segunda-feira, 12 de novembro de 2018

O Líder Servidor

O Líder Servidor

"Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou."
Jesus (João 13:13)

"Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer."
Jesus  (João 15:15)
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"Se nas relações sociais, alguns homens se encontram na sua dependência, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus. Usa sua autoridade para erguer-lhes a moral, e não para os esmagar com o seu orgulho, e evita tudo quanto poderia tornar mais penosa a sua posição subalterna."

Allan Kardec
O Evangelho Segundo o Espiritismo
Capítulo 17
Sede Perfeitos
O Homem de Bem
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Quer melhores resultados da equipe? Seja benevolente

Redação do Diário da Saúde

Os resultados são importantes sobretudo para os jovens líderes, que não sabem que tipo de liderança exercer.

Tipos de liderança


Quer quer seus funcionários deem o melhor e cheguem aos melhores resultados? Então seja gentil com eles.

Demonstrar compaixão aos subordinados sempre compensa, especialmente quando esse estilo de liderança é combinado com a aplicação de metas e pontos de referência claros.

"Ser benevolente é importante porque pode mudar a percepção que seus seguidores têm de você. Se você sente que seu líder ou chefe realmente se preocupa com você, você pode se sentir mais envolvido no trabalho que faz por eles," disse o professor Chou-Yu Tsai, da Universidade de Binghamton (Reino Unido).

Tsai e seus colegas queriam determinar como a presença ou ausência de benevolência afetaria o desempenho dos subordinados no trabalho. Eles entrevistaram quase 1.000 membros das Forças Armadas de Taiwan e outros 200 trabalhadores civis nos Estados Unidos, e analisaram o desempenho dos subordinados resultante de três estilos de liderança diferentes:

Liderança dominante-autoritária:
Líderes que exercem autoridade e controle absolutos, concentram-se principalmente em concluir tarefas a qualquer custo, com pouca consideração pelo bem-estar dos subordinados.

Liderança centrada na benevolência:
Líderes cuja principal preocupação é o bem-estar pessoal ou familiar dos subordinados. Esses líderes querem que seus liderados sintam-se apoiados e tenham fortes laços sociais.

Liderança paternalista clássica:
Um estilo de liderança que combina autoritarismo e benevolência, com um forte foco tanto na conclusão da tarefa quanto no bem-estar dos subordinados.

Liderança com benevolência

Os resultados mostraram que a liderança dominante-autoritária quase sempre teve resultados negativos sobre o desempenho no trabalho, enquanto a liderança centrada na benevolência quase sempre teve um impacto positivo no desempenho do trabalho.

A liderança paternalista clássica, que combina tanto a benevolência quanto o autoritarismo, teve um efeito praticamente tão forte sobre o desempenho dos subordinados quanto a liderança centrada na benevolência, mas os pesquisadores argumentam que isso pode estar associado ao estilo tradicional familiar, no qual virtualmente todos os os trabalhadores foram criados.

Em outras palavras, não demonstrar compaixão pelos seus funcionários não é um bom presságio para o desempenho da equipe, enquanto demonstrar compaixão motivou a todos a serem melhores trabalhadores.

"Os resultados implicam que mostrar apoio pessoal e familiar para os funcionários é uma parte crítica da relação líder-seguidor. Embora a importância de dar estrutura e estabelecer expectativas seja importante para os líderes, e possivelmente para os pais, ajuda e orientação do líder no desenvolvimento de laços sociais e redes de apoio para um seguidor podem ser um fator poderoso em seu desempenho no trabalho," disse Shelley Dionne, membro da equipe.

Fonte: https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=quer-melhores-resultados-equipe-seja-benevolente&id=13060&nl=nlds

sábado, 7 de julho de 2018

Suave Partida

A separação se dá instantaneamente por brusca transição? Haverá alguma linha de demarcação nitidamente traçada entre a vida e a morte?

"Não; a alma se desprende gradualmente, não se escapa como um pássaro cativo a que se restitua subitamente a liberdade. Aqueles dois estados se tocam e confundem, de sorte que o Espírito se solta pouco a pouco dos laços que o prendiam. Estes laços se desatam, não se quebram."

O Livro dos Espíritos
Questão 155-a
Paris, 1857
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Em caso inexplicável, atividade cerebral é identificada 10 minutos depois da morte

Por Juliana Blume
08.03.2017

Médicos canadenses se depararam com um caso muito estranho. Quando os aparelhos de suporte de vida foram desligados para um paciente terminal, ele apresentou atividade cerebral persistente mesmo depois de ser declarado clinicamente morto.

Por mais de dez minutos os médicos confirmaram a morte com várias observações, incluindo a ausência de pulso e pupilas não responsivas. Mesmo assim, o paciente tinha as mesmas ondas cerebrais do sono.

"No paciente, ondas delta persistiram depois do ritmo cardíaco e pressão sanguínea terem se encerrado", informaram os médicos da University of Western Ontario.

Eles também descobriram que a morte pode ser uma experiência única para cada indivíduo. Outros três pacientes terminais que também tiveram os aparelhos desligados no mesmo hospital foram acompanhados, e os médicos observaram que suas atividades cerebrais eram diferentes entre si, tanto antes e depois da morte clínica.

"Havia uma diferença significativa na amplitude da eletroencefalografia entre 30 minutos antes e 5 minutos depois da pressão sanguínea se cessar neste grupo", explicam os médicos.

Eles dizem que ainda é muito cedo para afirmar o que isso significa para a experiência da pós-morte. Na ausência de qualquer explicação biológica sobre o que fez o cérebro continuar em atividade por tanto tempo depois do fim dos batimentos cardíacos, os pesquisadores dizem que a observação pode estar incorreta. Os equipamentos utilizados não mostram defeito ou sinal de funcionamento incorreto.

