quinta-feira, 28 de julho de 2011

Transição Anímica

Os animais estão sujeitos, como o homem, a uma lei progressiva?
 
"Sim; e daí vem que nos mundos superiores, onde os homens são mais adiantados, os animais também o são, dispondo de meios mais amplos de comunicação. São sempre, porém, inferiores ao homem e se lhe acham submetidos, tendo neles o homem servidores inteligentes." 
 
Nada há nisso de extraordinário. Tomemos os nossos mais inteligentes animais, o cão, o elefante, o cavalo, e imaginemo-los dotados de uma conformação apropriada a trabalhos manuais. Que não fariam sob a direção do homem?
 
"São distintas uma da outra a alma do animal e a do homem, a tal ponto que a de um não pode animar o corpo criado para o outro."
 
O Livro dos Espíritos
Itens 601 e 605-a
 

 
Ética científica: pesquisas que criam híbridos de animais e humanos
25/07/2011

Os avanços nas tecnologias genéticas e de células-tronco significam que, em teoria, os cientistas podem criar animais com características e comportamentos mais humanos.
 
Quimeras
 
A Academia de Ciências Médicas da Grã-Bretanha está pedindo ao governo que estipule regras mais estritas para as pesquisas médicas envolvendo animais.
 
Segundo o documento, são necessárias regras mais estritas para as pesquisas que criam animais híbridos ou animais quiméricos, resultado da mistura de duas ou mais espécies, sobretudo com características humanizadas.
 
O grupo teme que experimentos envolvendo transplante de células acabem criando anomalias, as chamadas quimeras, como macacos com a capacidade de pensar e falar como os humanos.
 
O alerta ressalta o debate da questão dos limites da pesquisa científica.
 
"Todo o mundo ri quando falamos de gatos com dedos virados ao contrário, mas se nós realmente fizermos isso no laboratório eu não acho que as pessoas ficarão tão felizes", diz o Dr. Robin Lovell-Badge, do Instituto Nacional de Pesquisas Médicas.
 
Animais com capacidades humanas
 
Apesar de a maioria dos experimentos atualmente ser feita com ratos e camundongos, os cientistas estão particularmente preocupados com os testes em macacos.
 
Na Grã-Bretanha são proibidas as investigações com macacos de grande porte como gorilas, chipanzés e orangotango. Em outros países, como os Estados Unidos, essas pesquisas são liberadas.
 
"O que tememos é que se comece a introduzir um grande número de células cerebrais humanas no cérebro de primatas e que isso, de repente, faça com os que os primatas adquiram algumas das capacidades que se consideram exclusivamente humanas, como a linguagem," diz o professor Thomas Baldwin, outro membro da academia. "Estas são possibilidades muito exploradas na ficção, mas precisamos começar a pensar nelas."
 
Hora de parar
 
O relatório indica três áreas particularmente "delicadas" na pesquisa com animais: a cognitiva, a de reprodução e a criação de características visuais que se percebam como humanas.
 
"Uma questão fundamental é se o fato de povoar o cérebro de um animal com células humanas pode resultar em um animal com capacidade cognitiva humana, a consciência, por exemplo", diz o relatório.
 
O professor Martin Bobrow, principal autor do relatório, sugere o que chama de "prova do grande símio": se um macaco que recebeu material genético humano começa a adquirir capacidades similares às de um chimpanzé, é hora de frear os experimentos.
 
Na área de reprodução, recomenda-se que embriões animais produzidos a partir de óvulos ou esperma humano não se desenvolvam além de um período de 14 dias.
 
O relatório lista técnicas que não poderiam ser usadas de forma ética, incluindo a humanização do cérebro dos macacos e o desenvolvimento de embriões que misturem DNA de humanos e de outros primatas.
 
Frankestein
 
O campo mais polêmico é o de animais com características "singularmente humanas", experimentos que o relatório chama de "tipo Frankestein, com animais humanizados".
 
Segundo o relatório, "criar características como a linguagem ou a aparência humana nos amimais, como forma facial ou a textura da pele, levanta questões éticas muito fortes".
 
A criação de animais com pele humana, por exemplo, é algo altamente tentador para o teste de cosméticos e novas técnicas de absorção de medicamentos. Mas o que uma compradora de cremes pensaria ao ver tal animal com uma pele semelhante à sua?
 
Comentando o alerta feito pelos cientistas britânicos, a revista Nature lembra o romance Doutor Moreau, de H.G.Wells, de 1896, que criou o termo "animais humanizados".
 
O livro convida os leitores a discutir os limites éticos das pesquisas científicas guiadas unicamente pela curiosidade e ponderar sobre o valor moral da distinção entre humanos e animais.
 
As criaturas intrinsecamente infelizes e ameaçadoras do romance ainda permanecem no reino da ficção, mas os dilemas éticos apresentados por Wells são absolutamente atuais.
 
Categorias com experiências com animais
 
Os cientistas recomendam a divisão dos experimentos com animais em três categorias, sendo que a maioria das pesquisas conhecidas do público atualmente se enquadram na primeira categoria, sobre a qual o relatório não levanta nenhuma nova restrição.
 
Na categoria dois estariam experimentos permitidos mas que "exigiriam uma forte justificação científica".
 
Isso incluiria a adição de genes a primatas não-humanos e alterações significativas a um animal, capazes de torná-lo "mais semelhante a um humano" do que ele é em condições naturais.
 
Os experimentos da categoria três seriam totalmente proibidos, como permitir o desenvolvimento de qualquer embrião híbrido por mais do que 14 dias, inseminar animais com esperma ou óvulos "influenciados" por células reprodutoras humanas e modificar primatas não-humanos para criar consciência ou comportamento similar ao humano.
 
Benefícios da hibridização
 
Milhares de animais têm sido manipulados para expressar um gene humano ou para modelar aspectos específicos de doenças humanas. Na grande maioria dos casos, porém, eles continuam a se parecer com sua própria espécie.
 
Um dos autores do relatório, o professor Christopher Shaw, do King's College, de Londres, diz que tais estudos "são extraordinariamente importantes".
 
A academia ressalta ainda que não é contrária a experimentos que envolvam, por exemplo, o implante de células e tecidos humanos em animais.
 
Estudos atuais, por exemplo, transplantam células cancerígenas em ratos a fim de testar novas drogas contra o avanço da doença.
 
A academia defende, no entanto, que, com o avanço das técnicas, estão surgindo novos temas que precisam ser urgentemente regulamentados.
 
Os avanços científicos atuais já permitem a criação de ratos com lesões similares às causadas por um derrame cerebral, para que sejam depois injetadas células-tronco humanas, a fim de corrigir os danos.
 
Outro estudo com implante de um cromossomo humano no genoma de ratos com síndrome de Down também foi essencial para a compreensão da doença.
 
Mas os avanços nas tecnologias genéticas e de células-tronco significam que, em teoria, os cientistas podem criar animais com características e comportamentos mais humanos. É sobre isso que os cientistas afirmam que é necessário uma regulamentação clara e precisa.
 
O relatório, intitulado Animais contendo material humano, pode ser lido, em inglês, clicando aqui.
 

domingo, 24 de julho de 2011

Chico Xavier e 2019 - Artigo Completo

A matéria abaixo foi publicada na Folha Espírita de maio de 2011, na versão impressa e digital (restrita a assinantes). Diversos blogs replicaram esse texto, porém de forma incompleta, com diversos cortes.
 
Segue abaixo o texto integral da matéria, que obtive com base nas imagens extraídas do jornal, disponíveis no site Vinha de Luz.
 
Tratam-se de revelações de grande importância para a compreensão do momento que atravessamos, especialmente por situá-lo num contexto de maior significação.
 
As fontes são extremamente confiáveis, pois Geraldo Lemos Neto e Marlene Nobre jamais trairiam a memória do informante, com quem conviveram durante muitos anos, e que é ninguém menos do que Francisco Cândido Xavier.
 
Um alerta importante: o objetivo do artigo não é nos convencer de que o céu amanhecerá cor-de-rosa em algum dia de 2019. As eras se transformam como as cores do arco-íris, sem linhas divisórias. A intenção é nos fazer compreender que Deus tem planos e nós escolhas. Os objetivos serão sempre alcançados, independentemente do caminho reto ou tortuoso pelo qual optamos. Seremos tanto mais felizes quanto melhor compreendermos nossa responsabilidade individual e coletiva na execução dos propósitos divinos. 
 
O tema foi desdobrado em outras duas publicações, disponíveis nos endereços abaixo:

Livro > http://www.megalivros.com.br/produto/nao-sera-em-2012.html
Em anexo, o artigo completo em PDF, para quem quiser divulgá-lo.
 
