
Religião
Jesus: os mistérios alimentam a fé no filho de Deus
sábado, 19 de dezembro de 2009 | 17:41

A bibliografia sobre o messias é extensa. A começar pelo mais famoso livro do mundo - a Bíblia. Ainda assim, as evidências a respeito do que narra o Livro Sagrado são escassas. E as conclusões a respeito dos estudos, praticamente nulas. Os estudos buscam o Jesus histórico, não o teológico, a divindade. Não o Cristo dos altares, o Jesus de cada um, nascido do recôndito da intimidade onde brota - ou não - a fé. Esse, a ciência e história jamais alcançarão explicar.
O que até agora se sabe, é que o Jesus humano viveu na Palestina em determinado período histórico. É possível afirmar com quase absoluta precisão que foi batizado por João Batista no Rio Jordão, escolheu doze discípulos, pregou pela Galiléia e morreu crucificado. No entanto, a transformação de um humilde e obscuro profeta na peça central da fé que tem mais adeptos em todo o planeta vem da originalidade absoluta de sua proposição básica: a paz e o amor ao próximo.

No primeiro quesito, Jesus quebrou o monopólio religioso da época de que só o divino operava milagres e realizava curas. Ele mostrou que também na Terra se curavam os doentes e se ressuscitavam os mortos. Mais ainda, caso se queira introduzir um elemento mercantil na equação, Jesus operava de graça, enquanto o templo cobrava por serviços, tanto assim que tinha trocadores de moeda à sua entrada, os mesmos que Jesus expulsou em sua mais famosa explosão de fúria.
Já a respeito da comensalidade, Jesus pregava a mais absoluta caridade e misericórdia e desafiava as normas de comportamento e de organização social. Ele se portava como igual, dividindo a mesa com homens e mulheres, pobres e ricos, gentios ou judeus, poderosos ou párias. Por isso atraiu a admiração dos que o cercavam e fúria dos que estavam no poder. E assim foi traído, preso e crucificado.

Nas telas do cinema, as polêmicas ficaram também por conta do musical Jesus Cristo Superstar, de 1973, protagonizado por um Jesus hippie, uma Maria Madalena havaiana e um Judas negro que se perguntam: por que o filho de Deus não escolheu a época atual para fazer sua pregação? Na sequência, em 1988, a Última Tentação de Cristo mostra Jesus crucificado se questionando como seria sua vida se, ao invés de assumir o peso da salvação dos homens, escolhesse viver uma vida comum, com esposa, filhos e um dia-a-dia normal.

Em outros momentos, Cristo fala por meio de parábolas e uma leitura ao pé da letra, evidentemente, pode levar a interpretações equivocadas. Muitas frases dos Evangelhos, no entanto, têm a força de aforismos que condensam os temas centrais da pregação de Jesus. Elas tratam, sobretudo, da necessidade de perdoar o próximo e de levar uma vida pautada pelo desapego material e pelo amor a Deus.
Fonte: Veja
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