Você pode ver os exames dos quatro pacientes abaixo, que mostram o momento da morte no 0, quando o coração parou de bater alguns minutos depois dos aparelhos terem sido desligados.

A cor amarela mostra a atividade cerebral, e ela para alguns minutos antes do coração parar de bater nos pacientes 1, 2 e 3. No paciente, 4, porém, ela continua por 10 minutos e 38 segundos depois da morte clínica.

As observações foram publicadas na revista The Canadian Journal of Neurological Sciences.

Matéria completa com o gráfico disponível em:

https://hypescience.com/em-caso-inexplicavel-atividade-cerebral-e-identificada-10-minutos-depois-da-morte

terça-feira, 22 de maio de 2018

Autoescultura



AUTOESCULTURA

Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?

"Um sábio da Antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo."

Conhecemos toda a sabedoria desta máxima; porém a dificuldade está precisamente em cada um conhecer-se a si mesmo. Qual o meio de consegui-lo?

"Fazei o que eu fazia quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma.

Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que praticou durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que fez (…), grande força adquiriria para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria.

Dirigi, pois, a vós mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma coisa que, feita por outrem, censuraríeis, sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis confessar.

(…)

As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado.

"O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual.

(…)

Consulte, conseguintemente, a sua consciência aquele que se sinta possuído do desejo sério de melhorar-se, a fim de extirpar de si os maus pendores, como do seu jardim arranca as ervas daninhas.

Faça o balanço de seu dia moral, como o comerciante faz o de suas perdas e seus lucros; (…).

"Formulai, pois, de vós para convosco, questões nítidas e precisas e não temais multiplicá-las. Justo é que se gastem alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna."

Santo Agostinho

Comentário de Allan Kardec:

Muitas faltas que cometemos nos passam despercebidas. Se, efetivamente, seguindo o conselho de Santo Agostinho, interrogássemos mais amiúde a nossa consciência, veríamos quantas vezes falimos sem que o suspeitemos, unicamente por não perscrutarmos a natureza e o motivo dos nossos atos.

A forma interrogativa tem alguma coisa de mais preciso do que as máximas, que muitas vezes deixamos de aplicar a nós mesmos. (…). E, pela soma que derem as respostas, poderemos computar a soma de bem ou de mal que existe em nós.

O Livro dos Espíritos > Parte terceira - Da leis morais > Capítulo XII - Da perfeição moral > Conhecimento de si mesmo > Questão 919 / a

https://www.kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/2/o-livro-dos-espiritos/237/parte-terceira-da-leis-morais/capitulo-xii-da-perfeicao-moral/conhecimento-de-si-mesmo

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Revista IstoÉ
Carreira

Como o Google aprende com o fracasso

Entenda como a empresa busca tirar vantagem dos erros do passado

17 Mai 2018 - 08h23

O processo usado pelo Google é simples, organizado e pode ser implementado em qualquer empresa.

Recentemente, o Google descreveu seu processo interno para documentar os erros e aprender com eles. O melhor é que isso pode ser aplicado em qualquer empresa.

Para muitas pessoas – e para muitas companhias também – o fracasso é motivo para tristeza e lamentação. Mas há muito a se aprender com os erros.

Mas para realmente se tirar uma lição dos momentos de fracasso, é preciso ter um processo, diz a Inc. Caso contrário, a empresa está fadada a repetir os erros. O processo usado pelo Google é simples, organizado e pode ser implementado em qualquer empresa. O nome é bastante apropriado: post-mortem, ou "autópsia".

Confira abaixo os passos:

1. Identifique os problemas mais importantes

"A autópsia é o processo que nosso time faz para refletir sobre os aprendizados dos eventos indesejados mais significativos", escreve a equipe do Google. "Incidentes acontecem, mas nem todos precisam de um post-mortem. Por isso nosso primeiro passo no processo é definir quando precisamos realizar o processo".

Para o Google, os incidentes mais importantes incluem a interrupção de um serviço, como quando as buscas por "Shakespeare" ficaram indisponíveis por 66 minutos após a descoberta de um novo soneto do autor. Outros casos são problemas com a integridade dos dados, demora em resolver problemas de consumidores ou em detectar problemas.

Para aplicar na sua empresa: Pergunte-se o que configura um erro importante para você e para sua empresa.

2. Registre

"O próximo passo é trabalhar em equipe para criar um registro escrito do que aconteceu, por que, qual foi o impacto, como o problema foi resolvido, e o que a equipe fará para prevenir que o incidente ocorra novamente", escreve o Google. Outras questões sugeridas são: o que deu certo? O que não deu certo? Em que ponto tivemos sorte? O que podemos fazer diferente?

Para aplicar na sua empresa: Envolva toda a equipe na tarefa de responder a essas questões. O Google recomenda agendar uma reunião de 30 minutos a uma hora para explorar o incidente.

3. Promova o crescimento em vez de buscar culpados

"Não buscar culpados no processo de post-mortem fará com que os colaboradores sintam mais segurança psicológica para comunicar erros sem medo", escreve a empresa. Ao assegurar aos colaboradores que eles não serão punidos por seus erros, a empresa cria confiança. O foco deve ser a melhoria dos processos e o aprendizado. Fazendo isso, dizem os autores do Google, você consegue "reposicionar o fracasso como uma oportunidade para crescimento e desenvolvimento, e não como um contratempo."

Para aplicar na sua empresa: Para que a equipe aceite essa filosofia de aprimoramento contínuo, os líderes precisam admitir seus próprios erros e fracassos e documentá-los.

https://epocanegocios.globo.com/Carreira/noticia/2018/05/como-o-google-aprende-com-o-fracasso.html?utm_source=twitter

Fonte do artigo: https://medium.com/@ramon.andrade/autoescultura-84018821e70f

sábado, 9 de dezembro de 2017

Novo Fim


"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim."