Boas reflexões.
 
Ramon de Andrade
Palmares-PE  
 

 
Folha Espírita publica revelações de Chico Xavier sobre o destino da Terra
 

Revelações apontam que o futuro da terra está nas mãos do homem

Marlene Nobre

 

Em razão da gravidade do assunto, trazemos aos leitores da Folha Espírita a revelação feita pelo mais importante médium da história humana, Francisco Cândido Xavier, a Geraldo Lemos Neto, fundador da Casa de Chico Xavier, de Pedro Leopoldo (MG), e da Vinha de Luz Editora, de Belo Horizonte (MG), em 1986, sobre o futuro que está reservado ao planeta Terra e a todos os seus habitantes nos próximos anos.

 

"Há muito tempo carrego este fardo comigo e sempre me preocupei no sentido de que Chico Xavier não me falaria tudo o que relato nesta edição da Folha Espírita à toa, senão com uma finalidade específica. Na ocasião da conversa que descrevo nas páginas seguintes, senti que minha mente estava recebendo um tratamento mnemônico diferente para que não viesse a esquecer aquelas palavras proféticas, e que, em momento oportuno do futuro, eu seria chamado a testemunhá-las.

 

"Estou aqui na condição de um carteiro, ou, melhor dizendo, de um mensageiro de um cartório de notas a quem fosse confiada a tarefa de entregar determinada notificação por ordem de uma autoridade superior. Consciente da importância do que me foi confiado às mãos, entrego-o hoje, em sua completude, aos nossos irmãos em humanidade, na certeza de que estou cumprindo um dever e nada mais. O seu conteúdo não foi lavrado por mim e sim pelo maior médium que a humanidade conheceu desde os tempos do Cristo, que é Chico Xavier. Guardo a certeza de que o médium, por sua vez, o receberá por parte da Grande Comunidade dos Praticantes do Evangelho de Jesus no Mais Além."

 

Não será 2012 o ano-limite do mundo velho

 

O tema da transformação da Terra de mundo de expiação e provas para mundo de regeneração, levantado pelo próprio codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, sempre interessou e intrigou Geraldo Lemos Neto, fundador da Casa de Chico Xavier, de Pedro Leopoldo (MG).

 

Com 19 anos de idade, já tendo lido e estudado toda a obra de Kardec, conheceu o médium Chico Xavier, amigo da família desde os tempos de sua meninice em Pedro Leopoldo. "Naquela época, como já havia ouvido inúmeros casos relativos a sua mediunidade e caridade para com o próximo, tinha muita vontade de conhecê-lo e ouvi-lo pessoalmente, o que de fato ocorreu em outubro de 1981, em São Paulo", lembra Lemos Neto. A partir daquele primeiro encontro, uma grande afinidade os ligou, conforme conta, o que fez com que o também fundador da Editora Vinha de Luz o visitasse regularmente em Uberaba (MG), acompanhado de familiares.

 

Em 1984, Lemos Neto casou-se com Eliana, irmã de Vivaldo da Cunha Borges, que morava com Chico Xavier desde 1968 e diagramava todos os seus livros. A partir de então, passou a desfrutar de urna intimidade maior com Chico em Uberaba, visitando-o com mais frequência e hospedando-se em sua residência. "Posso dizer que essa época foi para meu coração um verdadeiro tesouro dos céus. Recordo-me até hoje daqueles anos de convivência amorosa e instrutiva na companhia do sábio médium e amigo com profunda gratidão a Deus, que me permitiu semelhante concessão por acréscimo de Sua Misericórdia Infinita. Assim, tive a felicidade de conviver na intimidade com Chico Xavier, dialogando com ele vezes sem conta, madrugada a dentro, sobre variados assuntos de nossos interesses comuns, notadamente sobre esclarecimentos palpitantes acerca da Doutrina dos Espíritos e do Evangelho de Jesus", recorda.

 

Um desses temas, como lembra Lemos Neto, foi em relação ao Apocalipse, do Novo Testamento. "Sempre me assombrei com o tema, relatando a Chico Xavier minha dificuldade de entender o livro sagrado escrito pela mediunidade de João Evangelista. Desde então, em nossos colóquios, Chico Xavier tinha sempre uma ou outra palavra esclarecedora sobre o assunto, pontuando esse ou aquele versículo e fazendo-me compreender, aos poucos, o momento de transição pelo qual passa o nosso orbe planetário, a caminho da regeneração", afirma. Foi em uma dessas conversas habituais, lembrando o livro de sua psicografia, Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, escrito pelo espírito Humberto de Campos, que Lemos Neto externou ao médium sua dúvida quanto ao título do livro, uma vez que ainda naquela ocasião, em meados da década de 80, o Brasil vivia às voltas com a hiperinflação, a miséria, a fome, as grandes disparidades sociais, o descontrole político e econômico, sem falar nos escândalos de corrupção e no atraso cultural.

 

"Lembro-me, como hoje, a expressão surpresa do Chico me respondendo: 'Ora, Geraldinho, você está querendo privilégios para a Pátria do Evangelho, quando o fundador do Evangelho, que é Nosso Senhor Jesus Cristo, viveu na pobreza, cercado de doentes e necessitados de toda ordem, experimentou toda a sorte de vicissitudes e perseguições para ser supliciado quase abandonado pelos seus amigos mais próximos e morrer crucificado entre dois ladrões? Não nos esqueçamos de que o fundador do Evangelho atravessou toda sorte de provações, padeceu o martírio da cruz, mas depois ele largou a cruz e ressuscitou para a Vida Imortal! Isso deve servir de roteiro para a Pátria do Evangelho. Um dia haveremos de ressuscitar das cinzas de nosso próprio sacrifício para demonstrar ao mundo inteiro a imortalidade gloriosa!', esclareceu".

 

Sobre essas e outras revelações feitas a ele por Chico Xavier sobre fatos relacionados ao ano em que se dará a grande transformação do nosso planeta, Lemos Neto fala mais abaixo:

 

Folha Espírita — No livro A Caminho da Luz, nosso benfeitor Emmanuel já havia previsto que no século XX haveria mais urna reunião dos Espíritos Puros e Eleitos do Senhor, a fim de decidirem quanto aos destinos da Terra. A reunião aconteceu e a ela compareceram Chico e Emmanuel — os missionários que trabalham abnegadamente, por séculos a fio, em favor da renovação humana. Quais os resultados dessa reunião?

 

Geraldo Lemos Neto — Na sequência da nossa conversa, perguntei ao Chico o que ele queria exatamente dizer a respeito do sacrifício do Brasil. Estaria ele a prever o futuro de nossa nação e do mundo? Chico pensou um pouco, como se estivesse vislumbrando cenas distantes e, depois de algum tempo, retornou para dizer-nos: "Você se lembra, Geraldinho, do livro de Emmanuel A Caminho da Luz? Nas páginas finais da narrativa de nosso benfeitor, no capítulo XXIV, cujo título é O Espiritismo e as Grandes Transições? Nele, Emmanuel afirmara que os espíritos abnegados e esclarecidos falavam de uma nova reunião da comunidade das potências angélicas do Sistema Solar, da qual é Jesus um dos membros divinos, e que a sociedade celeste se reuniria pela terceira vez na atmosfera terrestre, desde que o Cristo recebeu a sagrada missão de redimir a nossa humanidade, para, enfim, decidir novamente sobre os destinos do nosso mundo.

 

"Pois então, Emmanuel escreveu isso nos idos de 1938 e estou informado que essa reunião de fato já ocorreu. Ela se deu quando o homem finalmente ingressou na comunidade planetária, deixando o solo do mundo terrestre para pisar pela primeira vez o solo lunar. O homem, por seu próprio esforço, conquistou o direito e a possibilidade de viajar até a Lua, fato que se materializou em 20 de julho de 1969. Naquela ocasião, o Governador Espiritual da Terra, que é Nosso Senhor Jesus Cristo, ouvindo o apelo de outros seres angelicais de nosso Sistema Solar, convocara uma reunião destinada a deliberar sobre o futuro de nosso planeta. O que posso lhe dizer, Geraldinho, é que depois de muitos diálogos e debates entre eles foram dadas diversas sugestões e, ao final do celeste conclave, a bondade de Jesus decidiu conceder uma última chance à comunidade terráquea, uma última moratória para a atual civilização no planeta Terra. Todas as injunções cármicas previstas para acontecerem ao final do século XX foram então suspensas, pela Misericórdia dos Céus, para que o nosso mundo tivesse uma última chance de progresso moral.

 

"O curioso é que nós vamos reconhecer nos Evangelhos e no Apocalipse exatamente este período atual, em que estamos vivendo, como a undécima hora ou a hora derradeira, ou mesmo a chamada última hora".

