terça-feira, 25 de outubro de 2011

Mediunidade e Obsessão

"Chegaram então ao outro lado do mar, à terra dos gerasenos. E, logo que Jesus saíra do barco, lhe veio ao encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo, o qual tinha a sua morada nos sepulcros; e nem ainda com cadeias podia alguém prendê-lo; porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões em migalhas; e ninguém o podia domar; e sempre, de dia e de noite, andava pelos sepulcros e pelos montes, gritando, e ferindo-se com pedras, Vendo, pois, de longe a Jesus, correu e adorou-o; e, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjuro-te por Deus que não me atormentes. Pois Jesus lhe dizia: Sai desse homem, espírito imundo. E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? Respondeu-lhe ele: Legião é o meu nome, porque somos muitos. E rogava-lhe muito que não os enviasse para fora da região. Ora, andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos. Rogaram-lhe, pois, os demônios, dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles. E ele lho permitiu. Saindo, então, os espíritos imundos, entraram nos porcos; e precipitou-se a manada, que era de uns dois mil, pelo despenhadeiro no mar, onde todos se afogaram."
Marcos, Capítulo 5
 

 
Os médiuns de efeitos físicos são particularmente aptos a produzir fenômenos materiais como os movimentos dos corpos inertes, os ruídos, etc. Podem ser divididos em médiuns facultativos e médiuns involuntários.

(...)
Os médiuns involuntários ou naturais são os que exercem a sua influência sem querer. Não têm nenhuma consciência do seu poder e quase sempre o que acontece de anormal ao seu redor não lhes parece estranho. Essas coisas fazem parte da sua própria maneira de ser, precisamente com as pessoas dotadas de segunda vista e que nem o suspeitam (...).
 
(...)
 
Os seres invisíveis que revelam sua presença por efeitos sensíveis são, em geral, Espíritos de uma ordem inferior, que podemos dominar pela ascendência moral. E essa condição de superioridade que devemos procurar adquirir.

Allan Kardec
O Livro dos Médiuns
Tradução de José Herculano Pires
Capítulo 14 - Os Médiuns
Item 161 - Médiuns de Efeitos Físicos



Na noite de 11 de setembro de 1948, Chico Xavier e um amigo, Isaltino Silveira, admiravam Pedro Leopoldo do alto de um morro, na beira de um riacho. Sentado numa pedra, sob a luz de um poste, Chico lançava sobre o papel um poema assinado por Cruz e Sousa. Isaltino substituía as páginas preenchidas por outras em branco. Os dois estavam às voltas com o poeta do além quando escutaram um barulho no mato. Eram passos. O amigo de Chico olhou para trás e levou um susto: um homem enorme, com olhos injetados, avançava na direção deles com um pedaço de pau na mão.

Isaltino levantou-se rápido e se preparou para enfrentar o agressor. Chico, já escaldado, continuou sentado. Sugeriu arma mais contundente: uma boa reza para emitir vibrações positivas. A poucos metros, o agressor parou e começou a balbuciar com a língua enrolada e os olhos fixos em Chico:

- Esta luz nas suas pernas..., esta luz nas suas pernas...

Chico aconselhou:

- Vá para casa e fique na paz de Deus, meu filho.

Isaltino, já refeito do susto, viu o homem dar meia-volta e ficou perplexo diante de um fato insólito. O mato, em um raio de cinco metros ao redor do agressor, ficou todo amassado enquanto ele caminhava.

Chico Xavier tentou explicar a história toda: o homem era um médium poderoso, embora descuidado, e tinha sido arrancado da cama por espíritos obsessores, interessados em assassinar os dois e jogar seus corpos no rio. O plano daria certo se os benfeitores espirituais não tivessem envolvido a dupla com um cinturão de luz.

Isaltino ainda estava perplexo. Por que o agressor se referiu à luz nas pernas de Chico? A resposta veio rápida, como se fosse óbvia.

Ele percebeu o foco que os espíritos projetavam sobre o papel durante a psicografia.

Por que o capim em torno dele se amassava?

- As tais entidades eram tão ruins que se utilizaram dos fluidos do médium e Conseguiram peso específico para provocar o fenômeno físico. Eram aproximadamente duzentos espíritos.

Isaltino suou frio.

As vidas de Chico Xavier
Marcel Souto Maior
2ª edição revista e ampliada
São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2003

domingo, 23 de outubro de 2011

Chico e o Cireneu

"Depois de o terem escarnecido, despiram-lhe o manto, puseram-lhe as suas vestes, e levaram-no para ser crucificado.
Ao saírem, encontraram um homem cireneu, chamado Simão, a quem obrigaram a levar a cruz de Jesus."
Mateus, Capítulo 27
 
Depois de o terem assim escarnecido, despiram-lhe a púrpura, e lhe puseram as vestes.
Então o levaram para fora, a fim de o crucificarem.
E obrigaram certo Simão, cireneu, pai de Alexandre e de Rufo,
que por ali passava, vindo do campo, a carregar-lhe a cruz.
Marcos, Capítulo 15

Quando o levaram dali tomaram um certo Simão, cireneu, que vinha do campo,
e puseram-lhe a cruz às costas, para que a levasse após Jesus.
Lucas Capítulo 26
 


 
Em 1955, [Chico Xavier] abriu a guarda para um rapaz de 23 anos, vindo de Monte Carmelo com a mãe. Seu nome: Waldo Vieira. Foi afinidade à primeira vista.

O rapaz mostrou a Chico um poema intitulado "Deus", ditado a ele por um espírito anônimo. O autor do Parnaso de Além-Túmulo ficou abismado. Era um soneto alexandrino perfeito.

A surpresa cresceu após outra revelação. Waldo, com metade de sua idade, dizia receber mensagens de um espírito chamado André Luiz, homônimo do autor de Nosso Lar (...).
***
 
Chico estava perplexo. E exultou com o currículo mediúnico do jovem de Monte Carmelo. Espírita desde os seis anos, quando seu pai fundou um centro, Waldo viu a primeira assombração de sua vida aos nove anos. Aos treze, começou a receber os primeiros textos do além. Com o tempo, tornou-se um dos líderes das Mocidades Espíritas. Era perfeito, bom demais para ser verdade. Chico previu a possibilidade de os dois trabalharem juntos. (...) empolgado com a descoberta de uma nova promessa espírita, tratou de apresentar o jovem, em carta, ao presidente da Federação Espírita Brasileira, Wantuil de Freitas. Já em 1957, quando completava trinta anos de serviços prestados a servir de ponte entre este mundo e o outro, Chico defendeu o jovem:

"Apesar de moço ainda, revela-se um companheiro muito abnegado e senhor de um caráter honesto e limpo. Estudioso, amigo, trabalhador. Agora, meu caro Wantuil, que trinta anos consecutivos se passaram sobre minhas singelas atividades mediúnicas, tenho necessidade de sentir alguém comigo, a quem eu possa ir transmitindo recomendações de nossos Benfeitores Espirituais que eu não possa, de pronto, atender ou em cujas mãos possa deixar alguns deveres preciosos, na hipótese de qualquer necessidade."

Chico estava cansado. Um parceiro viria a calhar. Ainda faltavam três livros para ele honrar o compromisso assumido com Emmanuel e concluir a segunda série de trinta títulos. As sessões de Pedro Leopoldo eram exaustivas
(...). A chegada de Waldo Vieira poderia aliviar tanto estresse.
 
