sábado, 17 de março de 2012

A Revolução da Proteína (artigo ampliado)

É um erro alimentar-se o homem com a carne dos irracionais?
 
A ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes conseqüências, do qual derivaram numerosos vícios da nutrição humana. É de lastimar semelhante situação, mesmo porque, se o estado de materialidade da criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esses valores nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a necessidade absoluta dos matadouros e frigoríficos.
 
Temos de considerar, porém, a máquina econômica do interesse e da harmonia coletiva, na qual tantos operários fabricam o seu pão cotidiano. Suas peças não podem ser destruídas de um dia para o outro, sem perigos graves. Consolemo-nos com a visão do porvir, sendo justo trabalharmos, dedicadamente, pelo advento dos tempos novos em que os homens terrestres poderão dispensar da alimentação os despojos sangrentos de seus irmãos inferiores.
 
Emmanuel, por
Francisco Cândido Xavier
em O Consolador, 1942
Pergunta 129


 
Consumo de carne vermelha eleva risco de morte em até 20%
Redação do Diário da Saúde
14/03/2012
O churrasco apresenta riscos adicionais devidos aos elementos mutagênicos criados durante o preparo.
 
Questão de vida ou morte
 
Um estudo em larga escala realizado na Universidade de Harvard comprovou que o consumo contínuo de carne vermelha está associado com maior risco de morte.
 
O risco de morrer mais cedo foi verificado em termos gerais e, mais especificamente, detectou-se uma elevação no risco de morrer de câncer e de doenças cardiovasculares.
 
A boa notícia é que a substituição da carne vermelha por outras fontes de proteínas, incluindo peixe, frango, castanhas e legumes, está associada com um menor risco de mortalidade.
 
Bifinho
 
O Dr. Frank Hu e seus colegas acompanharam 37.698 homens e 83.644 mulheres.
 
Os homens tiveram sua saúde monitorada durante 22 anos, e as mulheres durante 28 anos. A dieta de cada um deles foi aferida a cada quatro anos.
 
O consumo regular de carne vermelha, sobretudo de carnes processadas, foi associado com um maior risco de mortalidade.
 
O consumo diário de uma porção de carne vermelha não-processada - um bife não maior do que uma carta de baralho - elevou o risco de mortalidade em 13% no período estudado.
 
E o consumo da mesma quantidade de carne processada - salsichas, mortadela, bacon etc. - foi associado com um aumento no risco de mortalidade de 20%.
 
Mortalidade pela carne
 
E são várias as causas de morte induzidas pelo consumo excessivo de carnes vermelhas.
 
"Nosso estudo adiciona novas evidências dos riscos à saúde de se comer grandes quantidades de carne vermelha, o que já foi associado com diabetes tipo 2, doenças coronarianas, derrame e determinados cânceres em outros estudos," diz An Pan, coordenador do estudo.
 
Entre as causas específicas de morte, foi verificado um aumento no risco entre 18% e 21% para causas cardiovasculares, e entre 10% e 16% para a mortalidade por câncer.
 
Carne vegetal
 
As carnes vermelhas, especialmente as processadas, contêm ingredientes que têm sido sistematicamente associados com maior risco de doenças crônicas.
 
Esses ingredientes incluem gorduras saturadas, sódio, nitritos e determinados compostos carcinogênicos formados durante o preparo das carnes.
 
Uma alternativa mais saudável às carnes de vermelhas foi apresentada recentemente por cientistas alemães: uma carne vegetal, como a mesma textura e suculência da carne animal.
 

 
Criada carne vegetal com textura e suculência de carne animal
13/03/2012

Estes são os primeiros cortes da carne 100% vegetal: "A consistência e a textura estão perfeitas," garantem os cientistas.[Imagem: Fraunhofer IVV]
 
Carne vegetal
 
Pode ser mais fácil fabricar "carne vegetal" do que "carne artificial".
 
O Dr. Mark Post ganhou renome internacional graças à tenacidade com que se dedica à sintetização de carne em laboratório, o que permitiria produzir bifes de carne verdadeira sem sacrificar animais.
 
Mas um outro grupo, formado por cientistas da Alemanha, Áustria e da Holanda, acredita que os mesmos nutrientes podem ser fornecidos aos humanos usando unicamente plantas, criando verdadeiros bifes vegetais.
 
E eles não estão falando de nada parecido com um "hambúrguer vegetal" que se pode comprar hoje nos supermercados, mas um alimento com textura e sabor de carne, mas feito unicamente de vegetais.
 
Parece fazer muito sentido: cada boi consome cerca de oito quilogramas de vegetais para gerar um único quilograma de carne.
 
A ideia do projeto LikeMeat (parecido com carne, em tradução livre) é eliminar esse longo caminho pelo organismo dos animais e criar pedaços de carne diretamente dos vegetais.
 
Réplica vegetal da carne
 
Os carnívoros não precisam se preocupar, porque a ideia não é transformar toda a população em vegetarianos.
 
Os cientistas já sabem que há várias plantas adequadas para a produção de produtos substitutos da carne em termos nutricionais.
 
Eles estão trabalhando agora em fazer com que esses produtos se pareçam e tenham textura e sabor de carne.
 
"Nosso objetivo é desenvolver uma réplica vegetal para a carne que seja fibrosa e suculenta, mas que também tenha um sabor agradável. O produto deverá ter uma durabilidade de prateleira longa, não poderá ser mais caro do que a carne e deverá ser adequado para vegetarianos e para pessoas alérgicas," resume o Dr. Florian Wild, coordenador da pesquisa.
 
Além dos cientistas acadêmicos, pesquisadores de 11 empresas fabricantes de produtos alimentícios já se juntaram ao projeto, com interesse em comercializar as carnes vegetais desenvolvidas.
 