 

FE — Como você reagiu diante da descrição do que acontecera nessa reunião nas Altas Esferas?

 

Geraldinho — Extremamente curioso com o desenrolar do relato de Chico Xavier, perguntei-lhe sobre qual fora então as deliberações de Jesus, e ele me respondeu: "Nosso Senhor deliberou conceder uma moratória de 50 anos à sociedade terrena, a iniciar-se em 20 de julho de 1969, e, portanto, a findar-se em julho de 2019. Ordenou Jesus, então, que seus emissários celestes se empenhassem mais diretamente na manutenção da paz entre os povos e as nações terrestres, com a finalidade de colaborar para que nós ingressássemos mais rapidamente na comunidade planetária do Sistema Solar, como um mundo mais regenerado, ao final desse período. Algumas potências angélicas de outros orbes de nosso Sistema Solar recearam a dilação do prazo extra, e foi então que Jesus, em sua sabedoria, resolveu estabelecer uma condição para os homens e as nações da vanguarda terrestre. Segundo a imposição do Cristo, as nações mais desenvolvidas e responsáveis da Terra deveriam aprender a se suportarem umas às outras, respeitando as diferenças entre si, abstendo-se de se lançarem a uma guerra de extermínio nuclear. A face da Terra deveria evitar a todo custo a chamada III Guerra Mundial. Segundo a deliberação do Cristo, se e somente se as nações terrenas, durante este período de 50 anos, aprendessem a arte do bom convívio e da fraternidade, evitando urna guerra de destruição nuclear, o mundo terrestre estaria enfim admitido na comunidade planetária do Sistema Solar corno um mundo em regeneração. Nenhum de nós pode prever, Geraldinho, os avanços que se darão a partir dessa data de julho de 2019, se apenas soubermos defender a paz entre nossas nações mais desenvolvidas e cultas!"

 

FE — Quais são os acontecimentos que podemos prever com essas revelações para a Terra?

 

Geraldinho — Perguntei, então, ao Chico a que avanços ele se referia e ele me respondeu: "Nós alcançaremos a solução para todos os problemas de ordem social, como a solução para a pobreza e a fome que estarão extintas; teremos a descoberta da cura de todas as doenças do corpo físico pela manipulação genética nos avanços da Medicina; o homem terrestre terá amplo e total acesso à informação e à cultura, que se fará mais generalizada; também os nossos irmãos de outros planetas mais evoluídos terão a permissão expressa de Jesus para se nos apresentarem abertamente, colaborando conosco e oferecendo-nos tecnologias novas, até então inimagináveis ao nosso atual estágio de desenvolvimento científico; haveremos de fabricar aparelhos que nos facilitarão o contato com as esferas desencarnadas, possibilitando a nossa saudosa conversa com os entes queridos que já partiram para o além-túmulo; enfim estaríamos diante de um mundo novo, uma nova Terra, uma gloriosa fase de espiritualização e beleza para os destinos de nosso planeta."

 

Foi então que, fazendo as vezes de advogado do diabo, perguntei a ele: Chico, até agora você tem me falado apenas da melhor hipótese, que é esta em que a humanidade terrestre permaneceria em paz até o fim daquele período de 50 anos. Mas, e se acontecer o caso das nações terrestres se lançarem a uma guerra nuclear? "Ah! Geraldinho, caso a humanidade encarnada decida seguir o infeliz caminho da III Guerra mundial, uma guerra nuclear de consequências imprevisíveis e desastrosas, aí então a própria mãe Terra, sob os auspícios da Vida Maior, reagirá com violência imprevista pelos nossos homens de ciência. O homem começaria a III Guerra, mas quem iria terminá-la seriam as forças telúricas da natureza, da própria Terra cansada dos desmandos humanos, e seríamos defrontados então com terremotos gigantescos; maremotos e ondas (tsunamis) consequentes; veríamos a explosão de vulcões há muito extintos; enfrentaríamos degelos arrasadores que avassalariam os povos do globo com trágicos resultados para as zonas costeiras, devido à elevação dos mares; e, neste caso, as cinzas vulcânicas associadas às irradiações nucleares nefastas acabariam por tomar totalmente inabitável todo o Hemisfério Norte de nosso globo terrestre".

 

O que aconteceria especificamente com o Brasil?

Cenários, divisões, escolhas

 

Em certa ocasião, Geraldo Lemos Neto, fundador da Casa de Chico Xavier, de Pedro Leopoldo (MG), fez essa mesma pergunta a Chico Xavier. Segundo o médium, "em todas as duas situações, o Brasil cumprirá o seu papel no grande processo de espiritualização planetária. Na melhor das hipóteses, nossa nação crescerá em importância socio-cultural, política e econômica perante a comunidade das nações. Não só seremos o celeiro alimentício e de matérias-primas para o mundo, como também a grande fonte energética com o descobrimento de enormes reservas petrolíferas que farão da Petrobrás uma das maiores empresas do mundo".

 

E prosseguiu Chico: "O Brasil crescerá a passos largos e ocupará importante papel no cenário global, isso terá como consequência a elevação da cultura brasileira ao cenário internacional e, a reboque, os livros do Espiritismo Cristão, que aqui tiveram solo fértil no seu desenvolvimento, atingirão o interesse das outras nações também. Agora, caso ocorra a pior hipótese, com o Hemisfério Norte do planeta tornando-se inabitável, grandes fluxos migratórios se formariam então para o Hemisfério Sul, onde se situa o Brasil, que então seria chamado mais diretamente a desempenhar o seu papel de Pátria do Evangelho, exemplificando o amor e a renúncia, o perdão e a compreensão espiritual perante os povos migrantes.

 

"A Nova Era da Terra, neste caso, demoraria mais tempo para chegar com todo seu esplendor de conquistas científicas e morais, porque seria necessário mais um longo período de reconstrução de nossas nações e sociedades, forçadas a se reorganizarem em seus fundamentos mais básicos".

 

FE — Segundo Chico Xavier, esses fluxos migratórios seriam pacíficos?

 

Geraldinho — Infelizmente não. Segundo Chico me revelou, o que restasse da ONU acabaria por decidir a invasão das nações do Hemisfério Sul, incluindo-se aí obviamente o Brasil e o restante da América do Sul, a Austrália e o sul da África, a fim de que nossas nações fossem ocupadas militarmente e divididas entre os sobreviventes do holocausto no Hemisfério Norte. Aí é que nós, brasileiros, iríamos ser chamados a exemplificar a verdadeira fraternidade cristã, entendendo que nossos irmãos do Norte, embora invasores a "mano militare", não deixariam de estar sobrecarregados e aflitos com as consequências nefastas da guerra e das hecatombes telúricas, e, portanto, ainda assim, devendo ser considerados nossos irmãos do caminho, necessitados de apoio e arrimo, compreensão e amor.

 

Neste ponto da conversa, Chico fez uma pausa na narrativa e completou: "Nosso Brasil como o conhecemos hoje será então desfigurado e dividido em quatro nações distintas. Somente uma quarta parte de nosso território permanecerá conosco e aos brasileiros restarão apenas os Estados do Sudeste somados a Goiás e ao Distrito Federal. Os norte-americanos, canadenses e mexicanos ocuparão os Estados da Região Norte do País, em sintonia com a Colômbia e a Venezuela. Os europeus virão ocupar os Estados da Região Sul do Brasil unindo-os ao Uruguai, à Argentina e ao Chile. Os asiáticos, notadamente chineses, japoneses e coreanos, virão ocupar o nosso Centro-Oeste, em conexão com o Paraguai, a Bolívia e o Peru. E, por fim, os Estados do Nordeste brasileiro serão ocupados pelos russos e povos eslavos. Nós não podemos nos esquecer de que todo esse intrincado processo tem a sua ascendência espiritual e somos forçados a reconhecer que temos muito que aprender com os povos invasores.

 

"Vejamos, por exemplo: os norte-americanos podem nos ensinar o respeito às leis, o amor ao direito, à ciência e ao trabalho. Os europeus, de urna forma geral, poderão nos trazer o amor à filosofia, à música erudita, à educação, à história e à cultura. Os asiáticos poderão incorporar à nossa gente suas mais altas noções de respeito ao dever, à disciplina, à honra, aos anciãos e às tradições milenares. E, então, por fim, nós brasileiros, ofertaremos a eles, nossos irmãos na carne, os mais altos valores de espiritualidade que, mercê de Deus, entesouramos no coração fraterno e amigo de nossa gente simples e humilde, essa gente boa que reencarnou na grande nação brasileira para dar cumprimento aos desígnios de Deus e demonstrar a todos os povos do planeta a fé na Vida Superior, testemunhando a continuidade da vida além-túmulo e o exercício sereno e nobre da mediunidade com Jesus."

