um bocado de coisa interessante no Google, mesmo digitando herrado :-D e ainda recebe por e-mail uma penca de mensagens legais de um tal de Autor Desconhecido. A essa altura e velocidade, pouco importa o nome de quem inventou/criou/descobriu alguma coisa... contanto que funcione! :-D
 
Aquele abraço!
 
Ramon de Andrade
raesa@ig.com.br
Palmares-PE

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

ESPÍRITO E MATÉRIA

(...) a matéria existe em estados que ignorais. Pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil, que  nenhuma impressão vos cause aos sentidos. Contudo, é sempre matéria. Para vós, porém, não o seria."
 
(...) ao  elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, (...) ele se distingue deste por propriedades especiais. (...). Está colocado entre o espírito e a matéria; (...) Esse fluido universal (...) é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá."
 
"Não há o vácuo. O que te parece vazio está ocupado por matéria que te escapa aos sentidos e aos instrumentos."
 
ESPÍRITO E MATÉRIA
Itens 22, 27 e 36
O Livro dos Espíritos
Allan Kardec
Paris, 1857


 
Ciência
MIT busca pela misteriosa matéria escura
 
Paula Rothman, de INFO Online
Sexta-feira, 02 de outubro de 2009 - 10h13
 
SÃO PAULO – Há três anos, a Dra Jocelyn Monroe (Foto>>) começou a trabalhar em um projeto para encontrar algo que nem ela sabe dizer ao certo o que é – ou se existe de fato.
 
Em um laboratório do Massachusetts Institute of Technoly (MIT), ela e outros dezesseis colegas criaram um detector de partículas para registrar a existência da misteriosa matéria escura.
 
"Ninguém sabe exatamente o que ela é", explica Jocelyn. "O que sabemos é que ela possui interação gravitacional. Vemos sua influência nas galáxias, portanto sabemos que ela é matéria, mas que não possui luz".
 
A matéria escura explica coisas que não podemos ver mas sabemos que estão lá. As galáxias em espiral, por exemplo, geram tanta força centrípeta que seriam arrebentadas não fosse a gravidade existente nelas. No entanto, elas não possuem matéria visível o suficiente para produzir a gravidade necessária – levando à conclusão de que há algo invisível, mas com massa.
 
Esse tipo de partícula constitui mais de 20% de todo o universo – o que pode parecer pouco, mas pense que a matéria visível (aquilo de que somos feitos, elétrons, prótons, nêutrons) representa apenas 4% de tudo o que existe no cosmos. "O restante é algo ainda mais complicado, conhecido como energia escura", diz Jocelyn.
 
O primeiro a propor a existência da matéria escura foi o pesquisador Fritz Zwicky, da Caltech, na década de 1930.  Ele tentava explicar porque a quantidade de luz vinda das estrelas de um cluster chamado Coma era cerca de 100 vezes menos do que o esperado pela sua massa.
 
Desde então, muitos grupos ao redor do mundo estão buscando uma maneira de detectá-la. Alguns experimentos procuram evidencias indiretas medindo os raios gama emitidos quando ela decai. Outros tentam capturar os rastros eletrônicos que devem ser deixados para traz quando ela colide com outras partículas.
 
É exatamente esta a pesquisa da Dra Jocelyn. Em apenas alguns meses, ela e sua equipe iniciam os testes com o Dark Matter Time Projection Chamber, um detector enterrado a quase 500 metros em Carlsbad, Novo México.
 
"Usamos um método de detecção direta, por meio da colisão, mas nosso detector é passivo: sentamos e esperamos pela matéria negra", explica Jocelyn. "Já o LHC (Grande Colisor de Hádrons, na Suíça, também conhecido como Acelerador de Partículas) tem, como um dos objetivos, produzir essa partículas. É uma abordagem diferente para responder a mesma pergunta: qual é a natureza da matéria negra?", diz a pesquisadora.
 
Caminhando contra o vento
 
As partículas que a equipe do MIT quer detectar são chamadas de WIMPs (weakly interacting massive particles). Elas são parte do que constitui a matéria negra e seriam 100 vezes mais pesada que um próton.
 
Como o próprio nome em inglês diz, elas possuem interação extremamente fraca com a matéria comum. Normalmente, as WIMPs passam por ela sem nenhuma interação – em uma garrafa de dois litros de refrigerante, por exemplo, haveria apenas 10 WIPMS e, em um ano, apenas uma delas interagiria com matéria.
 
O método da Dra Jocelyn se baseia na previsão de que as partículas vindas do espaço devem chegar à Terra a um ângulo específico - e o detector foi projetado para procurar o chamado "vento" de matéria escura.
 
