terça-feira, 20 de março de 2012

Nuvem de testemunhas

"Ramon, Não vejo a hora de sair de um colégio onde trabalho. Não só eu, mas aquela minha colega. A atmosfera de lá nunca é boa. (...) Mas uma única coisa estranha me aconteceu duas vezes: Há uma sala de aula lá que sempre tenho a impressão que os alunos sempre mudam seu comportamento para bem pior quando estão lá. Ano passado enquanto eu dava aula, me deu um sono estranho repentino, mas eu mantinha os olhos abertos, mas o que eu sentia era horrível. Como se fosse uma coisa querendo que eu fechasse os olhos na hora como se eu fosse cair, o mesmo me sucedeu hoje. Os meninos estavam horrivelmente mal comportados. Enquanto eles faziam a prova, essa coisa repentina de cair dormindo tomou conta de mim. Mas não era um sono normal. Era algo que tentava me fazer fechar os olhos. Nem sei te dizer se era sono. Senti uma coisa muito estranha, carregada. (...) O curioso é esta ação acontecer duas vezes no mesmo lugar e mexer com comportamento de todos e me fazer perceber que algo estranho estava ali. Minha colega fez uma investigação pelas redondezas e descobriu que a escola foi construída no lugar onde funcionava um terreiro de umbanda. A coisa só não é pior porque rezo todo o dia." MLSM
 

 
Olá,
 
O que parece estranho é mais comum do que podemos imaginar. O fato da escola funcionar sobre um antigo terreiro de umbanda é apenas um bom tema para um roteiro de cinema. Na verdade, eles estão por toda parte, participando de qualquer atividade que lhes chamem a atenção e influenciando nosso comportamento, de acordo com nossas afinidades.
 
No bar, na rua, na praça, na igreja, há vários palcos invisíveis, que variam entre si apenas pela qualidade da intenções. Quando a maioria dos presentes compartilham dos mesmos propósitos, então o ambiente fica impregnado pela força dos pensamentos, gerando a "garga" que você sentiu. Nem sempre ela é negativa. Numa igreja no centro de uma grande cidade, por exemplo, é comum sentirmos um contraste no ambiente assim que entramos: uma atmosfera bem mais tranquila em relação ao lado de fora, como se em volta houvesse uma redoma. Costumamos atribuir essa sensação ao silêncio do ambiente, mas na verdade é o resultado da qualidade dos pensamentos e emoções cultivados naquele lugar.

A receita que você usa é a mais antiga e a melhor: "vigiar e orar para não sucumbir às tentações". É o nosso guarda-chuva, que nos ajuda a atravessar a tempestade sem nos encharcar.

Portanto, não se preocupe. Tudo se baseia na sintonia e na afinidade de pensamentos. Quem compreende os riscos e se previne, nada tem a temer.

Transcrevo abaixo alguns trechos muitos esclarecedores sobre o assunto, para sua reflexão.

Abraço!
 
Ramon de Andrade
Palmares-PE
 


"Portanto, nós também, pois estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta."
Paulo (Hebreus, 12:1)
 
Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?
"Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem."
 
Costumam os Espíritos imiscuir-se em nossos prazeres e ocupações?
"Os Espíritos vulgares, como dizes, costumam. Esses vos rodeiam constantemente e com freqüência tomam parte muito ativa no que fazeis, de conformidade com suas naturezas. Cumpre assim aconteça, porque, para serem os homens impelidos pelas diversas veredas da vida, necessário é que se lhes excitem ou moderem as paixões."
 
O Livro dos Espíritos
Perguntas 459 e 567
 
"Assistimos uma noite à representação da ópera Oberon(*), em companhia de um médium vidente muito bom. Havia na sala grande número de lugares vazios, muitos dos quais, no entanto, estavam ocupados por Espíritos, que pareciam interessar-se pelo espetáculo. Alguns se colocavam junto de certos espectadores, como que a lhes escutar a conversação. Cena diversa se desenrolava no palco: por detrás dos atores muitos Espíritos, de humor jovial, se divertiam em arremedá-los, imitando-lhes os gestos de modo grotesco; outros, mais sérios, pareciam inspirar os cantores e fazer esforços por lhes dar energia. Um deles se conservava sempre junto de uma das principais cantoras. Julgando-o animado de intenções um tanto levianas e tendo-o evocado após a terminação do ato, ele acudiu ao nosso chamado e nos reprochou, com severidade, o temerário juízo: "Não sou o que julgas, disse; sou o seu guia e seu Espírito protetor; sou encarregado de dirigi-la." Depois de alguns minutos de uma palestra muito séria, deixou-nos, dizendo: "Adeus; ela está em seu camarim; é preciso que vá vigiá-la." Em seguida, evocamos o Espírito Weber, autor da ópera, e lhe perguntamos o que pensava da execução da sua obra. "Não de todo má; porém, frouxa; os atores cantam, eis tudo. Não há inspiração. Espera, acrescentou, vou tentar dar-lhes um pouco do fogo sagrado." Foi visto, daí a nada, no palco, pairando acima dos atores. Partindo dele, um como eflúvio se derramava sobre os intérpretes. Houve, então, nestes, visível recrudescência de energia.
 