***

Emmanuel também parecia estar bem informado sobre o futuro próximo. Em 1957, Chico ouviu o aviso: André Luiz ditaria um novo livro, o sexagésimo. Parecia tão ansioso quanto Chico para concluir logo a tarefa. Tão apressado que convidou Waldo Vieira a dividir o serviço com o autor do Parnaso de Além-Túmulo. Por quê? A resposta, segundo Emmanuel, viria no ano seguinte. Por enquanto, os dois deveriam apenas escrever.

A dobradinha espírita mais pródiga do espiritismo no Brasil começou com Evolução em Dois Mundos. O método de trabalho da dupla era insólito. Waldo Vieira, um jovem de 27 anos, recém-formado em medicina e odontologia, enviava de Uberaba para Pedro Leopoldo, aos cuidados de Chico, 47 anos e curso primário incompleto, os capítulos ímpares do livro um resumo da história da alma humana repleto de termos médicos. Chico dava seqüência ao texto com os capítulos pares. A fusão dos artigos era surpreendente. Impossível afirmar quem escreveu qual parte. Em julho de 1958, o livro número sessenta já estava no prelo.
 
***

(...) Em uma carta a Wantuil de Freitas, no dia 10 de dezembro, [Chico Xavier] destacou Waldo Vieira como alguém capaz de livra-lo "dos perigos que rondam a tarefa".
 
***

No meio da noite de 4 de janeiro de 1959, Chico Xavier bateu a porta de casa e sumiu. (...) Não se despediu de ninguém. Com a roupa do corpo, tomou o rumo de Uberaba. Levou apenas o velho caderno de endereços e telefones. Iria morar com Waldo Vieira.
 
***

Chico Xavier se refugiou no meio do mato a oito quilômetros do centro de Uberaba. Sua casa, que dividia com Waldo Vieira, era um barraco. Quarto, sala, cozinha, banheiro, chão de cimento, paredes sem pintura. Nenhum ônibus passava por ali. (...) Quem quisesse chegar até o porta-voz dos mortos no Brasil precisava atravessar o matagal, driblar bois e vacas, pular cercas de arame farpado. Sem telefone, com os parentes a seiscentos quilômetros de distância, (...), às vésperas da aposentadoria, Chico experimentava a privacidade e tomava fôlego para recomeçar. Precisava chegar ao centésimo livro. Agora, pelo menos, já tinha um parceiro.
 
***

Livre, às vésperas de completar cinqüenta anos, ele se revelava um contador de "causos" inspirado. Eça de Queiroz aprovaria. Olina, no início desconfiada, terminou a noitada às quatro horas da manhã, exausta de tanto rir. As histórias se sucediam e as gargalhadas também. Waldo Vieira, mais sério, preferia o silêncio e certa distância. (...) Chico ria das superstições alheias e também falava sério. De história em história, ele envolvia as visitas, dava o seu recado. (...). Waldo leu o Evangelho, pediu licença e foi dormir.
 
***

Às terças e quintas-feiras, Chico e Waldo calavam a boca, fechavam as portas de casa e se dedicavam a um novo livro assinado por André Luiz, o primeiro da nova série de quarenta necessários para atingir o centésimo título. Os capítulos ímpares eram escritos por Waldo, os pares, por Chico. O texto tentava traduzir, de forma científica, os "Mecanismos da Mediunidade".
 
***

No dia 18 de abril de 1959, Chico e Waldo Vieira inauguravam, ao lado da casa deles, a Comunhão Espírita Cristã. Nenhum deles assumiu a presidência do centro. Precisavam escrever. Dalva Rodrigues Borges, uma espírita de Uberaba, assumiu o comando. A programação do novo centro era intensa: reuniões públicas às segundas, sextas e sábados, sessões de desobsessão privadas às quartas-feiras, sopas para os pobres todas as tardes, peregrinações pelos bairros da periferia aos sábados, além de cursos sobre o Evangelho.
 
***

Chico Xavier e Waldo Vieira saíam das sessões públicas e, ao chegarem em casa, costumavam datilografar os textos ditados pelos "benfeitores espirituais". Tinham muito trabalho pela frente: ainda estavam longe do centésimo livro. Numa dessas jornadas noturnas, um besouro caiu sobre a máquina do companheiro de Chico. Waldo atirou o inseto com força na parede. O bicho voou e tornou a cair sobre sua mesa. Waldo arremessou o recalcitrante com violência contra o chão. Mais uma vez, ele levantou vôo. Dessa vez, aterrissou no lugar certo: a mesa de Chico.

Com cuidado, o companheiro de Waldo pegou o inseto, abriu a janela e o soltou lá fora enquanto comentava:

- Besouro, se você não conseguiu desencarnar através de Waldo, é porque você é como eu: tem uma missão a cumprir no mundo. Vá com Deus.

Waldo olhava torto para o sentimentalismo de Chico.
 
***

Em noites de casa cheia, Chico ficava até meia-noite confinado. Quando voltava para a mesa, os espectadores só faltavam aplaudir, não só por sua presença, mas pelo fim dos comentários evangélicos. A presidente do centro pedia silêncio, meditação, prece. Chico fechava os olhos, segurava o lápis e as frases se espalhavam pelo papel. Waldo em geral o acompanhava no dueto do além. Às vezes, quando um parava, o outro começava, e os dois produziam textos complementares assinados pelo mesmo "autor".
 
***

O dueto com Waldo Vieira iria gerar a Antologia dos Imortais. Ainda faltavam 27 livros para chegar ao título número cem. Chico assinava os capítulos ímpares, Waldo, os pares.
 
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Em junho de 1964, Chico, com o aval de Emmanuel e com o apoio de Waldo Vieira, decidiu ceder à Comunhão Espírita Cristã os direitos de livros escritos por ele e seu parceiro. Pela primeira vez, ele seria beneficiado, embora indiretamente. O centro, cada vez maior, contraía dívidas e já não podia contar apenas com a ajuda esporádica e voluntária de amigos ricos e de gente grata a Chico Xavier.
 
***

Os generais tomavam conta do país e Chico Xavier, com a ajuda do jovem Waldo Vieira, promovia mais uma distribuição de Natal. No dia 13 de janeiro de 1965, uma fila de 11.765 pessoas se estendeu diante da Comunhão Espírita para buscar sacolas com roupas e alimentos. Com a ajuda de seus amigos de São Paulo e de outros estados, conseguiram arrecadar 8.337 peças de roupas, 993 pares de sapatos, 311 enxovais infantis, 1.926 brinquedos, 4.320 lápis, 500 livros, 335 sacas de arroz, 218 quilos de balas, 11.815 sanduíches.
 
Eram raros os que agradeciam ao receber as doações.
 
***

Chico e Waldo começaram a arrumar as malas para viajar ao exterior.

Em maio de 1965, os dois embarcaram para os Estados Unidos. Já era hora de levar o espiritismo segundo Kardec aos americanos. Acompanhados por dois amigos, Maria Aparecida Pimental e Irineu Alves, eles chegaram a Washington na tarde de 22 de maio, um sábado. No dia seguinte, visitaram um templo espírita na cidade para agradecer ao plano espiritual pela chance da viagem. Sem aviso prévio, foram até o The Church of Two Worlds (A Igreja dos Dois Mundos), dirigido pelo médium Gordon Burroughs.
 
 
Eram 15h. Eles se sentaram no último banco e ficaram em silêncio, acompanhando as preces, cânticos e comentários sobre a doutrina. Ninguém os conhecia ali.

No final da reunião, uma senhora indicou os quatro "irmãos de outro país" ali presentes e falou sobre a tarefa deles nos Estados Unidos: levar a renovação espiritual e estimular a aproximação fraterna. Logo depois, em transe, anunciou a presença dos espíritos de um teacher e um doctor junto aos visitantes brasileiros. Chico e Waldo já tinham percebido a companhia de Emmanuel e de André Luiz.