 

FE — O Brasil, embora sofrendo o impacto moral dessa ocupação estrangeira, estaria imune aos movimentos telúricos da Terra?

 

Geraldinho — Infelizmente, não. Segundo Chico Xavier, o Brasil não terá privilégios e sofrerá também os efeitos de terremotos e tsunamis, notadamente nas zonas costeiras. Acontece que, de acordo com o médium, o impacto por aqui será bem menor se comparado com o que sobrevirá no Hemisfério Norte do planeta.

 

FE — Por tudo que se depreende da fala de Chico Xavier, você também crê que a ida do homem à Lua, em julho de 1969, tenha precipitado de certa forma a preocupação com as conquistas científicas dos humanos, que poderiam colocar em risco o equilíbrio do Sistema Solar?

 

Geraldinho — Sim, creio que a revelação de Cinco Xavier a respeito traz, nas entrelinhas, essa preocupação celeste quanto às possíveis interferências dos humanos terráqueos nos destinos do equilíbrio planetário em nosso Sistema Solar. Pelo que Chico Xavier falou, alguns dos seres angélicos de outros orbes planetários não estariam dispostos a nos dar mais este prazo de 50 anos, que vencerá daqui a apenas oito anos, temerosos talvez de nossas nefastas e perniciosas influências. Essa última hora bem que poderia ser por nós considerada como a última bênção misericordiosa de Jesus Cristo em nosso favor, uma vez que, pela explicação de Chico Xavier, foi ele, Nosso Senhor, quem advogou em favor de nossa causa, ainda uma vez mais.

 

FE — A reunião da comunidade celeste teria decidido algo mais, segundo a exposição de Chico Xavier!

 

Geraldinho — Sim. Outra decisão dos benfeitores espirituais da Vida Maior foi a que determinou que, após o alvorecer do ano 2000 da Era Cristã, os espíritos empedernidos no mal e na ignorância não mais receberiam a permissão para reencarnar na face da Terra. Reencarnar aqui, a partir dessa data, equivaleria a um valioso prêmio justo, destinado apenas aos espíritos mais fortes e preparados, que souberam amealhar, no transcurso de múltiplas reencarnações, conquistas espirituais relevantes como a mansidão, a brandura, o amor à paz e à concórdia fraternal entre povos e nações. Insere-se dentro dessa programação de ordem superior a própria reencarnação do mentor espiritual de Chico Xavier, o espírito Emmanuel, que, de fato, veio a renascer, segundo Cinco informou a variados amigos mais próximos, exatamente no ano 2000. Certamente, Emmanuel, reencarnado aqui no coração do Brasil, haverá de desempenhar significativo papel na evolução espiritual de nosso orbe.

 

Todos os demais espíritos, recalcitrantes no mal, seriam então, a partir de 2000, encaminhados forçosamente à reencarnação em mundos mais atrasados, de expiação e de provas aspérrimas, ou mesmo em mundos primitivos, vivenciando ainda o estágio do homem das cavernas, para poderem purgar os seus desmandos e a sua insubmissão aos desígnios superiores. Chico Xavier tinha conhecimento desses mundos para onde os espíritos renitentes estariam sendo degredados. Segundo ele, o maior desses planetas se chamaria Kírom ou Quírom.

 

FE — Praticamente só nos restam oito anos pela frente. Emmanuel fala na entrevista da década de 1950, já publicada nestas páginas, que é urgente a transformação moral da humanidade. Qual deve ser a nossa conduta frente a revelações tão assustadoras e ao conselho do mentor?

 

Geraldinho — Então, caríssima Marlene, a última hora está de fato aí demonstrada. Basta termos "olhos de ver e ouvidos de ouvir", segundo a assertiva de Jesus. É a nossa última chance, é a última hora... Não há mais tempo para o materialismo. Não há mais tempo vara ilusões ou enganos imediatistas. Ou seguiremos com a Luz: que efetivamente buscarmos, ou nos afundaremos nas sombras de nossa própria ignorância. Que será de nós? A resposta está em nosso livre-arbítrio, individual e coletivo. É a nossa escolha de hoje que vai gerar o nosso destino. Poderemos optar pelo melhor caminho, o da fraternidade, da sabedoria e do amor, e a regeneração chegará para nós de forma brilhante a partir de 2019; ou poderemos simplesmente escolher o caminho do sofrimento e da dor e, neste caso infeliz, teremos um longo período de reconstrução que poderá durar mais de mil anos, segundo Chico Xavier. Entretanto, sejamos otimistas. Lembremo-nos que deste período de 50 anos já se passaram 42 anos em que as nações mais desenvolvidas e responsáveis do planeta conseguiram se suportar umas às outras sem se lançarem a uma guerra de extermínio nuclear. Essa era a pré-condição imposta por Jesus. Até aqui seguimos bem, embora entre trancos e barrancos. Faltam-nos hoje apenas o percurso da última milha, os últimos oito anos deste período de exceção e misericórdia do Altíssimo. Oxalá prossigamos na melhor companhia!

 

Como poderemos facilmente concluir, tudo dependerá, em última análise, de nossas próprias escolhas, enquanto entidades individuais ou coletivas, para nosso progresso e ascensão espiritual. É o "A cada um será dado segundo as suas próprias obras!" que o Cristo nos ensinou.

 

Não estamos entregues à fatalidade nem predeterminados ao sofrimento. Estamos diante de uma encruzilhada do destino coletivo que nos une à nossa casa planetária, aqui na Terra. Temos diante de nós dois caminhos a seguir. O caminho do amor e da sabedoria nos levará a mais rápida ascensão espiritual coletiva. O caminho do ódio e da ignorância acarretar-nos-á mais amplo dispêndio de séculos na reconstrução material e espiritual de nossas coletividades. Tudo virá de acordo com nossas escolhas de agora, individuais e coletivas. Oremos muito para que os Benfeitores da Vida Maior continuem a nos ajudar e incentivar a seguir pelo Caminho da Verdade e da Vida. O próprio espírito Emmanuel, através de Chico Xavier, respondendo a uma entrevista já publicada em livro nos diz que as profecias são reveladas aos homens para não serem cumpridas. São na realidade um grande aviso espiritual para que nos melhoremos e afastemos de nós a hipótese do pior caminho.

 

Compartilho com os leitores da Folha Espírita mensagem de nosso benfeitor espiritual Theophorus, psicografada for nosso intermédio, na noite de 14 de agosto de 2006 em reunião pública no Centro Espírita Luz, Amor e Caridade, de Belo Horizonte (MG). Com o título A Terra da Promissão, seu conteúdo versa exatamente sobre o tema desta entrevista.

 

A Terra da Promissão

 

Irmãos,

 

Na abertura do Capítulo IX de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, com muita propriedade, escolheu a frase inesquecível de Nosso Senhor Jesus Cristo:

 

"Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra!" (1)

 

Por muitos séculos, a frase augusta do divino Mestre restou não compreendida pela coletividade cristã na face terrestre. Afinal, que terra prometida é essa a que se refere o Cristo, reservando-a aos brandos de coração e aos humildes do espírito?

 

Não obstante o aspecto profundo, muitas vezes atribuindo às palavras iluminadas de Jesus de Nazaré o sentido figurado, em que muitos estudiosos da letra cristã consideraram essa terra sob o significado espiritual da terra simbólica da paz reinante nos corações dos justos, forçoso é reconhecermos que o real alcance da promessa do Cristo a esse respeito vai mais longe. Os mundos, estâncias de trabalho e aperfeiçoamento que enxameiam a colméia universal da Criação divina, também progridem espiritualmente, galgando novos postos de serviço como educandários valiosas dos espíritos de suas humanidades correlatas, em contínuo processo de ascensão. À medida que avançam as noções superiores do espírito encarnado, levantando o próprio olhar para as realidades da vida imperecível, soa o clarim de uma nova era para as coletividades humanas sedentas de paz e de progresso.

 

É chegado o momento de novo degrau evolutivo para a casa planetária a que chamamos Terra. O prazo de 20 séculos da mensagem espiritual do Mestre inesquecível, desde sua passagem renovadora às margens do mar da Galiléia, chegará no próximo ano de 2030. Desde o advento do novo século XXI, por determinação superior, apenas têm acesso à porta da reencarnação os espíritos que atingiram em suas conquistas espirituais a mansidão, a brandura e a humildade. Aqueles que não souberam adquirir esses patrimônios morais na contabilidade de seus créditos pessoais, no transcurso de suas sucessivas reencarnações em 20 séculos de vida cristã na face da Terra, serão, como já estão sendo, conduzidos a mundos de expiação e provas que se lhes afinem com as tendências inferiores e infelizes.

