sábado, 19 de dezembro de 2015

Cores Distantes

"Os mundos mais afastados do Sol estarão privados de luz e calor, por motivo de esse astro se lhes mostrar apenas com a aparência de uma estrela?"

 

"Pensais então que não há outras fontes de luz e calor além do Sol e em nenhuma conta tendes a eletricidade que, em certos mundos, desempenha um papel que desconheceis e bem mais importante do que o que lhe cabe desempenhar na Terra? (...)"

 

(...) Assim acontece com relação aos outros mundos, que sem dúvida contêm elementos que desconhecemos. Não vemos na Terra as longas noites polares iluminadas pela eletricidade das auroras boreais? Que há de impossível em ser a eletricidade, nalguns mundos, mais abundante do que na Terra e desempenhar neles uma função de ordem geral, cujos efeitos não podemos compreender? (...).

 

O Livro dos Espíritos

Questão 58

Paris, 1857

 

 

Plutão revela rica variedade de cores, dizem especialistas

15/10/2015

 

Plutão revela uma rica variedade de cores em sua superfície, segundo os resultados de observações da sonda New Horizons da Nasa - publicados nesta quinta-feira pela revista Science.




Das zonas escuras e vermelhas do equador às regiões brilhantes e azuis nas latitudes mais altas, o planeta anão tem uma paleta muito variada.

 

Anteriormente, os especialistas não tinham uma imagem clara das cores de Plutão.

 

"Fiquei espantada ao ver essas cores espetaculares e diversidade geológica tão grande", contou Silvia Protopapa, assistente de pesquisa em astronomia na Universidade de Maryland e parte da equipe de composição da superfície New Horizons.

 

Ela co-escreveu o primeiro estudo publicado em uma revista científica desde o vôo histórico perto do planeta anão pela sonda americana em 14 de julho.

 

A nova imagem colorida de Plutão publicada na revista Science foi obtida com a câmera Multi-spectral Visible Imaging Camera (MVIC) da aeronave.

 

Para determinar se a variedade de cores é devida à composição do solo, os investigadores analisaram dados obtidos a partir de um espectrômetro captando imagens próximas do infravermelho, que permitiu mapear a composição da superfície de Plutão e suas cinco luas.

 

Os cientistas que trabalham no projeto já lançaram a maior parte de suas observações para o público, mas os dados continuarão a chegar pelo menos até o próximo ano.

 

"Os dados retornados até agora mostram uma surpreendentemente grande variedade de formações e idades de terreno em Plutão, assim como variações na cor, composição e albedo (refletividade da superfície)", disse a Nasa.

 

O espectrômetro da sonda também revelou um grande número de pequenas áreas de gelo de água expostos na superfície.

 

Fonte: Zero Hora

 

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

O Evangelho Segundo Chico Xavier - Espinhos na Carne

"Nem queirais ser chamados guias; porque um só é o vosso Guia, que é o Cristo. Mas o maior dentre vós há de ser vosso servo. Qualquer, pois, que a si mesmo se exaltar, será humilhado; e qualquer que a si mesmo se humilhar, será exaltado."

Jesus (Mateus, capítulo 23)

"E, para que me não exaltasse demais pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de que eu não me exalte demais; acerca do qual três vezes roguei ao Senhor que o afastasse de mim; e ele me disse: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.

"Por isso, de boa vontade antes me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder de Cristo.

"Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco, então é que sou forte.

2ª carta de Paulo aos coríntios

Capítulo 12

 

"Os críticos esmiuçavam os poemas e as crônicas escritos por Chico Xavier, e o juiz estudava o processo Humberto de Campos, quando a dupla David Nasser-Jean Manzon desembarcou em Pedro Leopoldo. O repórter e o fotógrafo mais ousados e mais temidos da revista O Cruzeiro chegaram à cidade dispostos a "desvendar o homem Chico Xavier". Missão quase impossível: a privacidade do autor do Parnaso de Além-Túmulo era preservada por um círculo fechado de amigos. Durante o processo na justiça, a vigilância tinha sido redobrada. Fotos, por exemplo, só eram permitidas em sessões públicas no centro espírita.

"O desafio era um estímulo. Nasser e Manzon iriam romper o cerco. Mas começaram mal: foram direto para a Fazenda Modelo e deram de cara com Rômulo Joviano. O pedido da entrevista foi negado com um não inflexível.

"Chico está exausto e precisa descansar.

"Jean Manzon, sempre irônico, sugeriu ao patrão do rapaz umas férias para seu empregado. Como troco, recebeu mais uma resposta atravessada:

"- O Chico funcionário nada tem a ver com o outro Chico.

"Se quisessem mesmo fazer a entrevista, os jornalistas do Rio teriam de esperar até a sessão pública da sexta-feira seguinte. Era sábado. A dupla tinha mais o que fazer. Não podia ficar plantada na cidade mineira uma semana à espera do matuto. Aqueles caipiras não sabiam com quem estavam lidando.

