segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Matéria Primitiva

27. Há então dois elementos gerais do Universo: a matéria e o espírito?
 
(...) ao  elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o espírito possa exercer ação sobre ela. (...). Está colocado entre o espírito e a matéria; é fluido, como a matéria é matéria, e suscetível, pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que apenas conheceis uma parte mínima. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá."
 
36. O vácuo absoluto existe em alguma parte no Espaço universal?
 
"Não, não há o vácuo. O que te parece vazio está ocupado por matéria que te escapa aos sentidos e aos instrumentos."

Allan Kardec
O Livro dos Espíritos
Paris, 1857


Nasa cria mapa da matéria escura no universo

Paula Rothman, de INFO Online
Sexta-feira, 12 de novembro de 2010 - 12h49

O aglomerado de galáxias Abel, com trilhões de estrelas
 
Usando o telescópio Espacial Hubble, e se aproveitando de um curioso fenômeno de "lentes de aumento" espaciais, astrônomos criaram os mais precisos e detalhados mapas da Matéria Escura no Universo.

Essas novas observações podem fornecer dados importantes sobre a formação dos aglomerados galácticos no início do universo – e indicam que eles podem ter surgido antes do que o esperado. Ou, segundo os astrônomos, antes que a energia escura tivesse impedido seu crescimento.
 
Ninguém sabe ao certo o que é a matéria ou energia escura. A matéria escura explica coisas que não podemos ver, mas sabemos que estão lá. As galáxias em espiral, por exemplo, geram tanta força centrípeta que seriam arrebentadas não fosse a gravidade existente nelas. No entanto, elas não possuem matéria visível o suficiente para produzir a gravidade necessária – levando à conclusão de que há algo invisível, sem luz, mas com massa.

Esse tipo de partícula constitui mais de 20% de todo o universo – o que pode parecer pouco, mas pense que a matéria visível (aquilo de que somos feitos, elétrons, prótons, nêutrons) representa apenas 4% de tudo o que existe no cosmos. O restante, cerca de 76%, é algo ainda mais complicado, conhecido como energia escura.

Sabe-se que a energia escura está em constante briga contra a "puxada" gravitacional da matéria escura. A energia escura empurra as galáxias para longe umas das outras, esticando o espaço entre elas. Esse movimento impede, portanto, que hoje se formem grandes aglomerados galácticos – os chamados clusters galácticos. As estruturas que existem hoje teriam se formado há muito tempo - antes que a energia escura tivesse impedido seu crescimento.
 
Uma maneira de provar que essa guerra existe é mapeando a distribuição da própria matéria escura nos clusters. Para fazer isso, a equipe liderada por Dan Coe, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, usou uma das câmeras do Hubble para localizar esse material invisível no cluster de galáxias Abell 1689, localizado a 2.2 bilhões de anos-luz, que  possui mais de mil galáxias e trilhões de estrelas.
 
A maior parte da gravidade do cluster vem da matéria escura, e essa gravidade funciona como uma lente de aumento cósmica, torcendo e ampliando a luz de diferentes galáxias atrás dela. Esse efeito, chamado de "lentes gravitacionais" produz imagens múltiplas, deformadas e ampliadas dessas galáxias. Analisando mais de 135 imagens múltiplas de 42 galáxias ao fundo, os astrônomos puderam estimar a quantidade de matéria escura no aglomerado. Se a gravidade do cluster viesse só das galáxias visíveis, a distorção da luz das galáxias de fundo seria muito mais fraca.

O mapa criado com a ajuda do matemático Edward Fuselier confirmou resultados anteriores que mostravam que o centro do aglomerado Abell 1689 é muito mais denso em matéria escura do seria de se esperar para um cluster desse tamanho. A descoberta é surpreendente já que, em tese, a força da energia escura no início do universo deveria ter barrado o crescimento de qualquer cluster. A conclusão é a de que o Abel teria que ter começado a se formar bilhões de anos antes do que se pensava.

A ideia, agora, é observar mais clusters e mapear a distribuição da matéria escura, buscando por mais pistas da formação dessas estruturas no universo primitivo.
 
Fonte: Info

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