 

Os bons alunos, que se têm esforçado por domar as suas más tendências, reajustando-se-lhes os corações em sintonia como amor universal e a sabedoria de todos os tempos, são estes que o divino Mestre apelida de brandos e humildes, mansos e pacíficos, que hão de herdar a nova Terra. Muitos deles já estão entre vós, apresentando-se com a infância natural de seus primeiros anos de crianças terrestres.

 

À medida que forem chegando à juventude e à madureza, contudo, assumirão cada vez mais o relevante papel para o qual foram chamados na sociedade terrestre, o que imprimirá vigorosa transformação no ambiente conturbado que ainda vos envolve o cotidiano.

 

Aproxima-se a fase final desta transição que haverá de elevar a Terra à condição de "mundo regenerado" para a qual se destina. Este período final será justamente aquele entre o centésimo aniversário do nascimento do apóstolo consolador Chico Xavier, a comemorar-se no próximo ano de 2010, em 2 de abril, e o aniversário do bicentenário do advento do Consolador prometido pelo cristo a comemorar-se no futuro ano de 2057, mais precisamente no dia 18 de abril.

 

Até lá ainda experimentareis os estertores da vida sombria dos sentimentos inferiores que ainda vos circundam a existência, fadada, invariavelmente, a ser varrida da nova Terra pela presença da Luz. Estejamos, pois, confiantes que Jesus, nosso divino Mestre, está no leme de nossa embarcação planetária, conduzindo-a ao porto seguro da paz e da esperança, da alegria e do amor, que haverá de nos irmanar, uns aos outras, como genuínos herdeiros dessa nova humanidade.

 

Irmãos, amigos queridos e companheiros de jornada, façamos, pois, nossa parte para merecê-la!

 

Theophorus

 

(1) Mateus, 5: 5.

 

(Mensagem psicografada em reunião pública no Centro Espírita Luz, Amor e Caridade, na noite de 14 de agosto de 2006, por Geraldo Lemos Neto)

 

Previsões já concretizadas

 

Algumas das previsões de Chico Xavier já se concretizaram. Depois de 1969, o Brasil começou um grande surto desenvolvimentista, vindo depois a democratizar-se sem traumas sangrentos, fazendo a transição de forma pacífica e ordenada. A Europa, antes dividida em nações antagônicas, passou a considerar a possibilidade de uma união mais ampla, acabando por consolidar a efetiva existência da União Européia como um mercado comum econômica e politicamente falando, chegando, inclusive, a lançar uma moeda única, em substituição às antigas, que é o Euro de hoje. Depois de 1969, a Guerra Fria arrefeceu-se; caiu a cortina de ferro da Europa Oriental; derrubou-se o Muro de Berlim; ruiu a antiga URSS como resultado da Perestroika para o surgimento de uma nova Rússia mais livre, juntamente a outras novas nações associadas O grande surto desenvolvimentista da China e dos países chamados tigres asiáticos certamente vem colaborando para a união e maior interação entre povos distantes.

 

O Brasil abriu-se também para o mundo, estabilizou sua economia lançou uma moeda forte, o Real, cresceu economicamente e descobriu vastas reservas petrolíferas, tornando-se uma nação mais importante no cenário internacional, assumindo novas responsabilidades no progresso das nações. Hoje o mundo está muito mais consciente das responsabilidades ambientais e grandes movimentos globais nesse sentido surgiram como o Protocolo de Kyoto. As ciências avançam a passos largos, e os cientistas decodificaram o DNA humano com inegáveis benefícios para o combate as doenças do corpo físico. As telecomunicações estreitaram os laços entre os seres e as nações, com a telefonia celular ao alcance de toda a gente e a internet de banda larga acelerando o acesso ao conhecimento geral e à liberdade de pensamento. Grandes movimentos coletivos hoje forçam governantes tirânicos a ceder espaço às novas democracias Tudo isso fora previsto por Chico Xavier, em meados da década de 80, muito antes de efetivamente vir a acontecer.

 

"Tudo se encaixa como sendo parte de um retrato mais amplo do trabalho dos benfeitores espirituais da Vida Maior em favor da paz e da concórdia, do desenvolvimento e da cultura em escala global. Os emissários do Cristo estão agindo em nosso favor e, por isso mesmo, não podemos perder a fé na continuidade desse auxílio", afirma Lemos Neto. "Isso tudo sem mencionarmos os grandes avisos que a propria Terra está nos dando. O aquecimento global é um fato. O Jornal Nacional noticiou há poucos meses que a calota polar do Norte estará totalmente degelada em meados de 2012, segundo conclusões de renomados cientistas. Depois do ano 2000, algumas nações têm sofrido tsunamis e terremotos cada vez mais assustadores, dizimando dezenas de milhares de vítimas. A média global anterior para terremotos acima de 9.0 pontos na escala de Richter era de um por década, e nos últimos dez anos nos já tivemos cinco tremores acima dessa magnitude, sendo dois no espaço de um ano, o do Chile e o do Japão, mais recentemente. Os avisos aí estão: o homem terrestre precisa mudar inferiormente, e um grande apelo à sua espiritualização ouve-se por toda parte. Continuemos a confiar em Deus e em Jesus, Nosso Senhor, que não nos desamparará!", finaliza.

 

"O próprio espírito de Emmanuel, através de Chico Xavier, respondendo a uma entrevista já publicada em livro, nos diz que as profecias são reveladas aos homens para não serem cumpridas. São, na realidade, um grande aviso espiritual para que nos melhoremos e afastemos de nós a hipótese do pior caminho."

 

Geraldo Lemos Neto

 

Folha Espírita | no 439 | Maio de 2011 | Matéria de capa | p. 4-5 | 25/05/2011

 

Fonte: http://www.vinhadeluz.com.br//site/noticia.php?id=760

sábado, 23 de julho de 2011

Mandato Mediúnico

"Médiuns naturais  ou  inconscientes:  os que produzem espontaneamente os fenômenos, sem intervenção da própria vontade e, as mais das vezes, à sua revelia. (...) Os  médiuns involuntários  ou  naturais  são aqueles cuja influência se exerce a seu mau grado. Nenhuma consciência têm do poder que possuem e, muitas vezes, o que de anormal se passa em torno deles não se lhes afigura de modo algum extraordinário. (...)."
 
Com que fim a Providência outorgou de maneira especial, a certos indivíduos, o dom da mediunidade?
 
"É uma missão de que se incumbiram e cujo desempenho os faz ditosos. São os intérpretes dos Espíritos com os homens."
 
Entretanto, médiuns há que manifestam repugnância ao uso de suas faculdades.
 
"São médiuns imperfeitos; desconhecem o valor da graça que lhes é concedida."
 
Se é uma missão, como se explica que não constitua privilégio dos homens de bem e que semelhante faculdade seja concedida a pessoas que nenhuma estima merecem e que dela podem abusar?
 
"A faculdade lhes é concedida, porque precisam dela para se melhorarem, para ficarem em condições de receber bons ensinamentos. Se não aproveitam da concessão, sofrerão as conseqüências. Jesus não pregava de preferência aos pecadores, dizendo ser preciso dar àquele que não tem?"
 
O Livro dos Médiuns
Itens 161, 188 e 220
 

 
José Euricledes Ferreira, nome literário Euricledes Formiga, nasceu em São João do Rio do Peixe, Paraíba, a 19 de junho de 1.924, filho de José Ferreira de Sá e Ana Formiga Ferreira.
 
Viveu sua infância enfrentando a penúria e o abandono do sertão nordestino, saindo de lá ainda jovem adolescente.
 
Jornalista profissional, ingressou na "Gazeta de Notícias", durante oito anos, em Fortaleza no ano de 1.946. Redator da "Folha de São Paulo", colaborou em outros jornais paulistas, como "A Gazeta", e Rádio "Gazeta", no programa "Enciclopédia no Ar", de Fernandes Soares e na extinta TV Excelsior de São Paulo.
 
Em 1.961, em Brasília, exerceu as funções de Oficial do Gabinete do Prefeito, na época Paulo de Tarso Santos, chefe do serviço de imprensa do Presidente da Novacap, e redator da Agência Nacional.
 
Criou e dirigiu durante dois anos o Grupo de Pesquisas e Estudos Folclóricos do Instituto Central de Letras da Universidade de Brasília.
 
Exerceu cargos na Justiça Federal de São Paulo, até aposentar-se como Diretor Administrativo, em São Paulo.
 