"Nasser e Manzon mereciam respeito. Saíram do Rio a bordo do avião do próprio Assis Chateaubriand, dono do império dos Diários Associados, foram recepcionados em Belo Horizonte por Juscelino Kubitschek e engoliram poeira uma hora e meia seguida na viagem de carro de Belo Horizonte até ali. Ou seja: a hipótese de voltar à redação da revista com as mãos abanando era inadmissível.

"Para liquidar o assunto de vez, David Nasser, Jean Manzon e o piloto do avião de Chateaubriand, Henrique Natividade, bolaram um plano infalível. Nasser e Manzon se apresentariam como repórteres americanos e Natividade faria o papel de intérprete da dupla. Chico ficaria seduzido pela idéia de ser notícia internacional e se sentiria mais à vontade diante dos estrangeiros. Afinal de contas, a reportagem seria lida longe dali, longe do Rio.

"Havia um porém: Rômulo Joviano. O engenheiro conhecia a identidade deles e podia desmascarar o trio a qualquer momento. Precisavam concluir o serviço antes da chegada do patrão de Chico. Mas, mesmo sendo rápidos, eles ainda corriam perigo. E se Rômulo telefonasse para alertar o empregado? Nasser, Manzon e Natividade tomaram a decisão: cortariam o fio do telefone do entrevistado. Dito e feito.

"O truque deu certo. Chico escancarou as portas de casa para os "estrangeiros" e posou para fotos então inéditas na imprensa. Jean Manzon fez a festa. Uma das fotografias estampadas em O Cruzeiro, a revista de maior circulação no país da época, exibia o representante do ilustre e saudoso Humberto de Campos sentado numa banheira, com a mão esquerda sobre a testa, como se estivesse em transe mediúnico. Só faltava estar nu. A imagem se espalhou por meia página da publicação no dia 12 de agosto, onze dias antes da sentença do juiz. A legenda era espalhafatosa: Sensacional flagrante de Chico na banheira. Ele procurava as almas, quando Jean Manzon o surpreendeu obtendo um impressionante documento para o próximo julgamento.

"Os adversários do espiritismo afirmam que é uma prova de farsa. Os espíritas, que é outra prova: o espírito desce seja onde for.

"Outro "flagrante" exibia Chico deitado em sua cama estreita, com um livro aberto nas mãos. A legenda: "Ele lê e muito. Dizia-se Humberto de Campos, o escândalo que Chico é um ignorante, analfabeto, pouco amante das belas- letras. Pura invenção. Chico lê tanto que um dos seus olhos foi atingido por cruel catarata inoperável. Mesmo assim continua lendo".

"O rapaz também se expôs diante da escrivaninha, com lápis em punho, em meio a um amontoado de livros, O texto abaixo da foto era comprometedor para quem estava sob suspeita de imitar o estilo alheio: Outra peça de notável valor documental é esta: a biblioteca de Chico, onde encontramos livros de muitos autores, escritos na vida de seus criadores. Esses mesmos cavalheiros transmitem, segundo Chico, novas e diárias mensagens. Chico, na gravura, aparece copiando trechos de livros que mais lhe agradam.

"As frases abaixo de um rapaz de olhos fechados aumentavam o mistério: Nos momentos de transe, os seus olhos se fecham ou se tornam nublados, como os de um morto. Dizem os adeptos de Kardec que a alma chegou. Dizem os céticos que é um caso médico. De qualquer forma, é impressionante ver aquele homem de pupilas brancas. Que dirão os juízes?

"O texto de David Nasser, intitulado "Chico, Detetive do Além", era bem menos contundente do que as imagens e legendas.

"Logo no início, ele tratava de quebrar as expectativas do leitor: O senhor, leitor amigo, chegará ao fim destas linhas sem obter a resposta que há tanto tempo procura: "É Chico Xavier um impostor ou não é?" E dirá: "Dei 1.500 por esta revista e não consegui desvendar o mistério?" Sim, o mistério continuará por muito tempo.

"Após definir seu objetivo, mostrar o homem Chico, ele cobriu o rapaz de adjetivos: adorável, cândido, maneiroso, humilde, um anjo de criatura.

(...)

"Após uma hora e meia de entrevista, Jean Manzon, David Nasser e o "intérprete" se despediram do entrevistado. Enganaram o "idiota" e ainda ganharam livros de presente.

"Jogaram os exemplares na mala e saíram às pressas, eufóricos. No dia seguinte, estavam no Rio.

"A reportagem foi publicada no dia 12 de agosto com uma lacuna estranha. Ela não mencionou como os jornalistas conseguiram passar o vidente para trás. Nasser jogou fora a chance de lançar a dúvida: Se Chico tem um guia e tem acesso aos espíritos, como foi enganado tão facilmente?

"Chico leu o texto e ficou apavorado, O juiz não teria dúvidas. O rapaz já imaginava o veredicto: todos os indícios levam a crer que Francisco Cândido Xavier imitou o estilo de Humberto de Campos. Culpado. Sacudia-se, em meio à violenta crise de choro, quando Emmanuel voltou. Estava inspirado:

"- Chico, você tem que agradecer. Jesus foi para a cruz e você foi só para O Cruzeiro.