Em julho, Waldo Vieira colocou no papel um texto com a assinatura do doctor.

"Pontos fundamentais para o espírita em viagem". Era uma cartilha para kardecistas que viajassem para o exterior pela primeira vez. Os conselhos, assinados por André Luiz, pareciam ter sido escritos por Chico Xavier. Para início de conversa, a palavra estrangeiro deveria ser riscada do dicionário: "Os filhos de outros povos devem ser tratados como verdadeiros irmãos". Era preciso fugir da exibição pessoal, guardar discrição e simplicidade, evitar críticas e discussões, anedotas e aforismos de mau gosto, além de comparações pejorativas capazes de humilhar os anfitriões. Para ser mais útil, cada um deveria estudar a língua e os costumes do país visitado.
 
***

Chico e Waldo saíram dos Estados Unidos e aterrissaram na França. Chico, é claro, fez questão de visitar o túmulo de Allan Kardec, no cemitério Père Lachaise.
 
***

Nessa primeira viagem, Chico e Waldo lançaram sementes kardecistas no exterior. No ano seguinte, eles voltaram aos Estados Unidos para fiscalizar a plantação.
 
***

Chico Xavier chegou a Uberaba (...) com uma outra novidade também surpreendente: estava sozinho. Waldo Vieira tinha ido para o outro lado do mundo, o Japão. Iria fazer um curso de pós-graduação em plástica e cosmética em Tóquio. Meses depois, ele voltaria para a Comunhão Espírita Cristã apenas para arrumar as malas e sumir do mapa em direção ao Rio, onde abriria um consultório.

Chico Xavier garantia estar conformado com a separação. E previa em entrevistas na época: "Waldo será invariavelmente o médico humanitário e o abnegado missionário da doutrina espírita que todos nós conhecemos."

Errou em cheio.

Após deixar sua assinatura ao lado da de Francisco Cândido Xavier em dezessete livros, o "médico humanitário" virou as costas para o espiritismo, "estreito demais", e seguiu carreira solo. Estava cansado de Chico, "tão frágil, tão suscetível, tão chorão", estava cansado da sacralização em torno de seu parceiro e do "populismo" das sopas diárias, das peregrinações semanais e das distribuições natalinas.

Queria distância da culpa cristã, da caridade, das lições evangélicas. Ele não iria se conformar, não iria agradecer a Deus por seus sofrimentos, não viveria atrelado a guias espirituais, não se submeteria a ser um eterno datilógrafo de textos do além.

Waldo abandonou a doutrina espírita e definiu sua saída da Comunhão como "uma benção". Leitor voraz, dono de uma biblioteca com 60 mil exemplares, ele fundaria não uma seita, mas uma ciência batizada de "projeciologia". Iria estudar as projeções de consciência, as experiências fora do corpo físico. Em 1986, lançaria um livro sobre o assunto - um calhamaço de mil páginas coberto por 1.907 citações extraídas de mais de 5.500 títulos específicos.

Os cientificismos de André Luiz, no complexo Mecanismos da Mediunidade, são até bastante acessíveis se comparados à linguagem usada no mundo novo de Waldo. Tanto que ele lançaria um "miniglossário da conscienciologia" para quem quisesse entender seu dialeto. (...)

Nesse universo sofisticado, a mediunidade é considerada um "pré-maternal, uma bobagem", o espiritismo não passa de uma superstição e Kardec já está superado.

A pessoa capaz de projetar a própria consciência estaria anos-luz à frente do médium. A projeciologia eliminaria o intermediário, o atravessador. Se uma pessoa quisesse entrar em contato com o "espírito", por exemplo, bastaria sair conscientemente de seu corpo físico e procurar seu morto em outra dimensão. Ou seja: a mãe, arrasada com a morte de seu filho, poderia fazer um curso de projeciologia, treinar bastante e ir para o espaço. Haveria o risco de ela se perder no meio do caminho.

- Mas quem não corre riscos? pergunta Waldo.

Quase 27 anos após se tornar um dissidente de Chico Xavier, Waldo só interromperia os ataques para confirmar: Emmanuel e André Luiz existem mesmo. A mediunidade e a psicografia são reais.

Chico Xavier seria um "completista", segundo termo inventado por André Luiz. Ou seja: cumpriu à risca a programação traçada no outro mundo para ele.

Com longas barbas brancas e seu discurso demolidor, Waldo Vieira seria acusado por vários espíritas de estar cercado de espíritos obsessores. Ao saber das acusações, ele se limitaria a gargalhar.

- Eu ameaço o espiritismo. Eu acabo com os atravessadores.

Os espíritas mais indignados chegaram a prever a "desencarnação" do ex-médium.

Ele teria traído sua missão e poderia pagar por isso. Waldo provocaria:

- Eu só tenho medo do espírito obsessor do cachorro do vizinho.
 
***

Desde a separação, Waldo Vieira nunca mais se encontrou com o antigo parceiro.

Em 1991, tentou conversar com ele. Os auxiliares de Chico afastaram-no com uma desculpa: Chico estava viajando. O "completista" preferiu ficar em casa, sozinho, recolhido em seu quarto, escrevendo.

Tinha mais o que fazer.

Em 1967, Chico lutava para atingir o centésimo livro e encerrar a maratona literária. Estava exausto. Logo após a separação, colocou no papel o livro Encontro Marcado, assinado por Emmanuel. Uma coletânea de conselhos bastante úteis para quem, como ele, sofria com mais um desencontro na vida. Uma das frases era consoladora: "A pedra que acidentalmente nos fira será provavelmente a peça que sustentará a segurança da construção".

As vidas de Chico Xavier
Marcel Souto Maior
2ª edição revista e ampliada
São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2003

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Irmãs Separadas

"A religião sem a ciência é cega. A ciência sem a religião é aleijada."
Albert Einstein




"A Ciência e a Religião não puderam entender-se até agora, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, repeliam-se mutuamente. Era necessária alguma coisa para preencher o espaço que as separava, um traço de união que as ligasse. Esse traço está no conhecimento das leis que regem o mundo espiritual e suas relações com o mundo corporal, leis tão imutáveis como as que regulam o movimento dos astros e a existência dos seres. Uma vez constatadas pela experiência essas relações, uma nova luz se fez: a fé se dirigiu à razão, esta nada encontrou de ilógico na fé, e o materialismo foi vencido."

Allan Kardec

O Evangelho Segundo o Espiritismo
Aliança da Ciência com a Religião



Cientistas são mais religiosos do que se acreditava


Redação do Diário da Saúde
15/10/2011

Tipos específicos de religião

Um estudo realizado na Universidade de Rice (EUA) mostra que apenas 15% dos cientistas das principais universidades daquele país veem a religião e a ciência como estando em conflito permanente.

Apenas 15% dos entrevistados veem a religião e a ciência como sempre em conflito.
Outros 15% dizem que os dois nunca estão em conflito.

Mas 70% acreditam que a religião e a ciência apenas algumas vezes estão em conflito.

O estudo mostrou que a maioria dos que acredita em um conflito permanente tem um tipo particular de religião em mente (e de pessoas e de instituições religiosas).

Grande parte dos entrevistados atribui a crença no conflito entre ciência e religião a problemas na esfera pública, sobretudo o ensino do criacionismo versus evolução e as pesquisas com células-tronco.

Caminhos válidos de conhecimento

Ao longo da história, a ciência e a religião têm aparecido como estando em conflito perpétuo.
Mas o novo estudo sugere que apenas uma minoria dos cientistas acredita que religião e ciência exigem fronteiras.