Francisco do Espírito Santo

Nota: Trecho de uma mensagem, ditada por Hammed, que terá sido recebida pelo médium Francisco do Espírito Santo. A autoria do texto tem vindo a ser erroneamente atribuída a Chico Xavier e Bob Marley.



SOBRE AS EXISTÊNCIAS PASSADAS E VINDOURAS


- Podem os Espíritos dar-nos a conhecer as nossas existências passadas?


"Deus algumas vezes permite que elas vos sejam reveladas, conforme o objetivo. Se for para vossa edificação e instrução, as revelações serão verdadeiras e, nesse caso, feitas quase sempre espontaneamente e de modo inteiramente imprevisto. Ele, porém, não o permite nunca para satisfação de vã curiosidade."

- Por que é que alguns Espíritos nunca se recusam a fazer esta espécie de revelações?


"São Espíritos brincalhões, que se divertem à vossa custa. Em geral, deveis considerar falsas, ou, pelo menos, suspeitas, todas as revelações desta natureza que não tenham um fim eminentemente sério e útil. Aos Espíritos zombeteiros apraz lisonjear o amor-próprio, por meio de pretendidas origens. Há médiuns e crentes que aceitam como boa moeda o que lhes é dito a esse respeito e que não veem que o estado atual de seus Espíritos em nada justifica a categoria que pretendem ter ocupado. Vaidadezinha que serve de divertimento aos Espíritos brincalhões, tanto quanto para os homens. Fora mais lógico e mais consentâneo com a marcha progressiva dos seres que tais pessoas houvessem subido, em vez de terem descido, o que, sem dúvida, lhes seria mais honroso. Para que se pudesse dar crédito a essa espécie de revelações, necessário seria que fossem feitas espontaneamente, por diversos médiuns estranhos uns aos outros e ao que anteriormente já fora revelado. Então, sim, razão evidente haveria para crer-se." 

- Assim como não podemos conhecer a nossa individualidade anterior, segue-se que também nada podemos saber do gênero de existência que tivemos, da posição social que ocupamos, das virtudes e dos defeitos que em nós predominaram?


"Não, isso pode ser revelado, porque dessas revelações podeis tirar proveito para vos melhorardes. Aliás, estudando o vosso presente, podeis vós mesmos deduzir o vosso passado."

- Alguma coisa nos pode ser revelada sobre as nossas existências futuras?


"Não; tudo o que a tal respeito vos disserem alguns Espíritos não passará de gracejo e isso se compreende: a vossa existência futura não pode ser de antemão determinada, pois que será conforme a preparardes pelo vosso proceder na Terra e pelas resoluções que tomardes quando fordes Espíritos. Quanto menos tiverdes que expiar tanto mais ditosa será ela. Saber, porém, onde e como transcorrerá essa existência, repetimo-lo, é impossível, salvo o caso especial e raro dos Espíritos que só estão na Terra para desempenhar uma missão importante, porque então o caminho se lhes acha, de certo modo, traçado previamente."

O Livro dos Médiuns
Segunda parte - Das manifestações espíritas
Capítulo XXVI – Das perguntas que se podem fazer aos Espíritos.
Item 290

Fonte: Kardecpedia



Regressão da memória

Se fomos trazidos à Terra para esquecer o nosso passado, valorizar o presente e preparar em nosso benefício o futuro melhor, por que provocar a regressão da memória de que fomos ou fizemos, simplesmente por questões de curiosidade vazia, ou buscar aqueles que foram nossos companheiros, a fim de regressar aos desequilíbrios que hoje resgatamos?

A nossa própria existência atual nos apresentará as tarefas e provas que, em si, são recapitulação de nosso passado em nossas diversas vidas, ou mesmo, somente de nossa passagem última na Terra fixada no mundo físico, curso de regeneração em que estamos integrados nas chamadas provações de cada dia.

Por que efetuar a regressão da memória, unicamente para chorar a lembrança dos pretéritos episódios infelizes, ou exibirmos grandeza ilusória em situações que, por simples desejo de leviana retomada de acontecimentos, fomos protagonistas, se já sabemos, especialmente com Allan Kardec, que estamos eliminando gradativamente as nossas imperfeições naturais ou apagando o brilho falso de tantos descaminhos que apenas nos induzirão a erros que não mais desejamos repetir?

Sejamos sinceros e lancemos um olhar para nossas tendências.

Emmanuel

Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em sua casa, em Uberaba, Minas Gerais, no dia 30 de julho de 1991.
Fonte: "O Espírita Mineiro", número 219, setembro/outubro de 1991.
Esta mensagem foi publicada originalmente em 19-03-1993 pela editora CEU e é a 18ª lição do livro "Esperança e luz"

Chico Xavier, Mandato de amor
Autores diversos
3ª Parte, Capítulo 10


domingo, 22 de outubro de 2017

Vaidade Estratosférica

"Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma."
Eclesiastes 9:10

"E  outro  de  seus  discípulos  lhe  disse: Senhor,  permite-me  ir  primeiro  sepultar  meu pai.  Jesus,  porém,  respondeu-lhe:  Segue-me,  e deixa  os  mortos  sepultar  os  seus  próprios mortos."
Mateus, 8:21-22

COMEMORAÇÃO  DOS  MORTOS. FUNERAIS.

A alma que volta à vida espiritual é sensível às honras que tributam aos seus despojos mortais?

Quando o Espírito já chegou a um certo grau de perfeição, não tem mais vaidade terrestre e compreende a futilidade de todas as coisas. Sabei, porém, que freqüentemente há Espíritos que, no primeiro momento da morte, gozam de grande satisfação com as honras que lhes tributam, ou se desgostam com o abandono a que lançam o seu envoltório, pois conservam ainda alguns preconceitos deste mundo.