Ele é formado por causa do movimento da Via Láctea. Da mesma forma que sentimos um vento quando andamos de bicicleta, há uma "brisa" em direção à Terra de matéria escura – porque nós estamos nos movendo, e ela não.
 
O vento vem da direção da Constelação de Cygnus, que muda sua posição em relação à Terra a cada 12 horas. Comparando quais partículas chegam desses ângulos, os pesquisadores distinguem o que é matéria escura.
 
Para garantir que as interações observadas sejam mesmo matéria escura, e não colisões de nêutrons – que ocorrem com muito mais freqüência e produzem uma assinatura similar no detector – os físicos criaram um segundo aparelho. Projetado para captar somente colisões de nêutrons, ele será colocado ao lado do detector original, assim, as partículas que aparecerem em ambos serão descartadas.
 
"Esperamos ter algum resultado em um ano", diz Jocelyn. "Sei que parece um conceito complicado – e é – mas pense que a matéria escura ainda é bem mais simples que a energia escura. Além disso, compreendê-la é fundamental para sabermos melhor quem somos", conclui a pesquisadora.
 

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A responsabilidade do "irmão"

 


Acredito que a maioria das pessoas que acessam o blog ou que escutam minhas palestras já perceberam que quase nunca (99,99% das vezes) utilizo a expressão "meu irmão" ou "minha irmã".

Não que isso seja obrigatório dentro do espiritismo, nem que se faça regra de bem viver para as participações em palestras e seminários; tanto que normalmente utilizo a expressões "amigos" e "queridos amigos" com o mesmo sentido e sem prejuízo algum ao bom andamento dos trabalhos e da mensagem.

É de se lembrar ainda que na codificação espírita Allan Kardec também não utiliza estas expressões para com os espíritos, chamando-os de amigos ou pelo nome; e que estas expressões apenas foram incorporadas ao espiritismo mais tarde, pela adesão de pessoas das religiões tradicionais, notadamente aqui no Brasil.

Também não estou dizendo que nunca utilizo esta expressão, ou que nunca utilizarei; pelo contrário - existem determinadas pessoas a quem me refiro com muito carinho como "meu irmão" ou "minha irmã". Até porque o Espiritismo Cristão é a expressão viva da vivência do Cristo, que nos chamava a todos de irmãos e irmãs, nos demonstrando pelo exemplo a fraternidade universal que deve nortear os nossos passos.

Quando declaro que raramente utilizo estas expressões é simplesmente porque: não me sinto ainda(porque ainda sou cheio de defeitos)a altura de assumir o compromisso de chamar o próximo de irmão, sem realmente estar pronto para agir como se assim o fosse.


Porque, na minha opinião, é isso que significa chamar ao próximo de "meu irmão" - estar preparado para amar o próximo (qualquer próximo) incondicionalmente; e assim compreender, perdoar, dividir, respeitar, não mentir ou omitir, não denegrir sua imagem com maus comentários, etc.

Para mim esta palavra irmão está repleta de uma responsabilidade tão grande - e representa um compromisso tão intenso - que não me sinto preparado para utilizá-la.

Há algum tempo eu vinha querendo fazer um post sobre isso, mas somente me decidí em uma palestra recente de um grande e querido amigo; eu o abracei quando nos encontramos e disse "meu amigo..." e ele me retornou "meu irmão..." - na hora veio na minha cabeça este pensamento e a certeza que ele realmente estava sentindo aquela palavra, tenho segurança absoluta disso. E ví que, naquele caso, eu também poderia utilizar esta expressão sem medo. Foi muito bom constatar isso.

Eu sempre busco ser muito coerente no que falo; e procuro demonstrar nos meus atos as minhas palavras e pensamentos. Vejo a todos os momentos no nosso dia a dia, no nosso trabalho, na nossa família, na nossa religião - em diversos aspectos - as pessoas utilizando esta palavra tão pequena e simples "irmão"; mas que na maioria das vezes não atentam para o que ela realmente significa.

Ser irmão na carne já é um laço forte; ser irmão em Cristo é milhares de vezes mais forte; já imaginaram?

E mesmo assim vemos exemplos de pessoas de diversas religiões que falam "meu irmão" mas não agem ou pensam desta forma.

É isso que eu desejo evitar - esta hipocrisia de falar uma coisa, pensar outra, sentir nenhum das duas e seguir sem sinceridade no coração.

Seja nosso falar "sim, sim. Não, não" nos ensinou Jesus; para que não tivéssemos que nos preocupar com as considerações sobre nossa seriedade e nossa coerência.

Quando eu estiver pronto para chamar a todos de meus irmãos eu chamarei; por enquando vou utilizando apenas para os que eu já consigo e todos os outros serão meus amigos nos estudos e ensinamentos do Cristo.

Muita paz a todos.

João Batista Sobrinho
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