"O réu não conseguiu achar graça. Por que Emmanuel não evitou aquele vexame?

"Por que não desmascarou a fraude e revelou a identidade dos jornalistas?

"Só trinta anos depois, uma reportagem publicada por O Dia, em 28 de abril, e assinada por João Antero de Carvalho, revelaria, em detalhes, os bastidores daquela saga de David Nasser e Jean Manzon. A confissão foi feita por um Nasser arrependido, o mesmo capaz de definir Chico Xavier como "o maior remorso da minha vida".

"O repórter voltou no tempo e reconstituiu a noite em que passava para o papel seu furo jornalístico, dois dias depois do encontro com Chico Xavier. Já era madrugada, quando ele foi interrompido por um telefonema de Jean Manzon. O fotógrafo parecia nervoso.

"- David, você trouxe aquele livro que o homem nos ofereceu?

"- Claro que sim.

"- Pois bem, abra-o na primeira página e leia a dedicatória. Nasser largou o telefone fora do gancho e, curioso, correu à procura de seu exemplar. Levou um susto ao deparar com a frase:

"Ao irmão David Nasser, oferece Emmanuel".

"Que negócio é esse, Manzon, alguém revelou nossa identidade?

"O fotógrafo e o motorista também foram pegos de surpresa. Diante do mistério, os três fizeram um pacto de silêncio. A reportagem saiu sem aquele episódio.

"Segundo Nasser, a verdade, em jornalismo, era menos importante do que a verossimilhança."

Marcel Souto Maior

As vidas de Chico Xavier

2ª edição revista e ampliada.

São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2003

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Embriaguez da Riqueza

"E eis que se aproximou dele um jovem, e lhe disse: Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna? (...) Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me. Mas o jovem, ouvindo essa palavra, retirou-se triste; porque possuía muitos bens. Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos céus. E outra vez vos digo que é mais fácil um camelo passar pelo fundo duma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus."

Mateus, Capítulo 19




Estando o rico sujeito a maiores tentações, também não dispõe, por outro lado, de mais meios de fazer o bem?

Mas, é justamente o que nem sempre faz. Torna-se egoísta, orgulhoso e insaciável. Com a riqueza, suas necessidades aumentam e ele nunca julga possuir o bastante para si unicamente.

A alta posição do homem neste mundo e a autoridade sobre os seus semelhantes são provas tão grandes e tão escorregadias como a desgraça, porque, quanto mais rico e poderoso é ele, tanto mais obrigações tem que cumprir e tanto mais abundantes são os meios de que dispõe para fazer o bem e o mal. Deus  experimenta o pobre pela resignação e o rico pelo emprego que dá aos seus bens e ao seu poder. A riqueza e o poder fazem nascer todas as paixões que nos prendem à matéria e nos afastam da perfeição espiritual. Por isso foi que Jesus disse: "Em verdade vos digo que mais fácil é passar um camelo por um fundo de agulha do que entrar um rico no reino dos céus."

O Livro dos Espíritos
Item 816
Paris, 1857




Sentir-se - não ser - rico determina oposição à redistribuição de renda

Redação do Diário da Saúde
11/12/2014

Redistribuição de renda

A opinião das pessoas sobre a desigualdade da distribuição da renda e da riqueza de um país pode ter pouco a ver com a quantidade de dinheiro que elas têm no banco, e muito a ver com o quanto elas se sentem mais ricas em comparação com os seus amigos e vizinhos.

"Nossa pesquisa mostra que sentimentos subjetivos de riqueza ou pobreza motivam atitudes das pessoas em relação à redistribuição de renda de forma totalmente independente do autointeresse objetivo," diz o Dr. Keith Payne, da Universidade da Carolina do Norte (EUA).

A pesquisa revelou que o sentir-se relativamente rico não só levou os participantes a se opor à redistribuição da riqueza, como também levou-os a considerar quem discordava deles como "cegados pelo autointeresse".

"Estes resultados são importantes porque sugerem um mecanismo pelo qual a desigualdade pode levar a aumentos da polarização política e ao conflito," explica Payne.

Ser rico e sentir-se rico

Embora pareça lógico que as pessoas iriam apoiar qualquer política de redistribuição de renda que aumente o seu próprio rendimento mínimo, as pesquisas mostram consistentemente que a associação entre renda familiar real e atitudes em relação à redistribuição é fraca.

Na verdade, o fator mais influente é a sensação subjetiva que as pessoas têm do próprio status socioeconômico - como as pessoas julgam a sua situação econômica em relação aos que as rodeiam.

Durante os experimentos feitos pela equipe, quando questionados sobre como poderiam melhorar as condições para futuros participantes, os voluntários levados a se considerarem mais pobres pareciam estar satisfeitos com as regras existentes, enquanto os jogadores induzidos a se achar mais ricos que seus parceiros preferiram significativamente uma menor redistribuição, claramente tentando reforçar sua situação de supremacia.