IGUALDADE  PERANTE  O  TÚMULO

Donde nasce o desejo que o homem sente de perpetuar sua memória por meio de monumentos fúnebres?

Último ato de orgulho.

Mas a suntuosidade dos monumentos fúnebres não é  antes devida, as mais das vezes, aos parentes do defunto, que lhe querem honrar a memória, do que ao próprio defunto?

Orgulho dos parentes, desejosos de se glorificarem a si mesmos. Oh! sim, nem sempre é pelo morto que se fazem todas essas demonstrações. Elas são feitas por amor-próprio e para o mundo, bem como por ostentação de riqueza. Supões, porventura, que a lembrança de um ser querido dure menos no  coração do pobre, que não lhe pode colocar sobre o túmulo senão uma singela flor? Supões que o mármore salva do esquecimento aquele que na Terra foi inútil?

Reprovais então, de modo absoluto, a pompa dos funerais?

"Não; quando se tenha em vista honrar a memória de um homem de bem, é justo e de bom exemplo."

O túmulo é o ponto de reunião de todos os homens. Aí terminam inelutavelmente todas as distinções humanas. Em vão tenta o rico perpetuar a sua memória, mandando erigir faustosos monumentos. O tempo os destruirá, como lhe consumirá o corpo. Assim o quer a Natureza. Menos perecível do que o seu túmulo será a lembrança de suas ações boas e más. A pompa dos funerais não o limpará das suas torpezas, nem o fará subir um degrau que seja na hierarquia espiritual.

O Livro dos Espíritos
Questões 326, 823 e 824
Paris, 1857
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Companhia promete espalhar cinzas de entes queridos no espaço

Leticia Fuentes
12/10/2017

As cinzas não serão lançadas exatamente no espaço, pois ainda estariam dentro da atmosfera terrestre — mas estariam em uma região de fronteira

Que tal ter suas cinzas ou de seus entes queridos espalhadas no espaço? Agora isso pode ser possível. Por apenas 795 libras esterlinas (3.339 reais), a companhia britânica Ascension promete realizar um funeral espacial memorável. Na verdade, a proposta não é exatamente levar as cinzas ao espaço propriamente dito – os restos seriam colocados em um balão estratosférico e espalhados a uma altitude pouco maior do que 30 quilômetros, ou seja, ainda dentro da atmosfera terrestre. Mas o objetivo prometido pela empresa, de oferecer um último presente para celebrar a vida do homenageado, ainda é mantido.

"Neste lugar de paz e serenidade", descreve a companhia em seu site, "as cinzas são espalhadas e levadas a uma jornada final ao redor do mundo nos ventos da estratosfera". Espalhar as cinzas no limite entre a atmosfera e o espaço, e não um pouco mais para cima, pode parecer propaganda enganosa, mas é a escolha mais sensata. Se as partículas das cinzas fossem lançadas além da estratosfera, poderiam danificar os satélites que estão na órbita da Terra. Além disso, por estarem ainda dentro da atmosfera terrestre, os restos devem retornar à superfície do planeta, podendo precipitar na forma de chuva, flocos de neve, ou simplesmente cair na forma de partículas.

A empresa diz que a urna em que as cinzas serão levadas ao espaço também deve retornar à Terra, trazendo uma parte dos restos para que os familiares guardem de recordação. Interessados também podem obter um vídeo da cerimônia.

https://www.msn.com/pt-br/noticias/ciencia-e-tecnologia/companhia-promete-espalhar-cinzas-de-entes-queridos-no-espaço/ar-AAtjj66?ocid=NL_PTBR_A2_OM2-PID88008

sábado, 30 de setembro de 2017

Poder Eficaz

"(...) até agora, o reino dos céus é tomado a força, e os violentos o tomam de assalto. (...) Sabeis que os governadores dos gentios os dominam, e os seus grandes exercem autoridades sobre eles. Não será assim entre vós; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva; e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será vosso servo;  assim como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos."
Jesus (Mateus, 11:12, 20:25-28)
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Poses de poder não funcionam, concluem psicólogos

Parece que nenhuma pose especialmente pensada vai fazer você parecer o que não é.

Postura que aparenta poder

Cientistas norte-americanos ficaram famosos há algum tempo ao publicar um estudo no qual eles concluíram que fazer uma "pose de poder" pode melhorar a vida das pessoas e trazer-lhes resultados reais.

Liderado por Dana Carney (Universidade da Califórnia em Berkeley) e Amy Cuddy (Universidade de Harvard), o estudo original sugeria que essas poses aumentariam a chance de se alcançar sucesso na vida, especialmente se você é "cronicamente impotente por falta de recursos, de baixo nível hierárquico ou membro de um grupo de baixo poder social."

A apresentação do trabalho tornou-se a segunda palestra TED mais assistida de todos os tempos.

Outros pesquisadores, porém, lançaram dúvidas sobre a ciência por trás da afirmação da equipe.

Resultados não apareceram

Uma revista científica chamada Comprehensive Results in Social Psychology (Resultados Amplos em Psicologia Social), acaba de publicar um conjunto de sete estudos, todos os quais tentaram - sem sucesso - replicar os efeitos que a equipe de Berkeley havia dito ter obtido sem seus experimentos com a pose do poder.

Em outras palavras, nenhum dos estudos mostrou efeitos positivos de se fazer uma pose que dê a aparência de poder sobre qualquer medida cognitiva ou comportamental - por exemplo, o quão bem a pessoa se sai em uma entrevista de emprego mostrando-se "posudo".