Poeta repentista e declamador, realizou excursões por todos os Estados do Brasil. Foi considerado uma das primeiras memórias do País, citado entre as quatro maiores memórias do Mundo em matéria na "Revista Realidade", em 1.972.
 
Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Guarulhos, em 1.973.
Na seara espírita, Eurícledes Formiga, exercia suas atividades junto ao "Centro Espírita Perseverança", do qual era Diretor.
 
Casou-se com Annabel Maria Almeida Ferreira, sua companheira e sua musa amada. Teve três filhos: Miguel Vinícius Guarnieri de Almeida Ferreira (Miguel Formiga), Marcus Vinícius de Almeida Ferreira ( Quito Formiga ) e Maria de Fátima Almeida Ferreira ( Fafá ). Sua família até hoje trabalha no "C. E. Perseverança".
Eurícledes Formiga desencarnou às 12:10 hs do dia 09 de Maio de 1.983, em São Paulo, vítima de choque cardiogênico.
 

 
Um médium ao encontro dos espíritos
 
A mediunidade, muito embora ignorada, sempre esteve presente na vida de Eurícledes Formiga.
 
Em 1958 procurou a Federação Espírita do Estado de São Paulo para tentar conhecer os fenômenos que se apresentavam consigo, mas malgrado às advertências, não seria ainda desta vez que o chamamento lhe tocaria o coração. Na década de 60, residindo em Brasília, Formiga passou a freqüentar esporadicamente a Comunhão Espírita Cristã, notadamente quando os fenômenos mediúnicos se acentuavam, lá recebendo orientação do dirigente, Viana Ataualpa Barbosa.
 
Em 1968, em São Paulo, pela primeira vez, Formiga caiu em transe mediúnico inconsciente e transmitiu a bela mensagem psicofônica falando sobre o Evangelho, o qual nunca houvera lido. Sua esposa Annabel, que também desconhecia os processos mediúnicos, impressionou-se, mas sentia intuitivamente tratar-se de uma personalidade que não seu marido e que deveria ser um espírito elevado pelo teor da comunicação. O episódio voltou a repetir-se com assiduidade, agora com outros tipos de Espíritos, inclusive obsessores, mas por último sempre comparecia o Espírito que se incorporou pela primeira vez e que soube-se, posteriormente, tratar-se de Frei Martinho, um frade franciscano que viveu no Nordeste em sua última encarnação. Seu reconhecimento era fácil, pois sempre apresentava-se com o lema : "- A treva nunca foi barreira para a luz que vem do Senhor !".
 
Formiga quando voltava a si não acreditava nos relatos da esposa e tinha a impressão apenas que adormecera. Estava relutante quanto à aceitação do fenômeno, mas mesmo assim concordou em frequentar a Escola de Médiuns da Federação Espírita do Estado de São Paulo.
 
Já um pouco mais orientada, Annabel passou a conversar e pedir orientação aos Espíritos que incorporavam em Formiga, como ocorria com o pai do médium, José Ferreira de Sá, e ao Frei Martinho. Este último, um dia lhe disse enfático, quando ela lhe perguntou o que poderia fazer para que Formiga acreditasse nos fenômenos que ocorria com ele : "- Esta mão pode escrever. Dê-me papel e lápis." Em seguida escreveu :
 
"O fruto bom é da árvore plantada em chão de fé. Orai por ele e por esta mão pesada, pá cavadora em Terra de paz. Orai em função de uma alma boa, mas que deu muito pouco do que foi confiado".
 
Voltando a si, Formiga ainda não acreditou e interpretou o fato como sendo alucinação de sua parte.
 
Nesta fase, sua esposa nunca esqueceu dos relatos comoventes de seu pai que, incorporado no próprio Formiga, contava que no Plano Espiritual, desdobrado, durante o sono, o Espírito do filho se recordava dos compromissos assumidos com a mediunidade antes de reencarnar-se e suplicava para que os mentores o auxiliassem a encarar a tarefa e, caso não o fizesse, que eles o levassem deste Plano para que a queda não fosse maior.
 
Quando voltava a si, Formiga permanecia incrédulo quanto às comunicações de que ele próprio era intermediário, mas cada vez mais estas chamavam-lhe à reflexão. Um dia telefonou de São Paulo para Salvador e marcou uma entrevista com Divaldo Pereira Franco. Tomou o primeiro avião, instalou-se no Hotel, e foi à "Mansão do Caminho" avistar-se com o médium baiano. Lá chegando, Divaldo, que estava abrindo a porta do Centro, antes de saudá-lo, lhe disse : "- Você veio saber se o frade existe ? Então, Formiga, pode acreditar, ele existe sim. É Frei Martinho, um franciscano que viveu e ficou famoso no Nordeste por sua obra apostolar !".
 
Naquela noite ao, ao tomar parte da reunião evangélica, recebeu, ainda, bela mensagem psicografada do Espírito Joanna de Angelis, exortando-o à tarefa mediúnica.
 
E foi nesta mesma época que os Espíritos sensibilizavam a mediunidade de seu filho mais jovem, Marcus Vinícius, o Quito, quando este passou a demonstrar os mesmos fenômenos, ora incorporado com terrível agressividade, em que cinco adultos não tinham controle sobre ele, ora qual criança sensível em sua vidência, detalhando quadros e aparições das mais diversas. E a sempre esposa e companheira Annabel, na esperança da aceitação de Formiga, tentava sensibilizá-lo ainda mais : "- Veja só, agora com seu filho !"
 
Seu próximo passo foi visitar a Chico Xavier, alguém a quem sempre admirou e sentia profundo respeito, mesmo antes de conhecer a Doutrina Espírita. Não conhecendo a ninguém no Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, Formiga estava na fila para aquele que seria seu primeiro contato com o Chico, quando este, para tanto espanto, abraça-o afetuosamente e lhe diz, como se já fosse íntimo seu : "- Formiguinha de luz, há dez anos te esperava !"
 
Mais do que as lágrimas que rolavam pela face, este episódio foi o que faltava para que Formiga se engajasse definitivamente às tarefas espíritas.
 
De 1969 a 1972 o casal freqüentou a Federação e neste ano foi encaminhado para o "Centro Espírita Perseverança", localizado na Vila Santa Clara, e sob a orientação de Guiomar Albanesi, Presidente, Formiga deixou manifestar-se belíssima mediunidade que proporcionou à bibliografia espírita ótimas obras, e que ainda continua proporcionando, apesar de seu desencarne a 09 de Maio do ano de 1983.
 
Em 1973 foi a primeira vez que Formiga sentou-se à mesa no "Perseverança" para psicografia e, em 1975, como ele próprio dizia, os poetas e cantadores já começavam a fazer fila para transmitir seus versos através de seu lápis mediúnico. Aliás, sobre este fato, Formiga, consagrado poeta e literato, sempre confidenciava a seu círculo íntimo que, muito embora sua própria carreira literária havia sido relegada a segundo Plano, sentia-se tão contente em poder ser o instrumento dos poetas que viviam no Plano Espiritual e de compartilhar da felicidade destes, que por si só esta recompensa era maior do que outra láurea que pudesse receber com suas criações.
 

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A Idade dos Anjos

"Mas alguém dirá: Como ressuscitam os mortos? e com que qualidade de corpo vêm? Insensato! o que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer. E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão, como o de trigo, ou o de outra qualquer semente. (...). Também há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes e outra a dos terrestres. (...) Assim também é a ressurreição, é ressuscitado em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, é ressuscitado em glória. Semeia-se em fraqueza, é ressuscitado em poder. Semeia-se corpo animal, é ressuscitado corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual. (...) O primeiro homem, sendo da terra, é terreno; o segundo homem é do céu. Qual o terreno, tais também os terrenos; e, qual o celestial, tais também os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do terreno, traremos também a imagem do celestial. Mas digo isto, irmãos, que carne e sangue não podem herdar o reino de Deus; nem a corrupção herda a incorrupção. Eis aqui vos digo um mistério: Nem todos dormiremos mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade. Mas, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrito: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?"


Paulo (Primeira Carta aos Corintios, Capítulo 15)

 


"No mesmo dia vieram alguns saduceus, que dizem não haver ressurreição, e o interrogaram, dizendo: Mestre, Moisés disse: Se morrer alguém, não tendo filhos, seu irmão casará com a mulher dele, e suscitará descendência a seu irmão. Ora, havia entre nós sete irmãos: o primeiro, tendo casado, morreu: e, não tendo descendência, deixou sua mulher a seu irmão; da mesma sorte também o segundo, o terceiro, até o sétimo. depois de todos, morreu também a mulher. Portanto, na ressurreição, de qual dos sete será ela esposa, pois todos a tiveram? Jesus, porém, lhes respondeu: Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus; pois na ressurreição nem se casam nem se dão em casamento; mas serão como os anjos no céu. E, quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que foi dito por Deus: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, ele não é Deus de mortos, mas de vivos. E as multidões, ouvindo isso, se maravilhavam da sua doutrina."