"Quando as pessoas foram induzidas a se sentirem mais ricas, elas não apenas se opuseram à redistribuição de renda, mas também começaram a endossar os princípios e ideologias mais conservadores em geral," diz Payne. "Elas começaram a ver o mundo como uma meritocracia imparcial e justa. E tudo isto foi o resultado de uma simples manipulação de cinco minutos das comparações de riqueza em relação aos outros."

Fonte: Diário da Saúde

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Convite aos Pobres e Estropiados

"Certo homem dava uma grande ceia, e convidou a muitos. E à hora da ceia mandou o seu servo dizer aos convidados: vinde, porque tudo já está preparado. Mas todos à uma começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um campo, e preciso ir vê-lo; rogo-te que me dês por escusado. Outro disse: Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-los; rogo-te que me dês por escusado. Ainda outro disse: Casei-me e portanto não posso ir. Voltou o servo e contou tudo isto a seu senhor. Então o dono da casa, indignado, disse a seu servo: Sai depressa para as ruas e becos da cidade e traze aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos. Depois disse o servo: Senhor, feito está como o ordenaste, e ainda há lugar. Respondeu o senhor ao servo: Sai pelos caminhos e valados, e obriga-os a entrar, para que a minha casa se encha. Pois eu vos digo que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia.

(...) Quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os mancos e os cegos; e serás bem-aventurado; porque eles não têm com que te retribuir; pois retribuído te será na ressurreição dos justos."

Jesus (Lucas, capítulo 14)

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OS NEGROS DO BRASIL

(...)

A situação, no Brasil, sob todos os pontos de vista, como a da metrópole portuguesa, era dolorosa e cruel, embora governado por funcionário de Lisboa, segundo as combinações estipuladas na Península.

A raça aborígine e a raça negra sofriam toda sorte de humilhações e vexames. (...) A situação geral era a mais deplorável. Ismael e seus abnegados colaboradores sofrem intensamente em seus trabalhos árduos e quase improfícuos, no sentido de organizar o Instituto sagrado da família nas florestas inóspitas, onde os brancos não dispensavam consideração às leis humanas ou divinas, na condição de superioridade que se atribuíam.

Aos céus ascendem os aflitivos apelos dos obreiros invisíveis:

— Senhor! — exclama Ismael nas suas preocupações — estendei até nós o manto da vossa infinita misericórdia. Enviai-nos o socorro das vossas bênçãos divinas, para que as nossas vozes sejam ouvidas pelos espíritos que aqui procuram edificar uma pátria nova. Nosso coração se comove ante os quadros deploráveis que se deparam às nossas vistas. Por toda parte, vêem-se os infortúnios das raças flageladas e sofredoras.

Uma voz suave e meiga lhe responde do Infinito:

— Ismael, nas tuas obrigações e trabalhos, considera que a dor é a eterna lapidária de todos os espíritos e que o Nosso Pai não concede aos filhos fardo superior às suas forças, nas lutas evolutivas. Abriga aí, na sagrada extensão dos territórios do país do Evangelho, todos os infortunados e todos os infelizes. No meu coração ecoam as súplicas dolorosas de todos os seres sofredores, que se agrupam nas regiões inferiores dos espaços próximos da Terra. Agasalha-os no solo bendito que recebe as irradiações do símbolo estrelado, alimentando-os com o pão substancioso dos sofrimentos depuradores e das lágrimas que lavam todas as manchas da alma. Leva a essas coletividades espirituais, sinceramente arrependidas do seu passado obscuro e delituoso, a tua bandeira de paz e de esperança; ensina-lhes a ler os preceitos da minha doutrina, nos códigos dourados do sofrimento.

Ismael sente que luzes compassivas e misericordiosas lhe visitam o coração e parte com os seus companheiros, em busca dos planos da erraticidade mais próximos da Terra. Aí se encontram antigos batalhadores das cruzadas, senhores feudais da Idade Média, padres e inquisidores, espíritos rebeldes e revoltados, perdidos nos caminhos cheios da treva das suas consciências polutas. O emissário do Senhor desdobra nessas grutas do sofrimento a sua bandeira de luz, como uma Estrela Dalva, assinalando o fim de profunda noite.