"Esta nova evidência junta-se a um corpo de pesquisa já existente questionando a alegação dos defensores da pose de poder sugerindo que tornar seu corpo mais fisicamente expansivo - como ficar com as pernas espalhadas e suas mãos em seus quadris - poderia lhe dar mais chances de ter sucesso na vida," resumiu o professor Joseph Cesario, da Universidade Estadual de Michigan (EUA).

"Atualmente, há poucas razões para continuar a acreditar fortemente que manter essas poses expansivas afetará significativamente a vida das pessoas, especialmente a vida das pessoas de baixo status ou sem poder," acrescentou ele.

Todos os estudos agora publicados foram revisados pela professora Dana Carney, uma das autoras da pesquisa da pose de poder original, não tendo sido encontrados vieses que questionassem a validade dos resultados.

Autoilusão

A alegação do estudo original é que assumir uma postura que demonstre autoconfiança, mesmo quando não nos sentimos confiantes, aumentaria esses sentimentos de confiança e teria um impacto sobre a própria chance de sucesso - como em uma entrevista de emprego.

As novas pesquisas não conseguiram chegar a essa mesma conclusão, embora tenham verificado que assumir uma postura corporal expansiva de fato faz com que as pessoas se sintam mais poderosas - mas o efeito acaba bem aí, não se traduzindo em nenhum ganho real.

"Sentir-se poderoso pode ser uma sensação boa, mas só isso não se traduz em comportamentos poderosos ou comportamentos efetivos," disse Cesario. "Estes novos estudos, com mais participantes totais do que quase todos os outros estudos sobre o tema, mostram - inequivocamente - que poses de poder não têm efeitos em nenhuma medida comportamental ou cognitiva".

Fonte: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=poses-de-poder-nao-funcionam

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

O Líder Servidor

"Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração;
e achareis descanso para as vossas almas."
Jesus (Mateus, 11:29)


"Jesus, pois, chamou-os para junto de si e lhes disse:
Sabeis que os governadores dos gentios os dominam, e os seus grandes exercem autoridades sobre eles.
Não será assim entre vós; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva;
e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será vosso servo;
assim como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir,
e para dar a sua vida em resgate de muitos."
Mateus, 19:25-28




A humildade ainda é uma chave que abre muitas portas
Marc Tawil

Publicado em 11 de setembro de 2017




Líderes que "não se misturam", que se trancam em aquários ou descem em elevadores separados (sim, há isso também) ainda existem, mas estão com os dias contados. Em minhas muitas andanças por aí, entre grande e pequenos escritórios, indústrias e startups, venho notando entre os cabeças do novo mundo – ou os novos cabeças do mundo velho – uma característica semelhante e bem-vinda: a humildade.

Colocada de lado por décadas no mercado de trabalho por soar como uma virtude menor ou "pouco afeita aos vencedores", a humildade é um dos poucos valores – ou talvez o único valor – capaz de colocar todos os atores desse imenso teatro que é a vida na mesma página.

E estar na mesma página, aqui, não significam salários equiparados, graus de escolaridade e oportunidades iguais. Significa apenas despirmo-nos de nossas armaduras para lidarmos de "humanos para humanos".

É desejável que a humildade esteja presente em todos os níveis. Na liderança, entretanto, ela contribui mais.

Dirigentes genuinamente humildes são modestos ao reconhecer seus erros e têm uma visão holística dos problemas. Envolvem mais as equipes, defendem o coletivo e não precisam se esconder atrás de estereótipos como "super educado/simpático/modesto".

Outra característica comum aos humildes é um raro senso de pertencimento, difícil de encontrar entre os orgulhosos.

Líderes vaidosos e autocentrados afugentam a confiança e a empatia de talentos preciosos, fazendo, portanto, suas empresas perderem no médio e no longo prazo.

A humildade é inata, mas pode ser desenvolvida. Reconhecer as próprias falhas, compartilhar seus obstáculos e falar abertamente sobre erros e acertos gera um sentimento de identificação poderoso.

Conversar, em vez de rebater, analisar em vez de criticar, e saber escutar ativamente colaboram para esse processo.

Nem sempre a nossa visão é a mais cristalina.

Admitir que não possuímos todas as respostas, acredite, soa mais transparente, verdadeiro e bonito.

Fonte: LikedIn


Marc Tawil
Jornalista, radialista e escritor. Nº1 Top Voices LikedIn. Dirijo a Tawil Comunicação, agência de comunicação corporativa que fundei em 2010, em São Paulo. Sou vice-coordenador da Comissão de Comunicação & Marketing da Câmara de Comércio França-Brasil, conselheiro deliberativo do Instituto Capitalismo Consciente Brasil, conselheiro consultivo do Grupo Comunique-se e conselheiro consultivo do Adus | Instituto de Reintegração do Refugiado. Sou colunista dos portais Transformação Digital e Comunique-se e editor-chefe do Plikko. Desde agosto, respondo como o 1º Embaixador Corporativo do Cabify Empresas no Brasil.

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

O Evangelho nos dias de hoje...

O Evangelho nos dias de hoje...

"E aconteceu que, indo ele a Jerusalém, passava pela divisa entre a Samaria e a Galiléia. Ao entrar em certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez leprosos, os quais pararam de longe, e levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem compaixão de nós! Ele, logo que os viu, disse-lhes: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, enquanto iam, ficaram limpos. Um deles, vendo que fora curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; e prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus, dando-lhe graças; e este era samaritano. Perguntou, pois, Jesus: Não foram limpos os dez? E os nove, onde estão?  Não se achou quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou."

Troca de Plantão

Jesus Cristo resolveu voltar a Terra e decidiu vir vestido de médico!

Procurou um lugar para descer e escolheu, no Brasil, um Posto de Saúde do SUS.