Transformando vegetais em carne
 
Mas como você transforma plantas em carne?
 
"A tecnologia de processamento foi o maior desafio," lembra Wild.
 
As técnicas tradicionais de misturar proteínas vegetais com um pouco de água e aquecer sob pressão não se mostrou útil, porque o material estufa, como as proteínas de soja vendidas hoje no comércio.
 
Eles tiveram então que desenvolver uma nova técnica: os principais ingredientes - que continuam sendo a água e as proteínas das plantas - são fervidos e esfriados lentamente.
 
Esse resfriamento lento faz com que as proteínas formem cadeias, gerando uma estrutura fibrosa que é muito parecida com a da carne.
 
O equipamento protótipo já está em funcionamento, produzindo entre 60 e 70 quilogramas de carne vegetal por hora - 300 a 500 quilos por dia.
 
"A consistência e a textura estão perfeitas," comemora o cientista, ressaltando que ainda é preciso otimizar o sabor, para que ele fique mais parecido com o da carne.
 
Ingredientes da carne vegetal
 
Os principais ingredientes usados na carne vegetal são trigo, ervilha, tremoço e soja.
 
"Não estamos nos atendo intencionalmente a um tipo específico de planta porque muitas pessoas têm alergias a uma ou outra delas," diz o pesquisador.
 
"No processo, nós já desenvolvemos uma grande variedade de receitas. Elas são a base de uma linha de produtos que oferecerá uma grande possibilidade de seleção para as pessoas que possam ter intolerância alimentar ou alergias," completa.
 
A expectativa é ter um produto totalmente pronto dentro de um ano.
 
 

 
Começa corrida pela fabricação de carne artificial
Com informações da BBC
16/11/2011

Cientistas começam uma corrida para substituir o abate de animais pelo cultivo de carne sintética em laboratório, a partir de células-tronco de animais.

Carne de laboratório
 
Um cientista holandês acaba de receber cerca de R$700 mil para fabricar um hambúrguer.
 
Poderia parecer uma barbada, não fosse o fato de que isso deverá ser feito sem usar a carne de um animal.
 
O Dr. Mark Post, da Universidade de Maastricht, é um dos pioneiros em um campo ainda emergente, mas que os especialistas afirmam representar o futuro: a produção de carne artificial, ou carne sintética.
 
Embora alguns filmes postados na internet, mostrando o abate de animais, estejam fazendo um número cada vez maior de pessoas deixar de consumir carne, o Dr. Post afirma que o problema é mais substantivo.
 
"O problema básico com a atual produção de carne é que ela é ineficiente," afirma ele.
 
Fábricas de carne
 
Em vez de moer a carne de um animal para fazer seu hambúrguer, o Dr. Post está cultivando seus bifes em laboratório, diretamente a partir de células-tronco musculares de animais.
 
Se ele tiver sucesso, a tecnologia poderá mudar a forma como produzimos alimentos: "Nós queremos transformar a produção de carne, passando das fazendas de criação de gado para um processo fabril," afirma ele.
 
A ideia original foi do também holandês Willem van Eelen, que perseguiu a ideia por décadas, sem muito sucesso.
 
Com o advento das pesquisas com células-tronco, contudo, inúmeros grupos de pesquisa ao redor do mundo acreditam que o momento da carne artificial finalmente chegou.
 
Bifes para astronautas
 
Em 2002, a NASA financiou o Dr. Morris Benjaminson, da Universidade Touro, em Nova Iorque, para tentar fazer carne de células cultivadas em laboratório para alimentar astronautas.
 
Ele retirou células musculares de peixinhos dourados e fez com que elas crescessem fora do corpo do animal.
 
O filé foi marinado e um painel de avaliadores concluiu que ele se parecia e cheirava como um filé de peixe real - mas eles não puderam comê-lo porque as leis sanitárias impedem o consumo de produtos experimentais.
 
Infelizmente, a NASA encontrou formas mais baratas de alimentar os astronautas e as pesquisas foram interrompidas.

Frentes de pesquisa
 
Em 2005, o Dr. van Eelen finalmente convenceu o governo holandês a apostar na fabricação de carne artificial, recebendo um financiamento de quase R$5 milhões.
 
A equipe atacou várias frentes.
 
Uma parte da equipe explorou como as células-tronco embrionárias poderiam ser forçadas a se diferenciar em células musculares.
 
Um segundo grupo começou a investigar como as células musculares poderiam ser induzidas a se tornar maiores.
 
Um terceiro grupo começou a estudar o meio de cultura ótimo para a criação de carne em laboratório.
 
Recentemente o dinheiro acabou, e agora as pesquisas continuam em ritmo mais lento, ainda sem frutos definitivos.
 
Hambúrguer sintético
 
No início de 2011, um filantropista anônimo procurou o Dr. Post, que já trabalhou com o Dr. van Eelen, e propôs pagar bem por um hambúrguer de carne artificial.
 
"Será provavelmente o hambúrguer mais caro que já vimos neste planeta", brinca o pesquisador.
 
Entrando na onda, a ONG PETA (People for the Ethical Treatment of Animal) acaba de anunciar um prêmio de US$1 milhão para a primeira empresa a colocar a carne sintética em pelo menos seis estados norte-americanos até 2016.
 
Sashimi sintético
 
Mas a primeira pessoa a comer carne artificial já teve seus cinco minutos de fama: um jornalista de uma TV russa que visitou o laboratório do Dr. Post.
 
"Ele simplesmente pegou [o pedaço de carne] e enfiou-o na boca antes que eu pudesse falar nada", contou o Dr. Post.
 
Segundo o jornalista, a carne artificial parecia uma goma de mascar e não tinha sabor.
 
Ou seja, ele confirmou o ditado que diz que o apressado come cru... e sem tempero.
 

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