- Irmãos — exorta ele comovido — até ao coração do Divino Mestre chegaram os vossos apelos de socorro espiritual. Da sua esfera de brandos arrebóis cristalinos, ordena a sua misericórdia que as vossas lágrimas sejam enxugadas para sempre. Um ensejo novo de trabalho se apresenta para a redenção das vossas almas, desviadas nos desfiladeiros do remorso e do crime. Há uma terra nova, onde Jesus implantará o seu Evangelho de caridade, de perdão e de amor indefiníveis. Nos séculos futuros, essa pátria generosa será a terra da promissão para todos os infelizes. Dos seus celeiros inesgotáveis sairá o pão de luz para todas as almas; mas, preciso se faz nos voltemos para o seu solo virgem e exuberante a construir-lhe as bases com os nossos sacrifícios e devotamentos. Ali encontrareis, nos carreiros aspérrimos da dor que depura e santifica, a porta estreita para o céu de que nos fala Jesus nas suas lições divinas. Aprendereis, no livro dos padecimentos salvadores, a gravar na consciência os sagrados parágrafos da virtude e do amor, na epopéia de luz da solidariedade, na expiação e no sofrimento. Sabei que todas as aquisições da filosofia e da ciência terrestres são flores sem perfume, ou luzes sem calor e sem vida, quando não se tocam das claridades do sentimento. Aqueles de vós que desejarem o supremo caminho venham para a nossa oficina de amor, de humildade e redenção.

E aí, nas estradas escuras e tristes da angústia espiritual, viu-se, então, que falanges imensas, ansiosas e extasiadas, avançavam com fervorosa coragem para as clareiras abertas naquela mansão de dor e de sombras. Todos queriam, no seu testemunho de agradecimento, beijar a bandeira sacrossanta do mensageiro divino. O seu emblema — Deus, Cristo e Caridade — refulgia agora nas penumbras, iluminando todas as coisas e clarificando todos os caminhos. As esperanças reunidas, daqueles seres infortunados e sofredores, faziam a vibração de luz que então aclarava todas as sendas e abria todos os entendimentos para a compreensão das finalidades, das determinações sublimes do Alto.

Essas entidades evolvidas pela ciência, mas pobres de humildade e de amor, ouviram os apelos de Ismael e vieram construir as bases da terra do Cruzeiro. Foram elas que abriram os caminhos da terra virgem, sustentando nos ombros feridos o peso de todos os trabalhos. Nesse filão de claridades interiores, buscaram as pérolas da humildade e do sentimento com que se apresentaram mais tarde a Jesus, no dia, que lhes raiou, de redenção e de glória.

Foi por isso que os negros do Brasil se incorporaram à raça nova, constituindo um dos baluartes da nacionalidade, em todos os tempos. Com as suas abnegações santificantes e os seus prantos abençoados, fizeram brotar as alvoradas do trabalho, depois das noites primitivas. (...) É que o Senhor lhes assinalou o papel na formação da terra do Evangelho e foi por esse motivo que eles deram, desde o princípio de sua localização no país, os mais extraordinários exemplos de sacrifício à raça branca. Todos os grandes sentimentos que nobilitam as almas humanas eles os demonstraram e foi ainda o coração deles, dedicado ao ideal da solidariedade humana, que ensinou aos europeus a lição do trabalho e da obediência, na comuna fraterna dos Palmares, onde não havia nem ricos nem pobres e onde resistiram com o seu esforço e a sua perseverança, por mais de setenta anos, escrevendo, com a morte pela liberdade, o mais belo poema dos seus martírios nas terras americanas.

(...)

Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho
Capítulo 7
Francisco Cândido Xavier
Ditado pelo Espírito Humberto de Campos

quinta-feira, 16 de julho de 2015

A Outra Face

"Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente.
Eu, porém, vos digo que não resistais ao homem mau;
mas a qualquer que te bater na face direita, oferece-lhe também a outra;"
Jesus, Mateus, capítulo 5.

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Jovem autista sofre bullying e pune seus agressores de forma inusitada

Publicado por Canal Ciências Criminais - 5 dias atrás



Um adolescente com síndrome de Asperger – uma espécie de autismo – foi vítima de bullying por uma gangue em New Baden, Illinois (EUA), no mês de junho. Além do constrangimento moral a que fora submetido, o jovem, Gavin Joseph, foi violentamente espancado, sofrendo diversas lesões: uma concussão, o esôfago machucado, a ponta de seu nariz fraturado e um hematoma no olho direito.

Momentos antes da agressão, os jovens iludiram Gavin dizendo que gostariam de iniciar uma amizade com o rapaz. Ao perceber a ingenuidade do adolescente, os agressores o atacaram com violência, afirmando que seu jeito era estranho e assustador.

Embora a prática de bullying ocorra com frequência nos Estados Unidos, o caso adquiriu intensa repercussão em virtude da conduta tomada por Gavin após as ofensas. Ao invés de tomar as devidas providências para punir criminalmente seus agressores, o adolescente gravou um vídeo de 20 minutos contando detalhes sobre sua síndrome e entregou aos rapazes, para que entendessem a vida sob a perspectiva de Gavin.

Além disso, o adolescente pediu que cada um dos agressores escrevesse um ensaio sobre a síndrome de Asperger e realizasse um serviço comunitário com pessoas portadores da enfermidade.

A mãe de Joseph, Cortnie Stone, elogiou a atitude do filho: "Ele [Gavin] não prestou queixa, mas solicitou que o serviço comunitário fosse relacionado à deficiência e que eles [os agressores] escrevessem um artigo sobre Asperger. Tudo isso na frente das famílias para que eles pudessem ver o estrago que fizeram e entender como ele via a agressão."