Viu um médico trabalhando há muitas horas e morrendo de cansaço.

Jesus entrou, de jaleco, passando pela fila de pacientes no corredor, até atingir o consultório médico.

Os pacientes viram e falaram:

- "Olha aí, vai trocar o plantão"!

Jesus Cristo entrou na sala e falou para o colega que ele poderia ir embora, pois ele iria continuar o seu trabalho.

E, Jesus todo resoluto, gritou:

- "O PRÓXIMO!!!"

Entrou no consultório, um homem paraplégico em sua cadeira de rodas.

Jesus Cristo levantou- se, olhou para o aleijado e, com a palma da mão direita sobre sua cabeça disse:

- "LEVANTA-TE E ANDA!"

O homem levantou-se, andou e saiu do consultório empurrando a própria cadeira de rodas.

Quando chegou ao corredor, o próximo da fila perguntou:

- "E aí, como é esse doutor novo?"

Ele respondeu:

"Igualzinho aos outros... Nem examina a gente!"

domingo, 23 de abril de 2017

Charco Divino


Na primeira leitura que fiz de o Livro dos Médiuns, impressionou-me o modo indelicado como o espírito de Santo Afonso de Liguori, ao descrever o fenômeno da bicorporeidade, referiu-se ao corpo físico, que definiu como matéria imunda.

Mesmo sabendo tratar-se de prisão temporária para o Espírito, como bem nos esclarece o Espiritismo, pareceu-me naquele momento um gesto de ingratidão com este singelo uniforme de uso obrigatório aos que se matriculam na escola da Terra.   

Mais recentemente, porém, ao me deparar com relato em que Chico Xavier registra impressão semelhante de seu próprio corpo, compreendi que a repulsa não se deve a menosprezo do espírito em relação a este valioso instrumento, mas sim ao impacto que sua baixa densidade vibratória necessariamente causa em certos espíritos, já bem adiantados na estrada do progresso moral.

Para nós, por exemplo, seria o equivalente a mergulhar na lama, após um banho revigorante nos deixar asseados, bem vestidos e perfumados.

E assim como na Terra a lama tem propriedades cosméticas, depurativas, a analogia parece se estender a nós, espíritos, que necessitamos deste hidratante natural para cicatrizar as feridas da alma.

Seguem as passagens mencionadas, para nossa reflexão.

Ramon de Andrade
Palmares, PE
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O Livro dos Médiuns
Capítulo VII
Da bicorporeidade e da transfiguração

Santo Afonso de Liguori foi canonizado antes do tempo prescrito, por se haver mostrado simultaneamente em dois sítios diversos, o que passou por milagre.

Por nós evocado e interrogado, acerca do fato acima, Santo Afonso respondeu do seguinte modo:

Poderias explicar-nos esse fenômeno?

"Perfeitamente. Quando o homem, por suas virtudes, chegou a desmaterializar-se completamente; quando conseguiu elevar sua alma para Deus, pode aparecer em dois lugares ao mesmo tempo. Eis como: o Espírito encarnado, ao sentir que lhe vem o sono, pode pedir a Deus lhe seja permitido transportar-se a um lugar qualquer. Seu Espírito, ou sua alma, como quiseres, abandona então o corpo, acompanhado de uma parte do seu perispírito, e deixa a matéria imunda num estado próximo do da morte. Digo próximo do da morte, porque no corpo ficou um laço que liga o perispírito e a alma à matéria, laço este que não pode ser definido. O corpo aparece, então, no lugar desejado. Creio ser isto o que queres saber."
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Chico Xavier - Mandato de amor
Autores diversos
1ª Parte
Os livros do Dr. Inácio Ferreira

Depoimento do médium Francisco Cândido Xavier, em 12.01.1990.

Recentemente, ocorreu-me um fato muito interessante.

Eu estava em meu quarto de dormir, ressonando, quando alguém se aproximou rapidamente. A princípio, assustei-me, mas qual não foi minha agradável surpresa ao reconhecer a figura inconfundível de Dr. Inácio Ferreira! Assim, fui logo exclamando:

Dr. Inácio, é o senhor mesmo, meu bom Deus! Que alegria revê-lo! — quase chegando às lágrimas por reconhecer o estimado confrade. Ele encontrava-se tal qual acostumamo-nos a vê-lo aqui, em Uberaba. O mesmo traje branco, o mesmo jeito. — Dr. Inácio, conte-me algo sobre sua passagem. Estou curioso por ouvir do senhor o relato sobre o reencontro com os nossos amigos da outra vida! Quantos dos nossos o senhor já reviu? Quero saber tim tim por tim tim!

Ao que ele retrucou:

— "Ah, Chico, meu caro, não há tempo para isso. Vim aqui para pedir-lhe o favor de uma providência que não deve fazer-se esperar. Ademais, tenho visto tanta gente que, se fôssemos conversar sobre isto, passaríamos dias na prosa. E você sabe como é, Chico, eu poderia esquecer de mencionar alguém, tantos são os amigos! De forma que, ao menos por enquanto, não nos aventuraremos por este terreno. Mas vamos logo ao assunto que me trouxe aqui. Chico,… nós dois vamos até minha casa. Você precisa me acompanhar até lá para podermos conversar com Maria Aparecida".

Mas, Dr. Inácio, o senhor deve estar doido! Eu não posso sair a estas horas da noite! O meu corpo está exausto, o senhor deve estar a par de minha peleja e os médicos me recomendaram repouso! Como é que eu sairia na rua tarde da noite? Além disso, sua casa é por demais distante, do outro lado da cidade!!! — disse-lhe.

— "Chico, não se preocupe com isso, porque você estará sob os nossos cuidados. O fato é que nós devemos ir andando até lá. No trajeto, eu lhe digo o porquê. Vamos, Chico, dê-me o braço".