 

Mateus, Capítulo 22

 

 
"Retomamos a viagem e meu guia disse que gostaria de me levar a visitar o proprietário de uma casa, da qual nos aproximávamos. Caminhamos por um artístico jardim de gramados esmeradamente cuidados e chegamos até um homem sentado nas proximidades de um pomar. À nossa chegada ergueu-se e recebeu meu amigo da maneira mais cordial; fui então apresentado como um recém-chegado. Soube que este senhor se orgulhava das frutas de seu pomar; a seguir, convidou-me a prová-las. Parecia ele um homem de meia-idade, embora pudesse ser na realidade mais velho do que aparentava à primeira vista. Aprendi então que tentar predizer as idades das pessoas deste mundo seria tarefa difícil e até mesmo perigosa. É necessário saber — e permitam-me divagar um pouco — que a lei aqui é no sentido de que, à medida que progredimos espiritualmente, vamos nos desfazendo daquela aparência idosa conhecida na terra. Perdemos as rugas que o tempo e as preocupações imprimem nos nossos semblantes, assim como outras indicações do avanço da idade, e tornamo-nos mais jovens à medida que adquirimos mais experiência em sabedoria, conhecimento e espiritualidade. Mas não direi que possamos assumir um aspecto de completa juventude, nem perder as características externas da personalidade. Isto seria nos transformar num todo uniforme. O certo é que retrocedemos ou adiantamo-nos — de acordo com a nossa idade quando passamos a espíritos — em relação àquilo que em geral se conhece como a flor da idade.

(...)

"Nas esferas superiores a beleza da mente rejuvenesce os traços, varre os sinais de cuidados terrenos, preocupações e penas, e apresenta aos olhos esse estado de desenvolvimento físico que se costuma designar como flor da idade.

(...)

"Há uma fase em nossas vidas na terra que se chama a flor da idade. É nessa direção que todos nós nos encaminhamos. Aqueles que são idosos, ao passarem a espírito, voltarão a esse período. Outros que são jovens se adiantam até essa fase, e todos nós preservamos as nossas naturais características que nunca nos abandonarão. Mas descobrimos que muitos traços menores, que podemos muito bem dispensar, são eliminados juntamente com nossos corpos físicos — certas irregularidades do corpo com que tenhamos nascido, ou que nos advieram com o correr dos anos. Quantos de nós, gostaria eu de saber, não terão alguma sugestão a fazer no sentido de melhorar nosso corpo, se fosse possível.

(...)

"Há um período de nossa vida terrena a que estamos acostumados a chamar flor da idade. Há uma também aqui, e é na direção desse período que todas as almas ou voltam ou se adiantam, conforme a idade em que tem lugar seu passamento. Quanto tempo leva, depende inteiramente delas, visto que é apenas uma questão de progresso espiritual e desenvolvimento, apesar, de que para os jovens este período seja geralmente mais curto. Aqueles que passam a espírito depois da flor da idade, sejam eles idosos ou de meia-idade, tornar-se-ão mais jovens na aparência apesar de amadurecerem espiritualmente. Não se deve concluir com isso que nós todos chegamos a um nível estático de vulgar uniformidade. Externamente parecemos jovens: perdemos aqueles sinais que a passagem dos anos causa e que tanto nos perturbam quando mortais. Mas nossas mentes tornam-se mais velhas ao ganharmos conhecimento e sabedoria e maior espiritualidade, e essas qualidades da mente são manifestas a todos com quem entramos em contato.

"(...) Se, portanto, verificamos este rejuvenescimento de pessoas adultas, o que se dará com as almas dos que morreram crianças ou dos que morreram ao nascer? A resposta é que crescem como o fariam na terra. Mas às crianças daqui — de todas as idades — é dado um tratamento e cuidado que nunca seria possível na terra.

"O crescimento mental e físico da criança no mundo espiritual é mais rápido do que no mundo terrestre. Vós vos lembrais da retenção da memória de que já vos falei? Ela começa assim que a mente seja capaz de aprender algo, e isso acontece bem cedo. A aparente precocidade é perfeitamente natural, porque a mente jovem absorve conhecimentos facilmente. O temperamento é cuidadosamente estudado pelas linhas espirituais e as crianças são treinadas primeiro a respeito de assuntos espirituais e depois é que são instruídas acerca do mundo.

(...)

"Surge sempre esta pergunta na mente de pessoas da terra, com referência a crianças que já morreram: "Poderemos nós reconhecer nossos filhos quando chegarmos ao mundo espiritual?', A resposta é um enfático sim, fora de qualquer dúvida. — "Mas como? se eles cresceram no mundo espiritual e longe de nossas vistas?"
Para responder, é necessário conhecer um pouco mais a respeito de nós mesmos.

"Deveis saber que, quando dormimos, o espírito se retira temporariamente do corpo físico, se bem que permaneça ligado a ele por um fio magnético. Esta ligação é o fio da vida entre o espírito e o corpo. O espírito, assim liberto, ou permanece nas vizinhanças do corpo ou gravitará para a esfera que seus atos terrenos lhe terão dado direito de freqüentar. O espírito passa, portanto, parte da sua existência em terras espirituais. E é nestas visitas que encontramos parentes e amigos que morreram antes de nós; é também nessas visitas que os pais podem encontrar seus filhos, e assim observar seu crescimento. Na maioria dos casos os pais não podem penetrar na esfera dos próprios filhos, mas há inúmeros lugares onde tais encontros podem ocorrer. Lembrando o que eu disse sobre a retenção da memória subconsciente, vereis que, em tais casos não pode haver problema para reconhecer um filho, porque o pai viu o filho e observou seu crescimento da mesma maneira que o teria feito se a criança permanecesse na terra.

"Deve haver, é claro, suficientes laços afetivos entre os dois, do contrário esta lei não funciona. Onde eles não existem, a conclusão é óbvia. O laço de afeição e interesse deve também existir entre todas as relações humanas no mundo espiritual, seja entre marido e mulher, pai e filho ou entre amigos. Sem ele é problemático que as pessoas se encontrem, a não ser ocasional e fortuitamente.

"Crianças que deixam o mundo nos seus primeiros anos continuarão seus estudos onde os largaram, eliminando todos os que não lhes serão de utilidade futura, e acrescentando os espiritualmente necessários. Assim que alcançam idade adequada podem escolher seu futuro e estudar de acordo com suas preferências. E elas têm, como era de esperar, as mesmas oportunidades, os mesmos direitos à herança espiritual, como os temos todos, velhos ou novos.

"E todos fixamos o mesmo alvo: a felicidade perfeita e perpétua."

A VIDA NOS MUNDOS INVISÍVEIS
Monsenhor Robert Hugh Benson
Por Anthony Borgia
Editora Pensamento

domingo, 3 de julho de 2011

O Desafio do Perdão

"Na verdade não guardo raiva de ninguém. Mas há situações na vida que não dá mais para voltar a ser como antes. Eu por exemplo tive uma "amiga" por muitos anos. Eu a conheci no ensino médio. Nossa amizade acabou em 2009, por motivo chulo. Me senti traída (a história é muito longa) e menosprezada, (...). A dor que eu sinto é muito grande, não ha quem tire do meu coração. Pois estive participando de todos os momentos da vida dela, dos alegres e tristes. E o que recebi? Ingratidão. Eu fui traída e o pior, fui acusada de algo que não sou. (...) E eu fiz tudo com minha boa vontade. Não sei que eu tenho escrito na minha cara para ser tão menosprezada, tão deixada para trás? Se juízo final existir, eu quero que ela saiba da injustiça que ela cometeu contra a minha pessoa. Jamais me dobrarei para lhe pedir perdão. Jamais."



Olá,

Pelo que entendi, nesta história você não estaria na posição de pedir perdão, mas de perdoar. O que lhe coloca em grande vantagem em relação a quem lhe ofendeu.

O perdão não exige esquecimento, nem que tudo volte a ser como antes. Se o ofendido simplemente esquecesse, a lição do episódio se perderia. Nada volta a ser como antes justamente porque amadurecemos com a experiência e descobrimos naquela pessoa fraquezas que ainda não havíamos percebido em condições normais.