Courtnie mencionou que o filho passa bem e no momento se recupera das lesões: "Estou tão orgulhosa dele e eu espero que isso seja um aprendizado a todos que souberem sobre essa história."



Fonte: JusBrasil



quinta-feira, 23 de abril de 2015

Recreio da Alma

O Espírito encarnado permanece de bom grado no seu envoltório corporal?

"É como se perguntasses se ao encarcerado agrada o cárcere. O Espírito encarnado aspira constantemente à sua libertação e tanto mais deseja ver-se livre do seu invólucro, quanto mais grosseiro é este."

Durante o sono, a alma repousa como o corpo?

"Não, o Espírito jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos."

O Livro dos Espíritos
Itens 400 e 401
Paris, 1857
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20/04/2015

Ciência não compreende por que precisamos dormir

Com informações da BBC

Segundo algumas estimativas, uma pessoa que atingir 78 anos terá passado nove deles assistindo televisão, quatro anos dirigindo carros, 92 dias no banheiro e 48 dias fazendo sexo.

Mas nada supera o sono: aquela pessoa terá levado quase 25 anos de sua vida dormindo.

Alguns acreditam tratar-se de uma perda de tempo e se perguntam: quanto tempo aguentamos sem dormir? E quais as consequências de não desfrutar do sono?

Mistério do sono

Qualquer pessoa saudável que planeje descobrir as respostas por sua própria experiência terá dificuldades em executá-lo.

"A vontade de dormir é tão forte que ela chega a superar a vontade de comer", afirma Erin Hanlon, professora no Centro de Sono, Metabolismo e Saúde da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos. "O cérebro simplesmente embarca no sono, apesar de todos os esforços conscientes para espantá-lo."

O motivo exato pelo qual a vontade de dormir é tão forte ainda é um mistério. "A função precisa do sono ainda precisa ser desvendada", afirma Hanlon. Ela acrescenta, no entanto, que algo no sono parece "zerar" os sistemas em nosso organismo.

Além disso, alguns estudos demonstraram que o sono rotineiro e adequado ajuda a curar doenças, fortalece o sistema imunológico, melhora o metabolismo e traz muitas outras vantagens. É por isso que nos sentimos bem ao acordarmos de uma noite bem dormida.

Por outro lado, a falta de sono pode estar ligada a um maior risco de diabetes e obesidade, problemas cardíacos, depressão e outras doenças. Para evitar esses males, nosso corpo envia sinais desagradáveis quando adiamos ou encurtamos o descanso: a energia acaba, o andar se torna cambaleante, as pálpebras pesam sobre os olhos doloridos.

E quanto mais resistimos a dormir, mais perdemos a capacidade de concentração e de memória.

A falta de sono produz efeitos genéticos que são desfeitos quando o sono retorna ao normal. Mas a insônia crônica aumenta o risco de mortalidade.

Loucura do sono

Se ignorarmos esses efeitos e passarmos dias e dias acordados, nossas mentes começam a se desequilibrar. Alterações de humor, paranoias e alucinações tomam conta. "É uma espécie de loucura", define Atul Malhotra, diretor de medicina do sono da Universidade da Califórnia em San Diego.

Muitos estudos documentaram o declínio do organismo que sofre que privação do sono: o nível de hormônios causadores do estresse, como a adrenalina e o cortisol, aumenta, fazendo a pressão arterial subir. Enquanto isso, o ritmo cardíaco se altera e o sistema imunológico começa a esmorecer, segundo Malhotra. "Esses indivíduos passam a se sentir cada vez mais ansiosos e têm maior risco de contrair doenças", afirma.

A boa notícia é que esses efeitos não são permanentes e podem desaparecer ao se colocar o sono em dia.

Sem recordes

É possível que, ao saber de tudo isso, muitos de nós acabem desistindo de testar nossos limites sem dormir. Mas uma questão ainda está no ar: quanto tempo aguentamos acordados?

O registro mais citado é o do americano Randy Gardner, que, para uma experiência para a feira de Ciências de sua escola, ficou 264 horas sem dormir - ou pouco mais de 11 dias, segundo cientistas que o monitoraram durante esse tempo. Gardner tinha 17 anos e o experimento ocorreu em 1964.

Muitos outros relatos, pouco ou mais inacreditáveis, surgiram desde então em várias partes do mundo.

Mas ninguém conseguiu estabelecer um número de horas definitivo. Talvez isso seja uma boa coisa. Ciente dos danos graves provocados pela falta de sono contínua, o Livro Guinness dos Recordes eliminou esse tipo de competição na década passada.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Fé Natural

Que dedução se pode tirar do sentimento instintivo, que todos os homens trazem em si, da existência de Deus?

"A de que Deus existe; pois, donde lhes viria esse sentimento, se não tivesse uma base? (...)

O sentimento íntimo que temos da existência de Deus não poderia ser fruto da educação, resultado de idéias adquiridas?

"Se assim fosse, por que existiria nos vossos selvagens esse sentimento?"