Ao apoiar-me em Dr. Inácio, senti-me leve como pluma. O corpo já não mais me pesava. Uma força levemente eletrizante animou-me, a ponto de sentir-me plenamente disposto para a caminhada. Foi aí que reparei na beleza de Dr. Inácio. Por todo o seu corpo, vi pequenas irradiações brilhantes, que fizeram-me compreender que ele já havia alcançado o estágio de auto-luminosidade. Ante meu espanto natural, retrucou:

— "Chico, não temos tempo para conversas! O trabalho nos espera. Vamos andando!"

Súbito, começamos a andar celeremente, tomando a calçada. À medida que caminhávamos, mais rápido íamos, de maneira que deslizávamos a meio palmo do chão. Vocês não imaginam o quanto dista a residência de Dr. Inácio de minha casa e, em questão de poucos minutos, havíamos atravessado toda Uberaba e já nos aproximávamos do lugar.

E se alguém me vir andando assim, na rua, Dr. Inácio, altas horas da madrugada! — exclamei.

— "Não se preocupe, Chico. Ninguém nos verá".

Mas, meu Deus! O que é que D. Maria Aparecida vai pensar de mim? Isto não é hora para visitas, Dr. Inácio!

— "Você precisa conversar com ela, Chico. Ela já deve estar desperta pelos amigos espirituais".

A esta altura, já estávamos diante da porta de entrada da casa de Dr. Inácio. O silêncio dominava a madrugada. Eu estava aflito pela possibilidade de importunar D. Maria Aparecida, àquela hora. Dr. Inácio parou em frente à porta e disse-me:

— "Chico, você fique aqui e aperte a campainha".

Mas o que é isso, Dr. Inácio? D. Maria Aparecida vai achar que estou ficando doido, parado aqui, tocando a campainha tão tarde da noite!

— "Chico, não se preocupe que ela já deve estar de pé. Infelizmente, minha condição perispiritual ainda não me permite atuar diretamente sobre os metais, de forma que não posso abrir a fechadura para você. Por favor, me espere aqui fora, enquanto tentarei forçar a parte de madeira da porta, a fim de ajudar a abri-la. Toque a campainha, que Maria Aparecida atenderá ao chamado".

Assim foi feito. E segundos mais tarde, D. Maria Aparecida abriu a porta, um pouco espantada com o inusitado da visita, pois, afinal, era a primeira vez que eu ia até lá.

Gentilmente, convidou-me a entrar. Sentamo-nos na sala, falamos sobre a recente partida de Dr. Inácio, cuja presença ela não percebia. As lágrimas nos tomaram muitos minutos de saudade e ouvi, com muita atenção e carinho, os lamentos de profundo pesar da estimada irmã.

Passados alguns instantes, disse-lhe, pausadamente, de acordo com as instruções recebidas de Dr. Inácio:

O que eu tenho a lhe informar, D. Maria Aparecida, é que Dr. Inácio está presente, a pedir-lhe paciência. Pede-me para dizer-lhe que a vida continua e que ele está firme nos propósitos de servir, junto ao Sanatório. Dr. Inácio continua à frente dos trabalhos, com planos para o futuro. A senhora me perdoe se lhe disser algo menos cortês, mas é que ele está me pedindo para dizer-lhe que, por amor a Deus, não doe os livros de sua biblioteca.

Um tanto quanto espantada, D. Maria Aparecida respondeu:

Mas, Chico, eu não dispus de livro algum! Não tenho doado livro nenhum de Inácio.

— "Chico — insistiu ele — ela tem dado meus livros e provavelmente está encobrindo o fato porque o fez com grande carinho. Diga a ela que ainda preciso muito de minha biblioteca e quero conservá-la aqui em casa até o dia em que o Sanatório estiver preparado para recebê-la, numa nova e arejada sala. Conte a ela, Chico, que após a desencarnação, continuei trabalhando muito pelo Sanatório. Não tenho tido tempo ainda para conhecer outras esferas de trabalho. Diga a ela que, em meus momentos de descanso, este é o pouso bendito que busco para rever os velhos assuntos, a meditar na bondade divina. Eu preciso de meus livros, Chico!"

Aos poucos, D. Maria Aparecida foi percebendo a presença do antigo companheiro. Entre um e outro esclarecimento, que Dr. Inácio fazia-me dar, ela finalmente considerou, surpresa:

Mas, Chico, somente eu poderia saber disto! Como é que você pode estar me contando isso???

É o Dr. Inácio, D. Maria Aparecida, que está aqui, pedindo-me para falar em seu nome. A senhora me perdoe!

Decorridos alguns instantes de recordações silenciosas, repletas de saudade, D. Maria Aparecida, influenciada por amigos espirituais, convidou-me a repousar por algum tempo. Dr. Inácio esclareceu-me que o repouso se fazia necessário, tendo em vista a recomposição de nossas forças. Descansamos, então, por três horas. E somente após as cinco horas da manhã, despedimo-nos emocionados da amiga.

No caminho de volta, Dr. Inácio pediu-me o obséquio de, logo pela manhã, às 7:30 horas, telefonar à D. Maria Aparecida, a fim de relatar-lhe o ocorrido. Disse-me, também, que o Dr. Bezerra de Menezes havia considerado a necessidade de que o encontro espiritual não fosse registrado pela memória corporal de D. Maria Aparecida. Segundo Dr. Inácio, ela havia recebido dos amigos espirituais forte carga magnética de esquecimento. Não obstante, guardaria no coração e na memória espiritual aqueles instantes, daí a importância do telefonema. Chegamos em casa rápido. Entrando em meu quarto, assustei-me, sobremaneira. A princípio, pareceu-me que alguém dormia em minha cama. Sem deixar transparecer o desagrado que invadiu-me naquele momento, exclamei:

Que é isso, Dr. Inácio??? Como alguém pode estar deitado em minha cama???

