"Ramon, Gostaria que me tirasse uma dúvida sobre algo: sabe aquele estado em que você está dormindo e sabe que está naquela cama, naquele quarto, mas você não está dormindo, parece estar acordado e vem alguém perto de você e lhe toca? Fiquei com tanto medo disso hoje de manhã, que eu queria gritar e o grito não saía da minha garganta. Era muito real. Eu estava com um dos braços caídos pela cama, de repente, sem olhar para o lado, as duas mãos de uma mesma pessoa (parecia mãos de homem maiores que a minha), seguravam minha mão, eu sentia o toque como se fosse alguém de carne e osso como eu, depois ele beijava as costas de minha mão delicadamente (era muito real mesmo). Isso era muito cedo com a luz do sol entrando no quarto, eu olhava para o lado e não via ninguém. Até quando ele me tocou eu não o via, era como se fosse um vulto ou sombra de alguém jovem querendo se mostrar. Eu fiquei tão paralisada que minha voz não saía de jeito nenhum. Mas enfim, o que é isso? Estou com medo que me venha me visitar de novo. Vou orar agora mesmo por ele, que eu não sei quem é. Abraço a todos" Magda
Oi, Meg!
Lembra daquela cena do filme O Sexto Sentido, em que o garoto recomenda ao terapeuta que falasse com sua esposa quando ela estivesse adormecendo? Ele, que se queixava de não mais ser ouvido pela esposa, resolve tentar e percebe que funciona, pois neste estado ela conseguia ouvi-lo. Por fim, ele se dá conta que a dificuldade de comunicação ocorria por estarem agora em planos diferentes.
Você acaba de vivenciar algo semelhante. Alguém que vela por você estava por perto durante seu despertar. Isso não significa que ele não estivesse ali antes, certamente em muitas outras ocasiões. Apenas você conseguiu conservar a impressão dessa presença enquanto retornava ao corpo, quando os sentidos da alma ainda não tinham sido inteiramente bloqueados pela matéria.
Certamente é alguém que você conhece bem, mas de quem não se lembra nesta existência. Pode encontrá-lo muitas vezes durante o sono, sem disso guardar a lembrança. O gesto que você descreveu é de extrema delicadeza, o que revela afeição e carinho. Ou seja, é alguém que ficará muito grato por suas preces, sempre bem-vindas, mas que não veio lhe pedir isso, e sim oferecer cuidado e proteção. Portanto, tente substituir o medo pela gratidão por ter alguém assim ao seu lado. E parabéns por mais este anjo de Deus em sua vida.
Aprendo muitas coisas nos livros que leio, mas minha convicção mais profunda vem de pessoas como você, católicas, ou protestantes, ateus, agnósticos, quando relatam espontaneamente episódios que jamais imaginaram vivenciar e que confirmam exatamente o que leio nestes livros.
Selecionei abaixo alguns trechos relacionados com esta sua experiência, mas recomendo que você consulte o texto integral nos linques abaixo:
O Livro dos Espíritos
> O Sono E Os Sonhos
> Anjos da Guarda, Espíritos Protetores, Familiares ou Simpáticos
A internet está aí e já nem precisamos de bibliotecas pra ficar bem informados sobre determinado tema, desde que tenhamos o cuidado de buscar as melhores referências.
Boas reflexões!
Ramon de Andrade
Palmares-PE
Palmares-PE
EMANCIPAÇÃO DA ALMA
O Sono E Os Sonhos
401. Durante o sono, a alma repousa como o corpo?
Não, o Espírito jamais fica inativo. Durante o sono, os liames que o unem ao corpo se afrouxam e o corpo não necessita do Espírito. Então, ele percorre o espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos.
402. Como podemos julgar da liberdade do Espírito durante o sono?
Pelos sonhos. Sabei que, quando o corpo repousa, o Espírito dispõe de mais faculdades que no estado de vigília. Tem a lembrança do passado e, às vezes, a previsão do futuro; adquire mais poder e pode entrar em comunicação com os outros espíritos, seja deste mundo, seja de outro.