Se o sentimento da existência de um ser supremo fosse tão-somente produto de um ensino, não seria universal e não existiria senão nos que houvessem podido receber esse ensino, conforme se dá com as noções científicas.

Não é de lastimar que o materialismo seja uma conseqüência de estudos que deveriam, contrariamente, mostrar ao homem a superioridade da inteligência que governa o mundo? (...)

"Não é exato que o materialismo seja uma conseqüência desses estudos. O homem é que deles tira uma conseqüência falsa, pela razão de lhe ser dado abusar de tudo, mesmo das melhores coisas. Acresce que o nada os amedronta mais do que eles quereriam que parecesse, e os espíritos fortes, quase sempre, são antes fanfarrões do que bravos. Na sua maioria, só são materialistas porque não têm com que encher o vazio do abismo que diante deles se abre. Mostrai-lhes uma âncora de salvação e a ela se agarrarão pressurosamente."

Origina-se de um sentimento inato a adoração, ou é fruto de ensino?

"Sentimento inato, como o da existência de Deus. A consciência da sua fraqueza leva o homem a curvar-se diante daquele que o pode proteger." (...) "A adoração está na lei natural, pois resulta de um sentimento inato no homem. Por essa razão é que existe entre todos os povos, se bem que sob formas diferentes."

O Livro dos Espíritos
Itens 5, 6, 148, 650 e 652
Paris, 1857

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Somos programados para acreditar em um Deus?

Francesca Stavrakopoulou
Diretora de Teologia e Religião da Universidade de Exeter (Inglaterra)
4 abril 2015

Apesar de acesso a conhecimento científico ter crescido, religião ainda mantém forte presença na sociedade

A religião – a crença em seres sobrenaturais, incluindo deuses e fantasmas, anjos e demônios, almas e espíritos – está presente em todas as culturas e permeia toda a História.

A discussão sobre a vida após a morte remonta a, pelo menos, 50.000 a 100.000 anos atrás.

É difícil obter dados precisos sobre o número de crentes de hoje, mas algumas pesquisas sugerem que até 84% da população do mundo são membros de grupos religiosos ou dizem que a religião é importante em suas vidas.

Vivemos em uma era de um acesso ao conhecimento científico sem precedentes, o que alguns acreditam que é incompatível com a fé religiosa. Então, por que a religião é tão difundida e persistente?

Os psicólogos, filósofos, antropólogos e até mesmo os neurocientistas sugerem possíveis explicações para a nossa disposição natural de acreditar, e para o poderoso papel que a religião parece ter em nossas vidas emocionais e sociais.

Morte, cultura e poder

Mas antes de falar das teorias atuais, é preciso entender como surgiram as religiões e o papel que elas tiveram na vida de nossos ancestrais.

As primeiras atividades religiosas foram em resposta a mudanças corporais, físicas ou materiais no ciclo da vida humana, especialmente a morte.

Os rituais de luto são uma das mais antigas formas de experiência religiosa. Muitos de nossos antepassados não acreditavam que a morte era necessariamente o fim da vida – era apenas uma transição.

Alguns acreditavam que os mortos e outros espíritos podiam ver o que estava acontecendo no mundo e ainda tinham influência sobre os eventos que estão ocorrendo.

E essa é uma noção poderosa. A ideia de que os mortos ou até mesmo os deuses estão com a gente e podem intervir em nossas vidas é reconfortante, mas também nos leva a ter muito cuidado com o que fazemos.

Os seres humanos são essencialmente sociais e, portanto, vivem em grupos. E como grupos sociais tendem à hierarquia, a religião não é exceção.

Quando há um sistema hierárquico, há um sistema de poder. E em um grupo social religioso, a hierarquia localiza seu membro mais poderoso: a divindade - Deus.

É para Deus que temos de prestar contas. Hoje em dia, a religião e o poder estão conectados. Estudos recentes mostram que lembrar de Deus nos faz mais obedientes.

Até em sociedades que reprimiram a fé, surgiu algo que tomou seu lugar, como o culto a um líder ou ao Estado.

E quanto menos estável é um país politica ou economicamente, mais provável que as pessoas busquem refúgio na religião. Os grupos religiosos podem, ao menos, oferecer o apoio que o Estado não fornece a quem se sente marginalizado.

Assim, fatores sociais ajudam a desenvolver e fortalecer a fé religiosa, assim como a forma como nos relacionamos com o mundo e com os outros.

Outras mentes

Em todas as culturas, os deuses são, essencialmente, pessoas, mesmo quando têm outras formas.

Hoje, muitos psicólogos pensam que acreditar em deuses é uma extensão do nosso reconhecimento, como animais sociais, da existência de outros. E uma demonstração da nossa tendência de ver o mundo em termos humanos.

Nós projetamos pensamentos e sentimentos humanos em outros animais e objetos, e até mesmo nas forças naturais – e essa tendência é um dos pilares da religião.