— "Não há ninguém deitado lá, Chico!" — retrucou.

Como não? O senhor não está vendo esta coisa de desagradável aparência, esparramada em minha cama? Como pode ser isso, meu Deus? Dê-me paciência para tolerar esta situação, porque esta coisa horrível mais me parece uma massa gelatinosa, escura, debaixo dos lençóis!

— "Acalme-se, Chico. Confie em minha palavra. Não há ninguém em sua cama!"

Mas como é que vou deitar-me em cima disto??? — perguntei alarmado.

— "Pode confiar em mim, Chico. Está tudo certo. Vamos, deite-se".

Vagarosamente, deitei-me, então, recostando por cima daquela massa de desagradável aparência. Senti-me entrando dentro daquilo como que uma mão entrando numa luva. Um frio percorreu-me todo durante o encaixe e somente assim percebi que se tratava de meu corpo físico. Com o susto que a inesperada descoberta causou, despertei. Já não via Dr. Inácio e os primeiros raios da manhã invadiam o ambiente. Olhei em volta para ver se ainda registrava a presença do estimado confrade, mas a visão terrena nada me mostrou. Apenas pude perceber, pela mediunidade audiente, sua voz.

— "Até a próxima, Chico. Não posso ficar mais. Não se esqueça de telefonar para Maria Aparecida, às 7:30 horas, está bem?"

Disse isso e partiu. O relógio marcava 6:30 horas da manhã e não pude mais dormir, dada a emoção que me invadiu o coração. As lágrimas vieram-me espontaneamente ao rosto ao lembrar-me de Dr. Inácio Ferreira. Levantei-me, chorando, tomado de sentimentos, dirigindo-me à cozinha, a fim de fazer a primeira refeição e alimentar os gatinhos. A colaboradora de nossa casa já estava de pé e, surpresa, disse-me:

Ainda é muito cedo, seu Chico! O que é que o senhor está fazendo de pé, assim, chorando, meu Deus?!?

Minha nega, estou vindo da casa de Dr. Inácio. Estive com ele a noite toda, numa visita à D. Maria Aparecida, respondi-lhe, banhado em lágrimas, não contendo a emoção que o encontro me causara.

Pude perceber que a estimada servidora pensava silenciosamente na distância da casa de Dr. Inácio e que, com certeza, eu estava ficando doido mesmo. Passada a emoção das lembranças, esperei a chegada das 7:30 horas para desincumbir-me da tarefa. Na hora certa, liguei e D. Maria Aparecida atendeu muito surpresa. Expliquei que tinha algo a lhe relatar. Então, ficamos a conversar longamente sobre o acontecido!…

[1] Dr. Inácio Ferreira de Oliveira desencarnou em 27 de setembro de 1988. O fato ocorreu por volta de 11 de janeiro de 1989. Sua esposa: Maria Aparecida V. Ferreira.


domingo, 28 de agosto de 2016

CORAÇÕES E MENTES

CORAÇÕES E MENTES

"Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos céus é tomado à força, e os que usam de força se apoderam dele."

"Sabeis que os que são reconhecidos como governadores dos gentios, deles se assenhoreiam, e que sobre eles os seus grandes exercem autoridade."

"Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva; e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos."

"Pois também o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos."

Jesus
Mateus, 11:12
Marcos, 10:42-45
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Desde que o Espiritismo deve marcar um progresso da Humanidade, por que os Espíritos não apressam esse progresso através de manifestações tão gerais e patentes que pudessem levar a convicção aos mais incrédulos?

"Desejaríeis milagres, mas Deus os semeia a mancheias nos vossos passos e tendes ainda homens que os negam."

"O Cristo, ele próprio, convenceu os seus contemporâneos com os prodígios que realizou?"

"Não vedes ainda hoje os homens negarem os fatos mais patentes que se passam aos seus olhos? Não tendes os que não acreditariam, mesmo quando vissem?"

"Não, não é por meio de prodígios que Deus conduzirá os homens. Na sua bondade, ele quer deixar-lhes o mérito de se convencerem através da razão."

O Livro dos Espíritos
Questão 802
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"Depreende-se, portanto, que a principal questão do espiritualismo é proclamar a necessidade da renovação interior, educando-se o pensamento do homem no Evangelho, para que o lar possa refletir os seus sublimados preceitos."

"Dentro dessa ação pacífica de educação das criaturas, aliada à prática genuína do bem, repousam as bases da obra de Ismael, cujo objetivo não é a reforma inopinada das instituições, impondo abalos à Natureza, que não dá saltos; é, sim, a regeneração e o levantamento moral dos homens, a fim de que essas mesmas instituições sejam espontaneamente renovadas para o progresso comum."

"A tarefa é vagarosa, mas, de outra forma, seria a destruição e o esforço insensato. A obra da revolução espiritual, no Evangelho de Jesus, não se compadece com as agitações do século."

"Os que desejarem impor, no seu compreensível entusiasmo de crentes, os preceitos do Mestre às instituições estritamente humanas, talvez ainda não tenham ponderado que a obra cristã espera, há dois milênios, a compreensão do mundo."

"Todos os que lutaram por ela de armas na mão e quantos pretenderam utilizar-se dos processos da força para a imposição dos seus ensinamentos, no transcurso dos séculos, tarde reconheceram a sua ilusão, redundando seus esforços no mais franco desvirtuamento das lições do Salvador, porque essas lições têm de começar no coração, para conseguirem melhorar e regenerar o planeta."

Humberto de Campos por
Francisco Cândido Xavier em
Brasil, Coração do Mundo...