"Quando se trata de questões como o que é a vida, formas de compreensão da realidade, as origens da Terra e como a vida se desenvolveu sobre ela, muitos veem a ciência e a religião como estando em desacordo e até mesmo em conflitos irreconciliáveis," conta Elaine Howard Ecklund, coordenadora da pesquisa.

Mas, excluídos os fundamentalismos de ambas as partes, a maioria dos cientistas entrevistados por Ecklund e seus colegas acredita que tanto a religião quanto a ciência são "caminhos válidos de conhecimento" que podem trazer um entendimento mais amplo de questões importantes.

Aproximadamente metade dos cientistas expressou alguma forma de identidade religiosa.

"Grande parte do público acredita que, conforme a ciência se torna mais proeminente, a secularização aumenta e a religião decresce," disse Ecklund. "Descobertas como essa entre cientistas de elite, que muitos acreditam não serem religiosos, põem definitivamente em questão as ideias sobre a relação entre a secularização e a ciência."

Estratégias de ação

O estudo identificou três estratégias de ação utilizadas por esses cientistas de elite para gerenciar os limites entre a religião e a ciência e as circunstâncias em que os dois poderiam se sobrepor.

- Redefinição de categorias - os cientistas gerenciam o relacionamento ciência-religião alterando a definição de religião, ampliando-a para incluir formas não-institucionalizadas de espiritualidade.

- Modelos de integração - os cientistas usam deliberadamente a visão de outros cientistas influentes que eles acreditam que integraram com êxito as suas crenças religiosas e científicas.

- Discussões - os cientistas se engajam ativamente em discussões sobre as fronteiras entre ciência e a religião.

Integração entre ciência e religião

Veja uma lista de outras conclusões do estudo:

68% dos cientistas entrevistados se consideram espirituais em algum grau.

Os cientistas que se veem como espirituais/religiosos são menos propensos a ver a religião e a ciência como sendo irreconciliáveis.

No geral, mesmo os cientistas mais religiosos foram descritos em termos muito positivos pelos seus pares não-religiosos, o que sugere que a integração da religião e da ciência não é tão desagradável para todos os cientistas.

Os cientistas como um todo são substancialmente diferentes do público norte-americano na forma como veem o ensino do design inteligente nas escolas públicas.

Quase todos os cientistas - tanto religiosos quanto não religiosos - têm uma impressão negativa da teoria do design inteligente.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Fluidoterapia

Pesquisa revela que imposição de mãos libera energia capaz de produzir bem-estar
 
Técnicas como passe espírita, reiki, johrei e outras liberam energia que produzem mudanças no corpo

Várias pesquisas e estudos foram feitos para comprovar as curas realizadas por meio da imposição de mãos como no caso do reiki, técnica ligada ao budismo, e também de religiões como o espiritismo que pratica o chamado “passe”.
 
Uma pesquisa recente feita por um pesquisador brasileiro comprovou o resultado em ratos com câncer, separando os animais em três grupos, Ricardo Monezi, mestre em fisiopatologia experimental pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador da unidade de Medicina Comportamental da Unifesp, conseguiu comprovar que a energia liberada pelas mãos tem poder de curar.
 
Um grupo de ratos não recebeu nenhum tipo de tratamento, outro foi tratado pela técnica reiki, com imposição de mãos e o terceiro grupo de ratos com câncer apenas foi coberto com luvas térmicas. O resultado mostrou que a imposição de mãos fez com que o sistema imunológico dos animais destruísse os tumores.
 
Com essa pesquisa, Monezi confirmou o que ele experimentou quando era adolescente “Na adolescência o reiki me ajudou a vencer uma depressão”, diz ele para uma reportagem da revista Cláudia (edição setembro/2011).
 
“Os dados preliminares apontam que a prática gera mudanças fisiológicas e psicológicas, como a diminuição da depressão, da ansiedade e da tensão muscular, além do aumento do bem-estar e da qualidade de vida”, atesta Monezi que agora vai pesquisar os benefícios dessa técnica em idosos.
 
Jesus também utilizava a imposição de mãos para curar
 
A técnica de imposição de mãos existe a mais de 6.000 anos de acordo com estudos e são chamadas de “curas prânicas” e de “energias sutis” pelos cientistas que acreditam que a cura acontece pela transmissão de energia eletromagnética de baixa frequência.
 
Marlene Nobre, presidente da Associação Médico-Espírita do Brasil (AME-Brasil) disse à reportagem da Cláudia que “Jesus foi o expoente máximo da cura por imposição de mãos”. Ela afirma também que vem da crença de liberar energia que surgiu o hábito de religiosos estenderem as mãos durante a oração para transmitir bênçãos.
 
Religiões e técnicas orientais que utilizam a imposição de mãos
 
Reiki - Utiliza práticas budistas de canalizar a energia universal pela imposição de mãos e é considerada uma terapia alternativa ou holística.
 
Frequências de Brilho - técnica realizada com toques suaves das mãos em pontos específicos do corpo liberando frequência vibracional que conseguem mudar o estado de saúde gerando o bem-estar. As freqüências de brilho estão desvencilhadas de religiões.
 
Johrei – A Igreja Messiânica oferece o tratamento de johrei, palavra japonesa que significa purificação (joh) do espírito (rei), pois eles acreditam que as doenças são impurezas acumuladas no espírito.
 
Oneness Diksha – Utiliza o sétimo chacra para receber a energia divina, é uma técnica indiana onde o doador (diksha giver) toca no receptor com as mãos durante um minuto.
 
Passe espírita – O espiritismo utiliza a prática de imposição de mãos acreditando que esse ato tem poder de tocar na parte da matéria do corpo que não podemos ver, no caso a alma.
 

sábado, 15 de outubro de 2011

Modelo em Crise

 "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque eles serão fartos."
Jesus (Mateus, Capítulo 5)
 

 
Longe de diminuir, o egoísmo cresce com a civilização, que, até, parece, o excita e mantém. Como poderá a causa destruir o efeito?

“Quanto maior é o mal, mais hediondo se torna. Era preciso que o egoísmo produzisse muito mal, para que compreensível se fizesse a necessidade de extirpá-lo. Os homens, quando se houverem despojado do egoísmo que os domina, viverão como irmãos, sem se fazerem mal algum, auxiliando-se reciprocamente, impelidos pelo sentimento mútuo da solidariedade. Então, o forte será o amparo e não o opressor do fraco e não mais serão vistos homens a quem falte o indispensável, porque todos praticarão a lei de justiça. Esse o reinado do bem, que os Espíritos estão incumbidos de preparar.”


O Livro dos Espíritos
Questão 916
 

 
Manifestantes em todo o mundo preparam protestos contra ganância

Animados pelo movimento "Occupy Wall Street", manifestantes planejam sair às ruas em várias partes do mundo, da Nova Zelândia ao Alasca

Washington - Manifestantes de todo o mundo se preparam para expressar no sábado sua fúria contra banqueiros, financistas e políticos que eles acusam de arruinar a economia mundial e condenar milhões à pobreza e a dificuldades devido à sua ganância.

Animados pelo movimento "Occupy Wall Street", manifestantes planejam sair às ruas em várias partes do mundo, da Nova Zelândia ao Alasca, em cidades como Londres, Frankfurt e a própria Nova York.
 
A polícia antichoque está preparada para qualquer problema. Cidades como Londres e Atenas já tiveram confrontos violentos neste ano, mas é impossível dizer quantas pessoas participarão das manifestações, apesar dos chamados nas redes sociais.
 
"Estive esperando por esse protesto há muito tempo, desde 2008", disse Daniel Schreiber, de 28 anos, um editor em Berlim, na Alemanha. "Sempre me perguntei por que as pessoas não estão indignadas e por que nada aconteceu e, finalmente, três anos depois, está acontecendo."
 
Os protestos são considerados pacíficos. Mas em um sinal do que poderia acontecer, um grupo de estudantes entrou nesta sexta-feira nos escritórios do Goldman Sachs em Milão, na Itália.
 
Os estudantes foram rapidamente dispersados, mas deixaram um grafite vermelho na parede no qual expressaram sua revolta com o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, além da mensagem "Dai-nos dinheiro".
 
Os manifestantes também lançaram ovos contra a sede do UniCredit, o maior banco da Itália.

A polícia italiana estava em alerta, pois se espera que milhares de pessoas marchem em Roma para protestar contra as medidas de austeridade planejadas pelo governo de Berlusconi.
 
Algo está acontecendo
 
Em Londres, os manifestantes pretendem se reunir em City of London, um importante centro financeiro internacional, sob o lema "Ocupem a Bolsa de Valores".

"Temos pessoas de todas as profissões e classes sociais que se juntam a nós a cada dia", disse Spyro, um dos responsáveis da página no Facebook sobre Londres que reuniu 12 mil seguidores em poucas semanas.
 
Spyro, de 28 anos e com um emprego bem remunerado, não quis revelar seu nome completo. Ele resumiu o principal alvo das manifestações mundiais como "o sistema financeiro."
 
Indignado com os resgates dados aos bancos com dinheiro dos contribuintes desde 2008 e os enormes bônus que ainda são pagos a alguns dos funcionários destas instituições, enquanto o desemprego afeta muitos jovens britânicos, ele disse:
 
"As pessoas de todo o mundo estão dizendo: 'basta é basta'".
 
Manifestantes gregos alinhados com o movimento dos "Indignados" da Espanha convocaram um protesto contra as medidas de austeridade para sábado na praça Syntagma, no centro de Atenas, cenário de muitos protestos durante a crise financeira grega.
 
"O que está acontecendo na Grécia agora é o pesadelo que outros países esperam no futuro. A solidariedade é a arma dos povos", disse o grupo Democracia Real em comunicado.

Fonte: Exame

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Perda e Suspensão da Mediunidade

1. Os médiuns podem perder sua faculdade?
 
— Isso acontece com freqüência, qualquer que seja o gênero da faculdade. Mas quase sempre, também, não passa de uma interrupção momentânea, que cessa com a causa que a produziu.
 
2. A causa da perda da mediunidade seria o esgotamento do fluido?
 
— Qualquer que seja a faculdade do médium, ele não tem poder sem o concurso simpático dos Espíritos. Quando nada obtém, nem sempre é porque a faculdade lhe falta, mas freqüentemente são os Espíritos que não querem ou não podem servir-se dele.
 
3. Qual a causa do abandono do médium pelos Espíritos?
 
— O uso que ele faz da mediunidade é o que mais influi sobre os Espíritos bons. Podemos abandoná-lo quando ele a emprega em futilidades ou com finalidades ambiciosas, e quando se recusa a transmitir as nossas palavras ou a colaborar na produção dos fenômenos para os encarnados que apelam a ele ou que precisam ver para se convencerem. Esse dom de Deus não é concedido ao médium para o seu prazer, e menos ainda para servir às suas ambições, mas para servir ao seu progresso e para dar a conhecer a verdade aos homens. Se o Espírito vê que o médium não corresponde mais aos seus propósitos, nem aproveita as instruções e os conselhos que lhe dá, afasta-se e vai procurar um protegido mais digno.
 
Allan Kardec
O Livro dos Médiuns
Capítulo 17 – Formação dos Médiuns
Perda e Suspensão da Mediunidade
Tradução de José Herculano Pires



Em fevereiro de 1964, as vésperas do golpe militar, Chico não resistiu e, seduzido pelas materializações promovidas pela médium Otília Diogo, de Campinas, se animou a exibir os poderes dela a um repórter e a um fotógrafo da revista O Cruzeiro.

Tomou a decisão após participar de uma sessão privativa comandada pela moça.

Naquele primeiro show para Chico Xavier, ela ficou amarrada a uma cadeira, cercada por grades. De repente, luzes pipocaram pela sala escura e um cheiro forte de perfume se espalhou pela casa. Otília gemia enquanto o ectoplasma se desprendia de seu corpo e ganhava a forma de uma criança que, fora das grades, cantava. Chico assinou embaixo: os fenômenos eram autênticos. Otília Diogo dava mesmo vida a outras criaturas: uma das aparições mais assíduas era de uma freira, a "irmã Josefa".

Mas, diante dos jornalistas, Otília foi uma decepção. A figura que apareceu, "saída" de seu corpo, era a sua cara. Os repórteres exibiram fotos de Chico de braços dados com a visitante do além, a "irmã Josefa", e destacaram a semelhança entre "espírito" e médium. Chico calou-se sobre o assunto.

Só seis anos depois, ele analisou a noite decepcionante. Oito repórteres e não dois, como combinado, apareceram para tentar comprovar fraudes. O clima ficou carregado na sala e a médium só conseguiu materializar o próprio "perispírito" (espécie de corpo fluídico do espírito, sempre parecido com o corpo físico) e as roupas de freira.

Quando ele falou, já era tarde. Otília Diogo tinha sido presa com uma maleta recheada de roupas utilizadas em "materializações". O hábito de irmã Josefa também estava lá. A transformista confessou até mesmo ter pago uma cirurgia plástica facial com exibições "espíritas" na casa do cirurgião.

Atrás das grades, desta vez numa delegacia, ela explicou ter perdido a mediunidade em 1965, um ano após as sessões em Uberaba. Não se conformou e decidiu apelar para truques. Chico Xavier, em entrevista à revista O Cruzeiro, voltou a definir todo médium como "uma criatura humana, com defeitos, qualidades e anseios humanos". Para ele, havia os espíritas capazes de superar as vaidades e viver para o outro e havia, também, aqueles que não suportavam os baques "reservados por Deus como provação".

Otília era do segundo time.

As vidas de Chico Xavier
Marcel Souto Maior
Editora Planeta
2ª edição, 2003

domingo, 9 de outubro de 2011

Espiritismo e Homossexualismo

"Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus;
pois na ressurreição nem se casam nem se dão em casamento;
mas serão como os anjos no céu.
Jesus (Mateus, capítulo 22)


 
"Tenho uma curiosidade que me despertou a querer entender, o que diz a espiritualidade sobre os homosexuais , os evangelicos e catolios descriminam, porem gostaria de saber a razao diante de tantos aparecimentos ultimamente , não é mesmo? quando vc tiver um tempinho vc me esclarece certo?" Daisy


Oi, Daisy!

Sobre o homossexualismo, o Espiritismo não se manifestou formalmente, como no caso do aborto, do suicídio e da autanásia. Isso porque nas obras básicas de Allan Kardec, especialmente no Livro dos Espíritos, não existe qualquer referência ao tema, que na época não despertava maior atenção. É uma questão tão antiga quanto a humanidade, mas foi ignorada em diversos períodos da história, encarada como uma desvio sexual sem maiores consequências, mantido em segredo pelas famílias, longe dos debates sociais. Por isso, acredito, não ganhou espaço entre os diversos temas tratados no Livros dos Espíritos.