Assim argumentou-se que a crença religiosa pode ser baseada em nossos padrões de pensamento e de cultura humana. Alguns cientistas, no entanto, foram além e analisaram nossos cérebros em busca do lendário "ponto Deus".

Deus no cérebro

Os neurocientistas têm tentado comparar os cérebros dos crentes e ao dos céticos, para ver o que acontece no nosso cérebro quando rezamos ou meditamos. Se conhece pouquíssimo sobre esse campo - mas há algumas pistas, especialmente no que diz respeito às aéreas cerebrais.

O córtex pré-frontal medial está fortemente associado com a nossa capacidade e tendência para entender os pensamentos e sentimentos dos outros. Muitos estudos têm mostrado que esta região do cérebro está especialmente ativa entre os crentes religiosos, especialmente quando estão rezando. Isso corrobora a visão de que a fé religiosa é uma forma de interação social.

Já o lobo parietal, de acordo com estudos pode estar envolvido em experiências religiosas, especialmente aquelas caracterizadas com a dissolução do ego.

Pontuando a vida

Na medida em que estamos constantemente à procura de padrões, estruturas e relações de causa-efeito, a religião pode fornecer uma variedade de estratégias para que essa busca faça sentido

As crenças religiosas ajudam os seres humanos a se organizar e dar sentido a suas vidas. E em todas as culturas, e até mesmo entre ateus, os rituais podem ajudar a pontuar eventos importantes da vida.

Embora nem a neurociência, nem a antropologia e nem filosofia tenham uma resposta definitiva para a questão "Deus existe?", todas essas disciplinas dão pistas sobre como nós respondemos às nossas mais profundas necessidades humanas.

Talvez não sejamos programados para acreditar em Deus ou em um poder sobrenatural, mas somos animais sociais com uma necessidade evolutiva de ficar conectado com o mundo e com os outros.

De repente, as religiões são apenas canais para permitir essas conexões.

Fonte: BBC

quinta-feira, 26 de março de 2015

A Alegria dos Outros

"Um outro senhor se aproximou. Tinha tudo: dinheiro, saúde, família. Mas era triste. Vivia num vazio permanente. Chico matou a charada: "Falta ao senhor a alegria dos outros."

Marcel Souto Maior
As vidas de Chico Xavier




"Deus fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação. (...) por instinto os homens buscam a sociedade e todos devem concorrer para progresso, auxiliando-se mutuamente." (...) O homem tem que progredir. Insulado, não lhe é isso possível, por não dispor de todas as faculdades. Falta-lhe o contacto com os outros homens. No insulamento, ele se embrutece e estiola."

O Livro dos Espíritos
Itens 766/768
Paris, 1857



    
20/03/2015
Quer viver mais? Passe menos tempo sozinho
Redação do Diário da Saúde

"Não apenas estamos no mais alto índice de viver sozinho já registrado em todo o século, mas estamos com os mais altos índices já registrados no planeta."

Riscos da solidão

Pergunte às pessoas o que é preciso para viver uma vida longa, e elas vão citar coisas como fazer exercícios físicos, tomar ômega-3 e consultar o médico regularmente.

Mas a solidão e o isolamento social, dificilmente lembrados, são uma ameaça tão grande à longevidade quanto condições bem mais combatidas.

"O efeito [da solidão] é comparável à obesidade, algo que a saúde pública leva muito a sério," disse Julianne Holt-Lunstad, da Universidade Brigham Young (EUA). "Precisamos começar a levar nossas relações sociais mais a sério."

Solidão e isolamento social podem assumir aspectos muito diferentes. Por exemplo, alguém pode ser cercado por muitas pessoas, mas ainda se sentir sozinha. Outras pessoas podem isolar-se porque preferem ficar sozinhas.

Contudo, o efeito sobre a longevidade é o mesmo para os dois cenários - quanto mais sozinho, por opção ou a contragosto, menor é a expectativa de vida.

Isto confirma estudos anteriores, que concluíram que a solidão produz efeitos similares ao envelhecimento.

Solidão entre jovens

Outra grande surpresa do estudo é que a associação entre a solidão e o risco de mortalidade foi maior entre as pessoas mais jovens do que entre as pessoas mais velhas.

Embora as pessoas mais velhas sejam mais propensas a se sentir solitárias e, naturalmente, enfrentar um maior risco de mortalidade, a solidão e o isolamento social preveem melhor a morte prematura entre as populações com menos de 65 anos.

Os dois pesquisadores analisaram dados de uma variedade de estudos de saúde. Ao todo, a amostra incluiu mais de 3 milhões de participantes, com dados sobre a solidão, o isolamento social e pessoas que vivem sozinhas.

"Não apenas estamos no mais alto índice de viver sozinho já registrado em um século, mas estamos com os mais altos índices já registrados no planeta," acrescentou Tim Smith, coautor do estudo. "Com a solidão em ascensão, estamos prevendo uma possível epidemia de solidão no futuro."

> Cure a si mesmo: Confie nas pessoas e não fique só

Fonte: Diário da Saúde