quarta-feira, 13 de março de 2013

Conhecimento de si mesmo

Qual o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir aos arrastamentos do mal?
 
Um sábio da Antiguidade vos disse: "Conhece-te a ti mesmo".
 
O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do melhoramento individual. (...) Que aquele que tem a vontade séria de se melhorar sonde sua consciência, a fim de arrancar de si as más tendências, como arranca as más ervas de seu jardim. Que faça o balanço de sua jornada moral, como o mercador faz a de suas perdas e lucros, e eu vos asseguro que isso resultará em seu benefício. Se puder dizer a si mesmo que seu dia foi bom, pode dormir em paz e esperar sem temor o despertar na outra vida.
 
O Livro dos Espíritos
Pergunta 919
Paris, 1857
 

 
Consciência de si mesmo melhora emoções e sono
Redação do Diário da Saúde
11/03/2013

Sempre alerta
 
Pessoas que descrevem a si mesmas como plenamente alertas e atentas ao momento presente têm emoções mais estáveis e maior controle sobre o próprio humor e o comportamento.
 
Aquelas que estão no topo da escala - mais alertas e conscientes do presente - relatam ainda menos ativação cognitiva e fisiológica na hora de dormir, o que se traduz em um sono de melhor qualidade.
 
"Este estudo nos dá uma melhor compreensão de como a mente alerta afeta as respostas ao estresse ao longo do dia," disse Holly Rau, da Universidade de Utah (EUA), uma das autoras do trabalho que foi publicado na revista da American Psychosomatic Society.
 
Consciência de si
 
A técnica de meditação da mente alerta (mindfulness) é uma prática espiritual que tem mostrado benefícios surpreendentes para uma série de problemas comportamentais, além de melhorar a qualidade de vida.
 

Mas Rau e suas colegas estavam interessadas não diretamente na meditação, mas em uma postura mais geral de mente alerta, um estado em que a pessoa fica mais conectada com a realidade, consciente não apenas de cada situação, mas também de si mesma enquanto imersa nessas situações do dia-a-dia.
 
Essa postura, que pode ser desenvolvida intencionalmente a partir da observação de si mesmo a cada momento, é normalmente chamada de "consciência de si mesmo".
 
Para isso medir a relação entre a consciência de si e o estado emocional, os voluntários - entre 20 e 45 anos de idade - carregavam aparelhos que monitoravam seus estados fisiológicos, enquanto registravam os acontecimentos emocionalmente relevantes ao longo do dia.
 
Os resultados mostraram uma forte associação entre a mente alerta e uma melhor estabilidade emocional, melhor autocontrole emocional e comportamental e menor estimulação pré-sono, uma medida dos sintomas físicos e emocionais da ansiedade.
 

domingo, 3 de março de 2013

Minoria Barulhenta

Por que, no mundo, frequentemente, a influência dos maus se sobrepõe à dos bons?

"Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão."
 
O Livro dos Espíritos
Questão 932
Paris, 1857
 

 
Extremistas são mais dispostos a defender suas opiniões publicamente
Redação do Diário da Saúde
07/01/2010

A força dos extremos
 
As pessoas com opiniões relativamente extremas são mais dispostas a expor e compartilhar suas opiniões publicamente do que aquelas com visões mais moderadas, de acordo com um novo estudo.
 
O fundamental é que os extremistas têm necessidade de acreditar que mais pessoas compartilham suas opiniões do que acontece na realidade, descobriram os pesquisadores.
 
Os resultados podem oferecer uma explicação possível para o clima aguerrido e polarizado que os políticos normalmente passam, onde opiniões extremas, sejam liberais ou conservadoras, muitas vezes parecem dominar o cenário inteiro.
 
"Quando as pessoas com visões extremas alcançam esta falsa sensação  de que elas estão em maioria, elas ficam mais dispostas a se expressar", afirma Kimberly Rios Morrison, da Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos.
 
Extremistas que se acreditam maioria
 
E como as pessoas com visões extremas passam a acreditar que são a maioria?
 
Isso pode acontecer no interior de grupos que tendem a inclinar-se moderadamente em uma direção face a um determinado problema. Aqueles que tomam a versão extrema do ponto de vista do seu grupo podem acreditar que realmente representam o verdadeiro ponto de vista do grupo inteiro, diz Morrison.
 
Um exemplo são as opiniões sobre o uso de álcool entre estudantes universitários.
 
Em uma série de estudos, Morrison e seu colega Dale Miller descobriram que os estudantes universitários que eram extremamente pró-álcool tinham mais chances de expressar suas opiniões do que os outros, embora a maioria dos alunos pesquisados fossem moderados em suas opiniões sobre o uso do álcool.
 
"Os alunos que foram escandalosamente pró-álcool tenderam a pensar que sua opinião era muito mais popular do que realmente era", disse ela. "Eles pareciam assumir o estereótipo de que os estudantes universitários consomem muito álcool."
 
Minoria barulhenta
 
As pessoas com visões liberais mais extremas podem ser mais propensas do que outras para participar de protestos públicos e portar adesivos defendendo seus pontos de vista liberais, porque eles acham que a comunidade os apoia.
 
Nos estudos sobre o uso do álcool, a maioria dos estudantes pesquisados tendeu para o centro da escala - "muito a favor" de um lado e "muito contra" do outro - quando foram entrevistados individualmente.
 
Ao serem perguntados sobre sua disponibilidade em expressar publicamente suas opiniões, aqueles que estavam nos extremos da escala se mostraram muito mais dispostos - logo, os mais aguerridos estavam longe de representarem a maioria.
 
Sensação de maioria
 
No entanto, numa outra pesquisa, os cientistas adicionaram um truque: eles deram aos participantes dados falsos que indicavam que outros estudantes mantinham posições conservadoras, contra o consumo de álcool, contrariando o estereótipo comum de que os estudantes universitários geralmente são favoráveis - este é o fator considerado pelos estudiosos como garantidor de que os extremistas pró-álcool acreditam representar a maioria.
 
Quando viram esses dados forjados, os extremistas pró-álcool mostraram-se menos dispostos a expressar publicamente suas opiniões.
 
"É somente quando eles têm essa sensação de que são a maioria que os estudantes extremamente pró-álcool ficam mais dispostos a expressar suas opiniões sobre o assunto", disse Morrison.
 
Síndrome de minoria
 
No entanto, os estudantes que tinham visões mais extremos anti-álcool não estavam mais propensos a querer expressar seus pontos de vista, mesmo quando eles viram os dados sugerindo que a maioria dos seus colegas concordava com eles.
 
"Seus pontos de vista que eles estão em minoria podem estar tão profundamente enraizados que é difícil mudar apenas com base em nosso único experimento", disse ela.
 
Isto mostra que nem todos os extremistas sentem mais disposição em compartilhar suas opiniões - somente aqueles que acreditam representar a opinião do grupo.