"Outro fato que prova a influência que os Espíritos exercem sobre os homens, à revelia destes: Assistíamos, como nessa noite, a uma representação teatral, com outro médium vidente. Travando conversação com um  Espírito espectador, disse-nos ele: "Vês aquelas duas damas sós, naquele camarote da primeira ordem? Pois bem, estou esforçando-me por fazer que deixem a sala." Dizendo isso, o médium o viu ir colocar-se no camarote em questão e falar às duas. De súbito, estas, que se mostravam muito atentas ao espetáculo, se entreolharam, parecendo consultar-se mutuamente. Depois, vão-se e não mais voltam. O Espírito nos fez então um gesto cômico, querendo significar que cumprira o que dissera. Não o tornamos a ver, para pedir-lhe explicações mais amplas. É assim que muitas vezes fomos testemunha do papel que os Espíritos desempenham entre os vivos. Observamo-los em diversos lugares de reunião, em bailes, concertos, sermões, funerais, casamentos, etc., e por toda parte os encontramos atiçando paixões más, soprando discórdias, provocando rixas e rejubilando-se com suas proezas. Outros, ao contrário, combatiam essas influências perniciosas, porém, raramente eram atendidos."
 
O Livro dos Médiuns
Capítulo XIV
Itens 169 e 170

"Geralmente, é assim que os médiuns videntes os percebem. Eles os vêem ir e vir, entrar num aposento, sair dele, andar por entre os vivos com ares, pelo menos se se trata de Espíritos comuns, de participarem ativamente de tudo o que os homens fazem ao derredor deles, de se interessarem por tudo isso, de ouvirem o que dizem os humanos. Com freqüência são vistos a se aproximar de uma pessoa, a lhe insuflar idéias, a influenciá-la, a consolá-la, se pertencem à categoria dos bons, a escarnecê-la, se são malignos, a se mostrar tristes ou satisfeitos com os resultados que logram. Numa palavra: constituem como que o forro do mundo corpóreo.
 
"Tal é esse mundo oculto que nos cerca, dentro do qual vivemos sem o percebermos, como vivemos, também sem darmos por isso, em meio das miríades de seres do mundo microscópico. O microscópio nos revelou o mundo dos infinitamente pequenos, de cuja existência não suspeitávamos; o Espiritismo, com o auxílio dos médiuns videntes, nos revelou o mundo dos Espíritos, que, por seu lado, também constitui uma das forças ativas da Natureza. Com o concurso dos médiuns videntes, possível nos foi estudar o mundo invisível, conhecer-lhe os costumes, como um povo de cegos poderia estudar o mundo visível com o auxílio de alguns homens que gozassem da faculdade de ver."
 
O Livro dos Médiuns
CAPÍTULO VI
Das manifestações visuais
Item 103

(*) Oberon é uma da ópera romântica em três atos do compositor alemão Carl Maria von Weber para um libreto de James Robinson Planche, inspirado no poema de Christoph Martin Wieland. Sua estréia ocorreu no Covent Garden, Londres em 12 de abril de 1826. Posteriormente ela foi traduzida para o alemão por Theodore Hell, e é essa versão traduzida a mais frequentemente executada.
 
Carl Maria Friedrich Ernest von Weber (Eutin, 18 de novembro de 1786 — Londres, 5 de junho de 1826) foi um barão e compositor de Holstein (hoje parte da Alemanha). Conhecido pelo seu sobrenome, Weber, foi um dos primeiros compositores significantes da Era Romântica.
 
Interessado em novas sonoridades e combinações instrumentais, tornou-se um dos maiores compositores do Ocidente. Na transição do Classicismo para o Romantismo, sua obra introduziu a nova estética na Alemanha.
 
Carl Maria von Weber foi um pioneiro do drama musical alemão, e a ele se deve a criação da ópera Der Freischütz (O Franco-Atirador), a primeira ópera romântica alemã. Outras de suas óperas são Das Waldmädchen, Oberon e Euryanthe. Sua música influenciou a inspiração musical de Wagner.
 
Destacou-se como pianista, violinista e teórico do Romantismo. Mais tarde teve predileção pelo clarinete e pela trompa.
 
Origem: Wikipédia

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