Atualmente, os orientadores espirituais dos médiuns mais conhecidos afirmam que a polaridade sexual predominante no espírito encarnado, mesmo sendo diferente de sua anatomia (masculina ou feminina), não impede o espírito de ter uma vida digna, equilibrada e produtiva. O modo como expressamos nossa sexualidade em relação aos nossos semelhantes é o que de fato interessa ao nosso melhoramento individual. A promiscuidade é o que nos põe a perder como pessoa, tanto para os hétero como para os homossexuais. É através dela que nos desequilibramos, perdemos o controle de nossa energia sexual e nos tornamos escravos dos impulsos, além de violentarmos outras consciências além da nossa. O equilíbrio das manifestações sexuais é a grande responsabilidade do espírito, seja qual for a polaridade (masculina ou feminina) em que sua mente se encontre.

O melhor exemplo disso é o próprio Chico Xavier, que viveu diversas encarnações como mulher, imprimindo à mais recente traços marcantes de uma personalidade feminina, na doçura de sua voz, de suas palavras, de seus gestos, na comoção com que dividia as dores das mães que o procuravam em busca de notícias de seus filhos. Um autêntico coração materno, que inclusive declarou expressamente o maior desejo que não poderia realizar nesta encarnação, que era o de ser mãe. No entanto, dificilmente encontraremos pessoa mais digna, equilibrada e produtiva (412 livros psicografados) na história recente deste mundo.

Enfim, como em qualquer outro tema, essa é a diferença básica entre o preconceito, que se detém nas aparências, para estabelecer o medo; e a sabedoria, que mergulha na essência de tudo, em busca da verdade.

Segue abaixo os textos que selecionei sobre o tema, sendo o último um depoimento muito interessante de alguém que fala de dentro da questão, de forma bastante lúcida.
 
Boas reflexões!

Ramon de Andrade
Palmares-PE



Sexo nos Espíritos
 
200. Os Espíritos têm sexo?
 
— Não como o entendeis, porque os sexos dependem da constituição orgânica. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na afinidade de sentimentos.
 
201. O Espírito que animou o corpo de um homem pode animar o de uma mulher, numa nova existência, e vice-versa?
 
— Sim, pois são os mesmos Espíritos que animam os homens e as mulheres.
 
202. Quando somos Espíritos, preferimos encarnar num corpo de homem ou de mulher?
 
— Isso pouco importa ao Espírito; depende das provas que ele tiver de sofrer.
 
Comentário de Kardec: Os Espíritos encarnam-se homens ou mulheres, porque não têm sexo. Como devem progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, oferece-lhes provas e deveres especiais, e novas ocasiões de adquirir experiências. Aquele que fosse sempre homem, só saberia o que sabem os homens.
 
O Livro dos Espíritos
Questões 200 a 202



Espiritismo e homossexualidade

O Espiritismo nos ensina que o Espírito, em si mesmo, é assexuado. Ele realiza o seu processo de evolução, utilizando-se da anatomofisiologia humana... Mergulha numa forma masculina ou feminina, que deve respeitar, porque o corpo é o instrumento de evolução para o progresso do ser espiritual. A expressão sexual, oferece-lhe o ensejo de perpetuar a espécie, por um ato de sabedoria e de misericórdia divinas. O ato sexual é revestido de emoções, que partem das sensações do instinto, até as empatias da própria emotividade. Quando o indivíduo realiza o seu processo evolutivo numa área, na masculinidade ou na feminilidade, pode mergulhar numa outra, para completar o seu mecanismo de aperfeiçoamento. Na área da feminilidade, o Espírito dispõe do vasto campo da maternidade, no qual se santifica, porque a maternidade é uma alta honra conferida à mulher, que se torna co-criadora junto à Divindade.
 
Não obstante, o sexo através da História, tem sido fator de misérias psicológicas, pelo abuso que o homem lhe impõe, como uma necessidade do prazer, em detrimento da emoção, a espécie de gozo pela sensação. Toda vez que uma função é pervertida (é da Fisiologia), ela lhe padece os efeitos naturais. Toda vez que um órgão não é exercitado, ele se atrofia. Quando nós, através do nosso raciocínio, utilizamo-nos do sexo, exclusivamente para os fenômenos promíscuos da degenerescência, reencarnamos, em outra forma com determinadas mutilações psicológicas ou fisiológicas.
 
O homem, que vive só para as realizações sexuais e que delas abusa, utilizando-se da feminilidade para perturbar e para poluir o sentimento da criatura humana, retorna em corpo feminino e com uma psicologia masculina, o que equivale dizer que ele se utiliza de um corpo que corrompeu, mas, mantendo as suas características ancestrais. Da mesma forma, uma mulher que haja violentado os sentimentos da dignidade humana e que tenha vivido para a sensualidade, que haja corrompido outras vidas, adulterado, reencarna em corpo masculino e com uma psicologia feminina.
 
Até aí, é um fenômeno muito natural, porque sabemos cientificamente que o ser transita em quatro expressões da sexualidade: a) na chamada assexualidade, em que ele tem os fatores fisiológicos, mas mantém-se em neutralidade sexual; b) no homossexualismo, em que ele tem preferência pelo ser do seu mesmo sexo; c) no heterossexualismo, em que as preferências são pelos contrários; d) na bissexualidade, ou hermafroditismo, que é uma degenerescência de ordem fisiológica, em que o indivíduo tem caracteres anexos pertencentes a outro sexo, embora a sua sexualidade seja definida de forma oposta.
 
O abuso, o uso incorreto, no caso do homossexualismo, é que o leva a assumir responsabilidades muito grandes. Podemos dizer que, em qualquer uma dessas áreas da sexualidade, nós temos um respeito, um critério, como temos pelo estômago, pelos olhos, porque, de qualquer forma, o sexo é um órgão que faz parte do santuário do corpo. Quando nós corrompemos, pela alimentação, o estômago, este se dilata. Quando abusamos do álcool, temos a tendência natural da cirrose hepática. Quando abusamos do cigarro, marchamos, inevitavelmente, para o enfisema pulmonar. Assim também, quando abusamos do sexo, corrompemos-lhe a função e padecemos-lhe a injunção. A Aids, síndrome que vem apavorando o mundo, é o resultado inevitável da promiscuidade sexual. Não apenas entre os homossexuais, porque está demonstrado que os heterossexuais também a contraem e se tornam instrumentos de contágio para os seus parceiros. É um fenômeno que nos vem convidar a acuradas reflexões.
 
Não temos, no Espiritismo, nenhum preconceito contra esta ou aquela função que aprouver ao indivíduo assumir. Sempre consideramos que a ética é da responsabilidade da consciência de cada um. No entanto, da mesma forma que não estamos de acordo com o adultério, nem com a corrupção dos costumes, no heterossexualismo, não vemos por que permitir a vulgaridade do homossexualismo e a característica de carregar as feridas do comportamento psicológico, dando ensejo à instalação desta virose, que vem convidar-nos a uma mudança de ética, como já está acontecendo no mundo inteiro.
 
Tivemos a oportunidade de ouvir pela NBC, de Nova York, um comentário em que se dizia: “Nos Estados Unidos, como nas grandes nações do mundo, primeiro o indivíduo assumia, para depois saber o nome do parceiro. Agora, não: a Aids obriga o indivíduo a pedir primeiro a carteira de saúde do outro, para ver se assume ou não a responsabilidade.” É que, chegando ao extremo da perversão dos nossos sentimentos, pelo barateamento e pela vulgaridade promíscua das nossas emoções, a Divindade nos permite uma forma de reflexão, não como um freio ao exercício do sexo, mas como um apelo ao exercício correto do ato sexual.
 



Homossexualidade em foco
Divaldo Franco

Quais as causas da homossexualidade? Físicas ou espirituais? É considerada uma patologia?

Os geneticistas têm tentado encontrar genes que explicariam o problema da homossexualidade, como sendo um desvio de comportamento sexual. Outra corrente, na área da psiquiatria, tenta encontrar enzimas cerebrais, que influenciariam no comportamento sexual. Os espíritos, no entanto, dizem-nos que o próprio ser realiza experiências em quatro áreas da sexualidade: na assexualidade, em que um indivíduo tem anatomia, mas a sua psicologia é tranquila, vive em muita paz e não sente a presença da libido; na heterossexualidade, que tem a finalidade precípua de preservar a vida, de multiplicá-la, de perpetuá-la; na homossexualidade, em que um indivíduo elege um parceiro do seu próprio sexo, ou na bissexualidade, que, de alguma forma, não tem o carácter fisiológico. Enquanto que na homossexualidade o indivíduo tem uma anatomia que não corresponde à sua psicologia, na bissexualidade não encontraremos o indivíduo dotado dos dois sexos. No caso do hermafroditismo, estaremos contemplando uma anomalia biológica. Seja porém, em que faixa se movimente o espírito, estamos diante de um processo de evolução. O que o espiritismo considera negativo para o espírito é o seu comportamento nesta ou naquela área: uma vida promíscua, a pederastia, a entrega sem nenhum respeito por si mesmo nem pelo próximo, mas não apenas no homossexual mas também no heterossexual. Um indivíduo promíscuo na heterossexualidade não passa de alguém que está indo contra a sua própria constituição física e psíquica. O homossexualismo, portanto, não é uma doença, não é uma patologia. Dizem os melhores sexólogos, que é uma preferência sexual. No entanto, sabemos que é uma experiência a que o espírito se impõe, ou que vai imposto, por causa de uma conduta anterior na qual não soube manter o seu equilíbrio. Imaginemos uma mulher que vive exclusivamente para o sexo, sem emoções, que perverte homens, que destrói lares. Numa próxima reencarnação retornará com a anatomia masculina e, no entanto, com as tendências psicológicas femininas. Veremos um homossexual, um homem que de alguma forma se utilizou do sexo para o prazer, para perverter, para levar à corrupção, reencarna-se com tendências femininas e uma anatomia masculina. O oposto, portanto, da mulher que se reencarna com uma anatomia feminina e tendências masculinas. Cabe ao espírito reencarnando-se, respeitar o “vaso”, o corpo físico. Então, pergunta-se se esse ser tem o direito de experimentar o amor, de experimentar o sexo. É um problema de consciência.

O espiritismo não estabelece normas de conduta para os outros. Cada um responde pelo comportamento que tem, no entanto, uma lei é incontestável: temos o dever de nos respeitarmos e de respeitarmos o nosso próximo. Não se trata, portanto, de uma patologia, mas, de uma experiência.
 
Quer dizer que não é moralmente reprovável?

Não! A atitude mental e o comportamento sexual é que irão estabelecer a moralidade ou a imoralidade da experiência pessoal.



Como você vê a oficialização do casamento entre homossexuais e a adoção de filhos por parte deles?

A questão é momentosa, em face das ocorrências desse gênero que não mais podem permanecer ignoradas pela sociedade. O homossexualismo sempre esteve presente no processo histórico, aceito em um período, noutro combatido, desprezado em uma ocasião e noutra ignorado, mas sempre presente... Penso que se trata de uma conquista em relação aos direitos humanos a legalização de algo que permanecia à margem, dando lugar a situações graves e embaraçosas.
 
Quanto à adoção de filhos, penso que, do ponto de vista psicológico, será gerado algum conflito na prole em relação à imagem do pai ou da mãe, conforme o caso, que se apresentará confusa e perturbadora. O tempo demonstrará o acerto ou o equívoco de tal comportamento.
 



Legalização do casamento entre homossexuais
José Raul Teixeira

No transcorrer da História da Humanidade percebemos que as leis humanas se aproximam gradativamente das leis divinas. O que dizer então a respeito das leis que hoje legalizam o casamento entre pessoas do mesmo sexo?
 
O espírito Emmanuel nos diz no seu livro “O Consolador”, que chegará o dia em que as leis humanas se enquadrarão item por item às leis divinas. Chegará, ainda não chegou. Vemos que as leis humanas, por melhores que sejam, ainda retratam a inferioridade e as limitações do ser humano. O casamento entre pessoas do mesmo sexo não é a coisa mais grave, a coisa mais grave são os crimes que são cometidos por pessoas de sexos diferentes. Se estivermos vendo como um crime duas pessoas que se amam, ainda que de mesma morfologia, viverem juntas e fazerem o bem, o que é que vamos pensar das que estupram, dos pedófilos, dos que furtam o erário, os que mantêm o povo na pobreza para que eles e sua família enriqueçam? Então não podemos querer coar mosquitos e deixar se engolir elefantes. Temos que ver que as leis humanas carregam imperfeições, mas quando surge uma lei de formalização quanto ao casamento entre homossexuais é para evitar problemas mais graves, da ilicitude. Porque eles vão caminhar juntos, com casamento formal ou sem casamento formal. Desta forma, estamos diante do mesmo problema das leis do divórcio. Não é a lei que separa a pessoa, é a pessoa que já está separada e busca a lei para formalizar a separação socialmente. No caso desses casamentos entre homossexuais a lei apenas formaliza aquilo que eles já estão fazendo, eles já estão vivendo juntos. Como ainda temos uma sociedade que prima pela hipocrisia, pensamos que a verdade só existe a partir do momento em que ela foi escrita no papel, quando isto não é verdade. Temos que educar rapazes e moças para o respeito a si mesmos, ao seu corpo, às relações humanas. Em relação à legislação, nenhuma delas é perfeita na Terra, todas terão aquilo que hoje encontramos e chamamos de brechas da lei. Todas as leis são feitas deixando brechas para que quando quisermos deturpá-las a brecha permita. Logo, o legislador é um ser humano com as suas fragilidades, com a sua humanidade, e obviamente não será a lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo o ponto grave que mereça maior atenção da sociedade.

Fonte: MocidadesEspiritas


 
Homossexualismo

Pergunta: O que a Doutrina Espírita fala sobre o homossexualismo? E sobre a masturbação?  

Resposta: A Doutrina Espírita vê o sexo, de uma forma geral, como uma forma de energia sublimada voltada para a finalidade de assegurar a reencarnação e a comunhão entre as almas.

O caso do homossexualismo é examinado pelos desregramentos mentais do Espírito no campo da sexualidade, que muitas vezes tem que passar por muitas reencarnações até que se discipline. Para esses, as influências espirituais podem concorrer para a piora, ou melhora, do indivíduo conforme sua vontade.

É importante lembrar que no campo da sexualidade devem prevalecer os sentimentos elevados, a pureza no relacionamento entre as pessoas, ao invés da sensualidade e do prazer desenfreados. Devemos compreender que existem muitas outras coisas boas além do sexo, e que este deve ser disciplinado desse modo; responde-se aí o aspecto masturbação.

Na medida que conseguimos colocar os bons sentimentos acima de tudo, a disciplinar nossos desejos e a canalizar essas energias para outros propósitos edificantes, a sexualidade assumirá outro valor. 

Emmanuel
Francisco Cândido Xavier
Plantão de respostas
Capítulo 26



Pergunta — Como nossos Amigos Espirituais conceituam o problema homossexual?