O perdão requer apenas que a gente entenda as limitações que outras pessoas enfrentam para compreender algumas verdades já mais claras para nós. Perdoar é viver e deixar viver, permitir que cada um siga seu caminho, por onde todos nós inevitavelmente iremos nos deparar com os resultados de nossas escolhas. Não por querer ou torcer que o ofensor sofra, pois esse simples desejo seria a melhor prova de que não perdoamos. Mas por entender que todos nós teremos de enfrentar algum dia os efeitos de nossas atitudes. É um mecanismo natural e automático, que não necessita de plateia ou torcida para funcionar perfeitamente.

Porém, mesmo colocado na expressão mais simples possível, o perdão ainda assim continua sendo a lição mais difícil do evangelho. Sem dúvida, o maior desafio do cristão. Tanto isso é verdade que, após pregá-lo em diversas ocasiões, Jesus deixou para exemplificá-lo como último ato de sua vida. O gesto final, supremo, ao qual todos deveriam prestar bastante atenção para tentar repeti-lo em suas vidas, tamanha a dificuldade que encontraríamos.

Além de ser o maior, é também um desafio pessoal. É muito fácil dizer PERDÔE, mas dizer PERDÔO, sinceramente, exige sempre sacrifício, desprendimento e uma compreensão panorâmica da vida que nem sempre conseguimos alcançar.

Não temos na alma um botão <<PERDOAR AGORA>>. É um longo exercício de autoconhencimento e autoconvencimento, através do qual vamos compreendendo os motivos que fazem do perdão a melhor atitude para o nosso próprio bem.

Se alguém me algemou a uma bola de chumbo, abrir esta algema não seria útil para a bola, nem para quem me algemou a ela, mas sim para mim mesmo, que ficaria livre deste peso. O perdão é a chave desta algema e encontrá-la é um desafio individual, intransferível e inevitável.

Conheço pessoas religiosas, de muito bom coração, que pregam o perdão por ser o tema da reunião do dia, mas que pessoalmente ainda não conseguem aplicá-lo a sua própria vida. Cada um tem seu tempo e suas dificuldades a vencer nesse aprendizado. Mas não devemos adiar a reflexão sobre a importância desta escolha, sem a qual permaneceremos acorrentados a lembranças e emoções que impedem ou retardam nosso crescimento pessoal.

Também falo do tema como estudante, pois até hoje me deparei apenas com pequenas decepções, cuja superação não merecem ser chamadas de perdão. Mas sei que vítimas de ofensas monstruosas relatam um imenso alívio em seu coração ao optarem pelo perdão.

Em 1997, um casal paulista perdeu o filho, Ives Ota, assassinado depois de ser seqüestrado. Ives tinha apenas oito anos quando foi executado, por reconhecer um de seus sequestradores, vigilante da empresa de seu pai. Massataka Ota, pai do garoto, atravessou toda a tortura emocional que podemos imaginar. Não lhe saía da cebeça a ideia de vingança. Ao final, após diversos acessos de ira e revolta, conseguiu perdoar os assasinos de seu filho, na presença deles. Algum tempo depois, declarou à imprensa que esta opção havia lhe proporcionado uma indescritível sensação de alívio que ele nunca havia experimentado antes, numa intensidade proporcional à sua dor. Hoje, o casal Ota coordena o Movimento da Paz e Justiça Ives Ota, para difundir a ideia de que "somente através do perdão a verdadeira paz se instala em sua vida".

Para mim, simples estudante do tema, perdoar é libertar-se para seguir adiante, compreendendo que todos atingiremos a mesma meta, em seu próprio tempo. E esta consciência não dimunui o desafio, apenas aumenta (muito) o compromisso e (um pouco) as chances de sucesso quando ele se apresentar.

Recomendo a leitura dos textos abaixo, para reflexão.

Forte abraço e boas conclusões!

Ramon de Andrade
Palmares-PE



> BEM-AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS (clique para ler online)



Decepções. Ingratidão. Afeições destruídas

Para o homem de coração, as decepções oriundas da ingratidão e da fragilidade dos laços da amizade não são também uma fonte de amarguras?

"São; porém, deveis lastimar os ingratos e os infiéis: serão muito mais infelizes do que vós. A ingratidão é filha do egoísmo e o egoísta topará mais tarde com corações insensíveis, como o seu próprio o foi. Lembrai-vos de todos os que hão feito mais bem do que vós, que valeram muito mais do que vós e que tiveram por paga a ingratidão. Lembraivos de que o próprio Jesus foi, quando no mundo, injuriado e menosprezado, tratado de velhaco. Seja o bem que houverdes feito a vossa recompensa na Terra e não atenteis no que dizem os que hão recebido os vossos benefícios. A ingratidão é uma prova para a vossa perseverança na prática do bem; ser-vos-á levada em conta e os que vos forem ingratos serão tanto mais punidos, quanto maior lhes tenha sido a ingratidão."

As decepções oriundas da ingratidão não serão de molde a endurecer o coração e a fechá-lo à sensibilidade?

"Seria um erro, porquanto o homem de coração, como dizes, se sente sempre feliz pelo bem que faz. Sabe que, se esse bem for esquecido nesta vida, será lembrado em outra e que o ingrato se envergonhará e terá remorsos da sua ingratidão."

Mas, isso não impede que se lhe fira o coração. Ora, daí não poderá nascer-lhe a idéia de que seria mais feliz, se fosse menos sensível?

"Pode, se preferir a felicidade do egoísta. Triste felicidade essa! Saiba, pois, que os amigos ingratos que os abandonam não são dignos de sua amizade e que se enganou a respeito deles. Assim sendo, não há de que lamentar o tê-los perdido. Mais tarde achará outros, que saberão compreendê-lo melhor. Lastimai os que usam para convosco de um procedimento que não tenhais merecido, pois bem triste se lhes apresentará o reverso da medalha. Não vos aflijais, porém, com isso: será o meio de vos colocardes acima deles."

A Natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Um dos maiores gozos que lhe são concedidos na Terra é o de encontrar corações que com o seu simpatizem. Dá-lhe ela, assim, as primícias da felicidade que o aguarda no mundo dos Espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benignidade. Desse gozo está excluído o egoísta.

O Livro dos Espíritos
Das Penas e Gozos Terrestres
Perguntas 937 e 938



BENEFÍCIOS PAGOS COM A INGRATIDÃO

Que se deve pensar dos que, recebendo a ingratidão em paga de benefícios que fizeram, deixam de praticar o bem para não topar com os ingratos?

Nesses, há mais egoísmo do que caridade, visto que fazer o bem, apenas para receber demonstrações de reconhecimento, é não o fazer com desinteresse, e o bem, feito desinteressadamente, é o único agradável a Deus. Há também orgulho, porquanto os que assim procedem se comprazem na humildade com que o beneficiado lhes vem depor aos pés o testemunho do seu reconhecimento. Aquele que procura, na Terra, recompensa ao bem que pratica não a receberá no céu. Deus, entretanto, terá em apreço aquele que não a busca no mundo.

Deveis sempre ajudar os fracos, embora sabendo de antemão que os a quem fizerdes o bem não vo-lo agradecerão. Ficai certos de que, se aquele a quem prestais um serviço o esquece, Deus o levará mais em conta do que se com a sua gratidão o beneficiado vo-lo houvesse pago. Se Deus permite por vezes sejais pagos com a ingratidão, é para experimentar a vossa perseverança em praticar o bem.

E sabeis, porventura, se o benefício momentaneamente esquecido não produzirá mais tarde bons frutos? Tende a certeza de que, ao contrário, é uma semente que com o tempo germinará. Infelizmente, nunca vedes senão o presente; trabalhais para vós e não pelos outros. Os benefícios acabam por abrandar os mais empedernidos corações; podem ser olvidados neste mundo, mas, quando se desembaraçar do seu envoltório carnal, o Espírito que os recebeu se lembrará deles e essa lembrança será o seu castigo. Deplorará a sua ingratidão; desejará reparar a falta, pagar a dívida noutra existência, não raro buscando uma vida de dedicação ao seu benfeitor. Assim, sem o suspeitardes, tereis contribuído para o seu adiantamento moral e vireis a reconhecer a exatidão desta máxima: um benefício jamais se perde. Além disso, também por vós mesmos tereis trabalhado, porquanto granjeareis o mérito de haver feito o bem desinteressadamente e sem que as decepções vos desanimassem.

Ah! meus amigos, se conhecêsseis todos os laços que prendem a vossa vida atual às vossas existências anteriores; se pudésseis apanhar num golpe de vista a imensidade das relações que ligam uns aos outros os seres, para o efeito de um progresso mútuo, admiraríeis muito mais a sabedoria e a bondade do Criador, que vos concede reviver para chegardes a ele. – Guia protetor. (Sens, 1862.)
 
O Evangelho Segundo o Espiritismo
CAPÍTULO XIII, Item 19
Não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita