INDALÍCIO MENDES
(1901-1988)
Talvez jamais a Humanidade haja sofrido tantas desilusões quanto agora. Talvez nunca tenha sido tão incisiva a ação de falsos líderes e pregadores de idéias novas e doutrinas exóticas, que dão aos homens sem discernimento, mas pejados de ambições inferiores, a impressão de que ouvem e seguem legítimos arautos da Verdade, da Justiça e do Bem.
Infelizmente, certa parte da Humanidade é imediatista e interesseira, não se inclinando a examinar serenamente as promessas enganadoras ocultas sob o floreado atraente dos discursos insinceros.
Cansados de desilusões e fartos de sofrimentos, os homens volúveis e superficiais, na ânsia de alcançar benefícios fáceis, deixam-se embebedar com palavras sedutoras e seguem doutrinas que não resistem a um confronto seguro com os princípios puros do Cristo. E assim se entregam, sem resistência, mas cegamente, aos entorpecedores efeitos da maconha demagógica.
Tudo isso, compreendamos, sobrecarrega o quadro cármico de indivíduos e coletividades ainda em fase de desenvolvimento primário e secundário e serve para reafIrmar categoricamente as profecias de elevados Espíritos, acerca das provações excepcionais, já iniciadas, que estão assinalando, passo a passo, o advento do Terceiro Milênio.
Essas perturbações políticas profundas, de grande influência e repercussão na vida íntima dos povos, parece terem iniciado um novo ciclo com a deflagração da guerra franco-prussiana, em 1870.
O processo evolutivo não cessou jamais e em 1914 se verificou novo avanço cíclico, que adquiriu maior expressão com a guerra iniciada 25 anos depois, isto é, em 1939.
Portanto, três guerras que abalaram profundamente o coração da Europa - interessando as duas últimas os países americanos e o mundo inteiro -, estabeleceram novos rumos da vida social e política da Terra.
Houve quedas de governos autocráticos, libertação de nações secularmente escravizadas, perda de poderio bélico de uns países outrora fortes e surgimento de novas potências mundiais.
Como nunca, o Materialismo estendeu seus tentáculos de ferro, constringindo a Humanidade e, por estranha "coincidência", justamente agora é que as coisas do Espírito mais se ampliam no seio das massas humildes, que vão adquirindo maior compreensão de certos deveres capazes de impedir a desnaturação completa da vida humana, embora andem pelas praças públicas reivindicações de natureza popular um tanto exaltada.
Toda essa confusão, entretanto, está dentro das previsões espíritas. Emmanuel, no livro que traz o seu nome, edição de 1938, predisse a eclosão do conflito de 1939, que durou até 1945.
Os próprios homens, por seu afastamento do Cristo, traçam as dores que vão sofrer e as tribulações impostas aos países a que pertencem. Nada é feito por acaso, porque o acaso não existe.
A rebeldia dos homens gera a balbúrdia e o desentendimento, a dor e a desilusão, porque as guerras têm uma função retificadora, uma função cármica.
(1901-1988)
Talvez jamais a Humanidade haja sofrido tantas desilusões quanto agora. Talvez nunca tenha sido tão incisiva a ação de falsos líderes e pregadores de idéias novas e doutrinas exóticas, que dão aos homens sem discernimento, mas pejados de ambições inferiores, a impressão de que ouvem e seguem legítimos arautos da Verdade, da Justiça e do Bem.
Infelizmente, certa parte da Humanidade é imediatista e interesseira, não se inclinando a examinar serenamente as promessas enganadoras ocultas sob o floreado atraente dos discursos insinceros.
Cansados de desilusões e fartos de sofrimentos, os homens volúveis e superficiais, na ânsia de alcançar benefícios fáceis, deixam-se embebedar com palavras sedutoras e seguem doutrinas que não resistem a um confronto seguro com os princípios puros do Cristo. E assim se entregam, sem resistência, mas cegamente, aos entorpecedores efeitos da maconha demagógica.
Tudo isso, compreendamos, sobrecarrega o quadro cármico de indivíduos e coletividades ainda em fase de desenvolvimento primário e secundário e serve para reafIrmar categoricamente as profecias de elevados Espíritos, acerca das provações excepcionais, já iniciadas, que estão assinalando, passo a passo, o advento do Terceiro Milênio.
Essas perturbações políticas profundas, de grande influência e repercussão na vida íntima dos povos, parece terem iniciado um novo ciclo com a deflagração da guerra franco-prussiana, em 1870.
O processo evolutivo não cessou jamais e em 1914 se verificou novo avanço cíclico, que adquiriu maior expressão com a guerra iniciada 25 anos depois, isto é, em 1939.
Portanto, três guerras que abalaram profundamente o coração da Europa - interessando as duas últimas os países americanos e o mundo inteiro -, estabeleceram novos rumos da vida social e política da Terra.
Houve quedas de governos autocráticos, libertação de nações secularmente escravizadas, perda de poderio bélico de uns países outrora fortes e surgimento de novas potências mundiais.
Como nunca, o Materialismo estendeu seus tentáculos de ferro, constringindo a Humanidade e, por estranha "coincidência", justamente agora é que as coisas do Espírito mais se ampliam no seio das massas humildes, que vão adquirindo maior compreensão de certos deveres capazes de impedir a desnaturação completa da vida humana, embora andem pelas praças públicas reivindicações de natureza popular um tanto exaltada.
Toda essa confusão, entretanto, está dentro das previsões espíritas. Emmanuel, no livro que traz o seu nome, edição de 1938, predisse a eclosão do conflito de 1939, que durou até 1945.
Os próprios homens, por seu afastamento do Cristo, traçam as dores que vão sofrer e as tribulações impostas aos países a que pertencem. Nada é feito por acaso, porque o acaso não existe.
A rebeldia dos homens gera a balbúrdia e o desentendimento, a dor e a desilusão, porque as guerras têm uma função retificadora, uma função cármica.
"De cada vez que os homens querem impor-se, arbitrários e despóticos, diante das leis divinas, há uma força misteriosa que os faz cair, dentro dos seus enganos e de suas próprias fraquezas.
A impenitência da civilização moderna, corrompida de vícios e mantida nos seus maiores centros à custa das indústrias bélicas, não é diferente do império babilônico que caiu, apesar do seu fastígio e da sua grandeza.
No banquete dos povos ilustres da atualidade terrestre, lêem-se as três palavras fatídicas do festim de Baltasar. Uma força invisível gravou novamente o Mane, Thecel, Phares (¹) na festa do mundo. Que Deus, na sua misericórdia, ampare os humildes e os justos." ("Emmanuel", de Emmanuel -Ed.1938.)
Ora, a corrupção da civilização atual se agravou imensamente depois da última guerra. A Humanidade está vivendo o ciclo preparatório do advento do Terceiro Milênio, já à porta, que marca o começo das dores e tribulações redentoras, para que o Terceiro Milênio seja, então, segundo as profecias, o da Redenção da Terra. O mundo está no crivo da evolução moral. Todas as imundícies e torpezas estão sendo reveladas e a confusão se torna progressivamente maior. Tomem por exemplo o nosso país e o que nele se passa, se quisermos ter uma idéia aproximada dessa grande verdade.
Já vaticinava Allan Kardec, ao referir-se à "marcha gradativa do Espiritismo":
"A Humanidade, entretanto, chegou a um dos períodos de sua transformação e o mundo terreno vai elevar-se na hierarquia dos mundos. O que se prepara não é, pois, o fim do mundo material (...) E o velho mundo, o mundo dos preconceitos, do orgulho. do egoísmo e do fanatismo que se esboroa. Cada dia leva consigo alguns destroços. Tudo dele acabará com a geração que se vai e a geração nova erguerá o novo edifício que as gerações seguinte consolidarão e completarão ." Obras Póstumas
Três grandes passos deu a Humanidade para organizar o seu Mapa de provações coletivas de origens políticas, em 1870, 1914-18 e 1939-45, sem contar as transformações profundas de natureza social, verificadas na Rússia, primeiramente, e depois em outros países. Depois de 1945, os povos até então submetidos à servidão começaram a ser ouvidos e hoje seus representantes se sentam ao lado dos representantes de antigos países opressores, que se julgavam tocados de uma superioridade incontestável.
E as reformas sociais continuam, muitas vezes dando ensanchas a que espertos especuladores se aproveitem da situação confusa para se beneficiarem.
Mas tudo acabará nos lugares exatos, pois "o mundo não marcha à revelia das leis misericordiosas do Alto, e estas, no momento oportuno, saberão opor um dique à chacina e ao arrasamento; confiemos nelas, porque os códigos humanos serão sempre documentos transitórios, como o papel em que são registados, enquanto não se associarem, parágrafo por parágrafo, ao Evangelho de Jesus". (Emmanuel)
Não se julgue sejamos pessimistas. Apenas observamos e analisamos fatos ligados por circunstâncias políticas e sociais. Não padece dúvida de que nos achamos já no período da seleção cármica que se desenvolverá muito mais no curso do Terceiro Milênio, que se iniciará dentro de ( ... ) anos.
Revoluções, greves, terremotos, maremotos, enfim, toda uma sorte de perturbações graves e de natureza diversa, afetarão a vida humana, mais do que até hoje tem afetado.
À proporção que o ciclo for crescendo para fechar-se, mais fortes serão as dores do mundo. Vivemos numa fase apocalíptica. Os homens desdenham dos deveres espirituais e se entregam, desarvorados, ao despotismo dos sentidos.
A mudança de Espíritos rebeldes se faz metodicamente. "Para que na Terra sejam felizes os homens, preciso se faz que somente a povoem Espíritos bons, encarnados e desencarnados, que unicamente ao bem aspirem.
Como já chegou esse tempo, uma grande emigração neste momento se opera entre os que o habitam. Os que praticam o mal pelo mal, ALHEIOS ao sentimento do bem, dela se verão excluídos, porque lhe acarretariam novamente perturbações e confusões que constituiriam obstáculo ao progresso.
Irão expiar o seu endurecimento em mundos inferiores, aos quais levarão os conhecimentos que adquiriram, tendo por missão fazê-los adiantar-se. Substitui-los-ão na Terra Espíritos melhores. que farão reinem entre si a justiça a paz, a fraternidade.
A Terra não será transformada por um cataclismo que aniquile de súbito uma geração.
A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança na ordem natural das coisas.
É o que vem acontecendo. Hoje as mudanças já são perceptivas. Essa possibilidade de observação constitui uma advertência do Alto, uma oportunidade a mais concedida aos homens que são responsáveis pela desarmonia ambiente. Empolgados por suas ambições políticas, a nada eles atendem. De tal maneira, estimulam o peneiramento indispensável à limpeza que precederá o Terceiro Milênio. Já Kardec, em sua época, sentira e dissera já ser o tempo em que vivia "a época da transição".
Os próprios cientistas experimentam o acúleo da transição por que está passando a Humanidade. Em "La Nueva visión dei mundo ", se lê, ao falar Jean Gebser da quarta dimensão:
"Do que acabamos de dizer surge um caráter que brevemente poderíamos qualificar de ambigüidade de nossa época, a qual como tal se nos apresenta cheia de incertezas. Vivemos numa época ambivalente e isto em muitos aspectos. Com efeito. ela representa um final e ao mesmo tempo um começo. Toda despedida supõe por isso mesmo uma partida. Pois bem: muitos não vêem senão o fim da nossa época. E mais: muitos nem sequer vêem isso porque simplesmente não desejam ter conhecimento deste incômodo fato. E daí resulta que não podem tão-pouco reconhecer o outro aspecto da nossa época, isto é, que ela representa um começo. se bem que difícil. cheio de felizes esperanças" (pág. 291). Essa obra tem como subtítulo: "Conferencia Internacional sobre el nacimiento de una nueva era, de la perspectiva". (Ob. cit., id., id., pág. 291)
Citamos esse trecho, escolhido acidentalmente, para que o leitor observe que, mesmo àqueles que não se encontram familiarizados com os problemas espíritas, a situação anormal e angustiosa da Terra, vivendo um período de transição, não passou despercebida. Se os cientistas do "Instituto de Altos Estudos Econômicos de Sankt Gallen", que "abandonaram os pontos de vista do determinismo materialista, do estreito pensamento do mecânico e causal", estivessem mais apurados espiritualmente, teriam chegado a conclusões ainda mais positivas, numa linguagem que se assemelharia ainda mais à dos espíritas.
É bem verdade que eles partiram de idéias puramente científicas, diametralmente opostas às que marcam o texto do presente artigo. Mas as suas conclusões, "mutatis mutandis", são idênticas.
Disseram com acerto que a transição representa ao mesmo tempo um fim e um começo. A idéia se casa perfeitamente com o ponto de vista espírita. A época de transição marca o fim de urna geração desvairada, mas também assinala o início de uma geração nova, em que todas as esperanças são depositadas.
Além disto, a geração desvairada não inclui aqueles que, esclarecidos, compreendem os desígnios do Alto e sabem guardá-los. A Doutrina do Cristo está estereotipada na Doutrina pregada pelo Espiritismo. É essencial e fundamentalmente humana, porque prepara cada indivíduo e cada coletividade para cultivar a felicidade na Terra e no Espaço, por meio da exemplificação do bem, da paz, do amor, da justiça e da fraternidade.
Enquanto o homem se utilizar da violência e da mentira, não será feliz. O atual desregramento de costumes, dentro e fora dos lares, a perversão de hábitos, o descaso à autoridade e à hierarquia, a idolatria do sexo, o cinismo, o despudor, o crime multiforme e a impunidade que os acoberta, a de cadência moral da dança, do canto, do cinema, do teatro, da literatura e de outras mais atividades outrora colaboradoras da cultura universal do homem são reflexos impressionantes da verdade profética que anunciou a imprescindibilidade do saneamento espiritual da Terra, já em ação, como preparação fatal e irrecorrível do selecionamento do Segundo Milênio para o Terceiro Milênio.
Ou a Humanidade realiza um esforço para melhorar daqui por diante, renunciando à violência, ao egocentrismo, muito pior do que o egoísmo, à mentira, buscando proteger-se à sombra do Evangelho do Cristo, ou mergulhará no desespero sem remédio e no sofrimento sem lenitivo, até que satisfaça as exigências cármicas.
Infelizmente, a maioria, desconhecendo a voz de Deus, persistirá na sua cegueira e a resistência que virá a opor marcará, por meio de terríveis lutas, o fim do reinado dos que a constituem. Desvairados, correrão à sua própria perda, provocarão destruições que darão origem a um sem número de flagelos e de calamidades, de sorte que, sem o quererem, apressarão o advento da era de renovação.
Concluindo, e para orientar o leitor, lembraremos que tudo quanto de Kardec aqui transcrevemos foi escrito muito antes da guerra de 1870, entre a França e a Alemanha, a qual constituiu, ao que tudo indica, o início da grande seleção cármica destinada, repetimos, à preparação de uma Humanidade melhor para o Terceiro Milênio. Kardec desencamou a 31 de março de 1869, de modo que suas palavras possuem uma significação extraordinária.
Transcrito de REFORMADOR, de setembro de 1963
Contribuição de
Carlos Eduardo Cennerelli
cennerelli@terra.com.br
A impenitência da civilização moderna, corrompida de vícios e mantida nos seus maiores centros à custa das indústrias bélicas, não é diferente do império babilônico que caiu, apesar do seu fastígio e da sua grandeza.
No banquete dos povos ilustres da atualidade terrestre, lêem-se as três palavras fatídicas do festim de Baltasar. Uma força invisível gravou novamente o Mane, Thecel, Phares (¹) na festa do mundo. Que Deus, na sua misericórdia, ampare os humildes e os justos." ("Emmanuel", de Emmanuel -Ed.1938.)
Ora, a corrupção da civilização atual se agravou imensamente depois da última guerra. A Humanidade está vivendo o ciclo preparatório do advento do Terceiro Milênio, já à porta, que marca o começo das dores e tribulações redentoras, para que o Terceiro Milênio seja, então, segundo as profecias, o da Redenção da Terra. O mundo está no crivo da evolução moral. Todas as imundícies e torpezas estão sendo reveladas e a confusão se torna progressivamente maior. Tomem por exemplo o nosso país e o que nele se passa, se quisermos ter uma idéia aproximada dessa grande verdade.
Já vaticinava Allan Kardec, ao referir-se à "marcha gradativa do Espiritismo":
"A Humanidade, entretanto, chegou a um dos períodos de sua transformação e o mundo terreno vai elevar-se na hierarquia dos mundos. O que se prepara não é, pois, o fim do mundo material (...) E o velho mundo, o mundo dos preconceitos, do orgulho. do egoísmo e do fanatismo que se esboroa. Cada dia leva consigo alguns destroços. Tudo dele acabará com a geração que se vai e a geração nova erguerá o novo edifício que as gerações seguinte consolidarão e completarão ." Obras Póstumas
Três grandes passos deu a Humanidade para organizar o seu Mapa de provações coletivas de origens políticas, em 1870, 1914-18 e 1939-45, sem contar as transformações profundas de natureza social, verificadas na Rússia, primeiramente, e depois em outros países. Depois de 1945, os povos até então submetidos à servidão começaram a ser ouvidos e hoje seus representantes se sentam ao lado dos representantes de antigos países opressores, que se julgavam tocados de uma superioridade incontestável.
E as reformas sociais continuam, muitas vezes dando ensanchas a que espertos especuladores se aproveitem da situação confusa para se beneficiarem.
Mas tudo acabará nos lugares exatos, pois "o mundo não marcha à revelia das leis misericordiosas do Alto, e estas, no momento oportuno, saberão opor um dique à chacina e ao arrasamento; confiemos nelas, porque os códigos humanos serão sempre documentos transitórios, como o papel em que são registados, enquanto não se associarem, parágrafo por parágrafo, ao Evangelho de Jesus". (Emmanuel)
Não se julgue sejamos pessimistas. Apenas observamos e analisamos fatos ligados por circunstâncias políticas e sociais. Não padece dúvida de que nos achamos já no período da seleção cármica que se desenvolverá muito mais no curso do Terceiro Milênio, que se iniciará dentro de ( ... ) anos.
Revoluções, greves, terremotos, maremotos, enfim, toda uma sorte de perturbações graves e de natureza diversa, afetarão a vida humana, mais do que até hoje tem afetado.
À proporção que o ciclo for crescendo para fechar-se, mais fortes serão as dores do mundo. Vivemos numa fase apocalíptica. Os homens desdenham dos deveres espirituais e se entregam, desarvorados, ao despotismo dos sentidos.
A mudança de Espíritos rebeldes se faz metodicamente. "Para que na Terra sejam felizes os homens, preciso se faz que somente a povoem Espíritos bons, encarnados e desencarnados, que unicamente ao bem aspirem.
Como já chegou esse tempo, uma grande emigração neste momento se opera entre os que o habitam. Os que praticam o mal pelo mal, ALHEIOS ao sentimento do bem, dela se verão excluídos, porque lhe acarretariam novamente perturbações e confusões que constituiriam obstáculo ao progresso.
Irão expiar o seu endurecimento em mundos inferiores, aos quais levarão os conhecimentos que adquiriram, tendo por missão fazê-los adiantar-se. Substitui-los-ão na Terra Espíritos melhores. que farão reinem entre si a justiça a paz, a fraternidade.
A Terra não será transformada por um cataclismo que aniquile de súbito uma geração.
A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança na ordem natural das coisas.
É o que vem acontecendo. Hoje as mudanças já são perceptivas. Essa possibilidade de observação constitui uma advertência do Alto, uma oportunidade a mais concedida aos homens que são responsáveis pela desarmonia ambiente. Empolgados por suas ambições políticas, a nada eles atendem. De tal maneira, estimulam o peneiramento indispensável à limpeza que precederá o Terceiro Milênio. Já Kardec, em sua época, sentira e dissera já ser o tempo em que vivia "a época da transição".
Os próprios cientistas experimentam o acúleo da transição por que está passando a Humanidade. Em "La Nueva visión dei mundo ", se lê, ao falar Jean Gebser da quarta dimensão:
"Do que acabamos de dizer surge um caráter que brevemente poderíamos qualificar de ambigüidade de nossa época, a qual como tal se nos apresenta cheia de incertezas. Vivemos numa época ambivalente e isto em muitos aspectos. Com efeito. ela representa um final e ao mesmo tempo um começo. Toda despedida supõe por isso mesmo uma partida. Pois bem: muitos não vêem senão o fim da nossa época. E mais: muitos nem sequer vêem isso porque simplesmente não desejam ter conhecimento deste incômodo fato. E daí resulta que não podem tão-pouco reconhecer o outro aspecto da nossa época, isto é, que ela representa um começo. se bem que difícil. cheio de felizes esperanças" (pág. 291). Essa obra tem como subtítulo: "Conferencia Internacional sobre el nacimiento de una nueva era, de la perspectiva". (Ob. cit., id., id., pág. 291)
Citamos esse trecho, escolhido acidentalmente, para que o leitor observe que, mesmo àqueles que não se encontram familiarizados com os problemas espíritas, a situação anormal e angustiosa da Terra, vivendo um período de transição, não passou despercebida. Se os cientistas do "Instituto de Altos Estudos Econômicos de Sankt Gallen", que "abandonaram os pontos de vista do determinismo materialista, do estreito pensamento do mecânico e causal", estivessem mais apurados espiritualmente, teriam chegado a conclusões ainda mais positivas, numa linguagem que se assemelharia ainda mais à dos espíritas.
É bem verdade que eles partiram de idéias puramente científicas, diametralmente opostas às que marcam o texto do presente artigo. Mas as suas conclusões, "mutatis mutandis", são idênticas.
Disseram com acerto que a transição representa ao mesmo tempo um fim e um começo. A idéia se casa perfeitamente com o ponto de vista espírita. A época de transição marca o fim de urna geração desvairada, mas também assinala o início de uma geração nova, em que todas as esperanças são depositadas.
Além disto, a geração desvairada não inclui aqueles que, esclarecidos, compreendem os desígnios do Alto e sabem guardá-los. A Doutrina do Cristo está estereotipada na Doutrina pregada pelo Espiritismo. É essencial e fundamentalmente humana, porque prepara cada indivíduo e cada coletividade para cultivar a felicidade na Terra e no Espaço, por meio da exemplificação do bem, da paz, do amor, da justiça e da fraternidade.
Enquanto o homem se utilizar da violência e da mentira, não será feliz. O atual desregramento de costumes, dentro e fora dos lares, a perversão de hábitos, o descaso à autoridade e à hierarquia, a idolatria do sexo, o cinismo, o despudor, o crime multiforme e a impunidade que os acoberta, a de cadência moral da dança, do canto, do cinema, do teatro, da literatura e de outras mais atividades outrora colaboradoras da cultura universal do homem são reflexos impressionantes da verdade profética que anunciou a imprescindibilidade do saneamento espiritual da Terra, já em ação, como preparação fatal e irrecorrível do selecionamento do Segundo Milênio para o Terceiro Milênio.
Ou a Humanidade realiza um esforço para melhorar daqui por diante, renunciando à violência, ao egocentrismo, muito pior do que o egoísmo, à mentira, buscando proteger-se à sombra do Evangelho do Cristo, ou mergulhará no desespero sem remédio e no sofrimento sem lenitivo, até que satisfaça as exigências cármicas.
Infelizmente, a maioria, desconhecendo a voz de Deus, persistirá na sua cegueira e a resistência que virá a opor marcará, por meio de terríveis lutas, o fim do reinado dos que a constituem. Desvairados, correrão à sua própria perda, provocarão destruições que darão origem a um sem número de flagelos e de calamidades, de sorte que, sem o quererem, apressarão o advento da era de renovação.
Concluindo, e para orientar o leitor, lembraremos que tudo quanto de Kardec aqui transcrevemos foi escrito muito antes da guerra de 1870, entre a França e a Alemanha, a qual constituiu, ao que tudo indica, o início da grande seleção cármica destinada, repetimos, à preparação de uma Humanidade melhor para o Terceiro Milênio. Kardec desencamou a 31 de março de 1869, de modo que suas palavras possuem uma significação extraordinária.
Transcrito de REFORMADOR, de setembro de 1963
Contribuição de
Carlos Eduardo Cennerelli
cennerelli@terra.com.br
Mane Thecel Phares = Conta o livro de Daniel (D.V) que o rei da Babilônia, Baltazar, mandou dar um lauto banquete para o qual convidou os nobres da cidade e as suas concubinas. Para servir a bebida, o rei mandou buscar os vasos sagrados que ele trouxera do templo de Jerusalém. O festim se desenvolvia quando, na parede do salão, apareceu uma misteriosa mão que escreveu com fogo estas palavras misteriosas. O rei, de imediato, mandou que viessem até à sala os magos e interpretes para que dissessem o que significava aquelas palavras ali escritas, entretanto, nenhum deles conseguiu decifrar a mensagem gravada. Foi então que a rainha se lembrou de Daniel, um hebreu que se encontrava no palácio e tinha fama de mago ou de profeta. Daniel veio, e depois de censurar duramente a conduta do rei, interpreta a frase do modo seguinte: Mane = Deus contou os dias de teu reinado e lhe pôs fim. Thecel = Tu foste pesado em uma balança e teu peso foi considerado insuficiente . Phares = O teu reino dividiu-se e foi dado os medo-persas. Naquela mesma noite, morria Baltazar e o seu reino caiu nas mãos de Dario, o rei dos Persas.
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