segunda-feira, 15 de junho de 2009

APENAS CRIANÇAS

"Oi Ramon, (...) eu li com atenção todo aquele artigo sobre a criança índigo, achei curioso. Nunca vi aquilo em minha vida. De certa forma se enquadra com meu amigo Ângelus. Principalmente essa questão de ser sociável. Algo que ao meu ver ele não me parece ser muito. Mas acredito que com os familiares, alguns amigos e comigo ele tem uma enorme simpatia."

Oi, Meg. Indiquei o artigo da Wikipédia por não ter outro melhor à mão no momento. Mas esse artigo não traduz precisamente a comparação que fiz com Ângelus. Os índigos, resumidamente, são espíritos que estão encarnando na Terra vindos de outros lugares do Universo, trazendo novos conceitos e valores aprendidos em suas origens, para ajudar no progresso de nossa civilização. Não são anjos, nem espíritos perfeitos. Também não são necessariamente espíritos superiores. Apenas almas mais experientes em valores que precisamos consolidar em nosso planetinha azul, como cidadania ambiental, planetária e cósmica, além de um senso crítico, moral e ético mais aprimorados (o nosso anda meio cambaleante mesmo, né :-). E não estão aqui apenas prestando serviço, mas desenvolvendo em si próprios outras virtudes, como paciência, resignação, disciplina e outras em que eles também ainda não avançaram.
 
No caso de Ângelus, sobressai a espiritualidade incomum em alguém tão jovem, que se expressa inclusive nos temas que ele escolhe para seus livros. A maioria das pessoas precisa de muito tempo para atingir esse grau de sensibilidade que ele já traz do berço (na verdade, de antes do berço!). Esse é um dos diversos tipos de contribuição trazidos pelos índigos, neste caso ajudando a humanidade a se reaproximar de sua natureza espiritual.
 
Não se trata de um conceito espírita. O tema vem sendo desenvolvido desde a década de 70 por alguns pesquisadores do comportamento infantil, que perceberam características marcantes em crianças nascidas a partir daquela época. Eles idendificaram estas diferenças, mas não sabiam explicar suas causas, e classificaram de modo generico estas crianças como "hiperativas", pois um traço comum entre elas era a dificuldade de concentração.
 
Como a ciência não se propunha a explicar "a origem" do que havia descoberto, os espiritualistas se apropriaram do tema e ofereceram a tese que resumi acima (que pessoalmente acho interessante). Neste caso, a hiperatividade apresentada pela maior patre dessas crianças se deveria a sua dificuldade de adaptação (ou mesmo rejeição) aos padrões mentais e culturais vigentes em nosso planeta, como o sequitarismo, a aceitação passiva de regras impostas e os modelos educacionais verticalizados.
 
O espiritismo, embora reconheça a possibilidade, não se interessou pelo debate, pois propõe que os espíritos não são originários de lugares específicos do universo, mas habitam qualquer parte, de acordo com sua necessidade de vivenciar determinadas experiências; assim como nós passamos por diversas escolas ao longo de nossa vida estudantil, sem pertencer a nenhuma.
 
A tese dos índigos gerou muito alvoroço, especialmente entre alguns pais, que passaram a justificar a insubmissão de seus filhos como um sinal de que eles seriam seres especiais, melhores que as crianças normais. Na verdade, uma boa desculpa para não se esforçarem por educá-los. Como o tema degenerou para a vaidade, tanto os pesquisadores, que deram origem ao conceito, quanto os espiritualistas, que o desenvolveram, chegaram ao consenso de que a classificação era impertinente, principalmente por não oferecer nenhum benefício prático. Criança é criança e ponto final.

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