(...) O sono liberta parcialmente a alma do corpo. Quando o homem dorme, momentaneamente se encontra no estado em que estará de maneira permanente após a morte. (...) Destes fatos deveis aprender, uma vez mais, a não ter medo da morte, pois morreis todos os dias, segundo a expressão de um santo.
(...) Por efeito do sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o mundo dos Espíritos (...) O sonho é a lembrança do que o vosso Espírito viu durante o sono; mas observai que nem sempre sonhais, porque nem sempre vos lembrais daquilo que vistes ou de tudo o que vistes. Isso porque não tendes a vossa alma em todo o seu desenvolvimento; freqüentemente não vos resta mais do que a lembrança da perturbação que acompanha a vossa partida e a vossa volta, a que se junta a lembrança do que fizeste ou do que vos preocupa no estado de vigília. Sem isto, como explicaríeis esses sonhos absurdos, a que estão sujeitos tanto os mais sábios quanto os mais simples?
Comentário de Kardec: Os sonhos são o produto da emancipação da alma, que se torna mais independente pela suspensão da vida ativa e de relação. Daí uma espécie de clarividência indefinida, que se estende aos lugares os mais distantes ou que jamais se viu, e algumas vezes mesmo a outros mundos. Daí também a lembrança que retraça na memória os acontecimentos verificados na existência presente ou nas existências anteriores. A extravagância das imagens referentes ao que se passa ou se passou em mundos desconhecidos entremeadas de coisas do mundo atual formam esses conjuntos bizarros e confusos que parecem não ter senso nem nexo.
A incoerência dos sonhos ainda se explica pelas lacunas decorrentes da lembrança incompleta do que nos apareceu no sonho. Tal como um relato ao qual se tivessem truncado frases ou partes de frases ao acaso: os fragmentos restantes sendo reunidos, perderiam toda significação racionai.
403. Por que não nos recordamos sempre dos sonhos?
Nisso que chamais sono só tens o repouso do corpo, porque o Espírito esta em movimento. No sono, ele recobra um pouco de sua liberdade e se comunica com os que lhe são caros, seja neste ou em outros mundos. Mas como o corpo é de matéria pesada e grosseira, dificilmente conserva as impressões recebidas pelo Espírito, mesmo porque o Espírito não as percebeu pelos órgãos do corpo.
407. É necessário o sono completo, para a emancipação do Espírito?
Não. O Espírito recobra a sua liberdade quando os sentidos se entorpecem; ele aproveita para se emancipar, todos os instantes de descanso que o corpo lhe oferece. Desde que haja prostração das forças vitais, o Espírito se desprende, e quanto mais fraco estiver o corpo, mais o Espírito estará livre.
Comentário de Kardec: É assim que o cochilar, ou um simples entorpecimento dos sentidos, apresenta muitas vezes as mesmas imagens do sonho.
408. Parece-nos, às vezes, ouvir cm nosso íntimo palavras pronunciadas distintamente e que não têm nenhuma relação com o que nos preocupa. De onde vêm elas?
Sim, e até mesmo frases inteiras, sobretudo quando os sentidos começam a se entorpecer. É, às vezes, o fraco eco de um Espírito que deseja comunicar-se contigo.
409. Muitas vezes, num estado que ainda não é o cochilo, quando temos os olhos fechados, vemos imagens distintas, figuras das quais apanhamos os pormenores mais minuciosos. É um efeito de visão ou de imaginação?
Entorpecido o corpo, o Espírito trata de quebrar a sua cadeia: ele se transporta e vê, e se o sono fosse completo, isso seria um sonho.
410. Têm-se às vezes, durante o sono ou o cochilo, idéias que parecem muito boas e que, apesar dos esforços que se fazem para recordá-las, se apagam da memória. De onde vêm essas idéias?
São o resultado da liberdade do Espírito, que se emancipa e goza, nesse momento, de mais amplas faculdades. Freqüentemente, também, são conselhos dados por outros Espíritos.
410 a) De que servem essas idéias ou esses conselhos, se a sua recordação se perde e não se pode aproveitá-los?
Essas idéias pertencem, algumas vezes, mais ao mundo dos Espíritos que. ao mundo corpóreo, mas o mais freqüente é que, se o corpo as esquece, o Espírito as lembra, e a idéia volta no momento necessário, como uma inspiração do momento.