Chico Xavier — O problema da homossexualidade sempre existiu em todas as nações, no entanto, com a extensão demográfica no Planeta, o assunto adquiriu características de grande intensidade, ou de mais intensidade, porque, nos últimos 50 anos, a ciência psicológica tem-se preocupado detidamente e com razão, no que se refere aos ingredientes mais íntimos de nossa natureza pessoal.

Estamos efetuando a descoberta de nós mesmos, para além dos padrões psicológicos conhecidos ou milimetrados pelos conhecimentos que possuímos, dentro dos preceitos e preconceitos respeitáveis, que nos regem o comportamento social e humano.

No caso, é justo observar que os impositivos da disciplina e da educação devem oferecer-nos barreiras construtivas para que o abuso não destrua quaisquer benefícios estabelecidos em leis.

Cremos que tendências à homossexualidade surgem na criatura, após muitas existências dessa mesma criatura, nas condições de feminilidade ou vice-versa. Pensamos assim, na base da reencarnação, porquanto, além dos sinais morfológicos, a individualidade é a própria individualidade em si, com todas as suas experiências das existências anteriores. Em vista disso, a homossexualidade pode ser examinada hoje proporcionando ao vasto campo de estudos, quanto à natureza bissexual do Espírito.

O tema é, porém, objeto para simpósios de cientistas, e instrutores da Humanidade, até que possamos encontrar a fórmula exata para decidir do ponto de vista legal, quanto ao destino dos nossos companheiros num sexo ou noutro, que trazem a inversão por clima de trabalho a ser laboriosamente valorizado pela pessoa que se faz portadora de semelhante prova ou de semelhante condição para determinadas tarefas.

Sabemos que grandes civilizações, como por exemplo a civilização greco-romana, depois de alcançarem avanço espetacular no campo da inteligência, ao perquirirem a natureza complexa do homem, encontraram problemas de sexo muito profundos, que os legisladores de então não quiseram ou não puderam reconhecer. Esses problemas, no entanto, explodindo sem a cobertura de preceitos legais, em plenitude de intemperança nas manifestações afetivas cooperaram na decadência de ambas as civilizações grega e romana, que se perderam no tempo, sob o ponto de vista de respeitabilidade e domínio. Esperemos que os Mensageiros da Vida Maior inspirem os nossos dignos representantes da Ciência e da Justiça na Terra para que a solução do problema apareça oportunamente favorecendo a paz e a concórdia nos vários campos de evolução da Humanidade.
 
Emmanuel
Francisco Cândido Xavier
A terra e o semeador 
Pergunta 139



Pergunta: Como se explica o homossexualismo e a perturbação no comportamento sexual, à luz da Doutrina Espírita.

Chico Xavier — Temos tido alguns entendimentos com Espíritos amigos e notadamente com Emmanuel a esse respeito. O homossexualismo, tanto quanto a bissexualidade ou bissexualismo, como a assexualidade são condições da alma humana. Não devem ser interpretados como fenômenos espantosos, como fenômenos atacáveis pelo ridículo da humanidade. Tanto quanto acontece com a maioria que desfruta de uma sexualidade dita normal, aqueles que são portadores de sentimentos de homossexualidade ou bissexualidade são dignos do nosso maior respeito e acreditamos que o comportamento sexual da humanidade sofrerá, no futuro, revisões muito grandes, porque nós vamos catalogar do ponto de vista da Ciência todos aqueles que podem cooperar na procriação e todos aqueles que estão numa condição de esterilidade. A criatura humana não é só chamada à fecundidade física, mas também à fecundidade espiritual, transmitindo aos nossos filhos os valores do espírito de que sejamos portadores. Não nos referimos aqui aos problemas do desequilíbrio, nem aos problemas da chamada viciação nas relações humanas. Estamos nos referindo às condições da personalidade humana reencarnada, muitas vezes portadora de conflitos que dizem respeito seja à sua condição de alma em prova ou à sua condição de criatura em tarefa específica. De modo que o assunto merecerá muito estudo. Nós temos um problema em matéria de sexo na humanidade que precisaríamos considerar com bastante segurança e respeito recíproco. Vamos dizer: Se as potências do homem na visão, na audição, nos recursos imensos do cérebro, nos recursos gustativos, nas mãos, na tactividade com que as mãos executam trabalhos manuais, nos pés, se todas essas potências foram dadas ao homem para a educação, para o rendimento no bem, isto é, potências consagradas ao bem e à luz, em nome de Deus, seria o sexo em suas várias manifestações sentenciado às trevas?
 
Emmanuel
Pinga-fogo
Entrevistas
 

 
Depoimento de um homossexual sobre a banalização do homossexualismo

Tenho 42 anos, sou gay, advogado e moro em Londres.

Nunca sofri nenhum tipo de discriminação em virtude de minha orientação sexual.

E como gay, penso que tenho alguma autoridade nesse assunto.

Primeiramente - e já contrariando a turba - gostaria de expressar minha sincera simpatia pelo Deputado Bolsonaro, que no fundo deve ser uma pessoa de uma doçura ímpar, apesar de suas manifestações "grosseiras e/ou politicamente incorretas".

Mas ele está corretíssimo em suas ponderações sobre as ideais dos gays brasileiros.

Vou direto ao assunto.

Nunca tive problemas em ser homossexual porque sou uma pessoa comum, quase igual à vida de qualquer heterossexual.

Esse negócio de viver a vida expressando diuturnamente sua sexualidade é uma doença.

A sexualidade é algo que se encontra na esfera da intimidade e não diz respeito a ninguém.

Não tenho trejeitos e não aprecio quem os tem.

Para mim, qualquer tipo de extremo é patológico.

Minha vida é dedicada e focada em outras coisas, principalmente o trabalho.

Outros, como doentes que são, vivem a vida focados na sexualidade.

O machão grosseiro e mulherengo ou a bicha louca demonstram bem estes extremos.

Qualquer tipo de pervertido ou depravado, o pedófilo, estão neste mesmo barco.

Nunca fui numa parada gay e jamais irei, pois para mim aquilo é um circo de loucas horrorosas, uma apologia à bizarrice e à cocaína.

Sejam francos e falem a verdade!

Hoje aplaudimos o bizarro e a perversão doentia e ainda levamos nossos filhos pra assistir esses desfiles.

Se a parada gay realmente fosse um ato político, relembrando sua real importância histórica, não caberia no carnaval, abrindo o desfile das escolas de samba. Muito mais apropriado.

Está rolando sim, um movimento das bichas enlouquecidas, no sentido de transformar o mundo num grande hospício gay.

Eu tenho um sobrinho de 11 anos e nunca senti a necessidade de explicar para ele que o "titio é gay" - isto é uma palhaçada.

As crianças devem ser educadas no sentido de respeitar o próximo e ponto.

Isto engloba tudo.

Se pararmos para olhar como o mundo se encontra, temos que reconhecer que o modelo de educação que se desenvolve há décadas foi criado no sentido de deseducar e desestruturar cultural e intelectualmente as massas.

Universidades por todo mundo vomitam milhões de pseudos-intelectuais todos os anos, mas tudo piora a cada dia e caminhamos a passos largos para o buraco.

Todos os governos do mundo conspiram contra seus próprios cidadãos e se transformaram em grandes máfias, junto com os Bancos e as Corporações estão levando tudo, inclusive (e principalmente) nossa própria humanidade.

A corrupção se alastra pelo globo e nunca vimos tantas guerras e descrições que vão desde o aspecto moral, até o material - a destruição de nosso próprio planeta.

A coisa está tão feia, mas tão feia, que somente uma intervenção "divina" é capaz de frear nossos insanos governantes e a turba alucinada.
 
Autor anônimo